terça-feira, 1 de março de 2016

Usina de Tapajós vai inundar reserva de ouro

Usina de Tapajós vai inundar reserva de ouro

Além de impactos à população e à fauna e flora local, hidrelétrica de São Luiz inviabiliza projetos de mineração de ouro e diamante


Além dos conflitos socioambientais, o projeto da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no município paraense de Itaituba, enfrentará disputa com o setor de mineração de ouro. Segundo o Relatório de Impacto Ambiental(Rima) da obra, o empreendimento terá impacto direto em garimpos regulares na região. Alguns deles, diz o texto, se tornarão inviáveis com o enchimento do reservatório, que será responsável também pela remoção de 1,4 mil pessoas. Com a capacidade revista para 8.040 megawatts (MW), São Luiz é a principal aposta do governo para o crescimento da oferta de energia hidrelétrica nos próximos anos e deve ir a leilão até o fim do ano.
O Rima da obra, documento que aponta os impactos do projeto e propostas para sua mitigação, foi entregue ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na sexta-feira e será discutido em audiências públicas na região antes da avaliação final pelo órgão. O texto prevê o alagamento de 356 km² de áreas de alta diversidade ambiental para o reservatório da usina, que terá, ao todo, 729 km². Inicialmente estimada em 6.133 MW, a potência da usina foi revista após estudos mais detalhados sobre a melhor localização da barragem e suas duas casas de força. 
Caso a obra seja aprovada, os primeiros a sofrer o impacto serão os moradores das localidades chamas Vila do Pimental, Colônia do Pimental e São Francisco, que serão removidos para a construção do canteiro de obras. Ao todo, o consórcio responsável pelos estudos calcula que 1.404 pessoas terão que deixar suas casas para dar lugar às instalações de construção, à linha de transmissão e ao lago do reservatório. O enchimento do lago vai inviabilizar a atividade agropecuária e também a mineração nas margens do rio. Na área do empreendimento, há hoje 117 processos minerários em curso, em diferentes estágios de regularização.
“Independente da sua regularização, com a formação do reservatório, serão inviabilizadas as áreas de lavra em terra firme, pois em geral as flutuantes possuem condições técnicas para continuar atuando nas novas condições”, diz o relatório. O texto identifica impacto direto em 46 processos de direitos minerários obtidos junto ao Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), nove deles em fase inicial de pesquisa. A maior parte refere-se à mineração de ouro e diamante. Nos últimos anos, a região experimenta uma nova “corrida do ouro”, com o crescimento dos garimpos, muitos deles ilegais.
Para minimizar os impactos junto à atividade, o consórcio propõe um plano de acompanhamento da atividade mineral, que prevê atualização contínua e o acompanhamento da situação legal dos processos minerários para definir “o tipo de bloqueio (provisório ou permanente)” da atividade, além de uma reorganização do garimpo na área, para eventual realocação, respeitando as restrições ambientais. Entidades ambientais temem ainda o aumento do garimpo ilegal na região, diante das facilidades de infraestrutura que serão construídas para o projeto.
Além de novas habitações para as famílias removidas, o consórcio vencedor do leilão terá que construir um porto e pavimentar uma estrada para o transporte de pessoas e materiais para o projeto. Uma linha de transmissão de 40 quilômetros, ligando a usina a uma subestação em Itaituba também será necessária. Estima-se que 13 mil trabalhadores estarão no local no pico das obras, previsto para dois anos após seu início. Deste total, 4,5 mil devem ficar após o início das operações. Além de medidas compensatórias para minimizar as perturbações socioeconômicas, o Rima lista uma série de impactos positivos, como a geração de empregos e negócios para os moradores, melhoria na arrecadação e na infraestrutura local.
Por outro lado, há também impactos negativos na fauna local, como a interrupção de fluxos migratórios de peixes e o confinamento de jacarés,botos e ariranhas, que não terão condições de ultrapassar a barragem.

R$ 76 bilhões em ouro roubado do Tapajós

R$ 76 bilhões em ouro roubado do Tapajós

Em pouco mais de meio século de atividade, o total estimado de ouro retirado do Oeste paraense é de 782,9 toneladas, das quais apenas 313,2 toneladas saíram legalmente. O restante, correspondente a 60% da produção, foi descaminhado, como dizem os estudiosos, que evitam falar apenas em contrabando. Cotado a preço de hoje, 96 reais o grama, esse monumental volume de ouro estaria valendo algo em torno de 76 bilhões de reais. Com o descaminho, ficam cerca de 30 bilhões de reais que, pagando impostos e circulando legalmente na região e no País, quanto benefício poderia ter causado à população em geral e à economia local e estadual?

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O que a região do Tapajós ganhou, neste mais de meio século de avanço ensandecido sobre suas reservas auríferas?

SANTARÉM – A província garimpeira do Tapajós/Jamanxim e afluentes, a maior do Brasil com mais de 28 mil quilômetros quadrados, produziu entre os anos de 1980 e 1989 um total de 256,9 toneladas de ouro, sendo 76,9 toneladas comercializadas oficialmente, com notas fiscais, e 180 toneladas descaminhadas, ou pelo contrabando ou por negócios de pequeno e médio porte não contabilizados pelo fisco. O tamanho dessa área é o oficial, autorizado por lei federal, no entanto, a garimpagem se estende por cerca de 100 mil quilômetros quadrados, à revelia da lei, segundo estimativas confiáveis.
EVASÃO Estes negócios compreendem a evasão pura e simples, assim como a troca de poucas gramas por mercadorias, realizadas pelos trabalhadores garimpeiros, até a aquisição de objetos mais caros efetuados, em geral com volumes de ouro não muito significativos no varejo, mas representativos no volume geral do descaminho.
Tanto o contrabando como estes negócios laterais desviaram mais da metade de todo o ouro produzido a região sob influência do Rio Tapajós. Esta estimativa faz parte de pesquisa do Departamento Nacional de Produção Mineral, o DNPM, referente àquele período. Do total produzido nas grotas, barrancos e nos leitos dos rios e igarapés naquela década, percebe-se que a produção anual foi de cerca de 26 toneladas.
Com a queda acentuada dos preços do metal no mercado mundial, ao lado de medidas econômicas do governo brasileiro daquele período, os garimpos desta região amazônica tiveram uma redução drástica de suas atividades, que recomeçaram vorazmente de 2010 para cá, justamente na trila do aumento também acentuado da cotação do ouro, cujo grama está hoje a 150 reais.
De janeiro de 2010 e agosto de 2012, a cotação do ouro no mercado internacional saltou de 900 dólares para 1.800 dólares a onça (uma onça/ouro equivale a 31 gramas). Aí está uma das explicações da entrada maciça da garimpagem industrial nas águas do Tapajós e seus afluentes.
SAÚDE PÚBLICA O geólogo Alberto Rogério da Silva, com larga experiência em consultoria de mineração, prestando serviços ao Instituto Brasileiro de Mineração, o IBRAM, ao Sindicato das Indústrias Minerais do Pará e à Reinarda Mineração Ltda., informa que, na região do Tapajós, existem atualmente 2.200 pontos de extração de ouro, 500 pistas de pouso para aviões e produção de cerca de 12 toneladas do minério por ano, sendo que a atividade garimpeira já é realizada no local desde 1958. No final do ano passado Alberto Rogério lançou um excelente livro, “A Indústria Mineral no Pará”, em que oferece um panorama do setor na região, do ponto de vista empresarial, ambiental, inclusive quanto à questão do emprego do mercúrio na lavra aurífera e as suas implicações para a saúde pública.
Esses números são atualizações de observações empíricas que vêm do período do boom verificado mais ou menos entre 1980 e 1990. Muitos campos de pouso estão presentemente desativados ou muito pouco utilizados, assim como o total de pontos de garimpagem não significa que a atividade tipicamente artesanal ou semi-mecanizada esteja tão alastrada quanto naquela década. Mas a atividade retorna com muita força, com a introdução da garimpagem industrial que dispensa milhares de trabalhadores, os chamados peões de grota. A tecnologia avançou e os braços necessários para a lavra diminuem exponencialmente.
PRODUÇÃO ESTIMADA EM 54 ANOS DE ATIVIDADE GARIMPEIRA 
De 1958 a 1969 – cálculo empírico – 80 t = 7,2 t por ano
De 1970 a 1979 – cálculo empírico – 200 t = 20 t por ano
De 1980 a 1989 – 256,9 toneladas = 25,7 t por ano (estimativa do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM).
Obs: Neste período, a produção oficial foi de 76,9 toneladas apenas. O descaminho por contrabando e outros negócios menores, foi de 180 toneladas na década).
De 1990 a 1999 – 120 t = 12 t por ano
De 2000 a 2009 – 90 t = 9 t por ano
2010 a 2012 – 36 t = 12 t por ano
Total em 54 anos – 782,9 toneladas 
Estes dados aqui expostos estão sujeitos a contestação e estimativas mais técnicas de correção, havendo muita possibilidade de alterações para mais ou para menos. A suposição, aqui, é que seja para quantias mais elevadas.
Os dados partem de vertentes diversas: a estimativa do próprio Departamento Nacional de Produção Mineral referente à década 1980-1989 e da presente estimativa do geólogo e um dos mais dedicados estudiosos do setor mineral do Pará, o paraense de Juruti, Alberto Rogério da Silva, consultor do Instituto Brasileiro de Mineração, o IBRAM.
OBSERVAÇÕES Há também as observações do autor desta reportagem referentes aos períodos em que acompanhou a atividade, como repórter de O Liberal, de Belém, e como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, na cidade de Santarém. Durante longas conversas com empresários do ramo e com diversos pilotos de pequenos aviões que faziam e fazem a rota dos garimpos do Tapajós, quase sempre as estimativas de produção giram em torno de 500 a 700 toneladas de ouro neste mais de meio século.
Na primeira fase, final dos anos 1950 a 1969, a penetração rumo aos mananciais auríferos se fazia de barco, com semanas de viagem e, obviamente, resultando numa produção muito incipiente mas que, já no meado dos 1960, começava a deslanchar, atraindo aventureiros de várias partes do País e compradores locais de empresas paulistas, sobretudo. Começava a ser introduzido o garimpo semi-mecanizado e, obviamente, gerando produção cada vez mais elevada.
Na década seguinte, entre 1970 e 1979, a produção se acelera e um dos indicadores mais visíveis foi a penetração maciça de centenas de empresas de pequena aviação na região, o que transformou o aeroporto da cidade de Itaituba no mais movimentado do mundo nesse tipo de transporte aéreo. O boom estava instalado e se estenderia intenso por cerca de 20 anos.
Esse boom chegou ao seu auge na década seguinte, com a introdução maciça de balsas dotadas de dragas escariantes altamente agressivas ao leito dos rios. Aliado a esse processo deu-se início acelerado ao desmonte de centenas de quilômetros de barrancos às margens dos tributários do Tapajós, resultando no maior derrame de barro dentro do leito principal de um rio brasileiro. O imenso Tapajós, com seus 850 quilômetros de extensão desde a junção do Juruena e o Teles Pires, e que na foz tem 16 quilômetros de largura, mudou de cor – passando de verde-esmeralda a barrento. A poluição física, pelo barro, e o emprego maciço de mercúrio nas águas da região transformaram a natureza de vários rios e igarapés do coração da Amazônia. O medo das doenças provenientes do mercúrio se alastrou e algumas pesquisas foram realizadas pelo Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, comprovando as hipóteses, em diversas amostras colhidas pelos pesquisadores, de que havia espécies de peixes, abundantes na região e alimento básico de largas faixas da população, impregnados com teores de mercúrio, transformado quimicamente, acima do que pode resistir o ser humano, segundo parâmetros daOrganização Mundial de Saúde, a OMS.
PESQUISAS Pesquisas sobre a contaminação mercurial existem, mas os diversos relatórios e artigos existentes estão pedindo uma consolidação e mais investimentos, já que as iniciativas, mesmo louváveis, ainda são mais pessoais ou de grupos sem recursos para aprofundar os estudos. Ressalve-se os esforços de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará.
Dos anos 1990 em diante houve um decréscimo acentuado na produção pelas razões expostas, como a queda dos preços do ouro no mercado internacional ao lado de medidas econômicas num período de elevada inflação no Brasil.
De 2010 para cá, no entanto, a atividade retorna com força, já com o emprego de tecnologias bem mais avançadas, como o emprego de dragas que custam até 2 milhões de reais, e que já seriam em número de 70 na bacia do Tapajós.
Há muitas questões a serem levantadas: ao revirar o leito do Tapajós e afluentes, essas dragas poderosas repetirão o desastre ambiental dos anos 1980/1990? Aquele processo foi estancado não por qualquer medida de prevenção ou repressão oficial, mas apenas em consequência do preço ouro, que despencou e por dificuldades econômicas do País naquele momento, retraindo os investidores.
QUESTÃO CENTRAL Outra questão, esta central: O que a região do Tapajós ganhou, neste mais de meio século de avanço ensandecido sobre suas reservas auríferas? O Estado Pará, que proveito tirou dessa monumental agressão ambiental? E uma conclusão: isto pode se repetir, com consequências ainda mais danosas à própria economia regional, especialmente ao Oeste do Pará, onde se implanta, ainda incipiente, uma indústria do turismo que tem Alter do Chão como ícone desta fase, com investimentos em hotéis, pousadas, lanchas, turismo receptivo de até 35 transatlânticos por temporada (novembro a março), afetando o emprego de milhares de pessoas nos municípios de Santarém, Aveiro (Fordlândia) e Itaituba. Quilômetros de praias e lagos podem voltar a ser enlameados como naquele período citado. E o pecado escassear.
É claro que resíduos dessa economia do saque ficaram na região. Itaituba, que ficou conhecida como a Cidade Pepita, e Santarém, obtiveram proveitos na circulação de uma riqueza que dinamizou o comércio local, porém uma riqueza infinitamente menos significativa diante das montanhas do ouro descaminhado. Aliás, esses benefícios foram largamente neutralizados pela avalanche da massa migratória, trazendo para a região milhares de trabalhadores para os quais, quando muito, ficaram ralos gramas do metal tão precioso.
Para a maioria desses trabalhadores ficaram a malária, o risco da contaminação pelo mercúrio, o mais venenoso metal líquido existente na natureza, e peixes contaminados para os ribeirinhos. Foram encher as periferias das duas cidades e engrossar as grotas de onde muitos nem mais saíram, seja pelas doenças ou vitimados pela criminalidade que, nos anos de boom, ceifou milhares de vidas de garimpeiros. Na frente de Itaituba está uma grande favela, às margens do rio que tanto ouro pariu neste meio século, a demonstrar a lógica dessa economia de terra e águas arrasadas.
Quando os empresários do ouro ouvem estas conversas, de imediato alegam que qualquer medida visando ao combate à agressão ambiental e humana resultará na queda da produção de ouro e redução dos empregos nas grotas. Ocorre que ao longo do Tapajós, abaixo das zonas agredidas, muito mais gente, inclusive os 78 mil ribeirinhos que vivem da pesca, podem ficar sem trabalho. Uma questão: ninguém quer que o ouro deixe de ser retirado do Tapajós, o que se pleiteia é a introdução de tecnologias não poluentes, já existentes.
O que precisa ter um basta é a atividade ilegal, aventureira, imediatista, como, aliás, é praxe naAmazônia, onde se chega para enriquecer rápido e cair fora, sem nenhum compromisso com o desastre deixado para trás. E isso vale tanto para o garimpo quando para as médias e grandes empresas mineradoras.

Recursos Minerais do Brasil

Recursos Minerais do Brasil

O Programa Recursos Minerais do Brasil tem por objetivo o levantamento de informações geológico-econômicas e metalogenéticas do território brasileiro para subsidiar as atividades de exploração mineral em todo o território nacional, provendo, ainda, estudos sobre a potencialidade de áreas cuja ambiência geológica apresenta-se favorável à presença de metais.

No ano de 2005, com continuidade no ano de 2006, foram priorizados estudos que objetivam apoiar atividades de extração mineral de pequeno porte, aumentar a oferta de minerais industriais e de insumos minerais para a agricultura e para a construção civil e desenvolver estudos metalogenéticos. Desta forma, foram conduzidos projetos específicos agrupados em três subprogramas.

No âmbito do Subprograma Avaliação de Potencial Mineral de Pequenos Depósitos e Distritos Mineiros foram realizados estudos de avaliação do potencial de pequenos depósitos e distritos mineiros, como apoio aos arranjos produtivos locais. No âmbito do Subprograma Bens Não Metálicos foram conduzidas pesquisas em áreas de ocorrência de rochas carbonáticas potenciais para serem utilizadas como fertilizantes e corretivos de solo in natura, de zeolitas para uso industrial e agrícola, de minerais para construção civil em regiões metropolitanas e de agregados marinhos. No âmbito do Subprograma Estudos Metalogenéticos foram conduzidas pesquisas em ambientes favoráveis à presença de metais básicos\ferrosos (Cu, Zn, Pb, Cr) e nobres (elementos do grupo da platina).


Subprograma Avaliação de Potencial Mineral de Pequenos Depósitos e Distritos Mineiros
Este subprograma objetiva a realização de estudos de geologia exploratória de pequenos depósitos, cuja pesquisa geológica servirá de apoio ao desenvolvimento de pequenos arranjos produtivos locais de base mineral.

Projetos em Execução:


Subprograma Bens Não Metálicos
Este subprograma visa à realização de estudos de reconhecimento e avaliação do potencial para bens minerais utilizados na construção civil, como suporte a políticas habitacionais, para ocorrências de insumos minerais corretivos de solo e fertilizantes in natura; para utilização na agropecuária familiar ou extensiva; e para ocorrências, depósitos e distritos mineiros de minerais industriais que possam servir de apoio ao desenvolvimento, gerando empregos, renda e tributos e reduzindo as desigualdades regionais.

Projetos em Execução:


Subprograma Estudos Metalogenéticos
Este subprograma visa ao desenvolvimento de projetos de cunho científico-econômico em áreas previamente identificadas por seu elevado potencial, com aplicação de novas metodologias de pesquisa mineral, focando o entendimento dos processos responsáveis pela geração dos depósitos de metais.

Projetos em Execução:


Pedreira Rio das Pedras Ltda. (Município de Itabaian-SE). Jazimento de gnaisse para fabricar brita.
Pedreira Rio das Pedras Ltda. (Município de Itabaian-SE). Jazimento de gnaisse para fabricar brita.
Extração de areia para construção civil. Rio Vaza-Barris, Areal São Carlos (Município de Itaporanga d'Ajuda-SE).
Extração de areia para construção civil. Rio Vaza-Barris, Areal São Carlos (Município de Itaporanga d'Ajuda-SE).

Mapa Geológico de Tapajós

Mapa Geológico de Tapajós

Província Mineral do Tapajós: Geologia, Metalogenia e Mapa Previsional para Ouro - SIG

Mapa Geológico de Tapajós
Na Província Mineral do Tapajós, na Amazônia brasileira, depósitos de ouro estão amplamente distribuídos, ocorrendo em diferentes tipos de rochas, e representam o termo final do espectro de profundidade na crosta superior dos tipos de depósitos denominados mesotermais, de ambientes de fácies metamórfica que varia de xisto verde a anfibolítica de baixo grau.

Esses depósitos exibem feições que são características tanto dos depósitos mesotermais, tipo lodegold, como também das mineralizações de metais preciosos, similar ao tipo epitermal. 

O presente trabalho demonstrou que as mineralizações de ouro no Tapajós representam o termo final da crosta superior do ouro Proterozóico, tipo orogênico (mesozonal e epizonal).

Veja também: Mapa em versão pdf.

Zé Arara é o mais lendário garimpeiro do Tapajós


Zé Arara é o mais lendário garimpeiro do Tapajós


A cidade foi chamada de último faroeste brasileiro, a capital dos garimpos. No auge da febre do ouro, Itaituba recebia hordas de gente vinda de todos os cantos do país. Vinte toneladas de ouro por ano chegaram a ser extraídos dos garimpos do Alto Tapajós no fim dos anos 80.Mesmo com a decadência da mineração no rio do ouro, eles não perderam a esperança. Dos mais de 700 garimpos, só 200 ainda estão em funcionamento. A produção não chega a três ou quatro toneladas por ano.
Zé Arara é o mais lendário garimpeiro do Tapajós. Na década de 60, foi o garimpeiro mais famoso da Amazônia. Ele formou um império, no município de Itaituba, de aviões, mansões, fazendas, muito dinheiro, tudo tirado do ouro. Aí veio a crise e ele teve que recomeçar tudo.
“Antes da crise fui o único brasileiro que vendeu na faixa de 40 toneladas de ouro ao governo brasileiro”, conta ele. Zé Arara perdeu muito, mas nunca foi um garimpeiro de alma livre, capaz de gastar em uma noite, com mulheres e bebida, tudo o que levou meses para ganhar.
Ao contrário, ele construiu um patrimônio. “Além de ter um jato, tinha 15 aviões pequenos e quatro bandeirantes”, ressalta. Um problema com o jato em Itaituba fez com que Zé Arara trasladasse o avião de volta para a fábrica, em Nova York.“O avião explodiu no ar. Morreram dois tripulantes, dois comandantes e dois mecânicos. Para eu desenrolar esse rolo e não ser preso nos Estados Unidos, tive que gastar 200 quilos de ouro”, conta o garimpeiro.
Desde então, ele está sem sair do garimpo. São onze anos pagando dívidas. “Não devo mais, agora estou lutando para reerguer nosso negócio”, conta. Zé Arara se diz dono de 23 mil hectares de terra, toda a área do garimpo de Patrocínio. Mesmo assim, os moradores criaram uma associação e querem transformar a região em uma comunidade.
Zé Arara se sente ameaçado. “Temo até pela minha segurança. Hoje, estou recomeçando aos 70 anos”, ele diz. O garimpo não é mais como antes. Das dez mil pessoas que buscavam ouro em Patrocínio só restam duas mil.