terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Alta do ouro reativa produção em minas históricas brasileiras

Alta do ouro reativa produção em minas históricas brasileiras


Mina de ouro em Pilar de Goiás (Foto: João Fellet/BBC Brasil)
Brasil está recebendo investimentos bilionários para voltar à lista dos principais exploradores de ouro
Maior produtor mundial de ouro entre 1700 e 1850, o Brasil está recebendo investimentos bilionários para voltar à lista dos principais exploradores do minério.
Paralelamente, o governo está intensificando o combate ao garimpo ilegal de ouro na Amazônia, foco de atritos em regiões de fronteira, num esforço que também visa formalizar o setor para tirar proveito dos altos preços do minério.
Hoje na 11ª posição do ranking dos produtores, segundo o Serviço Geológico Americano (USGS), o país pode subir ao 7º posto caso os planos do governo de dobrar a extração de ouro até 2017 se concretizem. Para cumprir a meta, espera-se que o setor receba US$ 2,4 bilhões em investimentos entre 2011 e 2015.
A meta do governo, expressa no último Plano Nacional de Mineração, se sustenta nos preços do minério, que dobraram desde o início da crise econômica mundial, em 2008.
Considerado um investimento seguro em tempos de instabilidade nas bolsas e forte oscilação de moedas, o ouro valia cerca de US$ 800 a onça (31 gramas) no fim de 2007. Hoje está cotado em US$ 1.600. A valorização tornou rentáveis minas com baixo teor de ouro e outras já exploradas, antes tidas como esgotadas.
Entre as minas que serão reabertas está a de Serra Pelada, no sudeste do Pará. A mina atraiu milhares de migrantes nos anos 80 e fechou em 1992, em meio ao declínio da produção. Celebrizada pelas fotografias do "formigueiro humano" que abrigava, foi considerada o maior garimpo a céu aberto do mundo.
Outras minas que serão reabertas estão a de Riacho dos Machados, em Minas Gerais, e a de Pilar de Goiás.
Em 2011, segundo o USGS, o Brasil produziu 65 toneladas de ouro. A maior produtora mundial é a China, com 345 toneladas. Na América Latina, a produção brasileira é superada apenas pela do Peru, com 170 toneladas.

Incremento

Responsável por 26 das 65 toneladas de ouro extraídas anualmente no Brasil (17% do total), a mineradora canadense Yamana espera aumentar em 11 toneladas (40%) sua produção até 2014. O incremento virá de três novas minas na Bahia, Mato Grosso e Goiás.
Com o início da operação da última delas, em Pilar de Goiás, a exploração do minério será retomada num município fundado em 1741, durante a primeira corrida ao ouro no Brasil.
Desta vez, porém, a mina será explorada com alta tecnologia, em túneis subterrâneos que ultrapassam 5 quilômetros de extensão.
Segundo a Yamana, a mina terá porte médio, com produção média de 3,7 toneladas de ouro ao ano. Estima-se que cada tonelada de rocha na mina contenha 2 gramas de ouro. O metal será extraído por explosivos e separado por um longo processo de refino.
O comerciante Delfim José de Amorim conta que se assustou com o "inchaço" na cidade. "Nos pegaram com as calças na mão", diz à BBC Brasil.
Segundo ele, os moradores terão de ser qualificados pela empresa para poder pleitear os empregos na mina – a Yamana diz ter como meta usar ao menos 75% de mão de obra local em seus empreendimentos.
"Não estamos preparados para enfrentar o progresso", diz o comerciante. Mas mesmo que não consigam empregos na mina, afirma Amorim, os habitantes de Pilar esperam que a cidade se beneficie dos impostos a serem arrecadados com a atividade.
Conforme os critérios atuais para a divisão desses impostos, conhecidos como royalties, 0,65% do faturamento com a venda de ouro numa mina fica com o município produtor – a União abocanha 0,12%, e o Estado produtor, 0,23%.
O governo pretende levar ao Congresso, porém, proposta para elevar a cobrança de royalties para o ouro e outros minérios.
Refino de ouro (Foto: João Fellet/BBC Brasil)
Ouro é considerado investimento seguro em tempos de instabilidade nas bolsas e forte oscilação de moedas
No entanto, as mineradoras afirmam que alterações podem frustrar os planos do governo de aumentar a produção. "Faz-se investimento com base no que está estabelecido. Mudanças nas regras do jogo sempre preocupam", afirma Portugal, da Yamana.
A falta de mão de obra capacitada é outro entrave ao incremento da produção, ele diz, ecoando o relato de Amorim. "Custa muito investir na formação, e não estamos conseguindo suprir a demanda. É difícil levar um profissional para uma área remota se ele tiver oportunidade de trabalho em Belo Horizonte, São Paulo ou Vitória."

Megaoperação na Amazônia

Enquanto mineradoras correm para tirar seus projetos do papel, o governo atua para frear a mineração ilegal.
Na Amazônia, 8.700 militares participam desde o último dia 2 de uma megaoperação que busca, entre outros objetivos, combater garimpos ilegais nas fronteiras com a Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A ação, denominada "Ágata 4", mobilizará por um mês 11 navios, nove helicópteros e 27 aviões.
Na operação, os militares fecharam cinco minas ilegais, apreenderam 235 embarcações e destruíram duas pistas de pouso usadas por garimpeiros.
A iniciativa se soma a três operações da Polícia Federal (PF) ocorridas desde o ano passado para combater o garimpo ilegal de ouro na região Norte.
O governo brasileiro vem sendo cobrado especialmente pela Guiana Francesa, Guiana e Suriname para controlar a ação de garimpeiros brasileiros na fronteira com esses países, atividade desenvolvida há décadas, mas que ganhou novo fôlego com a alta dos preços.
No dia 25 de abril, num sinal da crescente tensão na região, cerca de cem mineradores brasileiros foram presos na Guiana.
Ao combater o garimpo ilegal, o governo também busca aumentar a formalização do setor e valer-se dos altos preços do minério para melhorar o balanço comercial.
Em 2011, o ouro foi o segundo minério que mais gerou receitas para o Brasil em exportações. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a atividade rendeu US$ 2,2 bilhões ao país. Os ganhos só foram superados (ainda que com larga folga) pelos da exportação de minério de ferro, que alcançaram US$ 41,8 bilhões.

Região colombiana vive 'febre das esmeraldas'

Região colombiana vive 'febre das esmeraldas'


Esmeralda (Foto Parent Gery - Wikicommons)
Colômbia é uma das maiores produtoras de esmeralda
A pequena cidade de Pauna, na Colômbia, está vivendo uma verdadeira "febre das esmeraldas" desde sexta-feira, quando operários que trabalhavam na construção de uma estrada descobriram pedras preciosas nas suas proximidades.
As esmeraldas foram achadas por três trabalhadores na região conhecida como Nariz do Diabo.
De acordo com o prefeito de Pauna, Omar Casallas, citado pelo jornal colombiano El Tiempo, os três estavam cavando o solo para construir a fundação de um muro inclinado que protegeria a estrada quando fizeram a descoberta.
"Um deles estava perfurando a rocha com um martelo hidráulico e viu uma pedra verde brilhante", escreveu o jornal.
A notícia se espalhou não só por Pauna, mas também pelos povoados vizinhos de Maripí, Quípama e Muzo.
Logo, centenas de pessoas correram para as imediações do Nariz do Diabo com o objetivo de procurar mais esmeraldas.
Para evitar caos, a polícia teve de bloquear a estrada e a encosta íngreme perto da qual as pedras foram encontradas.
Segundo Casallas, uma das esmeraldas foi adquirida por 4 milhões de pesos colombianos (cerca de R$ 4,4 mil) e seria enviada aos EUA.
Outra, um pouco menor, seria usada para pagar estudos que identificarão a pureza das pedras da região.

Mercado

A Colômbia é um dos maiores produtores de esmeralda do mundo, juntamente com países como a Zâmbia e o Brasil. E Boyacá é uma das principais regiões produtoras do país.
Em pelo menos duas ocasiões, uma nos anos 60 e outra nos anos 80, disputas entre famílias e grupos produtores por minas e territórios ricos em esmeralda desataram conflitos que deixaram centenas de mortos no país - as chamadas "guerras verdes".
A Colômbia exporta hoje US$ 64 milhões (R$ 129 milhões) em esmeraldas, segundo a Fedesmeraldas, que representa produtores do setor. A associação diz, porém, que ainda há margem para aumentar a produção se mais investimentos forem feitos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

GARIMPEIROS VIVEM DA EXTRAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS EM CORINTO- MG



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Em Corinto, na Região Central de Minas, um grupo de garimpeiros vive da extração de pedras preciosas. Para garantir o sustento do futuro, eles precisam cuidar do meio ambiente.
Na porta de entra dos gerais de Guimarães Rosa, há minas. Assim é Corinto, com o brilho próprio da terra dos cristais. A cidade que se desenvolveu com a chegada do trem de ferro, no início do século XX, hoje tem a mineração, uma das mais importantes atividades econômicas.
Em Corinto, o que brilha não é ouro, mas vale muito. O cristal de quartzo atrai o mundo todo. Seja ele na sua forma natural, que mais parece gelo ou tratado no cobalto, ganhando assim o tom escuro.
“Por que a gente pode dizer que os melhores cristais do mundo estão aqui? Pelo brilho e pela perfeição. E essa perfeição a gente vê onde aqui? Nos bicos. As pontas são perfeitas”, afirma o empresário João Araújo de Almeida.
Há 30 anos, ele sobrevive do comércio de pedras. Já fez de tudo na vida, mas foi na mineração que ele se realizou.
Os riscos brancos, chamados de emburrados, nos paredões, são um sinal de que ali há o que o garimpeiro procura. As pedras que a peneira separa e que depois são lavadas, para ganhar valor comercial, não são cristais de coleção ou para produzir artesanato.
Dos garimpeiros, as pedras vão para a indústria. E delas é extraída uma substância chamada silício. Ela compõe produtos importantes do nosso dia a dia. Como o xampu, pasta de dente e até a tela de cristal líquido do celular.

Nova terapia genética faz células de câncer cometerem 'suicídio'

Nova terapia genética faz células de câncer cometerem 'suicídio'

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Image copyrightSPL
Image captionTaxas de sobrevivência de pacientes submetidos ao estudo após cinco anos foram de 97% e 94%
Uma nova terapia genética permitiu modificar células de câncer de próstata para que o corpo do paciente possa atacá-las e matá-las.
A técnica descoberta por cientistas americanos induz o tumor a se autodestruir - daí o nome "terapia do gene suicida".
A pesquisa identificou um aumento de 20% no índice de sobrevivência de pacientes com câncer de próstata após cinco anos de tratamento.
Mas um especialista em câncer consultado pela BBC disse que estudos adicionais são necessários para comprovar a eficácia do tratamento.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais frequente entre homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. É também o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens - representa cerca de 10% do total de cânceres.
O estudo, conduzido por pesquisadores do Hospital Metodista de Houston, no Texas, parece mostrar que essa "terapia do gene suicida", combinada com radioterapia, pode ser um tratamento promissor para o câncer de próstata no futuro.
A técnica envolve a modificação genética de células cancerosas, que passam a emitir um "sinal" ao sistema imunológico para atacá-las.
Em geral, o corpo não reconhece células cancerosas como inimigas, porque elas se desenvolvem a partir de células saudáveis comuns.
Diferentemente de uma infecção, que motiva reação do corpo, o sistema imunológico não reage para matar células cancerosas.
Image copyright
Image captionEm geral, corpo não reconhece tumor como inimigo, porque ele se desenvolvem a partir de células saudáveis. A nova técnica pretende alterar essa lógica
Usando um vírus para transportar a terapia genética até o tumor, o resultado é que as células se autodestroem, alertando o sistema imunológico do paciente para lançar um ataque em massa.

Sobrevivência

Em dois grupos de 62 pacientes, um recebeu a terapia genética duas vezes e o outro grupo - todos com uma forma agressiva de câncer de próstata - foi tratado três vezes.
Os dois grupos também receberam radioterapia.
As taxas de sobrevivência após cinco anos foram de 97% e 94%, respectivamente. Embora o estudo não tenha empregado grupo de controle, os pesquisadores dizem que os resultados mostram um avanço de 5% a 20% em relação a estudos anteriores sobre tratamentos de câncer de próstata.
Biopsias realizadas dois anos após o estudo deram negativo em 83% e 79% dos pacientes dos dois grupos.
Brian Butler, da equipe do Hospital Metodista de Houston, disse que a descoberta poderá mudar a forma como o câncer de próstata é tratado.
"Poderemos injetar o agente diretamente no tumor e deixar o corpo matar as células cancerosas. Uma vez que o sistema imunológico tenha conhecimento das células cancerosas, se elas voltarem, o corpo saberá como matá-las."

'Nova geração'

Kevin Harrington, professor de imunoterapia oncológica no Instituto para Pesquisa do Câncer, em Londres, disse que os resultados são "muito interessantes", mas citou a necessidade de mais estudos.
"Podemos precisar de um teste aleatório para mostrar se esse tratamento é melhor do que apenas a radioterapia. Os vírus usados nesse estudo não se reproduzem. A nova geração de terapias virais pode se replicar seletivamente em células cancerosas - algo que pode matar o câncer de forma direta - e também ajudar a espalhar o vírus para células cancerosas vizinhas", afirmou.
Harrington disse ainda que seria "interessante" testar o tratamento com vírus que podem se reproduzir, para verificar se os resultados podem ser ainda mais efetivos.

As pedras preciosas mais valiosas do mundo

As pedras preciosas mais valiosas do mundo

A terra está recheada de pedras preciosas, estejam escondidas bem no fundo do oceano, nas correntes dos riachos ou entranhadas dos terrenos mais inóspitos. Localizadas nos lugares mais improváveis, verdadeiras raridades já foram encontradas pelos homens. São pedras tão valiosas que custam milhões e estão nas coroas e anéis de realezas. Veja quais são algumas dessas preciosidades brilhantes:
Anel-Turmalina-Paraiba
O Brasil é berço de muitas preciosidades. A Etheral Carolina Divine foi encontrada em nossas terras, classificada como uma turmalina Paraíba. A pedra é nomeada desta forma por ser encontrada com maior facilidade nesse estado do Nordeste, apesar de ser extremamente rara. Seu principal diferencial é o tom de cor, levemente azulado, não encontrado em nenhum outro lugar do mundo.
A Etheral Carolina Divine vale aproximadamente US$ 100 milhões e já não se encontra no Brasil. Atualmente, o dono da jóia é o canadense Vincent Boucher. Trata-se da maior e mais preciosa turmalina Paraíba já encontrada no mundo.
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A foto acima mostra o maior diamante vermelho já encontrado no mundo – que também foi descoberto no Brasil. Com quase 160 quilates, esta raridade possui um corte triangular característico, capaz de fazer com que ele emita mais brilhos e reflexos. Foi descoberto em 1990, em Minas Gerais, na região de Alto Paranaíba e valor incalculável.
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A Esmeralda Bahia é uma das preciosidades também encontrada em território nacional. Hoje ela está nos Estados Unidos e muitos clamam ser os donos reais da raridade. A pedra possui inúmeras esmeraldas dentro de si, pesando cerca de 360 quilos. O valor? Mais de R$ 700 milhões.
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Essa é a maior pérola do mundo, pesando seis toneladas e medindo 1,6 metro de diâmetro. Ela foi descoberta na China, onde as pérolas são mais valorizadas do que diamantes, e vale, aproximadamente, US$ 300 milhões. A pedra é formada, basicamente, de minerais fluoritas, compostos de fluoretos de cálcio.
Apesar de o material em si não ser algo raro, a magnitude da formação é que chama a atenção. O polimento desta raridade levou mais de três anos para deixá-la nesse formato arredondado perfeito. Além disso, a pérola gigante é capaz de brilhar no escuro quando é exposta por tempo demais à luz.
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O maior pedaço de pedra aquamarine encontrado no mundo foi no Brasil. A peça, encontrada em 1980, foi batizada com o nome do antigo imperador do Brasil, Dom Pedro. Atualmente, está em exposição permanente em um museu de Washington, nos Estados Unidos.
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A Safira Millennium, que é do tamanho aproximado de uma bola de futebol, é esculpida com desenhos de figuras históricas famosas. Caso alguém se interesse, a raridade está à venda por míseros US$ 180 milhões. Contudo, para comprá-la é necessário colocá-la em um local onde as pessoas possam contemplar a grandiosidade do objeto.
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Este é, simplesmente, um dos diamantes mais famosos do mundo, pertencente à Coroa Britânica. Trata-se de uma pedra especial, não somente pelo altíssimo valor, mas por estar envolto em lendas e mistérios ao longo do tempo. Mas nem sempre a família real da Inglaterra foi proprietária do diamante: considerado por muitos um dos maiores do planeta, o Koh-i-Noor pertenceu, nos séculos passados aos indianos.