quinta-feira, 9 de julho de 2015

Código de Mineração: flashes de um desastre em andamento



 
Se existe um assunto recorrente no Brasil Mineral de hoje é esse: “mais uma vez é adiada a aprovação do novo Código de Mineração”.

O Código de Mineração é tão importante para o Brasil que nos parece inconcebível esta demora de anos para aprová-lo.

Desde que o Governo, através do notório (ex-ministro) Lobão, ameaçou a pesquisa mineral e a mineração com o chamado “Novo Marco Regulatório da Mineração”, um documento defasado e absolutamente mal elaborado, a pesquisa mineral foi paralisada no país.

Ainda hoje, passados três anos, o DNPM mantém 73.000 processos paralisados. É óbvio que este descaso com o setor só poderia gerar prejuízos: o desinvestimento é maior do que R$24 bilhões.

Neste ínterim o desemprego atingiu milhares e inúmeras empresas de mineração e serviços tiveram que fechar.

É o que ocorre em todo o pesadelo que se preze: o pior sempre acontece...

Não foi diferente: este atraso de mais de três anos penaliza a mineração, a pesquisa mineral, a sociedade, que precisa de mais riquezas e mais empregos, e todos aqueles que poderiam estar recebendo uma participação dos lucros da mineração mais realista.

Alguns esquecem que um país sem pesquisa mineral, que é o Brasil de hoje, não terá as novas jazidas minerais que irão alimentar a economia no futuro. Como não ver o imenso dano que estaremos colhendo ao prolongar, mais ainda, a asfixia do setor mineral? Em breve o Brasil mineral não terá futuro.

Passaremos a ser importadores de bens minerais que irão continuar no subsolo por falta da pesquisa mineral.

Essa falta de percepção por parte do Governo nos mostra o quão despreparado ele é.

Sem o direito de prioridade, como parte fundamental do Código de Mineração, toda a pesquisa mineral, que é feita pelas empresas especializadas, não mais será possível e só restará ao País aquela exploração mineral a ser feita pelo próprio Governo.

Que, diga-se de passagem, é inexistente nas últimas décadas.

A pergunta que temos que fazer é: como esperar que o nosso Governo vá fazer um desembolso de bilhões de reais, que é o que as empresas juniores de mineração investem em pesquisa anualmente, se ele não tem dinheiro para pagar os investimentos básicos em infraestrutura, saúde, educação e até parte dos salários de seus próprios funcionários?

Quando vemos a difícil situação do Brasil de hoje não podemos deixar de pensar que o futuro pode ser muito pior...

Estamos em sérias dificuldades e fica claro, que na lista das prioridades do Governo Dilma a pesquisa mineral está muito distante do topo. Pensar diferente é negar anos de descaso e o total e gritante abandono do setor.

Esperar que o neófito Ministro de Minas e Energia atual venha a colocar dinheiro (que ele não tem) na pesquisa mineral, um investimento que para os amadores tem retorno duvidoso e que demora mais de cinco anos para dar frutos, é acreditar em uma impossibilidade.

O Governo e suas instituições sem recursos humanos e financeiros, mesmo querendo, não conseguiriam fazer nem um quarto do que as juniores de mineração fazem em um ano: sem o uso do dinheiro público.

É isso mesmo! A pesquisa feita pelas mineradoras e junior companies é feita com dinheiro próprio ou de investidores privados, sem propina e sem corrupção.

Talvez até por isso desperte tão pouco interesse na corrupta máquina pública brasileira.

Como esquecer que a descoberta de jazidas minerais é a mais pura adição de riqueza que um país pode receber?

São estas jazidas que fazem verdadeiras revoluções econômicas no mundo.

Como entender o Brasil sem Carajás?

A clássica descoberta gerada em um programa de pesquisa mineral feita por uma mineradora. Sem o direito de prioridade na pesquisa mineral as jazidas de Carajás jamais seriam descobertas.

Mesmo assim, com todos os prós que bem conhecemos, o Novo Código Mineral ainda não tem assegurado o pilar de sustentação da pesquisa mineral, que é o direito de prioridade.

Este ponto, que é fundamental em todos os códigos de mineração (de países sérios), garante ao requerente da área a ser pesquisada o direito de lavrar os minérios que ele descobrir.

Óbvio não é?

Nem tanto, pois neste momento o país já não recebe mais investimentos em pesquisa mineral como antes e o setor da exploração mineral, arrasado pela ameaça da retirada do direito de prioridade do Código de Mineração e pela política xenófoba governamental, vê os investimentos pelo retrovisor.

Em suma: o Brasil está perdendo bilhões no curto prazo com a CFEM e muito mais no médio-longo prazo com a falta da pesquisa mineral e das descobertas que ela propiciaria.

E o que o nosso Governo faz a respeito disso?

Com a retirada do direito de prioridade do Código o Governo queria controlar, com mão de ferro, a pesquisa mineral e a mineração. Um verdadeiro golpe totalitário que, felizmente, foi rejeitado por todos.

O Código de Mineração capenga, escrito por quem pouco sabe, sem o aval dos mineradores e do setor mineral, foi repudiado e recebeu 372 emendas na Câmara: um sinal inequívoco de desarmonia. O Governo Dilma, assim que percebeu a sua fraqueza e o repúdio do setor e da maioria da sociedade ao seu projeto, desmobilizou a base e emperrou mais ainda o processo de votação na Câmara.

E o código, retalhado e costurado, travestido em Frankenstein foi abandonado, mas continuou assombrando o setor.

Nestes anos de tramitação foram criadas novas comissões, novos debates e novas reuniões.

Em todas essas reuniões os nobres deputados e representantes do Governo discutem, opinam, debatem e propõem, saindo absolutamente convencidos de que estão fazendo algo para o Brasil. Mas, como nós bem sabemos, eles pouco ou nada fazem, a não ser mais um inócuo exercício de semântica ou a tradicional bajulação de egos que caracteriza estas reuniões.

Se fizessem o mínimo esperado pela sociedade, o Código estaria rejeitado ou, na pior das hipóteses, aprovado com o direito de prioridade, há mais de quatro anos atrás.

No momento todos querem saber apenas quando e quanto será pago com a nova CFEM, (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais). A maioria não está nem interessada se este royalty (CFEM) vai ou não acabar com a economicidade das jazidas e destruir os rendimentos futuros...

A falência de alguns mineradores é altamente provável. Principalmente agora que a nova CFEM vai ser aumentada em até 500% (ou mais), no momento da mais forte crise da mineração, onde a maioria das empresas luta desesperadamente para sobreviver.

O interesse pela CFEM é, obviamente, justo. Principalmente em se tratando de um país enfraquecido economicamente onde o próprio Governo Federal não tem dinheiro para investir buscando, sem criatividade nenhuma, criar novos impostos como uma forma, burra, de aumentar a arrecadação.

Burra porque as empresas e os cidadãos, que são a “galinha dos ovos de ouro” e fazem a economia crescer, já estão no limite.

A grande maioria está à beira da falência. Mas, mesmo assim, o Governo, insensível, aumenta o arroxo tributário.

Como se já não fôssemos um dos países com a mais elevada carga tributária do planeta.

Dentro deste cenário absurdo e surreal como entender que a mineração e a pesquisa mineral, soluções naturais para crises econômicas, não recebam o total apoio e atenção do Governo?

Afinal nem precisa ser muito inteligente para perceber, que ao manter a pesquisa mineral e a mineração refém de uma legislação que não é aprovada, todos perdem inclusive o próprio Governo.

Qual seria o motivo por trás deste atraso inconcebível que a todos prejudica?

Descaso com o país e com a sociedade?
Incompetência?
Ignorância?
Falta de inteligência?
Política?
Ou todos esses pontos juntos?

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Maior jazida de esmeraldas já mapeada no país fica em MG


Maior jazida de esmeraldas já mapeada no país fica em MG


O grupo canadense Seahawk Minerals anunciou a descoberta de uma reserva de 740 mil toneladas de esmeraldas, numa área de 312 hectares dos municípios de Itabira e Nova Era, no Vale do Aço (MG). Segundo a Seahawk, é a maior jazida de esmeraldas já mapeada no Brasil e sua exploração comercial terá início em 2015. A multinacional está concluindo seu plano de desenvolvimento das minas, após três anos de pesquisas e investimento de US$ 5 milhões.
Com a descoberta, a subsidiária brasileira Piteiras Mineração Ltda. passa a ser o carro-chefe das atividades de pesquisa e desenvolvimento de minas do grupo Seahawk no mundo. Além da matriz em Montreal, a companhia mantém explorações de ouro nos Estados Unidos, Guiana Inglesa e Brasil (Rio Grande do Sul e Pará).
Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, o mercado internacional de pedras coradas, que não inclui o diamante, é de US$ 6,5 bilhão por ano. O Brasil participa oficialmente com 4% desse mercado, abastecido especialmente por pequenos e médios garimpos.
O grupo Seahawk é dono de 9.5 mil hectares de alvarás de pesquisas nas regiões Sudeste, Sul e Norte do país.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Preços e teores baixos fecham a mina de diamantes Ellendale, a maior produtora do diamante amarelo fancy do mundo

Preços e teores baixos fecham a mina de diamantes Ellendale, a maior produtora do diamante amarelo fancy do mundo



 
Ellendale, na Austrália, é uma mina histórica. Foi o primeiro lamproito a ser encontrado e lavrado economicamente. Depois da descoberta dos pipes lamproíticos do cluster Ellendale é que foi descoberto o maior depósito individual do mundo, também, em lamproitos: Argyle.

Ellendale, em operação desde 1976, se caracterizou pela extraordinária produção de diamantes amarelos (foto): uma marca registrada.

Apesar de novas pesquisas feitas nos últimos meses os teores e os tamanhos pequenos dos diamantes encontrados se somaram aos preços deprimidos o que pulverizou as expectativas dos geólogos e coloca um ponto final na história de Ellendale.

A mina deverá ser fechada pela operadora Kimberly Diamond Company e será encerrado um importante capítulo da história do diamante primário.

Se você tem ou produz diamantes amarelos de qualidade fancy prepare-se, pois os preços destes irão subir com a parada de produção de Ellendale.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ouro. Qual o melhor método de lixiviação: tiosulfato ou cianetação?

Ouro. Qual o melhor método de lixiviação: tiosulfato ou cianetação?



 
A lixiviação de ouro com o uso do cianeto de sódio (NaCN) diluído em água, até hoje, é o método favorito da grande maioria das mineradoras do mundo.

O cianeto tem a capacidade de oxidar e dissolver o ouro produzindo um sal solúvel a base de ouro, sódio e cianeto. O ouro é, posteriormente adsorvido em filtros de carvão ativado, extraído, purificado e fundido.

O uso da cianetação nas minas é extensivo e a produção mundial de cianeto de sódio supera as 500.000 toneladas ao ano.

Infelizmente o cianeto de sódio é um composto altamente tóxico e pode ser letal ao homem e ao meio ambiente.

O cianeto é facilmente oxidável quando exposto ao meio ambiente e a certos minerais e compostos químicos, chamados, apropriadamente de cianicidas. É por isso que na cianetação a mistura tem que ser constantemente regenerada, recebendo adição de cianeto e cal para não perder o efeito. Este processo de regeneração é o principal custo da maioria das minas, custo esse que aumenta na presença do ar, do cobre e de materiais carbonosos.

O cianeto, quando jogado no meio ambiente tende a se oxidar em alguns dias, formando o cianato um produto menos tóxico que reage com carbonatos e é posteriormente neutralizado.

Apesar do cianeto ser degradado à luz do sol em poucas horas o mesmo não ocorre com os cianatos e tiocianatos que podem permanecer por anos poluindo, em menor extensão, o meio ambiente liberando continuamente metais tóxicos às águas subterrâneas.

Por causa de sua toxidade e potencial efeito devastador o uso do cianeto é altamente debatido e possíveis substitutos estão sendo mais e mais analisados.

É o caso do uso de compostos como o tiossulfato (S2O32-), a tiuréia (SC(NH2)2) e outros produtos a base de iodo e bromo.

A lixiviação de ouro com o uso do tiossulfato já é conhecida há décadas e, finalmente, está sendo utilizada em grande escala por um grande minerador de ouro.

A principal vantagen do tiossulfato é a sua baixa toxidade e grande eficiência no uso em minérios ricos em carbono e em elementos cianicidas. Estes deletérios costumam “roubar” o cianeto aumentando o custo operacional ou inviabilizando totalmente o uso da cianetação.

É quando o tiossulfato passa a ser uma solução economicamente viável.

Um método de lixiviação a base de tiossulfato com extração de ouro por resina em polpa foi desenvolvido pelo SGS. Este novo método coloca o tiossulfato como uma alternativa econômica ao cianeto em muitos jazimentos.

O método tem recuperações elevadas como a cianetação e não é afetado pelos materiais carbonosos e outros cianicidas. Nestes casos a recuperação de ouro é muito superior aos métodos tradicionais de cianetação.

Um dos fatores positivos do uso de tiossulfato é o de reduzir significativamente o impacto ambiental quando comparado com a cianetação. Na realidade os principais componentes do método são o tiossulfato de amônia ou cálcio e o sulfato de amônia: também usados como fertilizantes.

Isso significa que os rejeitos das minas podem ser utilizados como fertilizantes na agricultura. Uma verdadeira revolução no conceito de processo.

Infelizmente nem tudo é tão simples no método do tiossulfato.

O processo é mais complexo e difícil de operar e a manutenção da concentração da solução requer grandes cuidados e precisão. O método não é econômico em todos os tipos de minério e deve ser usado em minérios de alto teor, refratários onde o uso do cianeto é antieconômico.

Em 2013 a Barrick começou a estudar o processo e em 2014 usou-o em larga escala na sua mina Goldstrike.

Goldstrike (foto abaixo) é uma das muitas minas de ouro tipo Carlin, em Nevada, que tem o chamado minério refratário onde os métodos convencionais não são eficientes.

Planta de tiosulfato - Goldstrike
Em novembro de 2014 a Barrick foi a primeira grande mineradora a produzir o primeiro lingote de ouro recuperado pelo método da lixiviação por tiossulfato.

O processo substitui o circuito de cianetação tipo CIL por um que usa o tiossulfato de cálcio, um fertilizante e resina que atrai o complexo de ouro e tiossulfato formado na lixiviação.

Posteriormente a resina é regenerada quimicamente e o tiossulfato regenerado termicamente.

A mina Goldstrike no Carlin Trend é, então, o primeiro projeto bem sucedido de lixiviação a tiossulfato. Somente nela a Barrick irá extrair 2,25 milhões de onças de ouro, o equivalente a US$2,6 bilhões, com o novo método.

A partir de agora a lavra de minérios refratários ricos em carbono passa a ser economicamente viável e, em breve, outras minas de ouro do Carlin Trend e no resto do mundo também usarão o método da Barrick.

O uso de tiossulfato vai, também, reduzir os inúmeros desastres ambientais causados pelo despejo de soluções ricas em cianeto na natureza.

Lara Exploration tem excelente intersecção em Curionópolis

Lara Exploration tem excelente intersecção em Curionópolis



A junior canadense Lara Exploration reporta uma intersecção de 27 metros com um teor médio de cobre de 4,37% e 0,4g/t de ouro.

A intersecção foi feita em um alvo do Projeto Curionópolis denominado Galpão. Outros furos no mesmo alvo não foram tão espetaculares e a melhor intersecção foi de 2m @ 5,2% Cu.

O alvo já foi garimpado no passado e a zona mineralizada é composta por alteração de carbonato e sílica sobre rocha a base de anfibólio-magnetita.