domingo, 5 de junho de 2016

Rara turmalina paraíba só é encontrada em cinco minas em todo o planeta, três delas no Brasil

Rara turmalina paraíba só é encontrada em cinco minas em todo o planeta, três delas no Brasil

Pedra recebeu o brasileiríssimo nome porque foi encontrada no interior do estado

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RIO - De um azul profundo, com brilho próprio, a turmalina paraíba é hoje considerada a pedra mais rara do mundo. Descoberta na década de 1980 no estado do Nordeste que lhe dá nome, a gema é encontrada em apenas cinco minas ao redor do planeta; três delas no Brasil, de onde saem os exemplares mais valiosos. A produção, entretanto, é muito escassa, quase extinta, tornando-a cada vez mais cara e cobiçada. As principais joalherias do país têm algumas peças com a pedra preciosa, guardadas a sete chaves, e o valor de uma dessas exclusivas joias pode chegar a R$ 3 milhões. O país produz ainda outras pedras raras, como o topázio imperial, exclusivo de Ouro Preto, e as esmeraldas verdes.
Mesmo que não sejam mais caras que os diamantes, as gemas raras conferem exclusividade às joias e a quem as usa. Para calcular a qualidade de uma pedra preciosa, especialistas usam o critério dos quatro Cs, adaptado da língua inglesa: lapidação (cut), pureza (clarity), quilate (carat) e, o mais importante, cor (color). Para além disso, a raridade de uma gema e o design exclusivo de uma joia podem fazer o seu preço se multiplicar rapidamente.
A produção da turmalina paraíba é cada vez mais escassa, meros 20 mil quilates por ano, contra 480 milhões dos diamantes.
— Se hoje existem sete bilhões de pessoas no mundo, são sete bilhões que querem ter um diamante — diz o relações-públicas da joalheria H.Stern, Christian Hallot. — Não é o caso da turmalina paraíba, que pouca gente conhece, justamente por ser muito rara, difícil de encontrar. Se tivesse a mesma demanda, seu preço iria para a estratosfera, para uma outra galáxia.
A pedra recebeu o brasileiríssimo nome porque foi encontrada pela primeira vez no distrito de São José da Batalha, no interior da Paraíba. O país é rico em turmalinas verdes, mas ninguém nunca tinha visto aquela pedra de azul tão intenso que logo foi chamada de azul neon. Houve quem chegasse a pensar que se tratava de uma falsificação. Para sanar as dúvidas, em 1989 a gema foi enviada para o Instituto de Gemologia da América, nos Estados Unidos, o maior laboratório de pedras do mundo. E a resposta foi surpreendente: tratava-se de uma nova pedra, nunca antes vista.
Nos anos 1990 foram achadas outras duas minas na mesma região, mas, desta vez, do outro lado da divisa, no Rio Grande do Norte. Por fim, duas minas foram descobertas na África, uma em Moçambique, outra na Nigéria.
O fator determinante para se afirmar que se tratava de uma pedra até então desconhecida foi a sua composição química. A turmalina paraíba contém cobre, que lhe confere o tom de azul intenso e o brilho único. A mesma composição incomum foi registrada nas pedras africanas.
— As outras turmalinas não têm cobre — explica Jurgen Schnellrath, do Laboratório de Gemologia do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) da UFRJ. — E é por conta dessa substância que ela parece emitir luz.
De início, os brasileiros não teriam dado muita atenção à nova descoberta.
— Na realidade, eles não deram a menor importância àquela pedra azul que resplandecia como um brilhante — conta Laja Zylberman, presidente da joalheria Sara. — Mas os japoneses ficaram fascinados com as gemas e começaram a comprar e revender na Ásia, fazendo com que alcançassem preços inacreditáveis.
Como são muito raras, os joalheiros não costumam partir as pedras, mas sim trabalhar com elas mais ou menos no formato em que aparecem. Isso faz com que seja difícil, por exemplo, fazer brincos, o que requer pedras bastante parecidas. A lapidação, no entanto, é fundamental para intensificar o brilho da pedra.
— A pedra é facetada em ângulos determinados de forma que a luz possa penetrar nela e voltar aos olhos com a maior beleza possível — explica o geólogo Daniel Sauer, presidente da joalheira Amsterdam Sauer. — A lapidação aprimora cor e brilho, tira da pedra seu melhor potencial.
Outra pedra brasileira rara é a esmeralda. Buscadas desde os tempos dos bandeirantes (que, na realidade, acharam turmalinas verdes), as esmeraldas somente começaram a ser encontradas em solo nacional na década de 1960.
— O fascínio que pedras dessas cores exercem se explica porque o azul é um tom ligado à água, ao céu; e o verde se relaciona às plantas, à vida — acredita Sauer. — São cores muito próximas do ser humano.
E, embora as esmeraldas brasileiras não sejam tão valiosas quanto às da Colômbia, o país tem potencial, analisam os especialistas.
— O Brasil demorou 440 anos para achar esmeraldas, mas hoje é um dos solos mais promissores para essas gemas de alta qualidade. Já foram achadas pedras verde-azuladas, o tom colombiano — conta Hallot.
Embora não tão precioso quanto a turmalina paraíba, o topázio imperial é bastante raro. Sua produção se restringe a Ouro Preto. Das profundezas da terra, a pedra surge nas mais variadas cores, como amarelo, rosa e cereja. Outra gema bastante exclusiva, embora não tão valiosa, é a chamada opala de fogo em tons alaranjados, que vão do laranja ao vermelho. Elas são mais comuns no México, mas começam a ser encontradas aqui também, no Nordeste.
— Diferentes das opalas comuns, mais leitosas, essas são muito translúcidas — explica a designer de joias Yrys Albuquerque.


Glass Beach e seus coloridos seixos de vidro

Glass Beach e seus coloridos seixos de vidro

A erosão provocada pelas águas do mar designa-se por erosão marinha ou abrasão marinha, por meio da qual as ondas atuam fortemente contra as rochas, desagregando-as e formando materiais soltos que, ao passarem por um processo natural de arredondamento e polimento, formam os seixos.

Alguns fragmentos duros de objetos criados pelo homem podem ser arredondados e transformados em seixos artificiais: por exemplo, vidro, tijolo e até certos tipos de plástico. Em Fort Bragg, Califórnia (EUA), existe uma localidade repleta de seixos de vidro: Um conjunto de três praias chamado de Glass Beach.


Entre 1906 e 1967, os moradores da região tinham o costume de jogar nessa localidade todo o tipo de lixo (que era lançado das falésias). A área servia de depósito para eletrodomésticos e até mesmo carros velhos. Às vezes, incêndios eram provocados para reduzir o tamanho da pilha de lixo.

Entre o material descartado estava o vidro. Milhares de pedaços de vidro descartados foram sendo polidos pela ação das ondas do mar ao longo de décadas. Com o passar dos anos, os vidros quebrados pela ação das ondas  formaram pequenos e arredondados fragmentos, dificultando a separação dos cacos de vidro dos fragmentos rochosos naturais.

Em 1967, a área foi fechada para o início de uma série de programas de limpeza, numa tentativa de recuperar a praia. Hoje Glass Beach é uma área de proteção ambiental e turistas visitam o local procurando por esse tesouro de vidro.

 Esse é um exemplo da forma espetacular de como a natureza é capaz de superar impactos provocados pela ação humana.

Alfred Wegener e a Tectônica de Placas

Alfred Wegener e a Tectônica de Placas



Alfred Lothar Wegener (1880 – 1930) foi um geógrafo emeteorologista alemão. Um gênio visionário que propôs a famosa Teoria da Deriva Continental. Ele também foi pioneiro na utilização de balões meteorológicos no estudo das massas de ar.

Realizou várias expedições à Groenlândia, sendo a última em 1930. Ao regressar dessa última, uma expedição de salvamento, acabou morrendo de hipotermia. Seu corpo só foi encontrado seis meses mais tarde, e enterrado em um mausoléu de gelo erguido lá mesmo.

Wegener não foi o primeiro a sugerir que os continentes estiveram ligados em outros tempos, mas foi o primeiro a apresentar provas extensas de vários campos de estudo. Em 1912, em Marburg, Wegener pesquisava na biblioteca da universidade quando se deparou com um artigo científico que registrava fósseis de animais e plantas idênticos encontrados em lados opostos do Atlântico. Intrigado com esse fato, Wegener iniciou uma pesquisa:
  • Descobriu que grandes estruturas geológicas em diferentes continentes pareciam ter ligação. Por exemplo, os Apalaches na América do Norte ligavam-se às terras altas escocesas e os estratos rochosos existentes na África do Sul eram idênticos àqueles encontrados em Santa Catarina no Brasil.
  • Percebeu as semelhanças entre as costas de alguns continentes, em especial da África com a América do Sul.
  • Ao encontrar vestígios de glaciares em continentes com clima tropical, Wenener admitiu que no passado esses continentes ocupassem outra posição possivelmente mais próxima da Antártida.
  • O meteorologista constatou também que fósseis muitas vezes encontrados em certos locais indicavam um clima muito diferente do clima dos dias de hoje. Por exemplo, fósseis de plantas tropicais encontravam-se na ilha de Spitsbergen no Ártico.
  • Descobriu também que rochas com a mesma idade e do mesmo tipo se formaram ao mesmo tempo numa altura em que os continentes tinham estado juntos.

Todas essas evidências davam suporte à Teoria da Deriva Continental. Mas a comunidade científica (os geólogos, especialmente os norte-americanos) queria saber qual era a força que havia levado os continentes a se separar. Ninguém tinha a resposta na época e as idéias de Wegener caíram na obscuridade. 

Nos anos 50 do século XX, graças em grande parte às imagens de satélite, os cientistas começaram a conhecer o fundo dos oceanos. Surgiram evidências cada vez mais seguras de que as grandes massas continentais realmente se moviam. Foi então que, na década de 60, foi comprovado o movimento entre as placas tectônicas.



As placas tectônicas são gigantescos blocos que integram a camada sólida externa da Terra, ou seja, a litosfera (crosta terrestre mais a parte superior do manto). Elas estão em constante movimentação (se movimentam sobre o magma do manto), podendo se afastar ou se aproximar umas das outras.

Zonas de divergência: as placas tectônicas afastam-se umas das outras.

Zonas de convergência: as placas tectônicas se aproximam, sendo pressionadas umas contra as outras. Esse fenômeno pode ser de subducção ou obducção.
  • Subducção – as placas movem-se uma em direção a outra e a placa oceânica (mais densa) “mergulha” sob a continental (menos densa).
  • Obducção ou colisão – choque entre duas placas na porção continental. Acontece em virtude da grande espessura dos trechos nos quais estão colidindo.
Uma das últimas fotos de Wegener
“A ciência é um processo social. Decorre numa escala temporal mais longa do que a vida humana. Caso eu morra, alguém ocupará o meu lugar. Se tu morreres, alguém ocupará o teu. O que realmente é importante é que alguém faça o trabalho"
(Alfred Wegener)

A Escala Mohs e a dureza dos minerais

A Escala Mohs e a dureza dos minerais

Mineral é um elemento ou um composto químico, via de regra, resultante de processo orgânico de composição química geralmente defendia e encontrado naturalmente na crosta terrestre. Os minerais em geral, são sólidos. Somente a água e o mercúrio se encontram no estado líquido, em condições normais de pressão e temperatura. (LEINZ, 2003, p. 33)

A determinação de um mineral pode ser feita de várias maneiras: cor, brilho, traço, dureza, clivagem, transparência, odor, sabor, magnetismo e reação com os ácidos.

Uma das mais simples é por meio da avaliação do grau de dureza. O grau de dureza é determinado pela comparação da facilidade ou dificuldade que a superfície de um mineral oferece ao ser riscado por outro ou por um material de dureza conhecida.

Existe uma escala que quantifica a resistência que um determinado mineral oferece ao ser riscado por outro mineral. ou seja, à retirada de partículas da sua superfície. Chama-se Escala Mohs, e foi criada em 1812 pelo mineralogista alemão Friedrich Mohs (imagem abaixo) com 10 minerais de diferentes durezas. 


Essa escala atribui valores de 1 a 10. O valor de dureza 1 foi dado ao material menos duro da escala, que é o talco, e o valor 10 foi dado ao diamante que é a substância mais dura conhecida na natureza.



Para a utilização da escala de Mohs deve-se tentar riscar o mineral padrão (com dureza conhecida) com o mineral que se quer medir a dureza, verificando qual dos dois foi sulcado (riscado), após limpar as superfícies de ambos.




O uso de uma lupa é ideal, principalmente quando a dureza dos minerais é aproximadamente a mesma.Os minerais com dureza até 2 são riscados pela unha, uma moeda de cobre risca os minerais com dureza 3 (ou inferior) e o canivete (aço comum) risca os minerais com dureza até 5. Os minerais mais duros, com dureza 6 ou superior riscam o vidro. O diamante risca o vidro, portanto é mais duro que o vidro. Simplificando, um mineral tem dureza 6 quando risca um de dureza 5 e deixa-se riscar por um de dureza 7.