domingo, 16 de agosto de 2015

O Que São Zeólitos

O Que São Zeólitos

Os zeólitos, zeólitas ou zeolites constituem um grupo numeroso de minerais que possuem uma estrutura porosa.
Os zeólitos naturais formam-se em locais onde rochas vulcânicas e cinza vulcânica reagem com água alcalina; também ocorrem em ambientes pós-deposicionais em que cristalizaram ao longo de milhares ou mesmo milhões de anos em bacias marinhas pouco profundas. Os zeólitos de ocorrência natural muito raramente são puros, sendo contaminados em grau variável por outros minerais, metais, quartzo ou outros zeólitos. Por esta razão, os zeólitos de ocorrência natural são excluídos de muitas das suas aplicações comerciais em que a pureza e uniformidade são essenciais. Seus cristais geralmente são pequenos, mas bem formados, razão de serem muito apreciados por colecionadores. São bem conhecidos aqueles procedentes da Índia e do sul do Brasil.
Especimes de Zeólitos

Analcima, pedreira Incopel, Ivoti, Rio Grande do Sul, Brasil, 7x6 cm, Museu Luiz Englert (UFRGS) A analcima é um mineral de fórmula química Na (AlSi 2 O 6) · H2O Ele pertence à classe silicatos , subclasse tectosilicates . Suas características únicas cristalográficas torná-lo um mineral de interesse científico especial. Por outro lado, os cristais espetaculares são altamente valorizados no mundo da coleta.
A analcima pertence ao grupo dos zeólitos , uma grande família de minerais hidratados, entre os quais estão incluídos estilbita a heulandite ou natrolite . Todos os zeólitos têm uma estrutura cristalina com base no tetraedro de óxido de silício . Esta estrutura proporciona um arranjo espacial original dos átomos na estrutura de cristal, em que os espaços livres aberto e comunica para fora através de uma estadia poros através dos quais várias substâncias podem penetrar ou elementos.


Stellerite, pedreira Ribas, Nova Hamburgo, Rio Grande do Sul, Brasil, 3x1.5 cm, Museu Luiz Englert (UFRGS) Stellerite tem uma fórmula geral de Ca [ Al 2 Si 7 S 18] · 7 H 2 O.
Stellerite faz parte do sistema cristalino ortorrômbico que significa que tem três eixos de comprimento desigual que se cruzam em ângulos de 90 °. Sua classe de cristal é rômbico-dipyramidal que significa que tem três duas vezes eixos de rotação perpendiculares com planos de espelhos perpendiculares.

MINERAL - GRANADA (ALMANDINE)

MINERAL - GRANADA (ALMANDINE)


Almandine Cristal Na Matriz
Almandine, também conhecido incorretamente como Almandite, é uma espécie de mineral pertencente ão grupo da granada.
A fórmula de cristal almandine é: Fe 3 Al 2 (SiO 4) 3. magnésio substitutos para o ferro com composição rica em piropo cada vez mais.
Almandine, Fe 2 + 3 Al 2 Si 3 O 12, é o membro final ferroso da classe de minerais granada que representa um importante grupo de formadores de rochas silicatos , que são os principais constituintes da crosta da Terra, manto superior e zona de transição .

Nas profundezas da Terra

Nas profundezas da Terra

Estudo desenvolvido com diamantes brasileiros comprova que o ciclo de carbono chega ao manto inferior do nosso planeta. As pedras, formadas a 660 km de profundidade, possuem tipo de carbono existente apenas na superfície.

Nas profundezas da Terra
Os diamantes de Juína, no Mato Grosso, foram a primeira evidência mineralógica do ciclo de carbono no manto inferior. (fotos: Science/ AAAS)
Que o carbono, um dos elementos mais abundantes na Terra, pode penetrar o interior do planeta já se sabia, mas que é capaz de atingir o manto inferior era ainda uma hipótese, que acaba de ser confirmada em pesquisa da Universidade de Bristol (Inglaterra).
Os autores mostram a influência que o manto terrestre pode sofrer do material vindo da crosta oceânica e comprovam que ele também participa do ciclo do carbono no planeta.
As evidências foram encontradas em diamantes provenientes do campo kimberlítico de Juína, próximo ao município homônimo, no Mato Grosso, que pertencem à UnB. Em uma das primeiras etapas do estudo, os pesquisadores realizaram cuidadoso trabalho de polimento para expor minerais contidos nos diamantes.
Diamente de Juína, MT
O polimento é utilizado para exibir as inclusões dos minerais no diamante, permitindo a confirmação de sua origem. (fotos: Science/ AAAS)
Durante a análise, eles observaram traços de minerais que só podem ter se formado nas pressões e temperaturas extremas do manto inferior terrestre, misturados a elementos típicos da crosta oceânica. Dentre eles, o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi um tipo de molécula de carbono existente na superfície da Terra.
Mas como o carbono teria ido parar lá? “As placas oceânicas são subductadas em direção ao interior da Terra e atravessam o manto superior, a zona de transição onde elas podem se acumular e depois penetrar no manto inferior”.
Quando isso ocorre, os componentes da crosta oceânica são levados pelas placas tectônicas para essa zona de transição e, com seu peso, podem acabar entrando no manto inferior. Os fluidos que formam os diamantes nessa região podem, assim, ser ‘contaminados’ pela crosta oceânica.
Os fluidos que formam os diamantes nessa região podem ser ‘contaminados’ pela crosta oceânica
E como os diamantes teriam ido do manto inferior para a superfície, onde foram encontrados? Segundo os pesquisadores, isso teria ocorrido em duas etapas. “Primeiro, materiais do manto inferior são levados até o manto superior por plumas mantélicas e, posteriormente, capturados por magmas kimberlíticos transportando materiais do manto até a superfície”..

Primeira evidência concreta

As teorias de que as placas oceânicas penetram o manto inferior já existiam, inclusive há provas sísmicas de que isso ocorre. No entanto, o novo estudo é o primeiro a encontrar evidências mineralógicas do fenômeno.
Os dados encontrados também já haviam sido previstos e até produzidos experimentalmente em laboratório, mas os diamantes de Juína permitiram sua comprovação. Segundo Araújo, esses exemplares, com essas características, são inéditos. Os demais diamantes do manto inferior descritos na literatura científica apresentaram apenas componentes originados na própria camada.
A descoberta pode permitir um melhor entendimento sobre os movimentos no interior da Terra e sobre a dinâmica de funcionamento do planeta.

Em nome do ouro

Em nome do ouro

Às margens do rio e da lei, o garimpo de ouro flerta historicamente com a clandestinidade. Em iniciativa pioneira, Amazonas estabelece normas estaduais para regulamentar o ofício. A decisão, entretanto, incita questionamentos, sobretudo quanto ao uso do mercúrio.

Em nome do ouro
A recente alta no preço do ouro parece motivar no Brasil uma renovada sede mineradora. As leis que regem a atividade no país são várias, mas não têm dado conta de proteger garimpeiros, meio ambiente e sociedade. (foto: Dieter Hawlan/ iStockphoto)
A saga do garimpeiro já foi enredo de contos, cobiça e violência. De conflitos de terra a pecados ambientais, histórias de garimpagem têm quase sempre um coadjuvante em comum: o mercúrio – um dos metais pesados mais tóxicos para a saúde humana.
Para o cientista, é um elemento químico de 86 prótons. Mas, para o garimpeiro, é mais do que isso: é o líquido prateado responsável pela alquimia da sobrevivência. Explica-se: como agulhas em um palheiro, os minúsculos fragmentos de ouro ficam aleatoriamente espalhados pelo cascalho arenoso que o minerador retira do subsolo ou do leito dos rios. A esse material bruto é adicionado mercúrio. Líquido à temperatura ambiente – é o único metal conhecido com tal propriedade –, ele agrega os pequeníssimos grãos dourados e forma uma liga metálica. Essa mistura é então aquecida; o mercúrio evapora; e assim o ouro puro chega às mãos do minerador. Tecnologia deveras rudimentar.
Mas, onipresente na mineração artesanal de ouro, o mercúrio tem preocupado a comunidade científica desde fins da década de 1960, quando se intensificaram os estudos sobre a toxicologia desse metal. “Danos irreversíveis ao sistema nervoso, inclusive o comprometimento de áreas do cerebelo associadas a funções motoras, auditivas e visuais, são alguns dos males que o mercúrio costuma causar em seres humanos”, diz o biólogo Wanderley Bastos, da Universidade Federal de Rondônia (Unir). “Uma vez lançado no ecossistema, o mercúrio foge totalmente de nosso controle; e ainda não temos tecnologias para frear os processos biogeoquímicos de sua disseminação.”
Mercúrio
O mercúrio é um dos metais pesados mais tóxicos para a saúde humana. No garimpo do ouro, ele é usado para agregar os grãos dourados que ficam espalhados pelo cascalho arenoso retirado do subsolo ou do leito dos rios. (foto: Flickr/ p.Gordon – CC BY 2.0)

Garimpo revisitado

A relação entre mercúrio e garimpo é tema clássico para polêmicas ambientais. E a última delas – que reavivou um debate adormecido – veio à tona em maio de 2012, quando a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS) publicou uma resolução que causou celeuma entre cientistas e legisladores.
Trata-se da Resolução 11/2012. Na contramão da história, o documento regulamenta o uso de mercúrio no garimpo artesanal – quando o mundo todo se movimenta para banir ou impor restrições severas no emprego desse perigoso elemento químico.
Delicado impasse. Pois há na iniciativa da SDS uma boa intenção – pôr ordem na casa e disciplinar o garimpo no estado. Pelos rincões da Amazônia, afinal, a lavra do ouro é uma labuta que historicamente flerta com a clandestinidade. Há gerações o valioso metal dourado é via de sobrevivência para famílias que habitam as remotas paragens da planície amazônica. Mesmo assim, os estados da região jamais se engajaram na tarefa de legislar sobre a atividade. “O garimpo, portanto, acontece há décadas sem qualquer tipo de controle legal ou critério”, contextualiza o procurador da República Leonardo Macedo, do Ministério Público Federal (MPF).

Disputa com mineradora em vilarejo na Amazônia testa direitos de garimpeiros

Disputa com mineradora em vilarejo na Amazônia testa direitos de garimpeiros


Ouro é usado como moeda em estabelecimentos de São José (PA)
Na extraordinária corrida que se seguiu à descoberta do ouro na bacia do rio Tapajós, em 1958, dezenas de milhares de garimpeiros se instalaram no local.
Apenas alguns enriqueceram. Mas a maioria conseguiu melhorar de vida, tendo lucrado mais do que se tivesse continuado extraindo borracha, pescando ou investindo na agricultura de subsistência.
Apesar de a atividade de ter diminuído nos últimos anos, muitos homens ainda trabalham de forma primitiva em minas de ouro ainda não cadastradas.
A descoberta de vastas reservas do metal precioso no subsolo coloca os garimpeiros em pé de guerra com as grandes empresas mineradoras, que reivindicam o direito de tocar essas riqueza, inacessíveis pelos métodos artesanais.
A aldeia de São José, que fica às margens do rio Pacu, no sul do Pará próximo ao Amazonas, está no centro de um conflito entre garimpeiros e a companhia Ouro Roxo Participações.
Há alguns anos, a Ouro Roxo Participações – parte do grupo de mineração canadense Albrook Gold Corporation – garantiu os direitos de exploração do subsolo na mina de Paxiuba, onde garimpeiros ainda extraem ouro com métodos tradicionais.
Em março de 2010, a Polícia Federal e autoridades do governo chegaram a ordenar a saída dos garimpeiros.
Após uma relutância inicial, eles acataram as ordens, mas argumentaram que suas famílias haviam vivido na região por mais de meio século e durante este tempo haviam adquirido direitos sobre a terra.
Cidade tem quatro bares que funcionam como bordéis nos fins de semana
O líder garimpeiro José Gilmar de Araujo diz que desde então eles vêm tentando legalizar as atividades de mineração, tendo levado seu pleito até Brasília.
"Mas não estamos chegando a lugar nenhum", disse.

Vida de minerador

São José não é mais tão agitada como antigamente, mas continua sendo um local onde os garimpeiros se encontram com prostitutas ou para beber no final do dia.
As lojas em torno da praça central, que funciona também como campo de futebol, vende produtos a preços inflacionados.
Comerciantes cobram mais de R$10 por um quilo de cebolas, usando pequenas balanças para medir o pagamento em ouro.
Há quatro bordéis. Durante a semana, mulheres entediadas passam o tempo em torno dos bares, servindo bebidas.
Mas no final de semana, as casas ganham vida.
Os garimpeiros chegam das minas próximas e, depois de extraírem seu ouro, gastam o dinheiro ganho com suor.
No início, havia muita violência em São José, segundo os residentes. "Quando cheguei em 1986, alguém era morto quase todo dia", relembra Ozimar Alves de Jesus, dono de um bordel.
Mas hoje o lugar é bastante tranquilo. Traficantes são convidados a deixar o local, e associações de moradores se reúnem com frequência para resolver qualquer problema da comunidade.
A prostituição é aceita. Há muitos casos de mulheres que chegam para trabalhar nos bordéis, casam com garimpeiros e abrem pequenos negócios na cidade.

Cassino

O trabalho dos garimpeiros é árduo e imprevisível. Para muitos, é esse o aspecto mais sedutor da vida de um garimpeiro. "É meio como ir a um cassino", confessa um deles, ao contar como volta diversas vezes à mesma mina, na esperança de encontrar algo.
O principal problema deles é o futuro incerto da mina - e o poder das grandes mineradoras.
Garimpeiros reclamam da dificuldade para conseguirem se regularizar
"Essas empresas chegam e todas as portas se abrem", diz o garimpeiro José de Alencar. "Eles conseguem regularizar a situação do dia para noite. Parece que há uma lei para as grandes mineradoras e outra para nós."
Depois da expulsão de 2010, os garimpeiros passaram três anos tentando obter permissão para retornar à mina Paxiuba.
Em 12 de junho de 2013, eles cansaram de esperar e decidiram agir, retomando o controle do lugar.
Gilmar Araújo, o líder garimpeiro, disse que a decisão foi tomada por "necessidade econômica".
"Colocamos todo o nosso dinheiro nessa mina. Seria o nosso fim se não pudéssemos produzir nenhum ouro."
E desde então eles continuam trabalhando na mina. Enquanto isso, a Ouro Roxo Participações está perdendo dinheiro - e está irritada.
"Se eles permaneceram lá, vão tornar o projeto todo inviável para nós, por conta do dano que estão causando lá", disse Dirceu Santos Frederico, um dos acionistas da empresa.
"Os garimpeiros não evoluem. Eles estão presos na cultura da pobreza, da prostituição e das drogas."
Frederico atua como representante da Ouro Roxo na região. Em documentos obtidos pela reportagem, ele assina em nome da empresa.
A BBC também ligou duas vezes para o escritório que a Ouro Roxo mantém na cidade de São Paulo, sem conseguir contato com nenhum outro representante da companhia até o fechamento do reportagem, além de tentar contato com a Albrook no Canadá, que não quis fazer comentários.

Tensão

Acionista de mineradora diz que garimpeiros estão 'presos na cultura da pobreza'
De acordo com o advogado dos garimpeiros, Antônio Joâo Brito Alves, o conflito está enfrentando uma escalada. Ele afirma ter sofrido ameaças de Frederico, que teria dito que o advogado e sua família "sofreriam as consequências" se ele não desistir do caso de Paxiuba.
Frederico nega com veemência a acusação.
As ramificações desse conflito, no entanto, têm implicações que vão muito além das margens do rio Pacu.
Se os garimpeiros ganharem, ou se receberem uma considerável indenização por terem de deixar a mina, muitas outras comunidades garimpeiras podem fazer a mesma demanda.
Assim, o vilarejo de São José tem se tornado um improvável teste de uma batalha muito mais ampla sobre o direito dos garimpeiros.