terça-feira, 8 de setembro de 2015

Países onde são encontradas esmeraldas

Países onde são encontradas esmeraldas


Países onde são encontradas esmeraldas
Esmeraldas são pedras mais preciosas até do que os diamantes
Hemera Technologies/PhotoObjects.net/Getty Images
Esmeraldas, pedras preciosas verdes raras e luxuosas que têm sido valorizadas por séculos pelos egípcios, incas e astecas. Elas eram vistas como gemas sagradas com propriedades curativas e acreditava-se que elas traziam sorte. Sua dureza na escala de Mohs é entre 7 e 8. Como as esmeraldas são mais preciosas do que diamantes, verifique com um instituto gemológico para se certificar de que são reais.

América do Sul

Os dois principais países na América do Sul onde as esmeraldas são encontradas são a Colômbia e o Brasil. A Colômbia é o maior produtor dessas pedras do mundo. As esmeraldas colombianas são de um verde brilhante, muito valorizadas e estabelece o padrão pelo qual as outras esmeraldas são avaliadas. As três minas famosas que produzem essa pedra na Colômbia são Muzo, Chivor e Coscuez. Em 1963, o Brasil começou a vender esmeraldas e elas também eram consideradas gemas de alta qualidade. As pedras do Brasil variam de tons claros aos raros tons de verde escuro, que são produzidos na mina de Nova Era. O Brasil também produz uma esmeralda única de olho de gato que possui raios em forma de estrelas.

África

As esmeraldas podem ser encontradas em Gana, na África do Sul, Zimbábue, Zâmbia e nas florestas tropicais de Madagascar. Desses, Zimbábue e Zâmbia são internacionalmente reconhecidos como produtores de esmeraldas de alta qualidade. As mais antigas, que são datadas de cerca de 2,600 milhões de anos atrás, vêm do Zimbábue. Elas são pequenas e possuem uma cor verde-amarelada. A Zâmbia possui o segundo maior depósito de esmeraldas, mas a mineração é limitada devido ao uso de ferramentas manuais. As esmeraldas desse país são de um verde escuro e têm tons azulados.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a Carolina do Norte apresenta uma oportunidade única porque é permitido que o público procure por esmeraldas. Localizada próxima das montanhas Brushy, em Hiddenite, Carolina do Norte, a Emerald Hollow Mine possui mais de 60 tipos de gemas. Muitas das pedras encontradas na mina quebraram recordes como as maiores esmeraldas do mundo. Existem três métodos que os visitantes podem usar para procurar pelas gemas: com água, que envolve lavar baldes de minérios para procurar por elas; procurar na água da montanha que pode ter pedras devido à erosão; e cavando.

Rússia

As esmeraldas têm uma longa história na Rússia. A primeira gema foi encontrada lá em 1830 e a primeira mina, de St. Mary, foi descoberta em 1833. A mineração de esmeraldas parou depois da Primeira Guerra Mundial e só voltou em 2005, quando a companhia de mineração Urals ganhou os direitos sobre um grande depósito de esmeraldas e as reintroduziu no mercado. As gemas da Rússia são em um tom de verde claro ou floresta, com muita limpidez.

Quais são os maiores países produtores de esmeraldas?

Quais são os maiores países produtores de esmeraldas?

Quais são os maiores países produtores de esmeraldas?
A maioria das esmeraldas é usada em joias
Hemera Technologies/PhotoObjects.net/Getty Images
Esmeraldas, e não diamantes, são os melhores amigos da mulher, de acordo com “Gemstone.org”. As gemas são consideradas assim devido à escassez de pedras perfeitas. Ao contrário dos diamantes, uma esmeralda com inclusões (jardins), ou pequenas fraturas dentro da pedra, são consideradas parte da personalidade e são evidências de que a esmeralda é verdadeira. Elas são extraídas em todo o mundo, incluindo a América do Norte, mas a maioria das gemas de qualidade e pedras finas é constantemente encontrada e produzida em poucos locais.

Colômbia

Desde a era dos Incas, a Colômbia lidera o mundo na produção de esmeraldas. Embora haja mais de 140 jazidas de esmeraldas mapeadas, apenas três estão sendo exploradas. As minas mais antigas estão em Muzo e Chivor e estão ativas desde os tempos pré-colombianos. A mina mais lucrativa financeiramente é Coscuez, respondendo por cerca de três quartos da produção da Colômbia. Esmeraldas colombianas são bem valorizadas, devido às suas profundas cores verdes.

Brasil

Descobertas pela primeira vez em 1920, as esmeraldas brasileiras foram consideradas de menor qualidade do que as da Colômbia e da Zâmbia. No entanto, desde 1980, as minas nos estados da Bahia, Minas Gerais e Goiás têm produzido esmeraldas comparáveis às da Colômbia. A mina Nova Era na região de Itabira também produz esmeraldas raras, como a “olho de gato”, e outras ainda mais raras, como a “estrela de seis pontas”. O Brasil atualmente possui uma diversidade de esmeraldas maior do que qualquer outro país.

Zâmbia

A Zâmbia extrai pedras de esmeralda transparentes e verde escuro. A cor é mais profunda do que as esmeraldas colombianas, muitas vezes com leves tons de azul. Essa cor e poucas inclusões nas gemas são responsáveis pela crescente popularidade das esmeraldas zambianas. As melhores pedras são de cor clara, verde-grama, embora tendem a ser menores do que as pedras mais escuras. A maioria das gemas finas é produzida nas minas de Kamakanga e de Kagem, na região nordeste do país.

Zimbábue

Esmeraldas da mina Sandawana no sudoeste do Zimbabwe são algumas das gemas mais antigas do mundo. As esmeraldas foram descobertas pela primeira vez em 1956 e são pequenas, mas de muito boa qualidade. Elas possuem uma cor verde brilhante, muitas vezes com tons amarelados. Uma pedra de três quilates da mina Sandawana foi vendida em 1980 por R$ 120.000. Comparada ao Brasil e à Colômbia, a produção de esmeraldas do Zimbábue é baixa, no entanto a qualidade de esmeraldas extraídas é três vezes maior do que a de diamantes com o mesmo tamanho.

Estados Unidos

A esmeralda vermelha, uma das pedras preciosas mais raras do mundo, é quase quimicamente idêntica à esmeralda verde. Um pequeno vestígio de manganês gera a cor vermelha. Elas são encontradas apenas na encosta oriental das montanhas Wah Wah, em Beaver County, Utah. Atualmente, o maior corte de esmeralda vermelha pesa pouco mais de quatro quilates e as gemas são tão raras que só se extrai uma para cada 150 mil diamantes e 15 mil esmeraldas verdes. O custo de uma esmeralda vermelha facetada é de aproximadamente R$ 20.000 por quilate.

Esmeraldas famosas

A esmeralda NAEM (The North American Emerald Mines), originalmente conhecida como “Rist Mine Emerald”, pesando 1.869 quilates, foi encontrada em 2003, em uma das terras da empresa na Carolina do Norte. Ela é a maior esmeralda já encontrada na América do Norte. “The Sacred Emerald Buddha” (O Sagrado Buda Esmeralda), com 3.600 quilates, descoberta na Zâmbia, em 1994, apresenta um Buda em baixo-relevo esculpido por uma artesã na Tailândia. A esmeralda de 632 quilates, sem cortes, conhecida como “The Patricia Emerald” (A Esmeralda Patrícia), foi encontrada em 1920, na mina de Chivor, Colômbia. Ela foi originalmente conhecida como "Patrizius", em honra ao St. Patrick, da Irlanda.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O excremento que mudou a geografia do mundo

O excremento que mudou a geografia do mundo



 
Entre os vários legados que os Incas nos deixaram um dos mais impactantes e, mesmo assim, pouco conhecido é o do guano.

Os Incas já utilizavam o guano por mais de 1.000 anos antes da chegada dos conquistadores espanhóis.

O guano é um fertilizante natural riquíssimo em fosfato e nitrogênio, resultante da acumulação de excrementos e urina de pássaros e/ou morcegos ao longo de milhares de anos. Estudos mineralógicos indicam que o guano é fundamentalmente composto por minerais como a hidroxiapatita, apatita, variscita e crandalita.

Os fosfatos estão entre os fertilizantes mais importantes e eficientes e são usados intensivamente na agricultura, pecuária e nas indústrias químicas.

Os Incas sabiam da importância do guano que se acumulava em algumas ilhas como as Chincha, na costa do Peru.

Ilhas Chincha- lavra de Guano Essas três pequenas ilhas graníticas a pouco mais de 20km da costa abrigavam uma população gigantesca de pássaros cujos excrementos, ao longo de milhares de anos, formou uma espessa camada de guano que ultrapassava 45m.

Diziam os espanhóis que o cheiro dessas ilhas (foto) era tão intenso que afastava a maioria dos visitantes.

Nada crescia nas ilhas Chincha.

Mas os Incas sabiam muito bem o valor do guano lá depositado ao longo do tempo geológico.

Os espertos conquistadores espanhóis, em seus relatórios, discutiram o enorme valor que os dirigentes do Império Inca davam ao fertilizante. Segundo eles os acessos às ilhas era proibido e qualquer perturbação aos pássaros era punida com a morte.

Ilhas Chincha- lavra de Guano Somente em 1802 o naturalista e geólogo prussiano Alexander Von Humbolt (autorretrato 1815) iniciou uma pesquisa sobre as propriedades fertilizantes do guano, que atraiu a atenção mundial e detonou o famoso Boom do Guano.

Foi no século 19 que o boom se intensificou e os europeus invadiram as ilhas peruanas e do Caribe depredando quase todos os recursos de guano existentes na costa do Pacífico.

Fortunas foram feitas e a exploração do guano se propagou a todos os cantos da Terra.

Em 1828 um navegador americano descobriu uma ilha na costa da Namíbia coberta por “excrementos de pássaros”. A história foi contada em um livro e gerou uma nova corrida ao guano, tido, então, como o melhor fertilizante do mundo.

Em 1842 uma pequena expedição redescobriu a Ilha de Ichaboe na costa Sul-Africana. A notícia fez milhares de aventureiros se lançarem em busca do guano africano.

Um capitão inglês, Sir John Marshall, escreveu em seu diário o inferno que se tornaram as jazidas de guano africanas: “ imagine uma frota de 233 embarcações, algumas delas velhas e obsoletas, conduzidas por tripulações de bêbados e desqualificados, mais de 3.500 tripulantes da pior espécie...”

Em pouco tempo as ilhas africanas de Ichaboe e outras similares foram literalmente limpas de todo o guano.

Como era de se esperar a riqueza atraiu a atenção das potências e durante a Guerra do Pacífico (1879-1883) o Chile se apoderou de grande parte das jazidas peruanas de guano e salitre.

Em 1856, de olho na riqueza do guano, os americanos, em um ato imperialista clássico, promulgaram o Ato das Ilhas de Guano.

Através deste ato qualquer cidadão americano poderia se apoderar de qualquer ilha com jazimentos de guano em qualquer lugar do planeta...

Esta lei dava ao presidente americano o poder do uso de força militar para proteger os interesses destes americanos e, consequentemente, segurar as jazidas de guano.

Na época os Estados Unidos já importavam quase 800.000 toneladas de guano.

Foi através deste ato que os Estados Unidos “conquistaram” mais de 100 ilhas ao redor do globo, alterando completamente a geografia do planeta.

Algumas destas ilhas do Ato do Guano ainda continuam em litígio.

Você conhece a textura spinifex e o que ela fez pela Austrália?

Você conhece a textura spinifex e o que ela fez pela Austrália?



 
A Geologia é cheia de histórias interessantes e, muitas vezes, pouco conhecidas.

A textura spinifex (foto) é uma textura resultante da rápida cristalização de fenocristais de olivina (geralmente forsterita) que formam agulhas alongadas quase entrelaçadas em uma lava ultramáfica altamente magnesiana.

Essa textura peculiar leva o nome de spinifex que é um arbusto comum na Austrália e na zona costeira da África do Sul.

Até aí tudo bem...Devem existir centenas de texturas mineralógicas com nomes estranhos como essa spinifex.

No entanto a textura spinifex é característica de um tipo relativamente raro de lava ultramáfica chamada komatiito.

Komatiitos só existem em idades Arqueanas e em ambientes tipo greenstone belt.

Os komatiitos foram descritos em 1969 no Greenstone Belt de Barbeton, na África do Sul. Foi lá, em Barbeton, próximo ao rio Komati, que o termo foi cunhado.

Em pouco tempo os geólogos do mundo inteiro perceberam que essas vulcânicas ultramáficas eram bem mais comuns do que parecia e que tinham uma gigantesca importância econômica.

Alguns anos antes da descrição dos Komatiites pelos irmãos Viljoen, os australianos fizeram espetaculares descobertas de jazimentos de níquel sulfetado em rochas supracrustais em Kambalda no Oeste da Austrália.

Em Kambalda as lavas ultramáficas eram ricas em uma fase líquida imiscível composta por sulfetos de Fe-Cu-Ni-PGM que se depositavam, por gravidade, nas partes basais dos derrames e nos paleovales.

Essas lavas eram os komatiitos descritos um pouco mais mais tarde na África do Sul e os sulfetos maciços descobertos criaram um boom na pesquisa mineral australiana na década de 60 que mudou a história e a economia da Austrália.

Mas qual é a importância da textura spinifex nessa história? Como a maioria dos jazimentos sulfetados estavam encobertos os geólogos tiveram que recorrer a métodos indiretos como geofísica e geoquímica para descobri-los.

Entretanto o bom geólogo de campo australiano logo percebeu que essas ultramáficas mineralizadas tinham em comum duas coisas: os gossans e as texturas spinifex.

Foi quando os gossans e as texturas spinifex mudaram de vez a exploração mineral mundial.

Em decorrência dos investimentos em pesquisa mineral foram descobertos centenas de jazimentos de níquel sulfetado com essas características, não só na Austrália, mas em vários locais como Canadá, África do Sul, Rússia e Brasil.

Graças a pequenos detalhes como a textura spinifex essas descobertas mudaram o panorama do níquel mundial, geraram dezenas de bilhões de dólares de retorno e centenas de milhares de empregos diretos...

gossan

Na 'Suíça do Piauí', opala rende até R$ 60 mil no mês a garimpeiros

Na 'Suíça do Piauí', opala rende até R$ 60 mil no mês a garimpeiros

Mas, para encontrar pedra preciosa, é preciso sorte e dedicação.
Mineral é encontrado apenas em Pedro II e na Austrália.


Na pequena cidade de Pedro II, no norte do Piauí, a opala extra, pedra encontrada apenas nessa região e no interior da Austrália - que faz o mineral ser considerado precioso e chega a custar três vezes mais que o ouro - é o que move a economia local. Por ano, a cidade vende perto de 400 quilos de joias feitas com a pedra para os mercados interno e externo.
Processo de mineração da Mina do Boi Morto, em Pedro II, no Piauí. (Foto: Divulgação/Sebrae)Processo de mineração da Mina do Boi Morto, em Pedro II, no Piauí.

Tamanho é o valor do mineral que um garimpeiro chega a “achar” - com sorte e muita insistência - até R$ 60 mil em pedras em um mês. Normalmente, o ganho não atinge essa cifra com tanta frequência. No entanto, segundo José Cícero da Silva Oliveira, presidente da cooperativa dos garimpeiros de Pedro II, a atividade tem se desenvolvido, e o setor vem mantendo boas expectativas de crescimento - sustentável. Hoje, são explorados, legalmente, cerca de 700 hectares, o equivalente a 7 milhões de metros quadrados.
“A exploração não é mais desordenada. Todos os trabalhadores da cooperativa trabalham em áreas regulares, com licenciamento, com equipamento de segurança. Sempre recebemos a visita de fiscais de vários ministérios”, afirmou. No regime de cooperativa, 10% de tudo o que se ganha em vendas é dividido entre os 150 associados. “Mas se um encontra uma pedra maior, por exemplo, fica para ele. Se não fosse assim, não daria certo, né?”, ponderou.
Na chamada Suíça piauiense, devido às temperaturas mais amenas, que não castigam a cidade, diferente de muitos municípios do Nordeste, Pedro II tem cerca de 500 famílias, entre garimpeiros, lapidários, joalheiros e lojistas que vivem da opala, de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Piauí. A população de Pedro II, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 37.500 pessoas.
Opala bruta (E) e anéis feitos com a pedra, em Pedro II. (Foto: Carlos Augusto Ferreira Lima/Sebrae)Opala bruta (esq.) e anéis feitos com a pedra, em Pedro II.


Pedro II tem se consolidado, nos últimos anos, como um polo de lapidação de joias. “Além da opala, também usamos pedras de outros estados do Sudeste, do Sul. Compramos essas pedras, lapidamos e fazemos as joias”, contou a presidente da Associação dos Joalheiros e Lapidários de Pedro II, Surlene Almeida. Esse tipo de atividade é desenvolvida há cerca de oito anos.

Em relação ao tempo em que as minas de opala são exploradas, a transformação das pedras em joias é recente, mas está evoluindo. Na cidade, já foi instalado um centro técnico de ensino de lapidação, design e joalheria, segundo Surlene. “É como se fosse um curso técnico mesmo, onde as pessoas se especializam nessa atividade.”

Apesar de o forte da economia de Pedro II ser a mineração, a cidade também vive da agricultura familiar. Durante o inverno, que tem períodos mais chuvosos, muitos garimpeiros migram para esse outro tipo de sustento.