domingo, 6 de setembro de 2015

Surpresa! A geologia ativa de Plutão

Surpresa! A geologia ativa de Plutão




As últimas imagens do planeta anão Plutão liberadas pela NASA são espetaculares.

A imagem ao lado, feita em close-up, mostra uma superfície irregular, repleta de altas montanhas de gelo e planícies quase sem marcas de impactos. As montanhas da imagem têm mais de 3.000 metros de altura e podem ser compostas por água, nitrogênio e metano congelados que parecem ser os principais componentes da crosta de Plutão.

Os geólogos se surpreenderam com a falta de impacto de meteoritos em algumas áreas, aparentemente planas o que deve sugerir que existem intensos processos geológicos, possivelmente relacionados a fontes de calor, ainda em atividade.

Plutão era tido como um planeta frio e estático, quase sem nenhuma atividade, mas o que se vê derruba essa hipótese e sugere um planeta vivo com grande atividade geológica.

Na imagem vê-se rochas de idades e texturas diferentes, cortadas por uma falha de rejeito direcional sinistrógira que atravessa a cadeia de montanhas e desaparece na planície.

Uma imagem que poderia vir da nossa Terra.

Um planeta com potencial astrobiológico.

Possivelmente serão vistos, nos próximos meses atividades de geyseres e vulcões emitindo plumas e gelo na rara atmosfera.

No momento acredita-se que a água congelada é uma componente importante das feições topográficas mais importantes.

Qual serão os processos geológicos por trás da formação dessas montanhas?

Qual será a fonte termal escondida, o motor da geologia de Plutão? Radioatividade? Marés?

Será que o planeta ainda abriga um mar líquido embaixo da camada de gelo?

Os geólogos terão um período atribulado, à medida que as novas fotos e medições forem processadas. Segundo a NASA a totalidade dos dados acumulados pela New Horizons nesta aproximação irá demorar um ano e quatro meses para chegar à Terra.

A New Horizons, movida a plutônio, ainda tem 15 anos de vida pela frente e os cientistas não definiram quais serão os seus próximos objetivos.

Almahata Sitta: os diamantes que vieram do espaço

Almahata Sitta: os diamantes que vieram do espaço



 
Quando o carbono é submetido a imensas pressões e temperaturas elevadas ele pode se transformar em diamante. É assim no nosso planeta, em profundidades maiores que 120km de crosta quando as condições para a formação dos diamantes existem. É o chamado campo de estabilidade do diamante (veja o gráfico).

Esses diamantes são trazidos à superfície por rochas vulcânicas formadas a grandes profundidades: os kimberlitos e os lamproitos.


Campo de estabilidade do diamante
Aqui na Terra a quantidade de diamantes formada em profundidade é relativamente pequena, o que é confirmado pelos teores achados nos kimberlitos que geralmente são medidos em poucos quilates em cada cem toneladas de rochas.

No entanto, ao contrário da Terra, os astrônomos acreditam que alguns corpos celestes possam ter um núcleo formado quase que exclusivamente de diamante.

Em caso de explosão ou choque esses corpos poderiam “semear” meteoritos a base de diamantes por todo o sistema solar.

Imagine só encontrar um meteorito de diamante maciço...

A possibilidade da existência desses meteoritos diamantíferos é elevada e alimenta algumas empresas como a Planetary Resources, que planejam lavrá-los no espaço.

De volta a Terra, os geólogos sabem que diamantes podem, também, ser formados no impacto de meteoritos contra a superfície do planeta. Esses diamantes são extremamente pequenos e, muitas vezes são descritos como micro ou nanodiamantes.

Existem uns agregados de diamantes de baixa qualidade chamados carbonados que, por não terem associação com kimberlitos ou lamproitos podem ter uma origem extraterrena. Os carbonados encontrados na Bahia são os maiores agregados de diamantes jamais encontrados, atingindo mais de 3.000 quilates.

Era assim que os cientistas contavam a história dos diamantes vindos ou não do espaço: até a queda do meteorito Almahata Sitta em 7 de outubro de 2008.

Este meteorito foi o primeiro a ser detectado antes do choque e caiu no deserto do Sudão causando uma explosão cuja luz foi vista a 1.400km de distância.

As buscas foram intensas e os pesquisadores acharam centenas de fragmentos de um acondrito ureilítico com grãos carbonosos, espalhados em quilômetros de deserto (veja a foto).

Almahata Sitta o meteorito
Até então o Almahata Sitta era uma história corriqueira: mais um meteorito descoberto. Foi quando descobriram que os fragmentos do meteorito continham diamantes.

Não eram os tradicionais nanodiamantes, mas diamantes muito maiores do que os encontrados em meteoritos. A explicação genética para esses diamantes aponta para uma formação similar aos dos nossos diamantes terrestres: em grandes profundidades dentro de um corpo planetário (planetesimal) que se fragmentou nos primórdios do sistema solar.

Os resultados do estudo feito na Universidade de Hiroshima no Japão mostra que os diamantes foram fraturados em cristais menores que estão orientados da mesma maneira. Ou seja os diamantes eram parte de pedras maiores fraturadas no impacto.

A descoberta deste meteorito aumenta as expectativas das novas empresas de mineração espacial que, no momento, buscam financiamentos para serem lançadas.

Em breve veremos mais uma emocionante etapa da exploração mineral: a do espaço sideral.

STJ mantém proibição de mineração em área dos índios Cinta Larga

STJ mantém proibição de mineração em área dos índios Cinta Larga




O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ordenou o DNPM cancelar as concessões de lavra e/ou pesquisa mineral e indeferir todos os requerimentos em terras dos Cinta Larga.

A proibição abrange áreas das reservas do Roosevelt, Aripuanã, Parque Aripuanã e Serra Morena .

O assunto vem tramitando há bastante tempo e, em 2014, o procurador-geral da República Rodrigo Janot já havia ajuizado ação cautelar para que as operações de mineração e pesquisa fossem canceladas nas terras indígenas dos Cinta Larga.

O DNPM havia registrado um recurso contra a decisão do TRF1, tentando defender a pesquisa nas terras dos índios e, agora, é derrotado, mais uma vez. Uma pena pois os diamantes da reserva renderia bilhões de dólares por ano.

Os conflitos entre os índios e os garimpeiros começaram no momento em que os diamantes do Roosevelt foram descobertos, em 1999, pela mineradora De Beers.

Desde então, com a invasão das terras indígenas por garimpeiros, os conflitos se intensificaram, até 2004, quando houve o massacre de 29 garimpeiros pelos Cinta Larga.

sábado, 5 de setembro de 2015

Após lapidadas, Turmalina contrabandeada da PB era vendida por até US$ 350 mil cada gema

Após lapidadas, Turmalina contrabandeada da PB era vendida por até US$ 350 mil cada gema

A coletiva de imprensa concedida pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, para tratar da Operação Sete Chaves, não revelou o nome dos envolvidos, apesar de haver um deputado estadual da Paraíba com suspeitas de participar do esquema de extração ilegal da pedra preciosa Turmalina Paraíba. De acordo com a polícia, após sair do Brasil, as pedras eram comercializadas por até US$ 350 mil.
Segundo informações, o deputado envolvido é João Henrique (DEM). Fontes ligadas ao parlamentar negaram que ele faça parte da quadrilha e que tenha sido preso, mas confirmou que foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do deputado estadual no município de Monteiro.
De acordo com a polícia, a investigação começou desde 2009 e seria impossível calcular o quanto a receita deixou de arrecadar com a venda ilegal das pedras consideradas uma das mais valiosas do mundo. A pedra é encontrada em apenas cinco locais no mundo, três deles no Brasil e a mais preciosa na Paraíba, no município de São José da Batalha.
O modus operandi da quadrilha consistia em extrair as pedras do município paraibano onde ia até o Rio Grande do Norte, onde as pedras seriam lapidaas e seguiam para o exterior, os principais destionos eram os Estados Unidos, Hong Kong e Bangcoc. A pedra era vendida nos Estados Unidos por US$ 350 mil a gema.

A operação contou inclusive com a participação do FBI, o que possibilitou delegações no exterior. Os detidos são acusados de usurpação de bem da União, exploração sem licença ambiental, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros. Somando as penas previstas, os acusados podem pegar ataé 20 anos de prisão.

Cerca de 130 policiais federais, de todo o Nordeste cumpriram simultaneamente 35 medidas judiciais, sendo 8 de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e 8 de sequestro de bens, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e São Paulo. Os trabalhos estão sendo desenvolvidos nas cidades de João Pessoa, Monteiro/PB, Salgadinho/PB, Parelhas/PB, Natal/RN, Governador Valadades/MG e São Paulo.
A organização criminosa é formada por diversos empresários e por um deputado estadual, que se utilizavam de uma intrincada rede de empresas off shorepara suporte das operações bilionárias nas negociações com pedras preciosas e lavagem de dinheiro.
Considerada uma das pedras mais caras do mundo, a turmalina Paraíba era retirada de São José da Batalha, um distrito do município de Salgadinho, na Paraíba e enviada à cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte, onde era esquentada com certificados de licença de exploração. De lá, as pedras seguiam para Governador Valadares em Minas Gerais para a comercialização em mercados do exterior como Bangkok, na Tailândia, Hong Kong, na China, Houston e Las Vegas, nos Estados Unidos.
Os Policiais suspeitam que um gigantesco volume dessas pedras já esteja nas mãos de joalheiros e de particulares no exterior. Uma única pedra de turmalina azul “Paraíba” pode chegar ao valor de 3 milhões de Reais. O mercado clandestino da pedra pode tem gerado uma movimentação milionária de capital ilícito, no Brasil e no exterior.
A operação contou com a colaboração de fiscais do Departamento Nacional de Produção Mineral-DNPM e da Secretaria da Receita Federal.
Todos os investigadosresponderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, usurpaçãode patrimônio da União, organização criminosa, contrabando e evasão de divisas.


[1]O termo Sete Chaves – referência feita aos negociadores no mercado restrito da pedra, turmalina azul, que guardavam à “sete chaves” o segredo sobre a existência de uma pedra extra valorizada e pouco conhecida no mercado de pedras preciosas.

Nova mina de Turmalina Paraíba renderia 1 bilhão de dólares a investigados na operação 'sete chaves'

Nova mina de Turmalina Paraíba renderia 1 bilhão de dólares a investigados na operação 'sete chaves'

Os diálogos interceptados durante a Operação Sete Chaves revelam a descoberta de nova reserva de turmalinas Paraíba, negócio “muito bom”, segundo os investigados. Eles comentam que lucrarão cerca de “um bilhão de dólares” com o negócio e que estarão “bem de vida até a sexta geração da família de todos eles”.
Diálogo interceptado, em abril de 2014, revela a visita de especialistas do Gems Institute of America à mina em São José da Batalha. No trecho, um dos investigados comenta que na semana anterior havia extraído pedras de qualidade e que a visita dos americanos foi encomendada por Sebastião Lourenço e Azizi, com o objetivo de analisar a qualidade da extração das turmalinas paraíba.
Entre os dias 31 de março de 2014 e 17 de abril do mesmo ano, uma expedição do GIA visitou minas brasileiras nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Paraíba. A expedição tinha o objetivo de “reunir informações e documentar o estado atual das minas de pedras coloridas, particularmente esmeralda e turmalina”.
Turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta
Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as gemas do distrito de São José da Batalha (PB) conseguem alcançar teores de cobre acima de 2% A turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta. Em razão de suas características particulares, de seu azul incandescente, a gema paraibana exerce fascínio em todo o mundo, sendo utilizada nas joias confeccionadas por grifes nacionais (Amsterdan Sauer e H Stern) e internacionais (Dior e Tiffany& Co UK).
Estima-se que um quilate (0,2 grama) da pedra custa em média U$ 30 mil e pode chegar a custar até U$ 100 mil, dependendo das características da gema. A maior dessas pedras já encontrada, a Ethereal Carolina Divine Paraíba, tem 191,87 quilates e é de propriedade do filantropo canadense Vicente Boucher. A pedra foi avaliada em até U$ 125 milhões.
As turmalinas são um minério comum encontrado em várias localidades. Entretanto, a autêntica turmalina paraíba possui traços de cobre, manganês e ouro em percentuais únicos, o que proporciona um efeito de fluorescência que não se encontra em nenhuma outra gema. Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as turmalinas do distrito de São José da Batalha (PB), conseguem alcançar teores de cobre acima de 2%. No Rio Grande do Norte e África, onde se exploram também turmalinas, os teores de cobre não chegam a 0.80%.
A pedra foi batizada de turmalina paraíba por ter sido encontrada pela primeira vez em São José da Batalha, distrito do Município de Salgadinho, na região do Cariri, interior da Paraíba, a 244 km da capital. Segundo relatos da imprensa, a primeira turmalina paraíba foi descoberta em 1982 por Heitor Dimas Barbosa, dono da Mina da Batalha. Na época da descoberta, Heitor Barbosa foi citado em revistas estrangeiras como o homem que descobriu a raríssima turmalina paraíba. A qualidade excepcional da pedra foi comprovada pelo Gemological Institut of America (GIA) nos Estados Unidos.