quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O Ciclo do Ouro não acabou em Minas

O Ciclo do Ouro não acabou em Minas

Estado é responsável por dois terços das exportações brasileiras do metal. A produção é tão volumosa quanto a do auge do século 18



A busca pelo ouro está na gênese da colonização de Minas Gerais. A História conta como, no fim do século 18, depois de décadas de exploração, o fim das reservas gerou uma grave crise econômica. Mas a verdade é que, duzentos e trinta anos depois do encerramento do chamado Ciclo do Ouro, o Estado continua ganhando dinheiro com a venda do metal precioso. Daqui saem dois terços das exportações brasileiras de ouro.
Entre 2012 e 2013, Minas enviou 16,3 toneladas de ouro para o exterior, um volume equivalente ao do auge da produção no século 18. Esse comércio movimentou mais de 2 bilhões de dólares. Os métodos, claro, em nada lembram os métodos da época de Tiradentes: em Nova Lima, de onde sai a maior produção de ouro em Minas Gerais, máquinas de alta tecnologia extraem o metal a uma profundeza de até 3.000 metros. Em Paracatu (MG), outro polo de exploração aurífera na região norte do Estado, a gigantesca área de mineração ocupa quase tanto espaço quanto o centro da cidade. Uma coisa não mudou: a maior parte do ouro produzido aqui continua sendo enviada para a Europa.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Bahia tem a maior mina de diamante do Brasil

Bahia tem a maior mina de diamante do BrasilShare on email

Bahia tem a maior mina de diamantes do Brasil
Bahia tem a maior mina de diamantes do Brasil
A maior mina de diamantes do Brasil foi encontrada no último dia 19 de abril no pequeno Município de Nordestina, na Bahia. A Agência CNM conversou na manhã desta terça-feira, 23, com o prefeito Wilson Araújo Matos, que fala das expectativas de crescimento local após essa recente descoberta.
Desde 2008, a empresa Lipari Mineração (de origem canadense) iniciou pesquisas em Nordestina, mais especificamente na mina nomeada de Braúna. “Com a descoberta, a produção de diamantes no Brasil vai aumentar 495%.”, conta o prefeito. Só no primeiro, dos 22 lotes, a Lipari vai investir R$ 100 milhões para produzir 225 mil quilates por ano.
A mina Braúna fica em terras particulares e a empresa pagará pela exploração. A previsão é de sete anos de trabalhos na mina. Isso fará de Nordestina o maior produtor de diamantes brutos da América do Sul. A produção deve começar em 2015.
Licença, arrecadação e investimentos
Nordestina se localiza no semiárido da Bahia, a 359 Km da capital, Salvador. A população local é de 12,5 mil habitantes. De acordo com o prefeito, os recursos naturais não devem ser prejudicados. “Eles têm licença. Não vão agredir o meio ambiente e nem usar produtos químicos, só água. E eles já fizeram uma tubulação”, explica Wilson.
Por causa dos diamantes, Nordestina deve arrecadar R$ 5 milhões por ano de royalties mineral. “Ainda serão criados no mínimo 500 empregos diretos. Fora a arrecadação do Imposto Sobre Serviços, entre outros”, diz o gestor.
Além do aumento de receita, Nordestina deve ganhar em infraestrutura. “A empresa prometeu melhorar as estradas vicinais. E os empresários se prontificaram a melhorar o local”. Para o transporte da nova riqueza, a Lipari Mineração deve construir um aeroporto na cidade.
Os investimentos em infraestrutura são importantes, porque a descoberta deve atrair novos moradores. “Não tenho dúvida de que vai inflacionar tudo.” Wilson Araújo Matos conta que, com os novos recursos, vai potencializar a Educação, a Saúde e o Saneamento em Nordestina, que também produz ouro.
A economia local era baseada na agricultura, agora é na mineração.

Corrida ao ouro transforma município baiano em uma "mini Serra Pelada"

Corrida ao ouro transforma município baiano em uma "mini Serra Pelada"

O garimpo conta com inúmeros motores equipados com moinhos para a trituração de pedra e cascalho


Foto: Pedro Oliveira/Tribuna da Bahia
As terras da maior mina de diamantes do mundo, no município de Nordestina, na Bahia, são ricas, também, na produção de ouro
As terras da maior mina de diamantes do mundo, no município de Nordestina, na Bahia, são ricas, também, na produção de ouro. A fazenda Baixinha, a 23 quilômetros da sede do município, vem se transformando em uma mini Serra Pelada. Nessa região, existem cerca de 4 mil garimpeiros trabalhando em jazidas a céu aberto e subterrâneas. O garimpo localizado em uma área de trabalhadores sem terras, conta com inúmeros motores equipados com moinhos para a trituração de pedra e cascalho na busca pelo ouro.
O jacobinense Genésio Balor, que há nove anos trabalha em garimpos, disse que a maior quantidade de ouro conseguida em um dia de trabalho foram 22 gramas. “Durante toda a manhã desta quinta-feira, só consegui nove décimos de grama de ouro. Trabalho em mina aqui porque não tenho outra opção de ganhar dinheiro para sustentar a família. O grama de ouro custa R$ 100 e o máximo que já consegui obter em uma semana de trabalho foram 50 gramas, e isso ocorre quando damos sorte com material retirado do subsolo”, explica.
Balor disse que são vários pais de família que dependem do ouro da Fazenda Baixinha para sobreviver e explica que em Jacobina, o material adquirido (cascalho) depois de utilizado não tem repasse, o que não ocorre em Nordestina. “Aqui, na Baixinha, o material para ser triturado no moinho é adquirido e depois do trabalho de trituração e seleção a caçamba de cascalho é revendida, custando de R$ 500 a R$ 600. Mas nós não sabemos a quantidade de ouro que fica no resíduo e muito menos o produto usado por outros garimpeiros no rebeneficiamento do material”, explica Genésio Balor. Ele acredita que em muitos casos quem compra a caçamba de material triturado termina encontrando mais ouro do que eles.
Garimpeiros negam prejuízos ambientais
Em relação a prejuízos que os garimpos trariam para a natureza, como muitas pessoas reclamam, Genésio Balor nega que isso seja verdadeiro. “Algumas pessoas dizem que nós, garimpeiros, somos destruidores da natureza, como se quiséssemos acabar com a terra e a natureza, o que não é verdade. Nós não acabamos com nada, fazemos nosso trabalho preservando tudo. Veja as barragens de capacitação de repasse do material, como elas são bem feitas, para que os resíduos não corram para o leito do rio e muito menos cheguem às suas margens. Tudo aqui é preservado” explica. 
O garimpeiro Nélio Ferreira do município de Araci, disse que trabalha no garimpo há um ano e chega a conseguir de 3 a 20 gramas de ouro/dia. “Moramos aqui em barracos de taipa, sem as mínimas condições de infraestrutura” relata, informando que 10% da produção são repassadas para uma associação de sem-terra que é a detentora da área. As escavações no local são feitas por mãos de homens e através de máquinas com a utilização de compressor com rompedor. Já Manoel Costa, que veio de Caem, informou que a maior quantidade de ouro retirado em um dia de trabalho foram 50 gramas.
As pessoas que trabalham nas minas subterrâneas na Fazenda Baixinha usam capacete, bota, cinto de segurança, máscara e recebem  o ar através de uma mangueira. Eles garantem que nenhum garimpeiro usa produtos químicos e fizeram questão que a reportagem do Diário do Sisal e Tribuna da Bahia vissem como é feito o trabalho de moagem do cascalho e pedras pelas maquinas que ficam a aproximadamente 150 metros do leito do Rio Itapicuru, sem que a natureza nesta área seja prejudicada. 

Bastou um único diamante

Bastou um único diamante

Os impressionantes 1.111 quilates e o tamanho de uma bola de ténis de um diamante encontrado pela Lucara Diamond Corp. no Botswana e cuja descoberta foi anunciada ontem lançaram as acções da empresa para uma subida estratosférica. O título encerrou ontem com uma valorização de 30%, adicionando 185 milhões de euros à capitalização bolsista da empresa originária de Vancouver.
Além de ser o maior encontrado nos últimos 100 anos, este é o segundo maior diamante de sempre, apenas atrás do diamante Cullinan de 3.106 quilates, descoberto em 1905, e que integra as jóias da coroa britânica. As características particulares deste diamante tornam difícil, segundo os especialistas, atribuir-lhe um valor. Mas mais do que isto, sinalizam a relevância da mina onde foi encontrado, facto visto como positivo para a Lucara Diamond Corp.
“A recuperação de uma gema desta qualidade, acima dos mil quilates, indica que a mina em Karowe é mesmo importante”, disse William Lamb, CEO da Lucara, disse no comunicado. De salientar que a Lucara está em competição aberta com a Gem Diamonds, que tem uma mina no Lesotho, para ver quem ganha o ‘campeonato’ da maior gema alguma vez descoberta. Até ao momento, a Gem Diamonds estava na frente, depois de ter recuperado uma gema com 603 quilates no Lesotho.
De salientar que a Lucara também disse ter encontrado outros dois grandes diamantes brancos. O primeiro pesa 813 quilates antes de limpeza, o que significa que é provável que esteja entre os 10 maiores já encontrados. A segunda é 374 quilates.
Relativamente à qualidade do diamante encontrado, Edward Sterck, um analista londrino da BMO Capital Markets referiu que “é quase impossível estimar um valor para uma pedra tão extraordinária dado que uma avaliação é altamente dependente da cor, claridade e características de corte e polimento””.
Em Julho, a Lucara vendeu uma pedra de 341,9 quilates por mais de 18 milhões de euros – o que resulta numa média de 56 mil euros por quilate. Mas a conversão directa em relação ao novo achado não se pode fazer: o seu valor vai depender do tamanho e qualidade das pedras polidas que podem ser cortados a partir dela. Tudo isto pode, aliás, levar muitos anos a concretizar.

Os joalheiros Graff Diamonds são os ‘normais’ compradores destas pedras gigantes. A última aquisição custou-lhes mais de 10 milhões de euros: a Lesotho Promise, assim se chamava a pedra, foi cortada em 26 diamantes incluindo um em forma de pêra com 76,4 quilates. Como comparativo, recorde-se que o Cullinan foi cortado à mão em nove grandes gemas e 96 pedras menores.

Letseng é um kimberlito excepcional.




 

Letseng é um kimberlito excepcional. A jazida está situada no montanhoso Lesotho, um enclave da África do Sul e tem uma história bastante peculiar.

Letseng é um desses kimberlitos de baixíssimo teor.

Imagine só que cem toneladas de minério produzem 3 quilates de diamante, apenas 600 miligramas.

Some a esse problema o fato de que em Letseng o tamanho médio das pedras é elevado e veremos que são necessárias milhares de toneladas para termos alguma produção de diamante.

Foi essa característica ímpar que literalmente matou vários programas de pesquisa efetuados neste kimberlito ao longo de 20 anos. Os geólogos não conseguiam entender qual seria o volume médio a ser amostrado para a obtenção de um teor médio.

Vários tentaram e somente um conseguiu.

A equipe que teve sucesso calculou que seriam necessárias, no mínimo, 1 milhão de toneladas de amostra para se ter um estudo representativo sobre os teores a qualidade e tamanho das pedras de Letseng, parâmetros fundamentais para a construção de um cash flow preciso.

Em outras palavras, o minerador teve que fazer uma lavra piloto para obter esses dados.

Foi essa percepção e enorme investimento que transformaram Letseng em uma das minas mais bem sucedidas de diamantes do mundo.

Eles descobriram que o kimberlito estatisticamente produz pedras enormes com alta qualidade. O sonho de todo o minerador.

Pois foi, mais uma vez, em Letseng que o mundo viu maravilhado a venda de mais uma pedra de grande tamanho.

A foto mostra um diamante branco com 314 quilates, de altíssima qualidade, que foi vendido nesta semana por US$19,3 milhões de dólares. Já é o segundo diamante, maior que 300 quilates, descoberto em Letseng neste ano.

Apesar da idade a mina continua a pleno vapor. Um recente programa de sondagem exploratória ampliou as reservas de Letseng até 350m de profundidade.