Kimberlito é vulgarmente conhecido como a rocha que contêm diamantes.
Na realidade, não é um tipo específico de rocha, mas sim um grupo
complexo de rochas ricas em voláteis (dominante CO2), potássicas,
ultramaficas híbridas com uma matriz fina e macrocristais de olivina e
outros minerais como: ilmenita, granada, diopsidio, flogopita,
enstatita, cromita.

O clã dos kimberlitos são divididos em dois grupos [1] [2]
Grupo I: Tipicamente ricos em CO2 e empobrecidos em potássio em relação aos do grupo II. Corresponde à rocha original encontrada em Kimberley, na África do Sul.
Grupo II: Tipicamente ricos em água, apresentam matriz rica em micas e também calcita, diopsídio e apatita, e correspondem ao kimberlitos lamprofíricos ou micáceos [3]
Os kimberlitos
são formados pela fusão parcial do manto a profundidades maiores que
150 km. O magma kimberlítico durante sua ascenção do manto para a
crosta, comumente, transporta fragmentos de rochas e minerais - também
conhecidos como xenólitos e xenocristais (entre eles o diamante). O
kimberlito pode trazer diamante até a superfície desde que tenha passado
por regiões no manto/crosta que fossem ricas neste mineral e que sua
velocidade de ascensão seja rápida o suficiente para não desestabilizar a
estrutura do diamante, que caso contrário se converteria em grafite
(polimorfo estável do carbono na pressão ambiente). Ressalta-se,
portanto, que o magma que forma o kimberlito não é o produtor de
diamante, apenas um meio de transporte.
No Brasil diversos kimberlitos foram encontrados desde a década de 1970, no entanto, poucos foram estudados [4]para a compreensão dos mecanismos de colocação destes corpos ou do tipo de manto amostrado por estes magmas.
Ilustração como Kimberlito Transporta o diamante

As fontes
primárias dos diamantes - os kimberlitos - aparecem normalmente na forma
de chaminés intrusivas na crosta, podendo apresentar contribuições
variáveis de xenólitos das rochas por onde passou a intrusão. Os
kimberlitos são rochas híbridas, ultrabásicas, potássicas e ricas em
voláteis (CO2 e H2O), compostas por fragmentos de
eclogitos e/ou peridotitos, em uma matriz fina formada essencialmente de
olivina (predominante), flogopita, calcita, serpentina, diopsídio,
granada, ilmenita e enstatita (Chaves & Chambel, 2003).

O diamante
se forma numa área delimitada pela interseção entre o Manto Superior e a
região basal da Litosfera, onde esta se torna mais espessa. Esta área
bem delimitada se denomina de Janela do Diamante. O seu limite superior é
a isotermal de 900oC e o limite inferior, de 1200oC.
Abaixo da curva do Manto Superior está a zona de equilíbrio do diamante
e acima, a zona de equilíbrio da grafita. A gênese do diamante exige
uma profundidade entre 150 e 200 km (acompanhe a curvatura da figura).

Esta figura (acima) mostra o início da ascensão da chaminé kimberlítica, a partir do Manto Superior, transportando os cristais de diamante no seu interior.

Concluída a sua
ascensão, a chaminé kimberlítica atinge a superfície do terreno. Observe
que o kimberlito estéril (barren kimberlite) se encontra na zona de
equilíbrio da grafita, não podendo, portanto, conter diamante.