segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Como Descobrir se o Ouro é Real

Como Descobrir se o Ouro é Real


O ouro falso possui menos de 10 quilates. Leve sua joia a um joalheiro para descobrir precisamente a veracidade de seu material. Se você quiser verificar por si mesmo, eis uma lista de testes para descobrir se o ouro é verdadeiro.

Método 1 de 6: Inspeção Visual

A primeira coisa a ser feita para checar se o ouro é real é observá-lo. Procure por sinais particulares que apontem se o material é verdadeiro.
  1. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 1
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    Procure marcas oficiais na peça. Uma estampa indicará a fineza dele (1-999 ou .1.-.999) ou os quilates (10K, 14K, 18K, 22K ou 24K). Tudo menos de 10K não é considerado ouro verdadeiro. Uma lupa facilitará este processo.
    • Um pedaço mais velho pode não ter uma marca visível devido a desgastes.
    • O ouro falso pode exibir uma marca que pareça autêntica; mais testes serão necessários.
  2. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 2
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    Procure por descolorações notáveis. É importante procurar descoloração em áreas que demonstrem fricção constante (tipicamente ao redor de bordas).
    • Você provavelmente possui um artigo que é apenas folheado a ouro caso o material esteja se desgastando e demonstre um metal diferente abaixo dele.

Método 2 de 6: Teste da Mordida

Nós todos já vimos um filme em que um prospector morde um pedaço de ouro para testá-lo. Também vimos atletas Olímpicos morderem a medalha de “ouro” ao recebê-la. A utilidade dessa última atitude, porém, é desconhecida.
  1. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 3
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    Morda o ouro com pressão moderada.
  2. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 4
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    Examine as marcas deixadas no material. Na teoria, ouro real exibirá as marcas de seus dentes; marcas mais profundas indicam ouro mais puro.
    • Este teste normalmente não é recomendável, visto que você pode danificar os dentes. Sem mencionar que o chumbo é mais macio do que ouro – e peças folheadas a ouro poderão parecer reais ao serem mordidas.

Método 3 de 6: Teste do Ímã

Este é um teste fácil, mas não é algo garantido ou infalível. Algo fraco como um ímã de geladeira não será útil, mas ímãs mais fortes encontrados em lojas especializadas e em objetos comuns como trancas de bolsas femininas, brinquedos infantis ou Discos Rígidos antigos serão fortes o suficiente para a realização do teste.
  1. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 5
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    Posicione o ímã acima do objeto. O ouro não é um metal magnético, portanto ele é falso se for atraído ou ao grudar-se no ímã. Entretanto, a falta de reações nem sempre indica a consistência do material, pois metais não-magnéticos são utilizados na falsificação de joias.

Método 4 de 6: Teste de Densidade

Existem poucos metais mais densos do que o ouro. A densidade de um ouro puro de 24K é cerca de 19.3 g/ml, o valor mais alto entre a maioria dos outros metais. Medir a densidade de seus objetos pode ajudá-lo a determinar se o ouro é real. Como regra geral, quanto maior a densidade, mais puro é o ouro. Certifique-se de realizar o teste em joias que não possuam gemas. Veja os avisos abaixo para mais informações importantes acerca do teste de densidade.
  1. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 6
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    Pese o ouro. Um joalheiro normalmente pode fazer isso gratuitamente caso você não tenha uma balança. Você precisará pesá-lo em gramas.
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    Encha um frasco com água.
    • Um frasco com marcações de mililitros no lado é útil, visto que isso pode facilitar as medidas para o teste.
    • Não importa quanta água você use desde que o frasco não se encha completamente. O nível da água subirá assim que o ouro for imerso nela.
    • Também é importante anotar a exata quantidade do nível de água antes e depois da imersão.
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    Coloque o ouro no frasco. Anote o novo nível de água e calcule a diferença entre esses dois números em mililitros.
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    Use a seguinte fórmula para calcular a densidade: Densidade = deslocamento entre massa/volume. Um resultado próximo de 19 g/ml indica ouro real ou um material com densidade semelhante. Eis um cálculo de exemplo:
    • Seu objeto de ouro pesa 38 g e desloca 2 mililitros de água. Usando a fórmula de [massa (38g)]/[deslocamento de volume (2 ml)], seu resultado seria de 19 g/ml, algo muito próximo à densidade do ouro.
    • Mantenha em mente que diferentes níveis de pureza terão diferentes resultados por g/ml:
    • 14K – 12.9 a 14.6 g/ml
    • 18K amarelo – 15.2 a 15.9 g/ml
    • 18K branco – 14.7 a 16.9 g/ml
    • 22K – 17,7 a 17,8 g/ml

Método 5 de 6: Teste do Prato Cerâmico

Este é um jeito fácil de descobrir a autenticidade do ouro. Mantenha em mente que o seu item pode acabar arranhado.
  1. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 10
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    Encontre um prato cerâmico não vidrado. É possível comprar uma peça em quase qualquer loja de artigos domésticos.
  2. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 11
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    Arraste seu objeto pela superfície do prato. Uma mancha preta indica que o ouro não é real, enquanto que uma mancha dourada indica a genuinidade do objeto.

Método 6 de 6: Teste do Ácido Nítrico

É daqui que nasceu o termo “teste ácido”, e é um método espetacular de testagem. Porém, devido às dificuldades relativas à aquisição do ácido e aos riscos de segurança inerentes à prática, é melhor deixar este teste para o joalheiro.
  1. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 12
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    Posicione o pedaço de ouro em um pequeno recipiente de aço inoxidável.
  2. Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 13
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    Coloque uma gota de ácido nítrico em seu ouro e observe qualquer ação que disso decorrer.
    • Uma reação verde indica que seu objeto é um metal base ou folheado a ouro.
      Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 13Bullet1
    • Uma reação da cor do leite indicaria um material de prata folheado a ouro.
      Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 13Bullet2
    • Se não houver reação, então é provável que você esteja lidando com ouro real.
      Imagem intitulada Tell if Gold Is Real Step 13Bullet3

Dicas

  • As marcações são um pouco diferentes nas joalherias europeias e indicam a pureza do item. As marcações tipicamente possuem três dígitos e são como o seguinte:
    • Marcação 10K 417: pureza do ouro é 41.7%
    • Marcação 14K 585: pureza do ouro é 58.5%
    • Marcação 18K 750: pureza do ouro é 75%
    • Marcação 22K 917: pureza do ouro é 91.7%
    • Marcação 24K 999: pureza do ouro é 99.9%
  • Quando dizemos ouro de 24 quilates ou 24K, queremos dizer que todas as 24 partes do ouro são compostas pelo material puro e sem traços de outros metais. O material, então, é considerado 99.9% puro. Ouro de 22K significa que 22 partes da joia são de ouro enquanto que outras 2 partes são feitas de outros metais. Isto é considerado 91.3% puro. Ouro de 18K significa que 18 partes do ouro são puras enquanto que as outras 6 partes são feitas de outro metal. Isto é igual a um material 75% puro. A pureza baixa a partir daí, sendo que cada quilate equivale a 4.1625%.
  • Em Portugal, o ouro é tipicamente 80% puro, ou perto de 19.2K, e aparece em três cores diferentes:
    • Amarelo – Composto de 80% de ouro puro, 13% de prata e 7% de cobre.
    • Vermelho – Composto de 80% de ouro puro, 3% de prata e 17% de cobre.
    • Cinza ou branco – Composto de 80% de puro ouro ligado com paládio e outros metais; quase sempre níquel.
  • Os outros metais que dão a consistência e a cor ao ouro com menos de 24K. Nós podemos indicar que 24K é o material mais macio e que o de 10K é o mais duro, pois 10K teria apenas 41.6% de ouro, enquanto que o resto seria composto por outros metais mais resistentes. A cor dos outros metais embeleza a joia, algo visível no ouro branco, amarelo, vermelho, etc.
  • 24K é ouro puro[1], mas ele é geralmente macio demais para ser utilizado em joias ou moedas. Por causa disso, outros metais são adicionados para criar consistências, o que gera diferentes densidades.

Avisos

  • Aviso sobre o Teste de Densidade: Muitas joias robustas são, de fato, ocas. Se ar estiver acumulado dentro da joia, isto IRÁ invalidar o teste de densidade, pois o ar adicionará flutuabilidade e aumentará o volume do objeto imerso na água. O teste de densidade é válido apenas para objetos sólidos, ou para objetos cujo ar tenha sido expelido de forma que a água possa preencher toda a cavidade interna. Uma pequena bolha de ar deixada dentro da joia criará um resultado impreciso.
  • Aviso sobre o Teste de Densidade: Devido aos cálculos precisos necessários para a realização do teste de densidade, o processo será muito impreciso se você não possuir um frasco que exiba a dosagem líquida em mililitros e uma balança precisa.
  • Aviso sobre o Teste de Densidade: O teste de densidade não é o jeito mais preciso de se descobrir se o ouro é real. Para ser preciso, você terá de saber quais materiais compõem seu ouro e a quais densidades os mesmos estão associados.
  • Aviso sobre o Teste com Ácido Nítrico: O ácido nítrico é uma substância altamente corrosiva. Precauções devem ser tomadas caso tal material seja utilizado para os testes. O ouro em si é seguro, pois é insolúvel em ácido nítrico. Entretanto, objetos que não sejam de ouro podem ser danificados quando testados no ácido nítrico.

Materiais Necessários

  • Lupa (Para Inspeção Visual)
  • Imã (Para o Teste do Imã)
  • Balança (Para o teste de Densidade)
  • Frasco (Para o Teste de Densidade)
  • Calculadora (Para o Teste de Densidade)
  • Prato cerâmico não vidrado (Para o Teste do Prato Cerâmico)
  • Ácido Nítrico (Para o Teste com o Ácido Nítrico)
  • Recipiente de Aço Inoxidável (Para o Teste com Ácido Nítrico)

Como Escolher Safiras de Qualidade

Como Escolher Safiras de Qualidade

A safira é uma pedra que vem em várias cores - amarelo, rosa, laranja e roxo - mas a maioria das safiras são azuis. As safiras azuis, que são a pedra de quem nasceu no mês de setembro, podem ser de vários tons, desde um azul médio para quase preto. As safiras são populares não só pela sua beleza, mas também por sua durabilidade; a única gema mais dura é o diamante. Quando decidir comprar uma dessas pedras, você deve se tornar bem informado em como escolher safiras qualidade.

Passos

  1. Imagem intitulada Choose Quality Sapphires Step 1
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    Decida se você gostaria de comprar uma safira natural ou criada em laboratório. Se você escolher uma pedra natural, pergunte se ela foi tratada termicamente. As pedras naturais são, por vezes, alteradas desta forma para mudar a aparência da safira.
  2. Imagem intitulada Choose Quality Sapphires Step 2
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    Procure por pedras de vários tons de azul. Como os tons da safira variam tanto, não há realmente nenhum padrão para a cor. As pedras podem ter subtons esverdeados ou violeta.
    • Se você olhar para uma safira através de uma lupa e não ver inclusões, você deve suspeitar de que ela não é uma pedra natural. Safiras de alta qualidade têm inclusões que são visíveis a olho nu.
  3. Imagem intitulada Choose Quality Sapphires Step 3
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    Escolha o tom de que você mais gosta. O "tom" se refere a quão escura é a pedra. As safiras mais valiosos têm um tom médio ao médio-escuro.
    • A regra geral é que uma safira não deve ser tão escura a ponto de você não poder dizer se ela é azul, e ela não deve ser tão pálida que não se pode discernir se é uma safira ou outro tipo de pedra azul que tem uma cor mais clara.
  4. Imagem intitulada Choose Quality Sapphires Step 4
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    Estude a saturação da safira, ou a intensidade da cor. As safiras de pior qualidade serão acinzentadas. A saturação de uma safira de alta qualidade é forte ou até mesmo vívida.
  5. Imagem intitulada Choose Quality Sapphires Step 5
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    Observe a clareza da safira. As safiras podem ter muitas inclusões e não são tão claras como os diamantes.
  6. Imagem intitulada Choose Quality Sapphires Step 6
    6
    Verifique o corte da pedra. As safiras de alta qualidade e bem cortadas devem ter simetria, equilíbrio e uniformidade quando observadas a partir de qualquer ângulo. Olhe para a pedra de lado, de cima e de baixo. Verifique se há áreas na pedra que parecem aguadas ou irregulares na cor.

Dicas

  • As safiras são extraídas na Índia, Burma, Sri Lanka, Tailândia, Vietnã, Austrália, Brasil e África.
  • As safiras brutas de altíssima qualidade são muito raras e caras. Muitos joalheiros não vão cortar e moldar uma safira que está acima da qualidade comercial, porque isso resultaria em uma perda significativa de peso em quilates.
  • Tire suas dúvidas sobre pedras naturais. Seu joalheiro ou revendedor de gemas deve ser capaz de dar-lhe um pouco da história sobre a safira que você está considerando comprar. Informe-se a respeito de onde a pedra foi minada e que tipos de tratamentos ela teve.
  • É muito importante saber se a pedra de safira que você vai comprar é aquecida ou não, porque desempenha um papel vital nos preços, por isso sempre peça certificado completo, se você comprar uma safira de alto valor. Prefira sempre o certificado da GIA, GRS e AIGS.

Como Saber se um Rubi é Verdadeiro

Como Saber se um Rubi é Verdadeiro

Você não sabe se seu anel de rubi é verdadeiro ou falso? Não se preocupe, este guia tem a solução para você. O melhor que você poderia fazer é levar sua pedra a um joalheiro de confiança e obter um certificado, avaliação, e/ou uma opinião sobre a autenticidade do rubi. Porém, se você não quiser fazer isso ainda, siga estes passos!

Passos

  1. Imagem intitulada Tell if a Ruby is Real Step 1
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    Inspecione o rubi com um ampliador de potência 10, podendo ser uma lupa ou microscópio. Provavelmente, você verá uma série de falhas microscópicas que seriam invisíveis a olho nu.
    • Se enxergar bolhas, você está lidando com um rubi falso.
    • Para qualquer outro tipo de falha, você deve ver algumas pequenas imperfeições em um rubi verdadeiro. Rubis falsos e criados em laboratório quase sempre são impecáveis, porque as falhas são tão, tão pequenas, que são extremamente difíceis de serem reproduzidas em um rubi falso.
  2. Imagem intitulada Tell if a Ruby is Real Step 2
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    Veja as cores. Rubis de verdade são de um vermelho lindo e vívido. Os falsos muitas vezes são sem vida, claros, mas sem brilho. Se for de um vermelho mais escuro, pode ser um piropo (pedra do grupo de minerais chamado granada) ao invés de um rubi.
  3. Imagem intitulada Tell if a Ruby is Real Step 3
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    Compare a pedra com um pedaço de vidro vermelho. Rubis e outras variedades de safira muitas vezes são falsificados com vidro. Se a pedra e o vidro forem parecidos, então ela é falsa!
  4. Imagem intitulada Tell if a Ruby is Real Step 4
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    Tente arranhar a pedra levemente. Use sua unha ou uma moeda. Rubis verdadeiros são extremamente sólidos e não serão arranhados.
  5. Imagem intitulada Tell if a Ruby is Real Step 5
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    Levemente esfregue a pedra numa superfície dura, como um porcelanato ou um pedaço de vidro liso.
    • Arranhões na superfície são normais; muitas pedras podem ser riscadas em porcelana e vidro.
    • Se você ver uma marca vermelha na superfície esfregada, a pedra é falsa.
  6. Imagem intitulada Tell if a Ruby is Real Step 6
    6
    Observe os cortes e facetas do rubi num ampliador de potência 10. Se o rubi for simples, arredondado ou esférico, provavelmente é uma pedra falsa, enquanto uma faceta de corte limpo, intocado e afiado poderia ser real.

Materiais Necessários

  • Lupa de joalheiro de potência 10
  • Superfície plana de porcelana ou vidro
  • Moeda

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Diamantes, lama e sangue

Diamantes, lama e sangue

O glamour das joalherias esconde as atrocidades cometidas em nome dessa pedra. Se fôssemos julgar o diamante, ele seria um criminoso brilhante, um sujeito jóia ou só um cara durão?
Diamantes embelezam os dedos das mulheres que podem se dar ao luxo de usá-los, mas já levaram embora as mãos de milhares de crianças africanas – vítimas de conflitos financiados com o dinheiro da exploração diamantífera. Fascinante, belo, sangrento, misterioso, inescrupuloso: todas essas qualidades já foram aplicadas ao multifacetado diamante. Mas é possível atribuir adjetivos tão fortes a algo que, afinal, não passa de um arranjo espetacular de átomos de carbono? Vale a pena pôr uma pedra no banco dos réus?
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Ocorre que esses átomos inertes estão perigosamente vinculados a uma série de crimes. A acusação mais grave é a de assassinato: gemas contrabandeadas pagaram o envio de 20 mísseis SA-8 e 200 foguetes BM-21 para uma organização paramilitar de direita da Colômbia. Como prova incontestável do delito, há um e-mail interceptado em 2001, do negociante de armas israelense Simon Yelnik. Não é só isso: a ficha desse brilhante réu é comprida e inclui desde concorrência desleal até a manutenção de trabalho escravo nas minas. Como argumento de defesa, pode-se dizer que diamantes são sujeitos jóias que já salvaram muitas vidas. Serras diamantadas são empregadas em ranhuras no asfalto de autopistas européias, o que previne acidentes. Bisturis de diamante são usados em delicadas cirurgias oftalmológicas. Diamantes também fazem a ciência progredir: a coleta de amostras do solo marciano pelos veículos exploradores Spirit, em 2004, foi feita com instrumentos de diamante. Graças à pedra, a Nasa encontrou traços de água no planeta vermelho.
Quando não bancam o bandido ou o herói, diamantes são caras literalmente durões, que podem ser úteis em tarefas casca-grossa. Todo vidraceiro sabe disso – não há outro material que corte vidros como o diamante. Até na gastronomia ele mete a colher. Na Barilla, fabricante de massas da Itália, o diamante é usado para cortar o macarrão.
Será que, pesando os argumentos, vale a pena continuar a contar com o diamante? Como dá para ver, não é uma sentença fácil.
ANTECEDENTES
O diamante é feito de carbono puro e foi forjado no interior da terra há pelo menos 3,3 bilhões de anos – a temperaturas de 1 200 ºC e pressão de 58 mil atmosferas. Existem minerais mais raros do que ele, como a painita, encontrada em quantidades ínfimas. Outros são mais valiosos, como o tório e o ítrio, usados em reatores nucleares. A sua história – ou a história do homem com ele – começou há uns 5 mil anos. Naquele tempo, na Índia e na Mesopotâmia, ninguém revendia diamantes com vistas a ter lucros astronômicos. Diamantes eram usados em artefatos rituais. Principalmente pelos homens, para ressaltar a virilidade (não há nada mais duro na natureza, daí o seu nome, do grego adamas, “invencível”).
Até a Renascença, o interesse comercial pelo diamante permaneceu adormecido. No século 15, porém, começou um frenesi pelo mineral que não terminou até hoje. Em 1477, foi dado o primeiro anel de noivado de diamante de que se tem notícia na história, à duquesa francesa Maria de Borgonha. Em 1725, o Brasil desbancou a Índia da posição de maior fornecedor de diamantes no mundo.
A indústria do diamante chegou à maturidade quando, em 1919, o matemático francês Marcel Tolkowsky criou um jeito de ressaltar ao máximo a cor e a claridade da pedra, frutos da dispersão da luz no diamante. A essa fórmula de lapidação – 57 facetas polidas, 33 na metade superior (chamada de coroa) e 24 na metade inferior (o pavilhão) – Tolkowsky deu o nome de brilhante. A beleza, e o valor, do diamante nascem de 4 fatores: a sua cor, claridade, tamanho (e peso) e lapidação. São os famosos “4 Cs” da indústria diamantífera: em inglês, color, clarity, carat e cut. Diamantes azulados ou rosados são raros e, por isso, muito valiosos. Já os amarelados são mais comuns. Uma marca do diamante autêntico – e a primeira coisa que o distingue de falsificações grosseiras, como as de zircônio – é a sua leveza. O Koh-i-Noor, da Coroa Britânica, tem quase o tamanho de uma bola de pingue-pongue e não chega a 22 gramas.
Nem todo diamante tem brilho. Aliás, esses são exceção. Quase todas as pedras extraídas das minas são opacas e pequenas. Elas são usadas na indústria, principalmente como instrumento de corte, de perfuração e como abrasivo.
Acusação nº1 - Servidão e maus-tratos
Minas de diamantes nunca foram locais agradáveis para se trabalhar. Principalmente depois que nós, brasileiros, entramos nesse negócio, em Minas Gerais dos idos de 1700. O nosso know-how de brutalidade foi logo copiado na África do Sul. Em 1879, o engenheiro sul-africano T.C. Kitto escreveu uma carta endereçada a seus patrões em Londres: “Os pretos [escravos brasileiros] são instalados em currais, que são fechados à corrente (...). Acho que sob supervisão européia os nossos pretos podem se tornar quase tão bons quanto os brasileiros”. Quando suspeitos de roubo, os trabalhadores das minas brasileiras eram trancados e acorrentados nus por dias a fio, num cubículo sem luz ou ventilação, sem água ou comida. Depois, inspecionavam-se os seus excrementos, em busca dos diamantes.
Hoje em dia, na África do Sul, os funcionários das minas passam todos os dias pelo raio X. Em Kimberley, o aparelho funciona mal – não distingue um diamante de um amendoim – e um funcionário, em 1993, acabou na mesa de cirurgia para extrair um diamante inexistente, uma mancha em sua radiografia. A poeira causa câncer de pulmão e outros problemas respiratórios. “Só enxergamos 1 metro à nossa frente”, contou um mineiro a Janine Roberts, autora do livro Glitter & Greed (“Brilho & Cobiça”, inédito no Brasil).
Acusação nº2 - Superfaturamento
Um quilate de diamante custa entre 2 e 15 dólares para ser extraído – de leitos de rios, do fundo do mar, de regiões geladas no Canadá e Sibéria, ou de minas subterrâneas na África e Austrália. Anualmente, 26 mil toneladas – ou 130 bilhões de quilates – de diamante são mineradas. E vendidas a 9 bilhões de dólares. Até aí, o lucro das mineradoras já é fantástico. O pulo-do-gato, porém, ainda está por vir: desse total, 20% são transformados em 70 milhões de peças de jóias por ano, no valor de 58 bilhões de dólares. “O que custa caro numa jóia é o polimento e a lapidação”, disse um joalheiro da rua 47, de Nova York, a Janine Roberts em Glitter & Greed. Curiosamente, boa parte das pedras hoje é polida e lapidada na Índia, por garotos de até 12 anos que ganham 23 centavos de dólar por quilate trabalhado. Mãos pequenas e olhos afiados são valiosos nessa indústria.
Acusação nº3 - Monopólio
Dado estarrecedor: 80% do comércio de diamantes em estado bruto do mundo está nas mãos de dois negociantes, a mastodôntica sul-africana De Beers e o milionário russo Lev Leviev. Como eles conseguem isso? Ora, comprando quase toda a produção mundial direto das minas. No mundo dos diamantes, os grandes mineradores são excelentes amigos de governos e governantes. Nos EUA, Maurice Templesman, representante da De Beers, é freqüentador da Casa Branca desde os tempos de John Kennedy. A ex-Dama de Ferro inglesa, Margareth Thatcher, promovia recepções no luxuoso escritório da família Oppenheimer, atual dona da De Beers. Lev Leviev, que detém a exclusividade de exploração das pedras angolanas, tem laços mais que suspeitos com o presidente russo Vladimir Putin.
Os dois gigantes revendem as pedras para apenas um seleto grupo de 150 negociantes, que os revendem para outras empresas, concentradas nas bolsas de diamantes – distritos de altíssima segurança localizados em Londres (Inglaterra), em Antuérpia (Bélgica), em Tel-Aviv (Israel), Mumbai (Índia), Hong Kong (China) e Tóquio (Japão). Desses distritos saem os diamantes polidos que são vendidos às milhares de joalherias em todo o mundo.
Em Ramat Gan, o distrito dos diamantes de Tel-Aviv, 900 câmeras monitoram o movimento das 15 mil pessoas que ali circulam todos os dias. Quando uma dessas pessoas não registra a saída ao término do expediente, é caçada por um batalhão de seguranças. Para que ninguém precise sair ao “mundo exterior”, existem bancos, cabeleireiros, academias de ginástica e restaurantes no complexo. A justiça em Ramat Gan tem uma dinâmica peculiar. Em caso de desavença entre dois negociantes – fato raríssimo –, tudo se resolve dentro da própria bolsa. “Não deixamos advogados entrar aqui”, disse Benzion Fouzailoff, negociante israelense, ao jornalista brasileiro Ariel Finguerman, no livro Retratos de uma Guerra.
Acusação nº4 - Fomento de guerra
Muitas das minas diamantíferas africanas ficaram na última década nas mãos de ditadores e de líderes guerrilheiros da África, como Jonas Savimbi, em Angola, e Foday Sankoh, em Serra Leoa. “Diamantes são como uma moeda. Eles pagam empréstimos internacionais, pagam propinas, compram armas... em alguns casos são melhores que dinheiro vivo”, afirma o negociante Mark von Bockstael, de Antuérpia, Bélgica. Nesses países, a riqueza dos diamantes se transforma numa fonte quase inesgotável para a compra de armas – as transações são intermediadas por mercenários como Victor Bout, ex-agente da KGB, ou o israelense Simon Yelnik, ex-agente do Mossad.
O dinheiro do diamante também patrocinou o terrorismo. Charles Taylor, ditador da Libéria, vendeu pedras para ninguém menos que Osama Bin Laden. “Dois compradores que negociavam com Taylor a partir de 1998 eram membros do alto escalão da rede do bilionário saudita”, escreve Greg Campbell, autor de Blood Diamonds (“Diamantes de Sangue”, inédito no Brasil), obra que esmiuça o tráfico internacional de diamantes. Suspeita-se que as pedras da Al Qaeda tenham sido derramadas na Europa num negócio de 20 milhões de dólares, entre 1998 e 2001. Até que não é muito, mas, como diz Alex Yearsley, da ong Global Witness (“Ttestemunha Global”, que milita contra o tráfico de diamantes), “é assustador que os ataques de 11 de Setembro tenham custado só 500 mil dólares. Quantos outros ataques os diamantes da Al Qaeda ainda não podem financiar?” Alex não é o único a alardear a conexão terror-diamantes: “Muitos dealers não se importam com a procedência das pedras, quando elas têm alto valor”, diz o ativista de direitos humanos Henrik Turlsson. Segundo uma estimativa da New African (revista de assuntos africanos editada na Europa), a centenária De Beers comprou em 1991 entre 500 milhões e 800 milhões de dólares de diamantes de mercadores independentes, muitos deles “laranjas” de sanguinários ditadores africanos.
Considerações finais
É provável que a indústria diamantífera tradicional esteja com os dias contados. Já existem máquinas que reproduzem as condições de temperatura e pressão altíssimas capazes de fabricar diamantes a partir de carbono – entramos na era do diamante sintético. Com o aumento da oferta, espera-se, entre outras coisas, que o diamante substitua o silício como material-base dos chips de computador. É o que aposta Hideyo Okushi, do Instituto de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do Japão, que pesquisa os chips de diamante, que podem funcionar tranqüilamente numa temperatura de até 1 000 ºC, enquanto que os atuais de silício emperram ao atingir mornos 150 ºC. Ainda existem empecilhos para isso: um, ironicamente, é a pureza do diamante, que atrapalha a condução de eletricidade. Cientistas como Okushi investigam formas de agregar impurezas ao diamante para torná-lo um condutor melhor.
Enquanto isso, a indústria dos diamantes se move para diminuir os seus descalabros humanos. Em 2002, os maiores produtores mundiais assinaram na Suíça o Processo de Kimberley, um acordo que padroniza e controla a emissão de certificados de procedência dos diamantes, o que na teoria evitaria o contrabando de pedras. Em 2003, foi sancionada pelo Congresso dos EUA a Ata para o Comércio Limpo de Diamantes (CDTA, na sigla em inglês), que monitora o movimento de pedras não lapidadas no mundo.
Acuados, nem sempre os barões das pedras aceitam pacatamente essas medidas: “Querem fazer com a gente o que fizeram com os casacos de pele”, disse Nikki Oppenheimer, presidente da De Beers, lembrando que protestos de ongs ecologistas quase arruinaram o comércio de estolas e afins. Ninguém aposta, nessa indústria, que os diamantes de laboratório venham a substituir as gemas naturais. Ironicamente, são as pequenas imperfeições vindas de elementos como o nitrogênio – impurezas na composição do diamante – que geram a cor, o brilho e, enfim, o fascínio da pedra. Um jornalista britânico comentou sobre os diamantes sintéticos, feitos 100% de carbono: “É como um rosto humano cujos traços não tivessem a mínima imperfeição. É um andróide, como esses personagens de computação gráfica”. Um diamante sintético tem tanta graça quanto um vinho produzido num laboratório de química.
O destino mais incerto de todos é o da maior vítima da indústria diamantífera: a África. As atrocidades que assombraram o mundo nos anos 90 ainda são uma sombra que paira sobre o continente. Os maiores carniceiros africanos, como Mobutu, Savimbi, Taylor e Sankoh estão ou mortos ou encarcerados. Mas muita coisa precisa melhorar. “A CDTA ainda possui muitos furos, e as negociações para o controle de diamantes oriundo de áreas de conflito não parecem ter evoluído desde 2003”, afirma Nathaniel Raymond, diretor de comunicação da Oxfam America, entidade de combate à pobreza mundial. Outros, como a ativista de direitos humanos Janine Roberts, vão mais além: “Não é apenas o tráfico de diamantes que deve ser banido”, diz. “Os salários escandalosamente baixos pagos aos trabalhadores africanos, ou o trabalho infantil, realizado em condições precárias, também têm de sumir para sempre”.
Essa é uma saga que ainda está longe de terminar. E declarar o diamante culpado ou inocente seria de um simplismo grosseiro – o julgamento depende de que face da pedra você está olhando.

Ervas da Amazônia para tratamento do câncer

Ervas da Amazônia para tratamento do câncer

Ervas da Amazônia para tratamento do câncer
Como as ervas amazônicas ajudam no tratamento do câncer
Brand X Pictures/Stockbyte/Getty Images
A medicina alternativa, como as ervas da Amazônia, está crescendo em popularidade devido ao baixo custo e ao apelo do uso de itens encontrados na natureza. As ervas amazônicas são ervas naturais encontradas nas folhas e plantas das florestas tropicais da Amazônia e têm sido usadas por séculos como curas naturais para doenças. No filme O Curandeiro Da Selva, de 1992, o ator Sean Connery faz o papel de um pesquisador que está à procura de uma cura para o câncer nas florestas tropicais da Amazônia. Embora o conceito não seja novo, é fato conhecido que as ervas podem ajudar a tratar os sintomas do câncer.

Ervas amazônicas

De acordo com o site graviolaleaves.com, as folhas de graviola matam as células cancerígenas. Essas folhas mostram toxicidade seletiva contra vários tipos de células cancerígenas e, de acordo com o mesmo site, quebram os tumores, eliminam as toxinas e destroem mais de dez mil células de câncer do que os tratamentos de quimioterapia. Elas têm sido eficazes contra o câncer de próstata, pulmão, mama, cólon e pâncreas. As folhas de espinheira santa são de árvores que podem crescer até quase 5 m de altura na Amazônia. Tomado como um suplemento ou estufado em chá, elas costumam ser utilizadas juntamente com os remédios de quimioterapia para reduzir os efeitos colaterais do tratamento e para aumentar a imunidade. De acordo com o site streetdirectory.com, essas folhas podem reduzir naturalmente os tumores e as atividades cancerígenas quando tomadas sem medicamentos para a doença. Nenhuma pesquisa mostra que elas curam o câncer, mas ajudam, de fato, a aliviar a dor e os sintomas. A tintura de cúrcuma é outra planta encontrada na Amazônia que, segundo o site tropilab.com, intervém com a iniciação e o crescimento de células cancerígenas e tumores, impede o crescimento do câncer de cólon e de pele e aumenta a eficácia de medicamentos usados ​​para combater o câncer, como a radiografia. A planta unha-de-gato estimula o sistema imunológico, destrói as células cancerígenas e funciona contra os medicamentos que diminuem o sistema imunológico, de acordo com o site rainforestherbalfoods.com. Essa erva não é usada sozinha para combater o câncer, mas ajuda a melhorar o sistema imunológico enfraquecido pelos medicamentos contra o câncer. Essa planta interrompe a perda de cabelo com a quimioterapia e mantém os níveis de sangue em um número saudável. Arcozon e aquazon são duas outras ervas que, segundo o site rainforestherbalfoods.com, procuram e destroem células cancerígenas mutantes.

Discussão

Mais de 20 mil plantas foram testadas por várias universidades e organizações científicas, incluindo o Instituto Nacional do Câncer dos EUA e a Universidade de Purdue, no estado americano de Indiana. Nesses estudos, descobriu-se que as ervas são benéficas em impulsionar o sistema imunológico e combater os efeitos colaterais dos medicamentos cancerígenos. No entanto, nenhuma pesquisa à base de governo americano, como pela FDA (Administração de Alimentos de Medicamentos), provou que essas ervas curam o câncer; portanto, não há informações suficientes sobre os efeitos das ervas disponíveis. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer dos EUA, o uso de ervas deve ser sempre discutido entre o paciente e seu médico, pois algumas ervas podem neutralizar os medicamentos de uma forma negativa. Várias organizações governamentais organizam inúmeros ensaios clínicos para testar os efeitos de ervas.