domingo, 3 de janeiro de 2016

O maior diamante de qualidade gemológica encontrado no Brasil e provavelmente, o oitavo maior do mundo.


O maior diamante de qualidade gemológica encontrado no Brasil e provavelmente, o oitavo maior do mundo.

É muito provável que os exemplares descritos neste artigo, cuja existência tornou-se pública, constituam apenas uma parte dos espécimes de vulto que tenham, de fato, sido encontrados no século XX, pois, à medida que as condições de segurança e econômicas se deterioraram no país, cada vez menos se soube de eventuais descobertas de grandes diamantes.
Logo no início do século, em 1906, foi encontrado aquele que é considerado o terceiro maior diamante de qualidade gemológica já descoberto em nosso país, o denominado Goyás. Ao que consta, a gema pesava 600 quilates, foi lavrada no Rio Veríssimo, Município de Catalão, no estado homônimo, sendo sua história e paradeiro atual desconhecidos.
O maior diamante de qualidade gemológica encontrado no Brasil e, provavelmente, o oitavo maior jamais descoberto no mundo, é o denominado Presidente Vargas, que originalmente possuía 726,60 quilates e forma plana. Ele foi achado em 1938 no leito do Rio Santo Antônio do Bonito, região de Coromandel, no Triângulo Mineiro, e vendido no ano seguinte para o joalheiro novaiorquino Harry Winston, por US$600 mil. Esta pedra foi lapidada em 23 gemas, das quais 8 possuem corte esmeralda. A maior delas, pesando 48,26 quilates, foi mais tarde relapidada para 44,17 quilates e adotou o nome de Vargas, o mesmo da gema bruta.
1- Diamante Presidente Vargas
(computação gráfica de Jaime Barbosa, sob supervisão de Iran F. Machado)
Além do Presidente Vargas, a região de Coromandel produziu, entre 1935 e 1965, mais oito diamantes com mais de 200 quilates, cada, e outros 16 com mais de 100 quilates. Ademais, o exemplar anônimo que ocupa a segunda posição no ranking brasileiro, com 602 quilates (1994), e os que detém da quarta à sexta posição, isto é, o Darcy Vargas, com 460 quilates (1939), o Presidente Dutra, com 407,68 quilates (1949) e o Coromandel IV, com 400,65 quilates (1940) foram todos encontrados nesta região.
Em 1986, um exemplar de alta qualidade com 164 quilates foi encontrado no município de Carmo do Paranaíba, no Triângulo Mineiro, e recebeu o nome de Princesa do Carmo. No ano seguinte, um pequeno diamante vermelho pesando 0,95 ct, proveniente de uma localidade brasileira não identificada, estabeleceu o atual recorde de mais valiosa substância mineral jamais alcançado, ao ser arrematado em um leilão pela quantia de US$880 mil, o que correspondeu ao astronômico valor unitário de US$926 mil por quilate. Esta pedra e outras duas de cores algo semelhantes foram adquiridas por um colecionador de Montana (EUA) de um lapidário brasileiro, em 1956.
Nos anos de 1989 e 1990, foram noticiados os achados de dois grandes diamantes de boa qualidade na região de Juína, Mato Grosso, sendo o primeiro, de 232 quilates, descoberto no ribeirão Mutum, e o segundo, de 213 quilates, encontrado no leito do rio Cinta Larga.
Outro diamante descoberto no Brasil, que recentemente adquiriu notoriedade, é o denominado Moussaieff Vermelho, um dos 4 únicos desta cor sem qualquer tom modificador, cuja existência é pública. Até 1997, ele possuía mais que o dobro do peso de qualquer outro diamante vermelho lapidado já graduado pelo Instituto Norte-Americano de Gemologia (GIA). A gema foi adquirida de um fazendeiro brasileiro nos anos 90 e possuía, originalmente, 13,90 ct. Em seu estado atual, possui 5,11 ct, mede 11.02 x 10,57 x 6,06 mm e foi lapidada em estilo brilhante modificado e forma triangular arredondada pela empresa William Goldberg Diamond Corp., de Nova York.

Grão Mogol, a cidade dos diamantes negros

Grão Mogol, a cidade dos diamantes negros


Depois de ser esquecido pelo motorista de um ônibus coletivo –única forma de sair da pequena Guacuí (MG)– no dia 12 de outubro, a quase um mês na estrada, tive de andar cerca de cinco quilômetros até alcançar a BR-365.
Conforme eu caminho para o Norte, o cenário vai mudando, de mata Atlântica para a caatinga do cerrado.
Mulher anda de v=bicicleta com seu filho, na BR 365, ao fundo  vegetação de Caatinga. ( Foto Joel Silva / Folhapress)
Mulher anda de bicicleta com sua filha, na BR 365, ao fundo vegetação de Caatinga ( Foto Joel Silva / Folhapress)
Ao chegar em um posto, à beira da BR, logo consigo uma carona com o evangélico Marcio Adriano, 38, que estava com seu enteado Leandro, 12.
Ao me ver reclamar do motorista que não passou na vila, ele responde: “Não reclame, meu amigo, há males que vem para o bem”.
Márcio Adriano Silva, 38 com seu enteado, Leandro, 12 em seu carro, na BR #¨% próximo a Grão Mogol, MG. (Foto Joel Silva / Folhapress)
Márcio Adriano Silva, 38 com seu enteado, Leandro, 12 em seu carro, na BR-365, próximo a Grão Mogol, MG (Foto Joel Silva / Folhapress)
Juro que estava tentando entender qual o bem eu conseguiria, depois de andar cinco quilômetros no sol forte do norte de Minas.
Mas logo fui pego de surpresa. Ao explicar que estava viajando e tentando conhecer lugares no Brasil onde poucos conhecem, Adriano dá um sorriso e pergunta: “Você conhece Grão Mogol?
Claro que não, respondi, mas passei a conhecer depois de ele sair mais de 50 quilômetros da sua rota original, somente para me deixar na entrada da pequena e rica cidade de Grão Mogol (MG).
Cheguei logo no fim da tarde, e no dia seguinte bem cedo saí para saber mais.
Grão Mogol fica encravada na Serra do Espinhaço, Norte de Minas Gerais. Segundo os moradores mais antigos, o município foi construído pelas mãos de escravos, trazidos pelos barões do diamantes e garimpeiros apenas para que pudessem levantar toda a cidade.

Mulher caminha    no centro da cidade de Grão Mogol, (MG), que foi construída  por escravos.    . (Foto Joel Silva / Folhapress. )
Mulher caminha no centro da cidade de Grão Mogol, (MG), que foi construída por escravos (Foto Joel Silva / Folhapress)

  Igreja de santo Antonio, no  centro da cidade de Grão Mogol,  (MG)que foi construída por escravos.    .( Foto Joel Silva / Folhapress. )
Igreja de santo Antonio, no centro da cidade de Grão Mogol, (MG)que foi construída por escravos ( Foto Joel Silva / Folhapress)

15,  Igreja de santo Antonio, no  centro da cidade  de Grão, (MG) Mogol, que foi construída  por escravos.    . (Foto Joel Silva / Folhapress. )
15, Igreja de santo Antonio, no centro da cidade de Grão, (MG) Mogol, que foi construída por escravos (Foto Joel Silva / Folhapress)

Do pavimento das ruas, passando pela imponente igreja Matriz de Santo Antônio, toda feita em pedra, até a última telha de cada casa, foi feita com o suor dos negros escravizados no século 17. A cidade foi uma das mais importantes no garimpo de diamantes do Brasil.
O nome “Grão Mogol” é um mistério a parte, existem várias teses. A mais popular é que grande parte dos diamantes extraídos aqui nesta cidade eram contrabandeados para o imperador da Índia Grão Mogol, que na tradução do idioma hindi significa “grande valoroso”.
 Rua direita, no centro da cidade de Grão Mogol, (MG)  que foi construída  por escravos.    .( Foto Joel Silva / Folhapress. )
Rua direita, no centro da cidade de Grão Mogol, (MG) que foi construída por escravos ( Foto Joel Silva / Folhapress)

 Centro da cidade  de Grão Mogol,  (MG)que foi construída  por escravos.    .( Foto Joel Silva / Folhapress. )
Centro da cidade de Grão Mogol, (MG)que foi construída por escravos ( Foto Joel Silva / Folhapress)

Detalhe de casa em pedra, no , centro da cidade  de Grão Mogol, (MG) que foi construída  por escravos.    . (Foto Joel Silva / Folhapress. )
Detalhe de casa em pedra, no , centro da cidade de Grão Mogol, (MG) que foi construída por escravos (Foto Joel Silva / Folhapress)
A pequena cidade não é rica somente em diamantes. Cada morador que se encontra tem uma história diferente para contar.
O comerciante Élcio Paulino, 64, relata que a rua direita, a via principal onde os escravos ergueram toda cidade, tem este nome por estar à direita da igreja matriz, também por apontar para o norte da cidade, e ainda me dá mais dois outros motivos pelo nome.
Geraldo Froes, 79, responsável pelo viveiro de mudas, se aprofunda ainda mais nas explicações e me dá uma aula sobre os barões do diamante, o tal imperador indiano e todo o mistério que cerca o nome desta rica cidade.
Mas a maior riqueza de Grão Mogol não está no brilho dos diamantes, expostos em vitrines mundo afora. Está no suor dos negros escravizados, que levantaram cada pedra, para que hoje ela mesma possa contar sua história.

Novas jazidas de diamantes no Brasil

Novas jazidas de diamantes no Brasil

Oito especialistas do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia, mapearam e identificaram dezenas de novas áreas potencialmente ricas em diamantes no País, especialmente no Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará.
Essa iniciativa faz parte do projeto Diamante Brasil, cujas pesquisas de campo começaram em 2010. Desde então, os geólogos visitaram cerca de 800 localidades em diversos estados, recolheram amostras de rochas e efetuaram perfurações para descobrir mais informações sobre as gemas de cada um dos pontos.
O ponto de partida para as expedições foi uma lista deixada ao governo pela empresa De Beers, gigante multinacional do setor de diamantes que prestava serviços para o Brasil na área de mineração. Neste documento, constavam as coordenadas geográficas de 1.250 pontos, entre os quais muitos kimberlitos*. Apesar das informações sobre as possíveis localidades dessas jazidas, não havia detalhes sobre quantidades, qualidade e características das pedras, impulsionando o trabalho de campo dos geólogos.
O objetivo principal dos pesquisadores era fazer uma espécie de tomografia das áreas diamantíferas no território brasileiro, visando atrair investimentos de mineradoras e eventualmente ajudar a mobilizar garimpeiros em cooperativas. Essas medidas podem trazer um aumento na produção de diamantes em território nacional e coibir as práticas ilegais relacionadas a essas pedras preciosas.
Atualmente, o Brasil conta principalmente com reservas dos chamados diamantes industriais e de gemas (para uso em jóias). Os de gemas são os que fazem girar mais dinheiro, considerando que um diamante desses pode ser vendido em um garimpo do Brasil por R$ 2 milhões. Já o valor da pedra lapidada pode chegar à R$ 20 milhões.
Os detalhes dos achados ainda são mantidos em sigilo. Com o fim do trabalho de campo, os geólogos do Diamante Brasil darão início à descrição dos minerais encontrados e as análises das perfurações feitas pelas sondas. A intenção dos pesquisadores é divulgar todos os dados em 2014.
*O que é um Kimberlito?
De acordo com Mario Luiz Chaves, doutor em geologia pela Universidade de São Paulo e professor adjunto da UFMG, kimberlitos são rochas hibridas, ígneas ultrampaficas, potássicas e ricas em voláteis, com origem a mais de 150km de profundidade e que chegam a superfície por meio de pequenas chaminés vulcânicas ou diques. Normalmente, os diamantes são encontrados neste tipo de rocha. Confira uma foto:

Os cinco maiores diamantes lapidados do mundo

A obra Diamante: a pedra, a gema, a lenda, de autoria do professor doutor Mario Luiz Chaves e do doutor em engenharia de minas Luís Chambel, aborda aspectos geológicos e de mineração relacionados aos famosos minerais e traz diversas curiosidades para os leitores. Abaixo separamos uma lista baseada no livro com dados sobre os maiores diamantes do mundo e fotos incríveis de cada um deles.
1)    Cullinan I
Essa pedra foi encontrada em 1905 na África e recebeu o nome de Cullinan em homenagem ao dono da mina, Thomas Cullinan. É considerado o maior diamante já encontrado e pesa 3.106 quilates. Atualmente, adorna o Cetro do Soberano, propriedade real da Inglaterra.
2)    Incomparable
O Incomparable, ou Imcomparável, tem uma história curiosa: foi encontrado em 1984 por uma garota em uma pilha de cascalho próxima à mina MIBA Diamond, no Congo. Considerado inútil pela administração da mina, o cascalho foi descartado com a pedra, e a menina acabou descobrindo o segundo maior diamante bruto do mundo, com 890 quilates. O corte do diamante gerou 14 gemas menores e o Incomparável, um diamante dourado com 407,48 quilates.
3)    Cullinan II
O Cullinan II, conhecido como Pequena Estrela da África, foi encontrado no mesmo ano e local que o Cullinan I. Com 317.4 quilates (63.48 g) é o terceiro maior diamante lapidado do mundo, e foi colocado na coroa imperial, também pertencente à realeza da Inglaterra.
4)    Grão Mogol
Encontrado na Índia em 1550, pesa 793 quilates. A pedra deu nome a um município em Minas Gerais. O paradeiro atual desta preciosidade é desconhecido.
5)    Nizam
O Nizam é o diamante mais antigo desta lista e foi descoberto na Índia em 1830. A pedra tem 227 quilates e já adornou coroas e joias reais (Elizabeth). Atualmente ninguém sabe ao certo qual foi o seu último destino.

Coromandel, cidade dos diamantes, sofre com a exploração do solo e dos rios

Coromandel, cidade dos diamantes, sofre com a exploração do solo e dos rios

Mesmo não utilizando o mercúrio, como é o caso dos garimpos de ouro, a extração de diamantes compromete o meio ambiente



 

O volume de água do rio Paranaíba, em 1983, era de 840 m3/segundo.
Em 1995 era de 540 m3/s e, em 2014, de apenas 280 m3/s.
Queda vertiginosa no volume de água



Jigue - um equipamento para separar produtos de densidades
diferentes, mediante movimento alternado, que faz boiar
o material mais leve e submergir o mais pesado
  - operando próximo ao rio Paranaíba

O diamante e o barro se transformaram em grandes vilões do meio ambiente em Coromandel. Cravado no Alto Paranaíba - região noroeste do estado de Minas Gerais - o município não vem reluzindo o brilho das pedras que são extraídas de suas jazidas e que lhe renderam a fama de "cidade dos diamantes". Da mesma forma, a extração do barro (argila e taguá) também vem estragando a paisagem da região e ameaçando a micro-bacia Buriti, responsável pelo abastecimento de água local. Situada a 480 Km de Belo Horizonte, com 27 mil habitantes (IBGE), Coromandel vive o paradoxo de possuir nos garimpos e mineradoras uma das principais atividades econômicas e de conviver com a degradação ambiental resultante dessa exploração.
Atualmente estima-se que existam 4 mil pessoas (entre garimpeiros e mineradores) trabalhando nas proximidades dos rios Santo Antônio, Santo Inácio, Buriti, Douradinho e Paranaíba, próximos ao município. Esse contingente de trabalhadores é responsável pela extração diária de toneladas de cascalho das proximidades dos rios formando uma sequência de buracos que chegam a uma profundidade de 20 metros, dependendo da capacidade do equipamento de escavação e do nível de investimento do empreendedor, se garimpeiro ou minerador.
Garimpeiros
São visíveis as diferenças entre os garimpeiros e mineradores que trabalham ao longo dos rios. Os garimpeiros, aqueles que utilizam técnicas rudimentares como peneira, pá e picareta, arrancam aproximadamente 20 carrinhos de mão por dia de cascalho das proximidades dos rios. Na mesma categoria estão os garimpeiros, às vezes empresas, que dispõem de caminhão e da tecnologia do "jigue", máquina que depura o cascalho, e da draga, que suga o cascalho do leito do rio. Estes chegam a extrair diariamente 10 caminhões de cascalho.
"A maioria das empresas que operam aqui não possui licenciamento. E as que possuem não são fiscalizadas", argumentou o Promotor de Justiça, Jadir Ciqueira de Souza. O promotor ressalta que já foram ajuizadas várias ações civis públicas, ações penais, execuções de multas contra garimpeiros, mas que o problema está longe de ser resolvido.

Buracos e montes de cascalhos são abandonados
 por garimpeiros e mineradores
Atualmente os "jigues" estão proibidos de operar às margens dos rios. "O que não resolveu o problema pois os buracos não são tapados e o cascalho arrancado das margens dos rios fica acumulado em outras áreas prejudicando o meio ambiente", disse o presidente da Associação dos Amigos do Rio Paranaíba e Afluente (ARPAA), Arnaldo Machado.
Mineradores
No patamar mais elevado da extração de diamantes estão os "mineradores", como gostam de ser chamados. São grandes empresas, muitas delas multinacionais que chegaram nos últimos anos em Coromandel apostando na pesquisa dos "kimberlitos", depósitos de diamantes protegidos por vários séculos por uma espécie de crosta.

Multinacionais remexem o solo,
levam a riqueza e deixam a degradação

A tolerância da população de Coromandel com a atividade mineradora está chegando ao fim

Esquerda, buraco feito pela mineradora SAM. À
acima, os equipamentos sofisticados instalados
pela mineradora à margem do rio Paranaíba
A reportagem da Folha do Meio Ambiente conseguiu ultrapassar a barreira de segurança de uma dessas empresas, a Sul América Mineração (SAM), a subsidiária nacional da Black Swam Resources, que instalou moderníssimos equipamentos na fazenda Marques, nas proximidades do rio Paranaíba, bem na divisa com o estado de Goiás.
De acordo com o engenheiro da mineradora, Wagner, são retirados 30 caminhões de cascalho por dia para a pesquisa. "Não somos garimpeiros, somos mineradores. O garimpeiro retira o cascalho da margem do rio, depredando o meio ambiente. Nós respeitamos a margem dos 100 metros estabelecidos em lei e cumprimos o compromisso de tapar os buracos", compara.
Não é o que pensa o dono da fazenda, Braz Faria de Lima, que assinou um contrato com a mineradora, uma espécie de arrendamento, no qual recebe 2 mil reais mensais para a permanência da empresa em suas terras. "Esse dinheiro não paga o estrago que estão fazendo aqui", explica o fazendeiro. O contrato com a mineradora também prevê para o fazendeiro um percentual de 1,5% sobre cada diamante acima de 10 quilates. "Em seis meses que eles estão aqui nunca me mostraram nada acima de 4,5 quilates", questiona o fazendeiro.
Instalada naquela região há seis meses, a SAM planeja pesquisar mais três pontos próximos às margens do Paranaíba, escolher o melhor local para efetivamente traçar o seu objetivo. "Se a empresa aprovar a pesquisa aí sim ela vai investir aqui com equipamentos 100 vezes maiores e mais potentes", disse Wagner, pois acredita ter milhares de diamantes grandes e puros lá.
Visivelmente contrariado com o contrato assinado com a mineradora, Braz Faria de Lima questiona a legislação em vigor. "Eles chegaram aqui com a autorização da prefeitura e dos órgãos dizendo que mesmo se eu não autorizasse eles iam explorar que então era melhor eu negociar um contrato".
Mesmo não rendendo dividendos para o município - a maioria das pedras extraídas é vendida clandestinamente - o garimpo gera recursos para a cidade. De acordo com o secretário de Meio Ambiente municipal, Luiz Rabelo, cerca de 20% da construção civil local tem recursos oriundos do garimpo.
Se por um lado existe uma tolerância da população de Coromandel com a atividade garimpeira, por outro se encontra preocupada com a extração de argila que vem ocorrendo nas proximidade da bacia hidrográfica do córrego Buriti. "Quando chove o barro vermelho escorre para o córrego que fica todo lamado", disse o morador da região Noé Nunes Valadão. "O povo está falando que se continuar assim a gente vai ficar sem água", completa a esposa de Noé, Maria Ilma Nunes.
. De acordo com o relatório da perícia, as cerâmicas que exploram a região "por apresentarem um controle ambiental incipiente e inadequado na sua área de extração, vêm gerando processos erosivos nos taludes de sua áreas de disposição de material estéril, que provocam o carreamento de sedimentos para o córrego Catitu, afluente do córrego Buriti.

O homem, no centro da foto, é o princípio
e o fim de tanta devastação. A riqueza é
para poucos e a poluição é para muitos
Extração de argila preocupa população
O relatório ressalta que o carreamento contribui para o assoreamento do manancial e alterações para a qualidade e quantidade de água. Esse assoreamento, segundo o relatório, "pode inviabilizar a médio e longo prazo, o aproveitamento do córrego para o abastecimento".
A perícia, que investigou nove cerâmicas que operam em Coromandel, subsidiou as ações civis públicas propostas pelo MP e que encontra-se em grau de recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A argila e o taguá (barro de cor acinzentada) encontrados em Coromandel são considerados de alta qualidade para a fabricação de tijolos, telhas e ornamentos. No entanto, a maioria das cerâmicas que opera na região é do município de Monte Carmelo, localizada a 55 quilômetros de Coromandel, conhecida nacionalmente como "cidade das telhas". Segundo o promotor de justiça, o retorno financeiro para o município é ínfimo em virtude da degradação do meio ambiente.

Noé Valadão e Maria Ilma: a preocupação
  dos moradores é a mesma dos técnicos, só
que as autoridades não fazem nada
O secretário de Meio Ambiente reconhece que a maioria das cerâmicas está trabalhando de forma ilegal. Segundo ele, as empresas operam sem os licenciamentos do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM). "O controle hoje está sendo apenas municipal, da Comissão Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente de Coromandel (Codema), mas nós pretendemos um sistema com maior participação dos governos estadual e federal", disse o secretário, que assumiu a secretaria há 2 meses.
O secretário disse que vai buscar recursos junto ao Ministério do Meio Ambiente e órgãos governamentais para a recuperação das imensas áreas devastadas tanto pelos garimpos quanto pela extração do barro. Enquanto o dinheiro não vem, a população convive com os buracos e com as consequências que a extração mineral pode trazer a um bem que é de todos: o meio ambiente.

 


Ametista do Sul – RS


Ametista do Sul
A cidade de Ametista do Sul não estava na lista das cidades que havíamos planejado parar para conhecer na viagem, isto porque nem sabíamos que ela existia.
Porém quando estava conversando no happy hour comentei que estava planejando conhecer o Salto do Yucumã que fica no município deDerrubadas – RS quando o meu colega de trabalho Guido Pothier comentou que havia feito uma viagem pela região e que gostou de Ametista do Sul.
Saímos de Francisco Beltrão  depois de tomar café da manhã e pegamos a PR-180 sentido Rio Grande do Sul. No Paraná a estrada estava boa, porém ao chegar em Santa Catarina foi difícil aguentar a buraqueira das estradas estaduais, pois quando eu tentava desviar de um buraco caía em outro. A minha percepção é que todos os governos do estado não se importam com o lado oeste do estado
pois não ganha dinheiro com e.g. turismo, transporte de cargas. Em contraponto o lado leste a BR-101 é perfeito.
Entrando no Rio Grande do Sul viemos pela RS-324 no norte do estado para chegar em Ametista do Sul. Quando tinha conversado com o Guido ele havia alertado que a estrada para chegar a Ametista do Sul é de difícil acesso,
o único problema que enfrentamos para chegar na cidade foi a grande quantidade de quebra-molas e sonorizadores, estes sim eram imensos e parecia que o carro estava dentro de uma batedeira.
Sonorizador
Sonorizador, também conhecido como batedeira
Após uns 20km enfrentando os quebra-molas e sonorizadores e todos os tipos elementos para fazer andar a 5km/h, muita chuva e algumas aldeias indígenas encontramos a entrada da cidade.
Bem-vindo em vários idiomas
Bem-vindo em vários idiomas
Ao chegar no centro da cidade um dos primeiros monumentos que pudemos observar é a pirâmide de meditação. Tivemos que esperar até o outro dia para poder visitar a pirâmide, pois quando chegamos ao centro da cidade voltou a cair muita chuva e ficamos no primeiro hotel que encontramos na cidade. O melhor de tudo é que no outro dia fez um sol e aproveitamos para conhecer a cidade.
Metidando
Metidando
Metidando
Metidando
O bom de conhecer cidades pequenas é que os pontos turísticos são bem próximos um do outro, pois ao lado da pirâmide está a Igreja da cidade de Ametista do Sul que é praticamente toda revestida internamente com a pedra que leva o nome da cidade.
desbravando-horizontes-ametista-do-sul-05
Pia batismal
Pia batismal
Aparecida
Aparecida
Após conhecermos a igreja de Ametista do Sul fomos até o Ametista Parque Museu fazer o passeio dentro do morro onde é feita a extração da pedra preciosa.
O ingresso da direito a visitação por dentro das das cavernas (garimpo) onde são extraídas as pedras ametistas com um guia explicando como era feita a extração antigamente, quem foram os primeiros a extrair e como é feito o processo de extração na atualidade. Dentro do garimpo podemos ver ainda umas pedras in natura.
Entrada do garimpo
Entrada do garimpo
Após realizar o passeio com o guia vamos para a próxima parte do passeio que é conhecer o museu de pedras preciosas da região, a parte ruim é que não é permitido tirar foto das pedras, pois elas são de colecionadores particulares.
Narjara no garimpo mostrando um geodo de ametista
Narjara no garimpo mostrando um geodo de ametista
Na imagem abaixo é possível ver no meu lado direto o “carro” que os garimpeiros utilizam para retirar os geodos do garimpo quando não é possível levar na mão.
Fabian no garimpo mostrando um geodo de ametista
Fabian no garimpo mostrando um geodo de ametista
Com a queda do preço da ametista algumas empresas começaram a procurar outras formas de manter-se ativas e apostaram no vinho pelo fato da cidade estar na serra do Rio Grande do Sul.
Porém algumas empresas estão apostando em envelhecer o vinho dentro dos garimpos que estão desativados, pois a temperatura interna da caverna é constantemente 17ºC no inverno e verão.
Nesse ponto é possível degustar e comprar os vinhos que são envelhecidos no local.
Vinho sendo evelhecido dentro da caverna do dragão do garimpo
Vinho sendo evelhecido dentro da caverna do dragão do garimpo
A saída do garimpo termina na porta de entrada de uma loja (ideia interessante) que vende além das pedras de ametistas, lembrancinhas.
Uma das maiores atrações do museu de pedras de Ametista do Sul é o Meteorito (siderito) de 140 quilos, 50 centímetros de comprimento, 40 cm de largura e 27 cm de altura. Fomos informados que o meteorito foi adquirido de um agricultor de Arvorezinha, que encontrou a peça em sua propriedade, em 2009.
Pedra do tipo Siderito
Pedra do tipo Siderito