terça-feira, 8 de março de 2016

Reviravolta na guerra do minério de ferro: Vale pode estar se unindo...

Reviravolta na guerra do minério de ferro: Vale pode estar se unindo com a quarta maior produtora de ferro do mundo



 
Segundo a australiana Fortescue a Vale deverá estar assinando um memorando de entendimento com ela, que é a quarta maior produtora de minério de ferro do mundo.

Se formalizado o MOU a Vale poderá comprar até 15% da Fortescue a preços de mercado. Além disso as duas empresas irão vender até 100 milhões de toneladas de minério de ferro para o mercado chinês, que hoje viu a maior alta no preço do minério de ferro em apenas um dia: 20%.

A joint venture será a maior da história do minério de ferro mundial e deverá fazer o equilíbrio pender para a Vale deixando a Rio Tinto e a BHP em enorme desvantagem.

Minério de ferro sobe as alturas e alavanca bolsas mundiais. Ações das mineradoras decolam, Vale ultrapassa 10%

Minério de ferro sobe as alturas e alavanca bolsas mundiais. Ações das mineradoras decolam



 
  O ferro na força máxima. As bolsas celebram as boas notícias vindas da China que fizeram o preço da tonelada de minério de ferro subir mais de 19%. Nunca se viu uma subida tão pronunciada em apenas um único dia.

Aqui no Brasil, apesar do pior resultado econômico dos últimos 25 anos, o Ibovespa teima em subir.

Na semana passada a nossa bolsa subiu pela percepção de que a queda de Lula poderá apressar o impeachment de Dilma o que dá ao Brasil uma nova chance de crescimento.

Hoje o Ibovespa continua em alta, puxado pelas ações da Vale que, no momento sobem mais do que 10%. No exterior a BHP está com alta de 6% e a Rio Tinto de 5,02%. A maior alta vem da Fortescue que supera 24% (vinte e quatro).

O que faz o minério subir à estratosfera é a notícia que os chineses deverão comprar gigantescas quantidades para repor os estoques, que estão quase no fim. Esta notícia vem com a informação de que a economia chinesa vai manter um crescimento de 6,5% nos próximos anos.

Desde dezembro o minério de ferro já subiu mais de 70%.

domingo, 6 de março de 2016

Mina do Boi Morto é uma das reservas de opala de Pedro II

Mina do Boi Morto é uma das reservas de opala de Pedro II

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 A lapidação de opalas em Pedro II foi intensificada no final da década de 90. Em 2004, o Ministério Público interditou as áreas de extração da pedra, devido a conflitos entre garimpeiros locais e australianos, que até então eram os maiores beneficiados com a extração da opala na região.

Para resolver a questão, foi criado o Arranjo Produtivo Local, APL, da Opala, que conta com a parceria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí. Por meio desse projeto, as áreas de extração foram legalizadas e liberadas para uso por parte dos garimpeiros de Pedro II.

A Mina do Boi Morto foi uma das áreas liberadas para extração. O local, devido à exploração desenfreada de mais de mais 40 anos, encontrava-se bastante degradado. Na época foi definido um Plano de Recuperação. A 1ª Carta Ambiental tratou sobre as normas técnicas do processo de mineração.

Na 2ª carta, o foco era um destino para o rejeito, de forma a reduzir o passivo ambiental, herança de quase cinco décadas. Atualmente, esse rejeito tem um volume de mais de 10 milhões de metros cúbicos. Estudos mostraram que a areia grossa do material era de excelente qualidade, o que fez os pesquisadores elaborarem o plano de uma célula de fabricação de tijolo ecológico.

“O que acontece é um regarimpo de um produto garimpado por mais de 40 anos desordenadamente. Com o passivo ambiental da mina, conseguimos produzir um material ecologicamente correto, sem queima de energia, e que gera emprego e renda”, explica o engenheiro Marcelo Morais, coordenador do APL da Opala.

A vantagem dos tijolos ecológicos, segundo Morais, é o conforto térmico, além da resistência do material. “A parte interna das construções com esse tijolo tem em torno de 5ºC de diferença em relação ao seu exterior. Apresentamos um projeto de construção de casas com esse tijolo para a prefeita Neuma Café, que ficou bastante entusiasmada com a idéia. Queremos divulgar a utilidade e os benefícios desse produto”, acrescenta Marcelo.

A Mina do Boi Morto ainda tem áreas intactas e no rejeito ainda há uma grande quantidade de cascalhos que podem ser utilizados na confecção de joias e outros produtos.

Em Pedro II, existem mais de trinta minas de opala, das quais cinco são trabalhadas por garimpeiros locais. A pedra que só é encontrada na região e na Austrália, se destaca pela resistência e firmeza, tendo seu valor definido com base nas nuances de cores. Quanto mais cores, mais valiosa é a pedra.

Reza a história, que em Pedro II já foi encontrada uma pedra de quase cinco quilos, que está no museu de Londres. A outra grande pedra que se tem registro da extração ainda está em Pedro II e tem seu valor avaliado em R$ 300 mil
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Ouro da terra yanomami era vendido em empresa da Avenida Paulista

Ouro da terra yanomami era vendido em empresa da Avenida Paulista 



É na Avenida Paulista, o centro financeiro do país em São Paulo, o destino final do ouro extraído ilegalmente e contrabandeado por uma organização criminosa que devastou rios, florestas e provocou doenças e mortes aos índios da Terra Indígena Yanomami, no Estado de Roraima.
No endereço, segundo investigação da Polícia Federal, funciona uma DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários), que é uma das sete instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central para operar no mercado da venda do ouro em lingotes (barras) para clientes no país e no exterior.
Acima de qualquer suspeita nos negócios, a DTVM da Avenida Paulista virou o principal alvo da Operação Warari Koxi da Polícia Federal, que conforme a Amazônia Real publicou, desarticulou a cadeia da extração de minérios 
Participavam da organização, segundo as investigações, mais de 600 garimpeiros, 30 empresas, que tinham permissão de lavra de garimpo em outros estados, 26 comerciantes locais de venda de ouro de Boa Vista (RR), cinco servidores públicos, inclusive da Funai (Fundação Nacional do Índio). Há indícios do suposto envolvimento de indígenas yanomami no esquema.
A organização criminosa movimentou com a venda do ouro do garimpo ilegal, financiado pela DTVM investigada, R$ 1 bilhão entre os anos de 2013 a 2014, diz a Polícia Federal.
Em entrevista exclusiva à agência Amazônia Real, o chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, delegado Alan Robson Alexandrino Ramos, disse que não divulgará o nome da DTVM investigada em razão do segredo decretado no inquérito policial pela Justiça Federal de Roraima. Mas, adiantou que na sede da empresa em São Paulo foram aprendidos documentos que comprovam como a organização criminosa agia na reserva indígena, e cerca de 3 quilos de ouro em barras de 250 gramas.
O destinatário final, aquela que recebia o lucro de tudo isso, é a instituição financeira, uma DTVM da Avenida Paulista. O ouro (do território yanomami) chegava em São Paulo e entrava no mercado lícito, no mercado formal, através de fraude de documentos que apontavam a origem de garimpos devidamente autorizados em outros locais, que não o de Roraima, onde não existe garimpo autorizado. Então eles faziam essas fraudes justificando a origem do ouro com as notas fiscais”, afirmou o delegado Alan Robson, como é mais conhecido na PF.
Barras em lingote de ouro apreendidas em 2014 (Foto: Polícia Federal)
Barras em lingote de ouro apreendidas em 2014 (Foto: PF)
Os compradores do ouro vendido pela DVTM, que são pessoas físicas e jurídicas, também são alvo da investigação. “A princípio, quem está comprando o ouro da DTVM não sabe da origem ilegal, mas estamos investigando também. Apreendemos documentos na empresa nesse sentido”, afirmou o delegado Alan Robson.

O caminho do ouro percorria cinco estados
A distância entre as cidades de São Paulo e Boa Vista (RR) é de 3.140 km em linha reta. Da capital de Roraima, segundo a Polícia Federal, a financiadora DTVM da Avenida Paulista despachava centenas de garimpeiros para trabalhar em balsas no leito do rio Uraricoera, a região que se encontra o garimpo na Terra Indígena Yanomami.
O rio Uraricoera tem cerca de 870 quilômetros de extensão da nascente na Serra de Pacaraima, na divisa das águas amazônicas com o rio Orinoco, na Venezuela, até a confluência com o rio Tacutu, formando o rio Branco, que margeia o município de Boa Vista.
O garimpo ilegal financiado pela DTVM, segundo a Polícia Federal, funcionava em um raio de 280 quilômetros no extremo norte da reserva dos índios yanomami, na área que abrange as aldeias Homoxi e Paapi-ú, próximas da fronteira com a Venezuela.
Conforme a investigação, de Boa Vista os pilotos de aeronaves, financiados pela DTVM da avenida Paulista, despachavam os garimpeiros para dentro da reserva indígena e, no retorno transportavam ouro, pedras preciosas, como diamantes, além de minérios como tantalita. As 26 lojas de venda de ouro e joalherias da cidade cuidavam do envio da produção do garimpo ilegal para as empresas atravessadores.
A investigação da Polícia Federal diz que da capital roraimense, o ouro seguia com os pilotos de aviões para Manaus (AM), Itaituba e Santarém (PA) e Porto Velho (RO). Nestas cidades estão as mais de 30 empresas que têm permissão de lavra em garimpos pelo governo federal.
Nestas empresas, o ouro retirado da reserva era transformado em lingotes, que são barras de 250 gramas do minério padronizadas para comercialização no mercado financeiro. Com as notas fiscais atestando a origem legal, o ouro seguia ao destino final que é na DTVM da Avenida Paulista.
Para a sede da DTVM paulista, foi encaminhada por mês uma média 160 kg de ouro (o equivalente a R$ 17 milhões). Quando o esquema se consolidou em 2013, o envio de ouro chegou a duas toneladas por ano, segundo a PF.
Os acusados responderão por crimes de sonegação fiscal, associação criminosa, extração de recursos naturais de forma ilegal, uso indiscriminado de mercúrio, usurpação de patrimônio da União, receptação de bens provenientes de crime, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, contrabando, lavagem de dinheiro, e operar instituição financeira sem a devida autorização do Banco Central. As penalidades previstas podem resultar em 54 anos de prisão.

Garimpo ilegal financiado pela DTVM era estruturado
Os acampamentos como este podiam abrigar até 30 garimpeiros. (Foto: Guilerme Gnipper/Funai/2013)
Os acampamentos como este podiam abrigar até 30 garimpeiros. (Foto: Guilherme Gnipper/Funai/2013)
À Amazônia Real, a chefe da Delegacia de Segurança Institucional da Polícia Federal de Rorima, delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, responsável pelo inquérito policial, disse que na primeira semana da Operação Warari Koxi 100 garimpeiros foram retirados da Terra Indígena Yanomami. Segundo ela, os agentes federais que atuam na ação apreenderam 30 balsas e destruíram 20 acampamentos, cada um podia abrigar cerca de 30 garimpeiros, mais de 600 pessoas.
Denisse Ribeiro disse que os garimpeiros retirados dos acampamentos e encontrados em balsa em pleno rio Uraricoera foram conduzidos de forma coercitiva para prestar depoimentos, mas depois foram liberadas em Boa Vista. “Nosso objetivo não é prendê-los, é entender o modo de operação da cadeia do ouro”, disse.
Mapa da Õkrãpomaɨ – Expedição Yanomami (Ninja/ISA/Hutukara)
Mapa da Õkrãpomaɨ – Expedição Yanomami (Ninja/ISA/Hutukara)
A delegada não disse que foi apreendido ouro com os garimpeiros, mas afirmou que os agentes encontraram dentro da Terra Indígena Yanomami “um garimpo ilegal muito bem estruturado”.
“Por causa da presença do garimpo há desmatamentos na região do rio Uraricoera e uso de mercúrio. Os danos à fauna como a caça são indiscriminados, um desfalque na floresta. Estamos coletando informações também do suposto envolvimento de indígenas yanomami na cadeia do ouro”, afirmou a delegada Denisse Ribeiro.
Para o chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, delegado Alan Robson Alexandrino Ramos, a Operação Warari Koxi, que é por tempo indeterminado, foi um ataque certeiro aos crimes dentro da reserva yanomami com a conivência de servidores públicos.
Dois funcionários da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami Ye´kuana da Funai são acusados de receber propina para facilitar o esquema ilícito do ouro como fornecer informações de possíveis ações da Polícia Federal na reserva. A reportagem apurou que os sigilos telefônicos e bancários dos acusados foram quebrados pela Justiça para a coleta de provas contra os acusados.
“A gente avalia a operação como um grande sucesso, principalmente, em razão do ataque aos servidores públicos (envolvidos), que são pessoas que deveriam estar protegendo os índios, protegendo o patrimônio, a cultura, mas estavam atuando diretamente na criminalidade. E, em razão de chegarmos até a instituição financeira (DTVM) destinatária do ouro ilícito, a maior instituição já descoberta”, disse.
A Operação Warari Koxi tem parceria do Ministério Público Federal de Roraima e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Segundo o MPF, foram cumpridos 313 mandados judiciais, sendo 98 em Roraima, e o restante pelos estados do Amazonas, Rondônia Pará e São Paulo. “A investigação segue em curso para desarticular a indústria do ouro ilegal no Estado de Roraima”, disse nota do MPF. 
A Terra Indígena Yanomami está situada entre os estados de Roraima e Amazonas com mais de 9,6 milhões de hectares. A população indígena é de 21.249 pessoas, segundo dados atualizados do Ministério da Saúde em 2013.
Oficialmente, o garimpo na reserva indígena foi fechado no início dos anos 90, quando mais de 40 mil homens invadiram a reserva atrás de ouro e cassiterita. Na ocasião, houve o registro de muitas mortes de indígenas por epidemias e violência. Mesmo fechado, as incursões de garimpeiros nunca terminaram.  
Por causa das denúncias de extração ilegal de ouro, doenças e danos ambientais na reserva, o líder Davi Kopenawa Yanomami, que vive na região do rio Demini, foi ameaçado de morte em 2014. Davi ainda não comentou a operação da PF.
Em entrevista à Amazônia Real, o diretor da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e filho de Davi, Dário Yanomami disse que a operação pegou “os peixes grandes e graúdos”, mas não quis comentar o suposto envolvimento de João Batista Catalano, o servidor público que foi afastado por determinação da Justiça Federal do cargo de coordenador da Frente de Proteção Yanomami e Ye’kuana da Funai.
O garimpo se concentrava ao longo do rio Uraricoera. (Foto: Guilherme Gnipper/Funai/2013)
O garimpo se concentrava ao longo do rio Uraricoera. (Foto: Guilherme Gnipper/Funai/2013)

Servidor da Funai diz que virou alvo por que combatia garimpos
Em entrevista concedida à Amazônia Real, o servidor público João Batista Catalano disse que foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, extração de recursos naturais de forma ilegal por suspeitas de ser proprietário de balsas dentro da Terra Indígena Yanomami e participação na evasão de divisas, que é a operação de cambio que envia dinheiro para o exterior.
“Esses crimes eu venho combatendo há mais de três anos e fiz uma operação que causou um prejuízo de R$ 10 milhões aos garimpeiros. Então essa denúncia contra mim parte dos garimpeiros, que falam num único coro que eu pegava muito ouro, pelas contas deles algo em torno uns R$ 5 milhões. Eu não tenho esse patrimônio. Meu patrimônio é condizente com o meu salário, não tenho nem R$ 200 mil de patrimônio, olha que sou servidor há 12 anos. Tenho uma casa, um curso preparatório e uma chácara, então não condiz com a denúncia”, disse João Catalano.
O coordenador afastado da Frente de Proteção Yanomami e Ye’kuana da Funai estava no cargo havia cinco anos. Ele estava sendo cotado para assumir o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), do Ministério da Saúde, que tem um orçamento de 112 milhões.  
Catalano disse que vê relação das denúncias com uma tentativa de impedir seu trabalho de proteção da reserva depois que realizou na área uma operação em 2014, quando foi destruída uma draga, que custa mais de R$ 1 milhão, de uma mineradora que tem relação com um empresário paulista e políticos de Roraima.  
Eu sou ameaçado para barrar o meu trabalho. Minha verba foi cortada na Funai, então diminuí o número de operações, mas fiz questão de manter as ações no rio Uraricoera, aí começaram os boatos de que eu pegava propina. Estão me acusando que sou corrupto, mas não tenho patrimônio, o que eu tenho é dívida”, disse Catalano.
No dia em que a operação começou (07), o servidor da Funai foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Foi solto após pagar uma fiança. Ele disse que usava uma “posse de arma” para se proteger das ameaças e por não ter recebido proteção da polícia.  
“Acho que a Polícia Federal está fazendo um trabalho certo, mas me incomodou muito só divulgar o meu nome. São mais de 300 mandados coercitivos, mas cadê as empresas e os donos das empresas. Só o meu nome foi arrastado para lama. Sou o criminoso que fui preso com uma posse de arma. Minha família está ameaçada e nunca me deram proteção”, reagiu o servidor pública da Funai.
João Batista Catalano também negou denúncias de que tem relação com um concunhado da sua esposa, que seria operador de garimpos na terra dos Yanomami. “Infelizmente aqui em Boa Vista, 70% da população ou foi, ou é ou vai ser garimpeiro. Esse concunhado é um pedreiro e tivemos contato quando ele construiu minha casa. Quando comecei a intensificar as operações na reserva, rompemos as relações. Houve denúncias que esse concunhado cobrava propina em meu nome”, afirmou Catalano.       
A reportagem procurou o delegado Alan Robson para ele falar sobre o suposto envolvimento de João Batista Catalano. Ele disse que a investigação é muito clara em relação as provas colhidas sobre a “intensa participação desse servidor no recebimento de propina para facilitar o esquema ilícito do ouro”.
“Para a Polícia Federal não há dúvidas. Mas, claro, ele vai responder um processo na Justiça. Tem o direito a defesa e ao contraditório. Mas, para a PF a investigação não demonstra dúvida, tanto que representamos e a Justiça Federal se convenceu e determinou o afastamento cautelar de da Frente até o fim das investigações”, disse o delegado Alan Robson.
Amazônia Real procurou também a Funai (Fundação Nacional do Índio) para comentar as denúncias contra João Catalano. A fundação disse por meio de nota que está acompanhando a Operação Warari Koxi, deflagrada pela Polícia Federal, e que aguardará os resultados das investigações.
A reportagem ouviu o presidente do Sindicato da Indústria Extrativista Mineral e dos Garimpeiros do Estado de Roraima, Crisnel Francisco Ramalho sobre a retirados dos garimpeiros. Ele disse que a exploração ilegal de minérios na Terra Indígena Yanomami “é resultado da incompetência dos políticos de Roraima que não conseguiram regulamentar a mineração no Estado”.
 “Antes era o garimpo que sustentava a economia. Hoje só tem dinheiro em Roraima quem é dono de supermercados, drogarias e lojas de venda de veículos por que o dinheiro que circula é funcionalismo público. O povão está sem dinheiro e os políticos não conseguem regulamentar o projeto de mineração”.
Sob protestos de organizações em defesa dos direitos indígenas e da proteção da Amazônia, tramita na Câmara dos Deputados o novo Código da Mineração, um projeto de substituição do decreto-lei 227, de 1967, que regula a atividade. Há ainda o Projeto de Lei (PL) 37/2011 que determina que o governo deve licitar as áreas de mineração.

Gigante das dragas de ouro nos garimpos do Madeira mira Amazonas e Pará

Gigante das dragas de ouro nos garimpos do Madeira mira Amazonas e Pará


Draga de ouro no Mutum Paraná, afluente do Madeira.
Chico Nery. Porto Velho, Rio Madeira – Dono de um faturamento estimado em mais de R$ 1,2 milhões, em média, o dragueiro Arão Rodrigues Mendes – que se intitula presidente da Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia (COOGAM) – que teria origem no Amazonas -  está prestes a renovar licença de operação junto a SEDAM (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental) e o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).  A medida, que contaria com o aval da secretária Nanci Rodrigues, pode sair em desacordo com as recomendações do Ministério Público Federal de Rondônia, para que a SEDAM não renove as licenças dos empreendimentos sob a alegação de uma série de ações que ferem o Código Nacional de Mineração, a lei de conservação e preservação aquaviária e do subsolo da União, bem como “a extração sem a totalidade da comprovação de origem do ouro pelas dragas do acusado em áreas outorgadas a outras cooperativas no Rio Madeira e Mutum-Paraná”.


A suposta vistoria ocorrida nas áreas reclamadas pelo “empresário brasileiro-boliviano” – um jovem de pouco mais de 30 anos oriundo da fronteira com a Bolívia – em sete processos denunciados ao MPF, já estaria em curso na Coordenadoria de Recursos Minerais (COREM) da SEDAM a renovação da licença ambiental de Arão Mendes a pedido do técnico José Trajano, cujo procedimento pode ser considerado “mais um flagrante descumprimento do Governo Confúcio Moura a uma decisão já tomada por parte de um órgão vinculado à Justiça Federal, nesta parte da Amazônia Brasileira”.

Líder” na extração e venda do “vil metal” (ouro) no estado e região, sobretudo nos garimpos dos rios Guaporé - Iténez e Mamoré (Bolívia), Madeira e Mutum-Paraná, ele é acusado de operar em áreas que estão fora das poligonais dos Pedidos de Lavra Garimpeira (PLG), cujas liberações – tidas como duvidosas pelas entidades habilitadas. – são atribuídas ao DNPM e SEDAM. Em que pese haja acusações de que, “o ouro dele é vendido sem notas fiscais, que atestariam a origem, a ação não é combatida pelo Fisco Federal, Estadual ou Municipal”, diz um delegado federal aposentado, estupefato com o que considera crime de lesa-pátria. .  

Com exceção das cooperativas MINACOOP (Cooperativa de Garimpeiros, Mineração e Agro-florestal) e COOGARIMA, os empreendimentos de Arão Rodrigues Mendes parecem imunes à legislação do País, já que até agora “não sofreu nenhum tipo de interdição, seja da Marinha do Brasil, SEDAM, DNPM ou da Polícia Federal”; a não ser sanções tomadas pelo MPF e recomendadas à secretária Nanci Rodrigues, cotada pelas denúncias de garimpeiros da extração mineral familiar, “a descumprir, em breve, uma decisão judicial”, caso conceda a renovação da aludida licença ambiental ao empresário.

Apesar de insistir em liberar as licenças ambientais de seus empreendimentos junto a SEDAM, mesmo com parte deles em situação sub-judice, Arão Rodrigues Mendes, esnobaria nos bastidores do Sindicato dos Garimpeiros (SINGRO), na Capital Porto Velho, que, “não estou nem aí para os garimpos de Rondônia, já que estou indo para o Pará”. Contudo, investigações apontam, no entanto, que, “liberadas as licenças, ele pretende fazer da bióloga Creuza Kuster e da advogada Tânia Sena,respectivamente, suas potenciais pre-postas nos negócios dos garimpos dos rios Iténez-Mamoré, Madeira e Mutum-Paraná”.

DNPM NÃO AGE – A Portaria de nº 263, de 13 de Julho de 2010, do Ministério de Minas e Energia (DNPM), publicada no Diário Oficial da União (D.O.U), edição de 16 de Julho do mesmo ano, “disciplina  aplicação de paralisação e de interdição nas ações de fiscalização promovidas pelo DNPM”.

Apesar de gozar de poder de polícia, em que pese inúmeros pedidos de fiscalização em empreendimentos de Arão Rodrigues Mendes e de outros considerados ilegais em áreas invadidas das cooperativas habilitadas, “não é de hoje que Superintendentes do órgão alegam que o DNPM não tem esse poder”. O que são desmentidos pela portaria só divulgada, agora, nesta Capital, por fontes do setor de arrecadação do próprio órgão depois que o novo Superintendente, Deolindo de Carvalho Neto, assumiu em substituição ao antecessor Airton Nogueira, por recomendação do Ministério Público Federal (MPF).

Diz o documento que, “considerando a necessidade de aperfeiçoamento dos procedimentos de fiscalização, item 1.6 – Fiscalização das Normas Reguladoras de Mineração – NRM, do Anexo I da Portaria 237, de 18 de outubro de 2001, especialmente no que concerne à interdição total ou parcial de um empreendimento mineral; considerando a necessidade de estabelecimento de ação integrada com outras instituições que atuam na atividade mineral; considerando o interesse social no aproveitamento dos bens minerais, a minimização dos impactos ambientais decorrentes da atividade mineraria bem como a melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho, RESOLVE: Art. 1º Será lavradoAUTO DE PARALISAÇÃO de empreendimentos minerais quando durante a fiscalização forem constatadas as seguintes irregularidades: a) Extração mineral sem título autorizativo de lavra; b) Extração mineral executada fora da área determinada pelo título autorizativo e lavra, nos casos em que não se configurar erro de demarcação e possibilidade de retificação da POLIGONAL DA ÁREA titulada; c) Extração mineral na fase de alvará de pesquisa ou requerimento de lavra, sem Guia de Utilização; d) Lavra acima do limite estabelecido pela Guia de Utilização; ou e) Lavra com Guia de Utilização com prazo e validade vencido e sem requerimento de renovação ou com pedido de renovação intempestivo.

Por força do Art. 2º, “Será lavrado AUTO D EINTERDIÇÃO e áreas ou setores de empreendimentos minerais com título autorizativo e lavra outorgado, interditando parcial ou totalmente as atividades de extração mineral, quando durante a fiscalização forem constatadas as seguintes irregularidades: a) LAVRA AMBICIOSA, nas situações previstas no item 1.6, anexo I da Portaria nº 237, de 18 de outubro de 2001; b) Lavra com risco iminente; c) Lavra sem Licença Ambiental vigente, observado o disposto no subitem 1.6.5 do Anexo I da Portaria nº 237, de 2001; d) lavra executada pelo cessionário antes da averbação do contrato de cessão ou transferência de direitos minerários pelo DNPM; e) Lavra executada pelo novo titular, sem Licença Ambiental em seu nome, após averbação de contrato de cessão ou transferência de direitos minerários; ou f) Lavra executada dentro da área concedida e fora dos limites das reservas aprovadas. Parágrafo 1º NO ato da lavratura do auto serão efetuadas exigências para oSANEAMENTO da irregularidade que motivou a interdição da atividade. Parágrafo 2º A área ou setores do empreendimento mineral serão desinterditadas tão logo o titular comunique e comprove ao DNPM o saneamento de todas as irregularidades apontadas e o cumprimento das exigências determinadas no ato da interdição.