segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Almahata Sitta: os diamantes que vieram do espaço

Almahata Sitta: os diamantes que vieram do espaço



 
Quando o carbono é submetido a imensas pressões e temperaturas elevadas ele pode se transformar em diamante. É assim no nosso planeta, em profundidades maiores que 120km de crosta quando as condições para a formação dos diamantes existem. É o chamado campo de estabilidade do diamante (veja o gráfico).

Esses diamantes são trazidos à superfície por rochas vulcânicas formadas a grandes profundidades: os kimberlitos e os lamproitos.


Campo de estabilidade do diamante
Aqui na Terra a quantidade de diamantes formada em profundidade é relativamente pequena, o que é confirmado pelos teores achados nos kimberlitos que geralmente são medidos em poucos quilates em cada cem toneladas de rochas.

No entanto, ao contrário da Terra, os astrônomos acreditam que alguns corpos celestes possam ter um núcleo formado quase que exclusivamente de diamante.

Em caso de explosão ou choque esses corpos poderiam “semear” meteoritos a base de diamantes por todo o sistema solar.

Imagine só encontrar um meteorito de diamante maciço...

A possibilidade da existência desses meteoritos diamantíferos é elevada e alimenta algumas empresas como a Planetary Resources, que planejam lavrá-los no espaço.

De volta a Terra, os geólogos sabem que diamantes podem, também, ser formados no impacto de meteoritos contra a superfície do planeta. Esses diamantes são extremamente pequenos e, muitas vezes são descritos como micro ou nanodiamantes.

Existem uns agregados de diamantes de baixa qualidade chamados carbonados que, por não terem associação com kimberlitos ou lamproitos podem ter uma origem extraterrena. Os carbonados encontrados na Bahia são os maiores agregados de diamantes jamais encontrados, atingindo mais de 3.000 quilates.

Era assim que os cientistas contavam a história dos diamantes vindos ou não do espaço: até a queda do meteorito Almahata Sitta em 7 de outubro de 2008.

Este meteorito foi o primeiro a ser detectado antes do choque e caiu no deserto do Sudão causando uma explosão cuja luz foi vista a 1.400km de distância.

As buscas foram intensas e os pesquisadores acharam centenas de fragmentos de um acondrito ureilítico com grãos carbonosos, espalhados em quilômetros de deserto (veja a foto).

Almahata Sitta o meteorito
Até então o Almahata Sitta era uma história corriqueira: mais um meteorito descoberto. Foi quando descobriram que os fragmentos do meteorito continham diamantes.

Não eram os tradicionais nanodiamantes, mas diamantes muito maiores do que os encontrados em meteoritos. A explicação genética para esses diamantes aponta para uma formação similar aos dos nossos diamantes terrestres: em grandes profundidades dentro de um corpo planetário (planetesimal) que se fragmentou nos primórdios do sistema solar.

Os resultados do estudo feito na Universidade de Hiroshima no Japão mostra que os diamantes foram fraturados em cristais menores que estão orientados da mesma maneira. Ou seja os diamantes eram parte de pedras maiores fraturadas no impacto.

A descoberta deste meteorito aumenta as expectativas das novas empresas de mineração espacial que, no momento, buscam financiamentos para serem lançadas.

Em breve veremos mais uma emocionante etapa da exploração mineral: a do espaço sideral.

Diamantes: De Beers vai investir pesado em marketing

Diamantes: De Beers vai investir pesado em marketing



 
A De Beers ficou famosa por ter, praticamente, “inventado” o diamante.

Esta mineradora Sul-Africana é a criadora de uma das mais bem sucedidas campanhas de marketing do mundo. Esta campanha durou décadas e foi responsável por verdadeiras pérolas como “os diamantes são eternos” e “o diamante é o melhor amigo de sua namorada” que tornaram o diamante em must na joalheria moderna.

Nos últimos anos, no entanto, a De Beers perdeu força e reduziu os investimentos em marketing.

O resultado não demorou a aparecer.

Mesmo sem um aumento da produção do diamante bruto os preços caíram inviabilizando vários projetos ao redor do mundo.

A estratégia da De Beers é revitalizar o setor e consolidar o diamante como um dos principais produtos de luxo juntamente com as bolsas, IPhones, Ipads junto ao público mais jovem que não foi exposto à propaganda maciça das décadas de 70 e 80.

Pedra preciosa colorida mais cara do mundo é vendida por R$ 110 milhões

Pedra preciosa colorida mais cara do mundo é vendida por R$ 110 milhões

Rubi de 25 quilates vindo de Mianmar foi arrematado em leilão na Suíça por um comprador anônimo.

Da BBC
A pedra, chamada de Sunshine Rubi, tem uma coloração vermelho-sangue e vem de Mianmar (Foto: BBC)A pedra, chamada de Sunshine Rubi, tem uma coloração vermelho-sangue e vem de Mianmar (Foto: BBC)
Um rubi se tornou a pedra preciosa colorida mais cara do mundo, ao ser vendida por um valor recorde em um leilão na Suíça.
Um comprador, que se manteve anônimo, levou o rubi de mais de 25 quilates para casa por US$ 30 milhões (mais de por R$ 110 milhões).
Segundo a casa de leilão Sotheby's, o valor foi considerado um recorde mundial e chegou a mais de três vezes a estimativa inicial, que era de cerca de US$ 12 milhões.
O recorde vale apenas para pedras coloridas, como esmeralda e ametista – não entrando diamantes na lista.
Disputa final
Segundo a casa de leilões, no final, houve uma grande disputa entre dois interessados, que estavam dando os lances por telefone.
A pedra, chamada de Sunshine Rubi, tem uma coloração vermelho-sangue e vem de Mianmar.
"Em 40 anos de profissão, eu não me lembro de ter visto outro rubi como esse, com esse tamanho excepcional e essa cor impressionante", disse David Bennett, diretor da Sotheby's suíça.
Segundo a casa de leilões, o mercado de pedras preciosas está mais aquecido do que nunca.

Como lucrar com o mercado de joias

Como lucrar com o mercado de joias

É possível ganhar dinheiro com a compra e revenda de pedras e metais preciosos, mas é preciso saber como o preço do bem é definido; ter um avaliador de confiança é fundamental

Mais que símbolos de status, joias podem ser mercadorias lucrativas. Ganhar dinheiro com elas, contudo, exige conhecimento técnico e de mercado. Muitos compram as peças a preços convidativos em leilões para revendê-las. Outros derretem a aliança de ouro da avó por uns trocados. Alguns obtêm empréstimos bancários penhorando os objetos. A revenda de metais e gemas pode ser um bom negócio, contanto que o avaliador seja de confiança.
Thinkstock/Getty Images
Pureza, cor e tamanho da pedra preciosa são critérios que definem o valor de mercado da joia
Os critérios que precificam uma joia – ou seja, definem o quanto ela vale – são diferentes nos mercados de penhor e nas joalherias. Nos primeiros, contam mais o peso da peça e a composição do metal. No segundo, há um valor de mercado mínimo e máximo, que varia conforme uma série de parâmetros (leia abaixo).
“Uma pedra preciosa nunca perde valor, ao contrário do que se imagina”, afirma a designer e especialista em joias Mariah Rovery, que fundou uma grife com seu nome. Quando um diamante comprado em uma loja por R$ 20 mil for avaliado em R$ 5 mil na revenda, é porque, diz Mariah, a peça foi vendida a um preço acima de seu real valor, não possuindo os critérios que justificassem seu preço.
Se a joia possui certificado internacional de qualidade, for peça única e atender aos quesitos de pureza, cor e tamanho, é impossível que se desvalorize, reitera a especialista. Esses critérios devem ser considerados principalmente se o objetivo da compra for investir.
A oscilação do dólar também pode ser uma aliada para lucrar. “Quando o câmbio sobe, é uma boa oportunidade para vender a peça em dólares”, afirma Mariah, para quem uma joia deve ser, contudo, um investimento pessoal. “Não se compra para vender. Mas se um dia você precisar de dinheiro, pode conseguir um valor razoável.”
Penhor:  crédito barato e sem restrição
Operado apenas pela Caixa Econômica Federal, o penhor de bens é uma forma antiga de obter crédito. Pedras e metais preciosos podem ser dados como garantia para obter um empréstimo. Seu valor é determinado por especialistas do banco.
“Cada peça é pesada e avaliada conforme suas características, eventuais defeitos, atualidade da joia, presença de adornos e a composição da liga metálica”, explica a superintendente Nacional de Pessoa Física da Caixa, Lore Manica Ribeiro.
Com pedras preciosas, os critérios são mais rigorosos, segundo ela.  “O valor de pedras como o diamante é regulado pela sua disponibilidade, pureza, ausência de cor ou cor mais intensa, lapidação e peso".
Bracelete de jade: pureza, cor e tamanho determinam o valor de mercado da gema. Foto: Thinkstock
Caixa Econômica Federal realiza em média 34 leilões de joias por mês no Brasil. Foto: Thinkstock
Pedra de rubi: peça está entre as mais cobiçadas e valiosas, ao lado de esmeralda, diamante e safira. Foto: Thinkstock
Diamante: pedra não perde valor, desde que certificada . Foto: Thinkstock
Colar de prata: com alta do ouro, joalheiros aderem ao metal para tornar o mercado acessível. Foto: Thinkstock
Anéis de ouro: cotação do metal acompanha o mercado financeiro. Foto: Thinkstock
Bracelete de jade:(1) pureza, cor e tamanho determinam o valor de mercado da gema. Foto: Thinkstock



O penhor é uma opção para quem não tem acesso a outras formas de crédito – além de ser uma das modalidades mais baratas. Os juros mensais ficam em torno de 1,5%, perdendo apenas das taxas do crédito consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ao redor de 0,75% ao mês. Pessoas com o nome sujo também podem penhorar, já que o banco não exige avaliação cadastral do cliente.
No ano passado, o volume de bens penhorados subiu 25%. O recorde histórico de empréstimos com penhor aconteceu em outubro de 2012, quando o valor acumulado das peças alcançou R$ 942,9 milhões.
Como o varejo avalia as peças?
No mercado varejista, o primeiro critério para determinar o valor de uma pedra é sua pureza, de acordo com Mariah. Quanto maior a presença daquele material – ouro ou diamante, por exemplo – na peça, mais ela vale.
A coloração vem em segundo lugar. Quanto mais viva e forte é a cor de um rubi ou esmeralda, por exemplo, mais cara ela é. No caso da opala, o material furta-cor em seu interior aumenta seu preço.
Alguns avaliadores também levam em conta a marca da joia para precificá-la na revenda, uma vez que algumas grifes são vistas como sinônimo de qualidade, como Bulgary ou H. Stern.
Metais como ouro e prata, no entanto acompanham a cotação do mercado financeiro, atualmente em torno de US$ 90 por grama. “Neste caso vão avaliar o valor do metal, independentemente da marca”, diz a designer de joias.
Preferência do brasileiro
No Brasil, as peças mais vendidas são em ouro 18 quilates, que possui 75% do metal, ligado a outros componentes em sua formulação. “É uma preferência cultural”, acredita Mariah. Esta composição é mais barata que o ouro 24 quilates – a forma pura do metal – e também mais fácil de ser trabalhado, por ser menos rígido e quebrar menos.
Mariah Rovery
Safira, esmeralda e diamante figuram entre as pedras mais cobiçadas no Brasil
Segundo a especialista, as pedras mais preciosas, e também mais cobiçadas no mercado, são o diamante, o rubi, a esmeralda, a safira, e mais recentemente a turmalina paraíba, que "entrou na moda" em todo o mundo, após ter sido descoberta em território brasileiro.
Mariah trabalha mais com ouro puro (24 quilates) banhado sobre a prata ou ouro 18, o que barateia a peça. Com a cotação do dólar muito alta – passou de US$ 40 por grama há cerca de seis anos para os US$ 90 atuais –, muitos joalheiros têm preferido trabalhar com a prata, para tornar o negócio mais acessível ao bolso. “É uma alternativa mais barata ao consumidor”, diz a designer.
O mercado da prata cresce de tal modo que a Caixa introduziu, a opção de objetos com o metal como garantia para o penhor.
O mercado do leilão de joias
Quando o proprietário de uma joia penhorada não honra o pagamento do empréstimo por mais de 60 dias, a peça segue para leilão na Caixa. Apenas 1,8% dos contratos de crédito tornam-se inadimplentes, segundo dados do banco. Destes, 77% acabam regularizando o pagamento. Os outros 23% seguem efetivamente para a venda, e em torno de 90% dos objetos ofertados são vendidos.
No catálogo para leilão disponível, os interessados encontram desde um brinco de ouro de 1,4 grama, com lance inicial de R$ 68, até um conjunto de anéis, brincos, colares e pingentes com diamantes com valor mínimo de R$ 16.151.
Qualquer pessoa jurídica ou pessoa física maior de 18 anos pode dar um lance nas peças, desde que apresente os documentos exigidos pelo banco. As regiões com maior concentração de contratos são Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e Belo Horizonte. A Caixa realiza cerca de 34 leilões por mês.

Ametista : conheça o Garimpo das Pedras

Ametista : conheça o Garimpo das Pedras


Localizado em território do município de Marabá, a 60 quilômetros do centro de Parauapebas, o Garimpo das Pedras foi descoberto há 27 anos por garimpeiros da região. De lá para cá, as jazidas têm produzido e comercializado milhares e milhares de toneladas de pedras de ametista para o Brasil e o mundo, tornando-se a segunda maior jazida do mundo, em termo de quantidade de reserva.
Vila Garimpo das Pedras e a  Elza Abussafi Miranda, membro da família detentora da área onde se localiza o garimpo.
De acordo com Elza Miranda, a família dela adquiriu a propriedade rural em 1975, sem saber da existência das reservas em subsolo de ametista. Em 1983, por acaso, alguns garimpeiros acostumados com a exploração de pedra semipreciosa descobriram a jazida de ametista, considerada a segunda maior do mundo, em termo de quantidade de reserva, só perdendo para a África.
Elza Miranda explica que a extração da pedra é subterrânea, em túneis verticais, perpendiculares e horizontais com extensão que vão até 300 metros de profundidade. Mas a ametista começou a ser descoberta à flor da terra.
Perguntada sobre segurança na exploração das pedras no fundo da terra, Elza respondeu que os garimpeiros trabalham com total segurança, e por isso o índice de acidente é zero. “Mas já foram registrados acidentes com um ou dois garimpeiros que não observaram os itens de segurança”, admite.
CESSÃO DA ÁREA Ela conta que após a descoberta das jazidas de ametista na fazenda a família Miranda administrava com exclusividade toda a produção do minério. Algum tempo depois, para dar legalidade jurídica à exploração das jazidas, foi celebrado um termo de cessão gratuita de uso por tempo indeterminado de uma área de 240 alqueires com a Cooperativa dos Produtores de Gemas do Sul do Pará (Coopergemas), criada pelos próprios garimpeiros da vila.
A partir daí, a exploração das pedras passou a ser controlada pela cooperativa, que dá origem ao produto, emitindo nota fiscal para saída do minério e descontando 6% do valor comercializado. A família Miranda explora uma mina com seis trabalhadores com direito a 100% da produção.
A produção, que chega até 100 toneladas de pedras semipreciosas por mês, é toda comercializada no próprio garimpo. Os maiores comparadores são da Bahia e de Minas Gerais. “Alguns clientes diretamente da China, que não sabem nem falar a língua portuguesa, vêm também comprar pedras aqui na vila com intérpretes”, revela a garimpeira.
Elza Miranda lembra que quando ela era deputada chegou a levar o então governador Almir Gabriel ao garimpo, e ele viu a necessidade se implantar na vila uma escola de lapidação de pedra, com o objetivo de gerar emprego e renda, “mas esbarramos na falta de mão-de-obra qualificada para instruir a comunidade. A ideia continua de pé”.
Segundo Elza Miranda, a comunidade do Garimpo das Pedras conta hoje com uma população aproximada de quatro mil pessoas que moram em duas vilas: a de baixo e a de cima, e todos os adultos vivem em função da exploração do minério.
A vila, que geograficamente pertence ao município de Marabá, conta com escola, posto de saúde, destacamento da Polícia Militar, supermercados, igrejas, energia elétrica, associação de moradores, farmácia e até pista para pouso e decolagem de pequenas aeronaves.
ÁGUA QUENTE
No caminho entre uma vila e outra existe uma nascente que jorra água com 40 graus de temperatura. Há alguns anos, os Miranda construíram rusticamente uma piscina para acumular água e possibilitar banho de pessoas que são atraídas pelo local. Há poucos meses, uma das paredes da piscina ruiu, ficando apenas a bica jorrando água quente, fato que vem frustrando os visitantes.
“Estudo engenharia ambiental e costumo dizer que esta área é vulcânica, que pode ou não ter entrado em erupção, daí a existência dessas pedras e também da água quente, cuja temperatura fica na ordem de 40 graus, rica em potássio, própria para o consumo, inclusive medicinal”, descreve.
Elza Miranda anuncia que nos próximos meses a família dela deve começar a reconstruir a piscina, agora com trabalho técnico de engenharia, e disponibilizá-la ao público que vai à vila. Ela lembra que com a conclusão da estrada do Projeto Salobo para Parauapebas o asfalto vai passar a oito quilômetros da Vila Garimpo das Pedras.