RODONITA E RODOCROSITA
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Estas duas gemas de tonalidade rósea a vermelha devem sua cor ao manganês e podem, eventualmente, apresentar aspecto similar.
A rodonita ocorre usualmente na forma opaca e, menos frequentemente, nas formas translúcida e transparente; sua cor é geralmente vermelho-rosada a vermelho-alaranjada e vermelho-carne.
Quimicamente
constitui-se de um silicato de manganês, de fórmula CaMn4[Si5O15],
possui dureza 5 ½ a 6 ½, peso específico 3,40 a 3,74 g/cm3 e índices de
refração 1,733 (- 0,017 + 0,005) a 1,744 (- 0,021 a + 0,008), com uma
birrefringência de 0,010 a 0,014. O IR médio, obtido pelo método de
visão distante, corresponde a aproximadamente 1,73.
A
rodonita costuma apresentar aspecto mosqueado, com veios ou inclusões
pretos de óxido de manganês. Sua lapidação é difícil, por conta da
clivagem perfeita em duas direções.
As
ocorrências de rodonita encontram-se amplamente distribuídas, embora
poucas fontes forneçam material transparente. No Brasil, até onde
sabemos, há produção em Minas Gerais, no município de Conselheiro
Lafayete, onde ocorre associada à piroxmangita, e em Urandi, no Estado
da Bahia.
Pela
semelhança de grafia, é conveniente lembrar que a rodonita não tem
qualquer parentesco com a rodolita, um membro intermediário da série de
granadas piropo-almandina.
Já
a rodocrosita possui cor rósea, normalmente mais clara, mas algumas
vezes semelhante à da rodonita; o matiz mais apreciado é o
vermelho-groselha; ocorre na forma opaca e, menos frequentemente, na
forma translúcida.
Quimicamente
constitui-se de um carbonato de manganês, de fórmula MnCO3 e, assim
como todos os carbonatos, reage em contato com ácido clorídrico. Esta
gema costuma apresentar veios brancos com estrutura fibrosa radial e
clivagem romboédrica perfeita.
Possui
dureza 3 ½ a 4 ½, portanto inferior à da rodonita; peso específico
3,45 a 3,70 g/cm3 e índices de refração 1,590 (- 0,012 + 0,010) - 1,805
(- 0,019 a + 0,015), com uma birrefringência de 0,208 a 0,220,
elevada como convém a um carbonato.
Suas
principais ocorrências estão localizadas nos EUA (Colorado), na África
do Sul e, principalmente, na Argentina. Neste país, já era trabalhada
pelos incas, que a extraiam da localidade montanhosa de San Luís -
situada a aproximadamente 230 km a leste de Mendoza - pelo menos desde o
século XIII.
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sábado, 12 de setembro de 2015
RODONITA E RODOCROSITA
ALEXANDRITA
ALEXANDRITA
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A
mais rara e valiosa variedade de crisoberilo exibe as cores verde e
vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a
Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II;
de acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais,
em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.
Como
uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais
difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução
de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente
cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.
Esta
instigante mudança de cor deve-se ao fato de que a transmissão da luz
nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é
praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na
natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas.
Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a
desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que
a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em
vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.
Este
exuberante fenômeno é denominado efeito-alexandrita e outras gemas
podem apresentá-lo, entre elas a safira, algumas granadas e o
espinélio. É importante salientar a diferença entre esta propriedade e
a observada em gemas de pleocroísmo intenso, como a andaluzita (e a
própria alexandrita), que exibem distintas cores ou tons, de acordo com a
direção em que são observadas e não segundo o tipo de iluminação a
qual estão expostas.
Analogamente
ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e
alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros
casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, explicado
detalhadamente no artigo anterior, no qual abordamos o tema do
crisoberilo.
As
principais inclusões encontradas na alexandrita são os tubos de
crescimento finos, de forma acicular, as inclusões minerais (micas,
sobretudo a biotita, actinolita acicular, quartzo, apatita e fluorita) e
as fluidas (bifásicas e trifásicas). Os planos de geminação com
aspecto de degraus são também importantes características internas
observadas nas alexandritas.
Atualmente,
os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka
(Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru),
Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e Andhra Pradesh).
No
Brasil, a alexandrita ocorre associada a minerais de berílio, em
depósitos secundários, formados pela erosão, transporte e sedimentação
de materiais provenientes de jazimentos primários, principalmente
pegmatitos graníticos. Ela é conhecida em nosso país pelo menos desde
1932 e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma
localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências
brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas
Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa
Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás
(Porangatú e Uruaçú).
A
alexandrita é sintetizada desde 1973, por diversos fabricantes do
Japão, Rússia, Estados Unidos e outros países, que utilizam diferentes
métodos, tais como os de Fluxo, Czochralski e Float-Zoning, inclusive
na obtenção de espécimes com o raro efeito olho-de-gato.
A
distinção entre as alexandritas naturais e sintéticas é feita com
base no exame das inclusões e estruturas ao microscópio e, como ensaio
complementar, na averiguação da fluorescência à luz ultravioleta,
usualmente mais intensa nos exemplares sintéticos, devido à ausência de
ferro, que inibe esta propriedade na maior parte das alexandritas
naturais.
Na
prática, a distinção por microscopia é bastante difícil, seja pela
ausência de inclusões ou pela presença de inclusões de diferente
natureza, porém muito semelhantes, o que, em alguns casos, requer
ensaios analíticos mais avançados, não disponíveis em laboratórios
gemológicos standard.
O custo das alexandritas
sintéticas é relativamente alto - mas muito inferior ao das naturais
de igual qualidade - pois os processos de síntese são complexos e os
materiais empregados caros. O substituto da alexandrita encontrado com
mais frequência no mercado brasileiro é um coríndon sintético
“dopado” com traços de vanádio, que também exibe o câmbio de cor
segundo a fonte de iluminação sob a qual se observa o exemplar.
Eventualmente, encontram-se, ainda, espinélios sintéticos com mudança de
cor algo semelhante à das alexandritas. |
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ÁGUA-MARINHA Síntese, Substitutos, Inclusões e Principais Regiões Produtoras
ÁGUA-MARINHA
Síntese, Substitutos, Inclusões e Principais Regiões Produtoras |
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Depois de termos abordado no último mês o tema dos tratamentos em águas-marinhas, neste iremos tratar de sua síntese, substitutos, inclusões e principais regiões produtoras.
Substitutos
Os principais materiais
gemológicos utilizados como substitutos da água-marinha
são o topázio (com coloração natural ou induzida por
irradiação gama, com diversas designações comerciais,
tais como "Sky Blue", "London Blue",
"Swiss Blue", etc), o espinélio sintético
(comercializado desde os anos 20 do último século e
amplamente disseminado no mercado internacional de gemas
sintéticas) e os diversos tipos de vidros. Menos
freqüentemente, são empregados a turmalina e a apatita
de tonalidades claras; o zircão (proveniente
principalmente do Sri Lanka e raramente visto no mercado
brasileiro na cor azul, obtida por tratamento); a
cianita, o euclásio - uma valorizada gema de coleção,
cujas principais ocorrências brasileiras encontram-se em
Minas Gerais (Ouro Preto e São Sebastião do Maranhão) e
Rio Grande do Norte (Equador); as gemas compostas e os
berilos Maxixe e Tipo-Maxixe, discutidos no artigo do
último mês.
Síntese
Desde 1999, a
água-marinha sintética produzida na Rússia pelo
método hidrotermal tornou-se comercialmente disponível
e é, eventualmente, vista no mercado brasileiro de
gemas, na forma lapidada e calibrada. O material
sintético, por definição, apresenta composição
química, estrutura cristalina e propriedades físicas e
ópticas iguais às do seu equivalente natural.
Distingue-se deste por meio do exame das estruturas ao
microscópio (eventualmente mesmo com uma lupa de 10
aumentos), uma vez que a água-marinha sintética
apresenta característicos padrões de crescimento com
aspecto de "chevron", semelhantes aos
observados em muitos outros materiais sintéticos
produzidos pelo método hidrotermal.
Inclusões
A água-marinha
usualmente apresenta poucas inclusões e uma elevada
transparência, o que contribui para realçar sua beleza.
Por este motivo, a presença delas, mesmo em pequeno
número ou tamanho, desvaloriza acentuadamente esta gema,
ao contrário de outras, tais como a esmeralda e a
rubelita, nas quais a incidência de inclusões é mais
tolerável. As principais inclusões observadas nas águas-marinhas são os tubos de crescimento ocos ou preenchidos com fluidos, paralelos ao eixo c do cristal ("efeito chuva"); as gotículas fluidas arranjadas radialmente ("estrelas de neve"); e as inclusões minerais, sobretudo de albita, apatita, muscovita, turmalina, quartzo, ilmenita, columbita e monazita.
Principais
Regiões Produtoras
O Brasil detém a
supremacia histórica como fonte de águas-marinhas,
tendo suprido o mercado joalheiro mundial com esta
estupenda gema durante todo o último século, além de
haver dotado os acervos dos principais museus de
mineralogia do mundo com fascinantes espécimes daqui
provenientes. Embora atualmente a produção já não seja tão abundante, o Brasil continua tendo a primazia, seguido de países do continente africano, sobretudo Moçambique, Madagascar, Nigéria, Zâmbia e Tanzânia. Em nosso país, as ocorrências mais significativas encontram-se em Minas Gerais, em diversas localidades nos vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri, além da região de Santa Maria de Itabira. Há ocorrências de vulto também nos estados do Espírito Santo (Mimoso do Sul, Itaguaçú, Baixo Guandú, Muqui, Castelo, etc), Bahia (Itanhém, Itambé, Macarani, etc), Rio Grande do Norte (Tenente Ananias e Parelhas) e Paraíba (Taperoá e Frei Martinho). | |
ÁGUA-MARINHA EBERILOS MAXIXE E TIPO-MAXIXE
ÁGUA-MARINHA E
BERILOS MAXIXE E TIPO-MAXIXE |
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A água-marinha é a variedade azul a azul-esverdeada da espécie mineral berilo e, certamente, trata-se da gema mais característica e representativa do Brasil, onde existem inúmeras ocorrências significativas em corpos pegmatíticos e depósitos secundários deles derivados. Berilo Maxixe e Berilo Tipo-Maxixe Eventualmente, deparamos-nos com berilos de intensas cores azuis ou azuis-esverdeadas que, no entanto, não são águas-marinhas. Estas cores ocorrem na natureza, mas podem ser igualmente obtidas por irradiação e ambas são instáveis. A taxa de descoloração destes materiais é bastante variável, de modo que o empalidecimento pode ocorrer em apenas umas poucas semanas ou durar até dezenas de anos, de acordo com as condições em que são mantidos e/ou da freqüência com que são usados. Acredita-se que o material original, não-tratado, foi encontrado na segunda década do século passado na Mina do Maxixe, ao sul de Araçuaí (MG), daí a designação "berilo Maxixe". No início da década de 70, material similar, provavelmente oriundo de Barra de Salinas, município de Rubelita (MG), reapareceu no mercado internacional de gemas, sendo então designado "berilo tipo-Maxixe". Atualmente, atribui-se o azul intenso destes materiais a um centro de cor produzido por irradiação (natural no berilo Maxixe e induzida no berilo tipo-Maxixe) em espécimes originalmente incolores, rosas pálidos ou amarelos pálidos, de determinadas localidades no Brasil e em outros países, desde que possuam certos precursores (NO3- no berilo Maxixe e CO3-2 no berilo tipo-Maxixe). Os berilos Maxixe e tipo-Maxixe podem, geralmente, ser identificados através de ensaios gemológicos convencionais, como a espectroscopia de absorção na região da luz visível (apresentam linhas intensas na região do vermelho e débeis próximas da região do amarelo, todas ausentes no espectro da água-marinha); a averiguação do pleocroísmo (exibem dicroísmo anômalo, pois, ao contrário da água-marinha, a cor mais intensa corresponde ao raio ordinário); e o exame das inclusões por microscopia (podem apresentar películas fluidas com aspecto listrado característico). Além disso, usualmente os berilos Maxixe e tipo-Maxixe possuem densidade e índices de refração superiores aos da água-marinha e o berilo tipo-Maxixe pode apresentar fluorescência azul-esverdeada sob luz ultravioleta de ondas curtas, embora estas características não sejam diagnósticas e, portanto, devam ser interpretadas com muita cautela. Pode-se identificar materiais suspeitos submetendo-os também a um eventual teste direto de descoloração, mediante exposição à luz do sol, durante uma ou mais semanas; por meio de tratamento térmico a aproximadamente 200oC; ou através da imersão em água, em ebulição, ambos durante cerca de 30 minutos. Caso os ensaios acima referidos não sejam suficientes para identificar a amostra, faz-se necessário recorrer às técnicas analíticas avançadas e não estritamente gemológicas. | |
CRISOBERILO
CRISOBERILO
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Uma das mais importantes gemas produzidas no país é o crisoberilo, cujo nome deriva das palavras gregas chrysos (dourado, obviamente em alusão a sua cor) e beryllos (berilo), pois em tempos remotos se imaginava que tratava-se de uma variedade de berilo. Em realidade, o crisoberilo foi identificado como espécie mineral distinta em 1789 e tem em comum com o berilo apenas o fato de ambos apresentarem o elemento berílio em sua composição. O crisoberilo é a terceira gema de maior dureza (81/2), inferior apenas às do diamante e do coríndon (rubi e safira) e não requer qualquer tipo de tratamento para melhorar seu aspecto, seja para intensificar sua cor ou realçar um efeito óptico. Apresenta densidade elevada (~3,73 g/cm3) e cristaliza-se no sistema ortorrômbico. São frequentes as maclas com formas triangulares ou pseudo-hexagonais cíclicas e menos usuais os cristais estriados de hábito tabular ou os cristais de hábito prismático. O olho-de-gato pode confundir-se com algumas gemas de ampla ocorrência no Brasil, sendo o quartzo olho-de-gato seu substituto mais comum, embora não apresente o raio ondulante tão bem definido nem seu polimento alcance a excelência do material genuíno. Os termos "crisoberilo propriamente dito" e "olho-de-gato" são, às vezes, erroneamente designados por crisólita e crisoberilo, respectivamente. A denominação crisólita era utilizada na antiga nomenclatura mineralógica para designar a espécie mineral olivina, conhecida na gemologia como peridoto. As principais inclusões encontradas no crisoberilo são os tubos de crescimento finos, de forma acicular, as inclusões minerais (micas, actinolita acicular, quartzo e apatita) e as fluidas (bifásicas e trifásicas). Os planos de geminação com aspecto de degraus são também importantes rasgos internos observados nos crisoberilos. No Brasil, o crisoberilo ocorre associado a outros minerais de berílio, em depósitos secundários, formados pela erosão, transporte e sedimentação de materiais provenientes de jazimentos primários, principalmente pegmatitos graníticos. Esta fascinante gema é conhecida em nosso país desde 1805 e foi lavrada em grandes quantidades em Minas Gerais, nos municípios de Minas Novas, Crisólita e Araçuaí. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Malacacheta/Córrego do Fogo e Padre Paraíso/Vales dos Rios Americana e Santana), Espírito Santo(Colatina, Vila Pancas e Itaguaçú) e Bahia(Jaqueto). Os principais países produtores de "crisoberilo propriamente dito" e olho-de-gato são, atualmente, Sri Lanka(Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e Andhra Pradesh). | |
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