sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Nova Serra Pelada' provoca corrida do ouro em Mato Grosso

Nova Serra Pelada' provoca corrida do ouro em Mato Grosso

Publicação: 16/10/2015 11:16 Atualização:

Homens e mulheres sobem aos montes pelas serras da Borda e Santa Bárbara em busca de algum pontinho que brilhe em meio a terra. Ali, o que reluz realmente é ouro. Atraídos pelo o que estão chamando de "nova Serra Pelada", milhares de forasteiros chegam todos os dias à cidade de Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.

Com cerca de 40 mil habitantes, o município, que fica na divisa com a Bolívia, surgiu da garimpagem. "Até na cidade dá pra achar ouro, mas como fazia tempo que não achavam nada, a população foi desenvolvendo outras formas de ganhar dinheiro", explica Gilmar Souza, assessor da prefeitura. Agora, quase 3 mil pessoas já estão em Pontes e Lacerda atrás da sorte.

A "corrida do ouro" começou há cerca de um mês, quando um homem encontrou uma pepita de ouro de 20 kg, como conta a história que tem circulado pelo WhatsApp.

"Dizem que ele andava de biz velha, agora tem uma caminhonete", conta Houston Santos, morador de Aragarças, em Goiás, na divisa com Mato Grosso. Os "aventureiros", como os moradores têm chamado quem está se instalando no garimpo, vêm de diversos Estados, como Bahia, Pará e Rondônia.

Santos resolveu não se aventurar no garimpo, mas desde então tem recebido mensagens com fotos e relatos. "Um homem já teria tomado facada por causa de uma pedra de 5 kg e tem pontos de prostituição no entorno", conta. Nas fotos, as lonas e cabanas feitas ao pé da serra se espalham e é fácil perder a conta de quantas sejam.

A prefeitura nega que tenham acontecido casos de violência e que haja prostituição, mas afirma que não pode agir. "A serra fica em uma APP (Área de Proteção Ambiental), mas as pessoas entram por fazendas particulares. Um deles já colocou porteira para barrar o acesso. Outros cobram estacionamento, e a pessoa sobe mais 600 metros", diz o assessor.

Em entrevistas a jornais locais, o prefeito Donizete Barbosa (PSDB) diz que o maior problema na cidade tem sido para os empresários. Apesar de ter aquecido o comércio, a descoberta das jazidas tem levado muitos funcionários a abandonarem seus postos de trabalho.

"É bom que tem dinheiro girando, mas os funcionários estão em falta", relata um comerciante. Nas lojas, faltam pás e picaretas as concessionárias trocam carros pelas pedrinhas brilhantes, e os hotéis estão cheios de novos hóspedes.

De acordo com os relatos, mesmo quem não é garimpeiro tem conseguido ganhar de R$ 700 a R$ 800 por dia apenas com o que sobra depois que os "profissionais" encontram pepitas maiores com a ajuda de detectores de metal, tipo 1 kilo. O grama do ouro é vendido entre R$ 100 e R$ 120 em Pontes e Lacerda.

Ação
Na tarde de terça-feira, o Ministério Público de Mato Grosso ajuizou uma ação civil pública na Justiça Federal pedindo o fechamento do garimpo ilegal e a retirada das pessoas que estão na região. De acordo com o MP-MT, a exploração da área é ilegal, pois não há autorização ou licença para lavra emitida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral. A decisão está prevista para esta sexta-feira, 16.

O governo do Estado também anunciou que está formulando um plano de ação com relação à exploração do novo garimpo. Uma vistoria técnica vai ser feita por servidores das superintendências de Licenciamento Ambiental e de Fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Segundo a emissora de rádio estadual, informações obtidas pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico apontam que a Mineradora Santa Elina requereu autorização, em 1991, para realizar pesquisa na região, mas ainda não obteve licença.

Descoberta de jazidas de ouro movimenta pacata cidade de MT

Descoberta de jazidas de ouro movimenta pacata cidade de MT

'Aventureiros' chegam diariamente a Pontes e Lacerda em busca de ouro.
Funcionários têm deixado emprego para ir a garimpo que 'parece cidade'.

Pepitas de ouro foram pegas em garimpo
(Foto: Júlio Cezar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)
A descoberta de jazidas de ouro entre as serras da Borda e Santa Bárbara tem movimentado a pacata cidade de Pontes e Lacerda, localizada a 483 km de Cuiabá. A notícia se espalhou nas últimas duas semanas e muitos 'aventureiros', como são chamados pelos moradores da cidade, já que muitos não são garimpeiros profissionais, migraram para a região em busca de ouro, como relata o dono de uma concessionária na região, João Manoel Ramirez. 
Ele vendeu, nesse período, quatro veículos para esses garimpeiros, que chegaram ao município atraídos pelo ouro fácil. "Eles falaram que o dinheiro era do garimpo", afirma.
Um problema que essa descoberta causou foi a redução da oferta de trabalhadores na cidade, já que muitos optaram por ir para o garimpo. Está difícil manter os funcionários no emprego, segundo o prefeito da cidade, Donizete Barbosa (PSDB), que também é empresário na região.

A venda do ouro encontrado nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) aqueceu o comércio. Os hotéis, por exemplo, estão lotados, segundo a presidente da Associação Comercial de Pontes e Lacerda, Regina Aparecida de Moraes.
"Não tem trabalhadores porque as pessoas estão indo para os garimpos. Na minha empresa, de construção de rede de energia, oito funcionários faltaram ao serviço para procurar ouro. Quem ganha R$ 2 mil vai lá [no garimpo] e tira isso numa noite", declara.
"Alguns segmentos estão sentindo impacto maior, como as lojas que vendem ferramentas, como enxadas e pás, usadas no garimpo. Nos últimos 15 dias, esgotaram os estoques dessas ferramentas no comércio local. Os hotéis também estão cheios, principalmente aqueles mais populares, onde a estadia é mais barata, já que as pessoas vêm para trabalhar", relata.
As veias auríferas foram encontradas pelos moradores do município de 41.408 habitantes, segundo o IBGE, que, após acharem grandes quantidades do metal precioso, começaram a circular imagens de grandes pepitas pelas redes sociais e pelo WhatsApp, o que deve ter contribuído com o aumento da migração para aquela região.
"Antes, a cidade era mais tranquila e agora têm muitas pessoas de fora circulando. A cidade está mais movimentada. É notório isso", enfatiza a representante do comércio no município.
Vários barracas foram armadas em garimpo  (Foto: Júlio Cesar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)Vários barracas foram armadas em garimpo (Foto: Júlio Cezar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)
Quase uma cidade
A movimentação entre as serras, a aproximadamente 30 km do perímetro urbano de Pontes e Lacerda, é intenso, que, de acordo com o autônomo Júlio Cesar Ferreira de Souza, que mora na cidade, 'parece uma cidade'. "Deve estar beirando umas 2 mil pessoas. Tem idosos, crianças, famílias. Algumas ficam o tempo todo lá, se revezando em turno de 12 horas", conta.
Garimpo deve ter cerca de 2 mil pessoas "
Júlio Cesar Ferreira de Souza, morador
Ele foi ao local quatro vezes, sendo que a primeira há 10 dias para conhecer, e, no dia seguinte, retornou para tentar encontrar pepitas. "Eles cavam [garimpeiros], passam o aparelho, pegam as pedras maiores, sobem a terra para cima e lá tem outra equipe para pegar as pepitas menores. Daí a gente pode mexer nessa terra", diz. O grama do ouro naquela região está sendo comercializado em torno de R$ 100.
Júlio explicou que o dono de uma propriedade rural, que compreende parte do garimpo, fechou o acesso ao local explorado e os 'aventureiros' arrumaram outra alternativa para chegar ao local. No entanto, o acesso é pago.
"Um vizinho está cobrando R$ 50 por veículo para passar na propriedade dele. Esse acesso é mais rápido e fica a 600 metros do local de acesso à subida [da serra]". No local, só é possível subir a pé.
Barracas são montadas na serra (Foto: Júlio Cesar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)Barracas são montadas na serra (Foto: Júlio Cesar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)
'Fora de controle'
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) informou que, possivelmente, o garimpo nessa região, entre essas duas serras, funciona de maneira ilegal, já que não consta nenhuma autorização ou pedido de licença para exploração da área no órgão.
Por meio de assessoria, a pasta afirmou que a situação no garimpo estaria fora de controle e que, por causa disso, não será possível encaminhar um técnico do órgão para verificar o caso in loco. Desse modo, a questão está sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).
Área está sendo explorada sem autorização (Foto: Júlio Cesar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)Área está sendo explorada sem autorização (Foto: Júlio Cesar Ferreira de Souza/ Arquivo pessoal)
A Sema não confirmou que a área ocupada por garimpeiros é de preservação permanente, como informou o prefeito, mas adiantou que não se pode ter garimpo nesse tipo de área, independentemente de ser propriedade particular ou não. Além disso, para a exploração de qualquer subsolo é necessário ter permissão da União.
Em nota, a Sesp informou que a situação está sendo monitorada. "O Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron) também está atento à situação, para preservar a ordem pública e prevenir qualquer conflito na região, localizada na fronteira com a Bolívia. No entanto, até o momento não foi registrado nenhum crime transfronteiriço que exija a atuação do Gefron no local", diz.
Sem autorização da União
O superintendente regional do Departamento Nacional de Proteção Mineral (DNPM), Márcio Amorim, diz que a área encontra-se em fase de pesquisa para fins de exploração mineral e que a licença não foi expedida por questões burocráticas do governo. "As pessoas estão lá sem autorização para extração de bens minerais e podem responder pelo crime de usurpação de bens públicos e podem ser processadas com base na legislação vigente", destaca.

O desastre se aproxima: fomos depreciados, também, pela Fitch

O desastre se aproxima: fomos depreciados, também, pela Fitch





Mais uma agência internacional de ratings, a Fitch Ratings, faz um downgrade do Brasil. Anteriormente a Standard & Poor’s havia rebaixado o Brasil para o nível de mau pagador, que não pode receber os investimentos dos grandes fundos.

Faltava somente mais uma depreciação para que o país caia na vala comum e que os nossos papéis sejam considerados lixo pelo mercado.

Felizmente a depreciação da Fitch, de BBB para BBB- nos coloca um degrau acima do lixo e dos maus pagadores.

Foi por muito pouco.

No entanto é um claro aviso ao Governo Dilma que nem tudo está certo como a presidente transparece em seus discursos populistas.

Se sofrermos uma nova desvalorização com a Fitch seremos penalizados de uma forma definitiva, pois bastam os ratings de duas agências para sacramentar a nossa sorte.

A Fitch disse que o downgrade reflete os débitos crescentes de uma política econômica equivocada, os desafios de uma reforma fiscal e a difícil situação política do Governo Dilma. A agência menciona , também, a corrupção de nível mundial ocorrida na Petrobras e a economia brasileira entrando em forte recessão.

Ela reflete aquilo que todo o brasileiro já sabe e que o governo teima em negar. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A corrida pelo ouro em Pontes e Lacerda, Nova “Serra Pelada” de MT;

A corrida pelo ouro em Pontes e Lacerda, Nova “Serra Pelada” de MT;Se o governo agir como em serra pelada, é uma pessima notícia para a mineração deste país!


Um morador de Pontes e Lacerda (457 km de Cuiabá) cavava um buraco e surpreendentemente, em 1 metro de profundidade encontrou 20 quilos de ouro. Ele começou a cavar mais e encontrou mais ouro. O fato ocorreu há cerca de 30 dias em uma fazenda do município, segundo um comerciante de Pontes e Lacerda relatou à reportagem do VG Notícias, mas que pediu para não ser identificado. Confira as fotos e localização final da matéria encaminhadas por ele.
Segundo ele, o impacto da descoberta provocou uma verdadeira revolução no município, as pessoas não param de chegar e a cidade transformou uma nova Serra Pelada numa corrida pelo ouro.
 “Geralmente o ouro é encontrado em pequenas quantidades, por exemplo, um grama, mas o morador encontrou 20 quilos. A notícia se espalhou na região agora a cidade está uma loucura”, disse o comerciante.
O quilo do ouro está avaliado em R$ 140 mil, o morador encontrou 20 quilos de ouro, ou seja, uma fortuna de R$ 2,8 milhões.
“O homem que encontrou os 20 quilos de ouro andava de bis, vendeu o ouro e já está circulando na cidade de camionete. É uma história quase que inacreditável”, disse.
A notícia se espalhou pela cidade e região e as pessoas não param de chegar ao município em busca do ouro. “Apenas uma empresa vendeu 200 picaretas na cidade. As pessoas estão subindo o morro de moto táxi com picareta nas costas. Os taxistas não vencem fazer corrida. Quem chega à cidade, logo é questionado se veio à procura de ouro”, contou o comerciante.
Segundo ele, cerca de duas mil pessoas estão na fazenda cavando buracos em busca de ouro.

“A polícia não está incomodando. Mas quando alguém avisa que a polícia está subindo o morro eles dispersam. Aguardam um pouco e retomam a cavação. É uma coisa impressionante, estão cavando madrugada adentro”, contou.

PARÁ | GOVERNO PROÍBE ATIVIDADE DE GARIMPO NO TAPAJÓS

PARÁ | GOVERNO PROÍBE ATIVIDADE DE GARIMPO NO TAPAJÓS

Garimpo localizado às margens do Rio Crepori, na Província Aurífera do Tapajós. Foto: Ricardo Fialho
 Está proibida a atividade de garimpo às margens de todos os afluentes do rio Tapajós, no oeste do Estado. A decisão foi publicada no Diário Oficial de ontem e o prazo para desmobilizar máquinas dessa área é de 60 dias. 

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará, José Colares explica que a decisão foi tomada após uma série de encontros com representantes dos garimpeiros e com prefeitos da região. A proibição é por tempo indeterminado e atinge a atividade em municípios como Itaituba, Novo Progresso, Trairão e Jacareacanga. Hoje, há garimpos às margens dos rios Tocantinzinho, Água Branca, Crepori e Creporizão. “Esses afluentes não suportavam mais a atividade”. 

Está suspensa também a atividade às margens do próprio rio Tapajós mas, nesse caso, a proibição poderá ser revogada. O governo do Pará encomendou estudo à Universidade do Oeste do Pará (Ufopa) para avaliar se há ainda condições da atividade ser retomada. 

“Precisamos saber de que forma isso poderá ser feito”, explica. Não há prazo para conclusão do estudo. Enquanto isso, está liberada a atividade garimpeira em terra firme, mas ela precisará ser feita com autorização da secretaria. 

Para isso, o Estado deve publicar, ainda neste mês, uma instrução normativa, definido os critérios para desenvolvimento do garimpo. Caso volte a ser liberada, a atividade no Tapajós também será alvo de instrução normativa. 

DECISÃO 

A decisão do governo deve atingir milhares de garimpeiros na região que foi um dos principais pontos de exploração mineral nas décadas de 1970 e 1980. Nos anos 90, a atividade entrou em declínio, mas com a recente recuperação do preço do ouro no mercado internacional, a região voltou a atrair exploradores. Não há dados precisos, mas estima-se que mais de 30 mil garimpeiros estejam atuando na região. 

A produção supera os 300 quilos mensais. “Há localidades com mais de três mil habitantes que sobrevivem exclusivamente da extração de ouro. Não se trata de obstruir a vocação da região para a atividade garimpeira, mas ela precisa ser desenvolvida dentro de critérios”. O governo poderá atuar dentro da Área de Proteção Ambiental, que é de responsabilidade do Estado. Nas áreas de influência federal, caberá ao Ibama conceder a licença para a atividade.