sábado, 12 de dezembro de 2015

Em pouco mais de meio século de atividade, o total estimado de ouro retirado do Oeste paraense é de 782,9 toneladas

OURO DO TAPAJÓS: 782,9 TONELADAS E UM SAQUE PLANETÁRIO!

Em pouco mais de meio século de atividade, o total estimado de ouro retirado do Oeste paraense é de 782,9 toneladas, das quais apenas 313,2 toneladas saíram legalmente. O restante, correspondente a 60% da produção, foi descaminhado, como dizem os estudiosos, que evitam falar apenas em contrabando. Cotado a preço de hoje, 96 reais o grama, esse monumental volume de ouro estaria valendo algo em torno de 76 bilhões de reais. Com o descaminho, ficam cerca de 30 bilhões de reais que, pagando impostos e circulando legalmente na região e no País, quanto benefício poderiam ter causado à população em geral e à economia local e estadual? 
Imagem: duquedecaxias.vendidasem3.com

A província garimpeira do Tapajós/Jamanxim e afluentes, a maior do Brasil com mais de 28 mil quilômetros quadrados, produziu entre os anos de 1980 e 1989 um total de 256,9 toneladas de ouro, sendo 76,9 toneladas comercializadas oficialmente, com notas fiscais, e 180 toneladas descaminhadas, ou pelo contrabando ou por negócios de pequeno e médio porte não contabilizados pelo fisco. O tamanho dessa área é o oficial, autorizado por lei federal, no entanto, a garimpagem se estende por cerca de 100 mil quilômetros quadrados, à revelia da lei, segundo estimativas confiáveis.
Itaituba, a Cidade Pepita, ficou dependente dos resíduos de uma economia predatória, que pode ser  modernizada e introduzir tecnologias não destrutivas ao meio ambiente natural e humano (Foto: MD)
EVASÃO
Estes negócios compreendem a evasão pura e simples, assim como a troca de poucas gramas por mercadorias, realizadas pelos trabalhadores garimpeiros, até a aquisição de objetos mais caros efetuados, em geral com volumes de ouro não muito significativos no varejo, mas representativos no volume geral do descaminho. 

Tanto o contrabando como estes negócios laterais desviaram mais da metade de todo o ouro produzido a região sob influência do Rio Tapajós. Esta estimativa faz parte de pesquisa do Departamento Nacional de Produção Mineral, o DNPM, referente àquele período. Do total produzido nas grotas, barrancos e nos leitos dos rios e igarapés naquela década, percebe-se que a produção anual foi de cerca de 26 toneladas. 

Com a queda acentuada dos preços do metal no mercado mundial, ao lado de medidas econômicas do governo brasileiro daquele período, os garimpos desta região amazônica tiveram uma redução drástica de suas atividades, que recomeçaram vorazmente de 2010 para cá, justamente na trila do aumento também acentuado da cotação do ouro, cujo grama está hoje (20 maio 2013) a 96 reais. 

De janeiro de 2010 e agosto de 2012, a cotação do ouro no mercado internacional saltou de 900 dólares para 1.800 dólares a onça (uma onça/ouro equivale a 31 gramas). Aí está uma das explicações da entrada maciça da garimpagem industrial nas águas do Tapajós e seus afluentes. 
Favela na frente da Cidade Pepita. Aqui permanecem famílias de trabalhadores de vários Estados, que vieram sonhando com uma vida melhor, resumida em parcos gramas de ouro que de muito pouco lhes serviu (Foto: MD)
SAÚDE PÚBLICA
O geólogo Alberto Rogério da Silva, com larga experiência em consultoria de mineração, prestando serviços ao Instituto Brasileiro de Mineração, o IBRAM, ao Sindicato das Indústrias Minerais do Pará e à Reinarda Mineração Ltda., informa que, na região do Tapajós, existem atualmente 2.200 pontos de extração de ouro, 500 pistas de pouso para aviões e produção de cerca de 12 toneladas do minério por ano, sendo que a atividade garimpeira já é realizada no local desde 1958. No final do ano passado Alberto Rogério lançou um excelente livro, “A Indústria Mineral no Pará”, em que oferece um panorama do setor na região, do ponto de vista empresarial, ambiental, inclusive quanto à questão do emprego do mercúrio na lavra aurífera e as suas implicações para a saúde pública. 

Esses números são atualizações de observações empíricas que vêm do período do boomverificado mais ou menos entre 1980 e 1990. Muitos campos de pouso estão presentemente desativados ou muito pouco utilizados, assim como o total de pontos de garimpagem não significa que a atividade tipicamente artesanal ou semimecanizada esteja tão alastrada quanto naquela década. Mas a atividade retorna com muita força, com a introdução da garimpagem industrial que dispensa milhares de trabalhadores, os chamados peões de grota. A tecnologia avançou e os braços necessários para a lavra diminuem exponencialmente. 

PRODUÇÃO ESTIMADA EM 54 ANOS DE ATIVIDADE GARIMPEIRA 

De 1958 a 1969 – cálculo empírico – 80 t = 7,2 t por ano 

De 1970 a 1979 – cálculo empírico – 200 t = 20 t por ano 

De 1980 a 1989 - 256,9 toneladas = 25,7 t por ano (estimativa do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM). Obs: Neste período, a produção oficial foi de 76,9 toneladas apenas. O descaminho por contrabando e outros negócios menores, foi de 180 toneladas na década). 

De 1990 a 1999 – 120 t = 12 t por ano 

De 2000 a 2009 – 90 t = 9 t por ano 

2010 a 2012 – 36 t = 12 t por ano 

Total em 54 anos – 782,9 toneladas 

Estes dados aqui expostos estão sujeitos a contestação e estimativas mais técnicas de correção, havendo muita possibilidade de alterações para mais ou para menos. A suposição, aqui, é que seja para quantias mais elevadas. 

Os dados partem de vertentes diversas: a estimativa do próprio Departamento Nacional de Produção Mineral referente à década 1980-1989 e da presente estimativa do geólogo e um dos mais dedicados estudiosos do setor mineral do Pará, o paraense de Juruti, Alberto Rogério da Silva, consultor do Instituto Brasileiro de Mineração, o IBRAM. 

OBSERVAÇÕES
Há também as observações do autor desta reportagem referentes aos períodos em que acompanhou a atividade, como repórter de O Liberal, de Belém, e como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, na cidade de Santarém. Durante longas conversas com empresários do ramo e com diversos pilotos de pequenos aviões que faziam e fazem a rota dos garimpos do Tapajós, quase sempre as estimativas de produção giram em torno de 500 a 700 toneladas de ouro neste mais de meio século. 

Na primeira fase, final dos anos 1950 a 1969, a penetração rumo aos mananciais auríferos se fazia de barco, com semanas de viagem e, obviamente, resultando numa produção muito incipiente mas que, já no meado dos 1960, começava a deslanchar, atraindo aventureiros de várias partes do País e compradores locais de empresas paulistas, sobretudo. Começava a ser introduzido o garimpo semimecanizado e, obviamente, gerando produção cada vez mais elevada. 

Na década seguinte, entre 1970 e 1979, a produção se acelera e um dos indicadores mais visíveis foi a penetração maciça de centenas de empresas de pequena aviação na região, o que transformou o aeroporto da cidade de Itaituba no mais movimentado do mundo nesse tipo de transporte aéreo. O boom estava instalado e se estenderia intenso por cerca de 20 anos. 

Esse boom chegou ao seu auge na década seguinte, com a introdução maciça de balsas dotadas de dragas escariantes altamente agressivas ao leito dos rios. Aliado a esse processo deu-se início acelerado ao desmonte de centenas de quilômetros de barrancos às margens dos tributários do Tapajós, resultando no maior derrame de barro dentro do leito principal de um rio brasileiro. O imenso Tapajós, com seus 850 quilômetros de extensão desde a junção do Juruena e o Teles Pires, e que na foz tem 16 quilômetros de largura, mudou de cor – passando de verde-esmeralda a barrento. A poluição física, pelo barro, e o emprego maciço de mercúrio nas águas da região transformaram a natureza de vários rios e igarapés do coração da Amazônia. O medo das doenças provenientes do mercúrio se alastrou e algumas pesquisas foram realizadas pelo Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, comprovando as hipóteses, em diversas amostras colhidas pelos pesquisadores, de que havia espécies de peixes, abundantes na região e alimento básico de largas faixas da população, impregnados com teores de mercúrio, transformado quimicamente, acima do que pode resistir o ser humano, segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde, a OMS. 

PESQUISAS
Pesquisas sobre a contaminação mercurial existem, mas os diversos relatórios e artigos existentes estão pedindo uma consolidação e mais investimentos, já que as iniciativas, mesmo louváveis, ainda são mais pessoais ou de grupos sem recursos para aprofundar os estudos. Ressalve-se os esforços de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará. 

Dos anos 1990 em diante houve um decréscimo acentuado na produção pelas razões expostas, como a queda dos preços do ouro no mercado internacional ao lado de medidas econômicas num período de elevada inflação no Brasil. 

De 2010 para cá, no entanto, a atividade retorna com força, já com o emprego de tecnologias bem mais avançadas, como o emprego de dragas que custam até 2 milhões de reais, e que já seriam em número de 70 na bacia do Tapajós. 

Há muitas questões a serem levantadas: ao revirar o leito do Tapajós e afluentes, essas dragas poderosas repetirão o desastre ambiental dos anos 1980/1990? Aquele processo foi estancado não por qualquer medida de prevenção ou repressão oficial, mas apenas em consequência do preço ouro, que despencou e por dificuldades econômicas do País naquele momento, retraindo os investidores. 

QUESTÃO CENTRAL
Outra questão, esta central: O que a região do Tapajós ganhou, neste mais de meio século de avanço ensandecido sobre suas reservas auríferas? O Estado Pará, que proveito tirou dessa monumental agressão ambiental? E uma conclusão: isto pode se repetir, com consequências ainda mais danosas à própria economia regional, especialmente ao Oeste do Pará, onde se implanta, ainda incipiente, uma indústria do turismo que tem Alter do Chão como ícone desta fase, com investimentos em hotéis, pousadas, lanchas, turismo receptivo de até 35 transatlânticos por temporada (novembro a março), afetando o emprego de milhares de pessoas nos municípios de Santarém, Aveiro (Fordlândia) e Itaituba. Quilômetros de praias e lagos podem voltar a ser enlameados como naquele período citado. E o pecado escassear. 

É claro que resíduos dessa economia do saque ficaram na região. Itaituba, que ficou conhecida como a Cidade Pepita, e Santarém, obtiveram proveitos na circulação de uma riqueza que dinamizou o comércio local, porém uma riqueza infinitamente menos significativa diante das montanhas do ouro descaminhado. Aliás, esses benefícios foram largamente neutralizados pela avalanche da massa migratória, trazendo para a região milhares de trabalhadores para os quais, quando muito, ficaram ralos gramas do metal tão precioso. 

Para a maioria desses trabalhadores ficaram a malária, o risco da contaminação pelo mercúrio, o mais venenoso metal líquido existente na natureza, e peixes contaminados para os ribeirinhos. Foram encher as periferias das duas cidades e engrossar as grotas de onde muitos nem mais saíram, seja pelas doenças ou vitimados pela criminalidade que, nos anos de boom, ceifou milhares de vidas de garimpeiros. Na frente de Itaituba está uma grande favela, às margens do rio que tanto ouro pariu neste meio século, a demonstrar a lógica dessa economia de terra e águas arrasadas. 

Quando os empresários do ouro ouvem estas conversas, de imediato alegam que qualquer medida visando ao combate à agressão ambiental e humana resultará na queda da produção de ouro e redução dos empregos nas grotas. Ocorre que ao longo do Tapajós, abaixo das zonas agredidas, muito mais gente, inclusive os 78 mil ribeirinhos que vivem da pesca, podem ficar sem trabalho. Uma questão: ninguém quer que o ouro deixe de ser retirado do Tapajós, o que se pleiteia é a introdução de tecnologias não poluentes, já existentes. 

O que precisa ter um basta é a atividade ilegal, aventureira, imediatista, como, aliás, é praxe na Amazônia, onde se chega para enriquecer rápido e cair fora, sem nenhum compromisso com o desastre deixado para trás. E isso vale tanto para o garimpo quando para as médias e grandes empresas mineradoras.

Dragas reviram o rio Tapajós em busca de ouro e diamante

Dragas reviram o rio Tapajós em busca de ouro e diamante


Os riscos da bacia do Tapajós voltar novamente a ficar barrenta são cada vez maiores. Centenas de dragas, agora com maior potência e mais poder de destruição do meio ambiente, estão revirando o leito do rio e funcionando a todo vapor em busca de ouro e diamante.

Imprimir

Os riscos da bacia do Tapajós voltar novamente a ficar barrenta são cada vez maiores. Centenas de dragas, agora com maior potência e mais poder de destruição do meio ambiente, estão revirando o leito do rio e funcionando a todo vapor em busca de ouro e diamante.
Há décadas, a região do Tapajós é alvo de milhares de garimpos ilegais em busca de ouro e diamante. Depois de sofrer uma intensa fase de exploração durante os anos 70 e 80, a exploração ficou quase estagnada décadas seguintes. Nos últimos cinco anos, porém, o garimpo voltou a prosperar com força total, mas de maneira mais perversa ainda.
As novas tecnologias e a utilização de cianeto na apuração do ouro deram novo gás na exploração do mineral, mas pode ser mortal para várias espécies, entre elas o próprio homem.
A pressão cresce e os fiscais do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) com seu poder de atuação reduzido, praticamente assistem a agressão a um dos mais belos rios da Amazônia.
Mais grave, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) que deveria fiscalizar a atividade não possui agentes suficientes para coibir mais este desastre ambiental.
O Ministério de Minas e Energia tenta regularizar a atividade na região, e procura solução ao caos fundiário. Mas o próprio presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, reconhece que quase tudo é ilegal.
“O garimpo é uma das questões que mais nos preocupa nessa região”, enfatiza.
Com tantos garimpos, é natural o aumento da ocupação irregular na região já marcada por conflitos fundiários. Segundo o Incra, entre 5 mil e 6 mil famílias demandam regularização de terras nestas áreas.

CIANETO Segundo estimativas atualmente há cerca de 60 mil homens trabalhando na extração de ouro e diamante na bacia do Tapajós. É mais da metade dos 110 mil garimpeiros que estão espalhados por toda a Amazônia.
Quase todo esse batalhão atua de forma irregular, seja utilizando materiais ou máquinas proibidas, seja agindo sem qualquer tipo de autorização e fiscalização. Antigamente era só o mercúrio, agora também o cianeto, produtos usados para apurar o ouro, que seguem direto para o leito dos afluentes e do próprio rio Tapajós.
Para complicar ainda mais a situação, os garimpeiros passaram a utilizar retroescavadeiras para cavar mais fundo o solo e chegar a camadas da terra ainda não explorada. Até cinco anos atrás, esse tipo de equipamento, conhecido como “PC”, não era usado na exploração do ouro. O número é impreciso, mas calcula-se que hoje há cerca de 150 retroescavadeiras revirando terras na bacia do Tapajós.
É muito fácil observar balsas carregando os equipamentos pelo rio. Apesar da ilegalidade total, tudo transcorre normalmente. O maquinário é caro. Uma “PC” nova, com todos os apetrechos, custa cerca de R$ 600 mil.
O alto preço, porém, não mete medo nos garimpeiros que apostam na falta de fiscalização da Sema e na alta lucratividade para ampliar ainda mais suas áreas de garimpo.

ELDORADO As ações dos garimpeiros aumentaram diante da escalada vertiginosa do preço do ouro que voltou a viabilizar que a bacia do Tapajós voltasse a ser alvo de ações de garimpo. O rio Tapajós voltou a ser um eldorado.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Mineração de Itaituba, a região está produzindo meia tonelada de ouro por mês, o que representa mais de 26 milhões de dólares, de acordo com o preço atual do metal. Há cinco anos, este volume mensal não passava de 200 quilos. “O preço disparou e o negócio voltou a atrair muita gente para o garimpo”, conta um empresário da cidade.
Em 2005, o preço da onça do ouro (31,10 gramas) teve média de US$ 445. Em 2009, a cotação dobrou e chegou a US$ 974 e não parou mais de subir. Hoje o preço da onça está em US$ 1.643.
A situação é grave, principalmente diante da falta de autorização para lavra, da maioria dos garimpeiros. Eles culpam a Sema de morosidade na liberação e regularização da exploração e sabedores da ineficiência do órgão, apostam quase todos na impunidade, para perpetrar mais este crime ambiental.

O ELEVADOR DOS DIAMANTES

O ELEVADOR DOS DIAMANTES




Nada melhor do que a simbologia para a vulgarização de temas técnicos complexos, ou a geologia ao alcance de todos
Após o artigo técnico de José Inácio Nardi a respeito da quilha mantélica, formadora dos diamantes e dos pipes kimberliticos transportadores destes até a superfície,

apresentamos o elevador dos diamantes, uma vulgarização do mesmo tema e mostrada por Antonio Liccardo da UFOP

O modelo apesar de oriundo da Africa, poderia ser em tese aplicado no Tapajós, já que foram encontradas amostras de lamproito, material destes elevadores na área diamantífera da região. 

O ENIGMA DOS DIAMANTES DO TAPAJÓS

O ENIGMA DOS DIAMANTES DO TAPAJÓS


Os diamantes do Tapajós são quase 100% gemológicos e pequenos, ou seja, pelos conhecimentos dos geólogos da África do Sul, eles foram transportados por centenas de km, o transporte tendo destruídos os diamantes mais fracos, mas eles também não são rolados, mostrando todas as facetas e são até bi-piramidados, às vezes perfeitamente euédricos e por esta razão, eles não foram transportados;
Uma flagrante contradição sem contar outros problemas como a quase ausência dos guias tradicionais do diamante; Isto é só o início do ENIGMA



Tapajos Diamonds are almost 100% for gemology and small; by South African geologists knowledge, they were transported for hundreds of miles, transport having destroyed the weaker diamonds, but they are also not rolled, showing all facets and are to bi-pyramided, sometimes quite euhedral and for this reason they were not transported;
A contradiction not counting other problems like near absence of traditional guides diamond; This is only the beginning of puzzle




Há várias décadas são conhecidas ocorrências aluvionares de Diamantes nos rios Cupari e Itapacurá, ambos afluentes da margem direita do rio Tapajós, o primeiro à jusante da cidade de Itaituba e o segundo, à montante da mesma. Garimpagem intermitente e rudimentar nestas áreas têm produzido algumas gemas de boa qualidade. Mais recentemente, novas descobertas são mencionadas em áreas de confluência dos rios Jamanxim e Tapajós, ao longo de tributários menores do baixo Jamanxim, em região ao norte de Novo Progresso, em drenagens menores ao longo da estrada Itaituba – Rurópólis e ao longo de alguns ramais rodoviários ao sul de Rurópolis. Com a migração da tecnologia garimpeira do ouro para o diamante, começam a pipocar informações de quase todo o Tapajós. Esta série de ocorrências diamantíferas sugere que a bacia do Tapajós pode abrigar depósitos importantes deste precioso mineral.
É importante tecermos algumas considerações sobre a gênese dos Diamantes em regiões como a do Tapajós, baseados nos conceitos dos estudiosos SHIREY & SHIGLEY (2013). Lembremos a regra de Clifford (1966), que enuncia – “kimberlitos diamantíferos se introduziram nas porções mais antigas dos crátons, enquanto kimberlitos estéreis se introduziram em rochas mais jovens”.  Esta relação é bem evidente no cráton Kaapvaal (África do Sul), onde os kimberlitos diamantíferos estão intrudidos no cráton e os estéreis, fora do cráton.
A erosão de antigos crátons tem produzido intemperismo nos kimberlitos aflorantes e a deposição dos Diamantes nos aluviões resultantes. Sem alçamento crustal (uplift), tais Diamantes permanecem depositados em bacias geológicas sedimentares, como no oeste da África, Zimbabwe e Brasil. Onde o cráton tem sido alçado, os Diamantes são liberados de suas rochas hospedeiras e transportados pelas drenagens junto com os sedimentos.
Ondas sísmicas evidenciam a presença de Mantle Keel (quilha mantélica), subjacente a muitas regiões continentais antigas (crátons) e aí se inclui o cráton Amazônico ou mais especificamente, a região drenada pelo alto Tapajós e tributários, foco desta análise.
Situado abaixo das crostas continental e oceânica, está o manto peridotítico rígido – este conjunto compreende a litosfera. Através dos crátons, o manto litosférico se estende de 40 Km até a profundidade de 250-300 Km. Sob os oceanos, esta camada se estende até a profundidade de 110 Km. Por causa desta forma protuberante mais espessa e sua associação antiga no tempo à crosta continental do cráton, esta parte do manto é chamada Mantle Keel.
O Mantle Keel é causador de algumas particularidades associadas aos continentes – estabilidade tectônica, elevação acima do piso oceânico e a ocorrência de Diamantes. Erupções kimberlíticas que transportaram Diamantes para a superfície, também carrearam amostras de rochas do manto litosférico – os xenólitos. E a partir destes, conseguimos conhecer melhor a natureza do Mantle Keel, sob os continentes, como por exemplo, que ele inclui 5% de Eclogitos. O Mantle Keel é a fonte de quase todos os Diamantes gema do mundo e daí, a importância que devemos dispensar ao mesmo.
Acredita-se que a crosta e o Mantle Keel subjacente ao continente, foram criados juntos em processo de consolidação crustal e estabilização cratônica. A duração deste processo é pouco conhecida; pode ter demandado muitas dezenas de milhões de anos, iniciando com a formação da crosta continental mais antiga (próximo de 4 bilhões de anos atrás). 
O significado disto, para a formação do Diamante, é que no fundo do Mantle Keel, sob cada região crustal continental antiga, há pressão alta suficiente e comparativamente baixa temperatura para permitir a cristalização de Diamantes, desde que receba fluídos saturados em Carbono, do manto convectivo sobrejacente.
Assim, o fundo do keel pode ser comparado a uma “caixa de gelo” (ice box), embora com muito mais elevadas temperaturas, capaz de armazenar Diamantes, durante bilhões de anos e mantê-los isolados da circulação convectiva do manto, muito embora, passíveis de serem carreados por um magma kimberlítico ascendente. Tanto Peridotitos, como Eclogitos contem Diamantes; mas Peridotitos que irromperam em superfície com Diamantes inclusos são raros, ao passo que Eclogitos com conteúdo diamantífero são comuns.
As atividades geológicas relacionadas às placas tectônicas, como vulcanismo, orogênese e magmatismo intrusivo próximo da superfície da crosta, geralmente podem destruir os diamantes, as que ocorrem em condições de P (pressão), T (temperatura) e oxidação, nas quais Diamantes não podem cristalizar ou permanecer estáveis.
No caso da região do Tapajós, houve o episódio intrusivo / vulcânico, predominantemente ácido e secundariamente, intermediário (riolíto- dacítico / granítico - granodiorítico), que se estendeu de 1,8 até 1,0 GA. Ainda que tal magmatismo / vulcanismo tenha sido causado dominantemente por refusão de rochas siálicas, não se tem ideia de quanto e como este fenômeno poderia ou não, ter atingido e influenciado os depósitos diamantíferos guardados nas profundezas do Mantle Keel subjacente.        
A realidade é que alguns garimpos daquela região têm produzido gemas de muito boa qualidade, o que sugere transporte longo, mas pudemos observar cristais de Diamante bi-piramidados, perfeitamente euédricos, o que sugere pequeno transporte a partir da área fonte. Também já foram verificadas na região, ocorrências de Diamantes associados a sedimentos pós-vulcânicos, ou seja não primários, fenômeno que poderia ter um papel na equação contraditória. Tais litologias sedimentares deverão ser brevemente melhor observadas, descritas e classificadas para que possamos situá-las do ponto de vista geocronológico.
Muitas pesquisas ainda deverão ser feitas para se determinar as prováveis fontes destas gemas preciosas na região do Tapajós e para explicar a contradição diamantes gemológicos/diamantes não rolados

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Os minerais mais raros do mundo

Os minerais mais raros do Os minerais mais raros do mundomundo


A grande maioria da população tem a perceção que os diamantes são as pedras mais caras e mais raras do mundo.
DiamanteCertamente, os diamantes naturais são raros e não se encontram facilmente como as pedras que encontramos na areia do mar, mas também não podemos afirmar que são os minerais mais caros do mundo e nem os mais difíceis de serem encontrados.

diamante
Existem outros minerais que de tão raros que são de encontrar podem custar cinco vezes mais que uma pedra de diamante de grande quilate.
Minerais
Por exemplo, existe a painita, considerada uma pedra preciosa descoberta há milhares de anos e desde essa data tem sido bastante admirada. 
Painita
Tal acontecimento data do ano de 1950 pelo escavador Arthur C.D. Pain e só existem 25 pedras iguais a esta em todo o mundo.
Esta pedra rara está na lista do Guiness Book of World Records como o mineral mais raro do Mundo desde 2005, tendo sido já usada em jóias e o seu valor incanculável pela sua raridade. 
Painita
As cores da Painita variam de rosa e vermelho até tons de marrom.
Foram encontradas exemplares de Painita incrustados com rubis.
Outra pedra nobre e rara é a Alexandrita, pois esta é uma pedra mineral que muda de cor de acordo com a luz que incide sobre ela.
AlexandritaPode refletir cor laranja, amarela, avermelhada e outros tons distintos. Sob a luz do sol ela parece verde, ao contrário que sob uma lâmpada incandescente a gema fica avermelhada.  
Alexandrita
Esta pedra foi encontrada pelo filandês Gustaf Nordenskiold e foi intitulada de Alexandrita em homenagem ao futuro Czar Alexandre II da Rússia. 
Alexandrita
Curiosidades
Por ter sido encontrada pela primeira vez na Rússia, era muito apreciado pelos aristocratas russos. As cores vermelhas e verdes desta gema são as cores militares do czarismo.
AlexandritaÉ uma pedra sofisticada e acredita-se que mostra o lado mais refinado e mais elegante da vida. 
Alexandrita
A tanzanita é tida como como mil vezes mais rara que um diamante, logo, mais cara uma vez que existem também poucos artigos com esta gema no mercado.
Tanzanita
Considerado um mineral rarissimo, mas ainda é encontrada em maior quantidade que a Alexandrita. 
TanzanitaAs jóias que possuem esta gema são também de valor inestimável.