terça-feira, 20 de setembro de 2016

GEMAS ALTERNATIVAS

GEMAS ALTERNATIVAS



A mística e o fascínio que gemas como diamante, esmeralda, rubi e safira exercem em quase todos nós são notórios e compreensíveis. Os gemólogos costumam lamentar, no entanto, o fato de que a maior parte dos apreciadores e consumidores de jóias tenham poucas oportunidades de conhecer e lidar com outras tantas belíssimas gemas, que não as de uso tradicional e consagrado.
Ficamos intrigados pelo fato de que gemas naturais menos conhecidas e de menor valor, mas de cor ou aspecto parecido ao de outras mais valiosas, sejam ainda pouco utilizadas como alternativas mais econômicas, principalmente em cortes e formas menos usuais, ainda que grande parte delas seja produzida regularmente em nosso país.
Porque não vemos com mais freqüência a apatita azul, de tons neon e ultra-marinho, substituindo a turmalina da Paraíba e a safira ? Ou o quartzo amarelo-mel com chatoyance ao olho-de-gato ? A iolita à tanzanita ? O diopsídio à granada tsavorita ? A safira com mudança de cor à alexandrita ? A jarina ao marfim ?
Gostaríamos de ver mais andaluzitas, morganitas, heliodoros, espessartitas, kunzitas, opalas, pedras-da-lua, berilos verdes, esfênios, peridotos e muitas outras gemas menos usuais nas grandes coleções e não restritas apenas a pequenas linhas ou a peças exclusivas de designers mais inovadores.
A aceitação e popularização de tais gemas é, evidentemente, um processo lento, mas cabe a todos os segmentos envolvidos na produção de jóias contribuir para a conscientização quanto a sua existência, sobretudo agora que a disseminação da informação pela internet criou uma nova geração de consumidores dotados de mais conhecimentos (mas não necessariamente melhores) e, portanto, mais curiosos, exigentes e ávidos por novidades.
Para tanto, faz-se necessário também que os vendedores de jóias possuam um conhecimento gemológico básico, que lhes permita melhor informar e esclarecer ao público consumidor a respeito das principais características, propriedades, particularidades e cuidados no uso e conservação dessas gemas menos comuns.
Em nossa opinião, o aumento da demanda pelas gemas alternativas elevaria seus preços, estimulando um aumento nos investimentos em prospecção e lavra, assim como o desenvolvimento de novas técnicas de tratamento para intensificação de suas cores e o aprimoramento das já existentes.
Deixando um pouco de lado as gemas naturais e nos acercando às sintéticas, nos perguntamos porque estas não vêm sendo mais amplamente utilizadas como materiais alternativos, desde que devidamente revelada a sua origem, uma vez que a obtenção de gemas de igual composição, estrutura, propriedades físicas e ópticas ao de suas equivalentes naturais, a custos bastante inferiores, é uma fabulosa conquista dos laboratórios de síntese.
Estas têm a vantagem adicional de serem produzidas em larga escala, possibilitando aos fabricantes suprir confortavelmente uma provável demanda crescente, com maior uniformidade de tamanhos, cores e pureza. Além disso, é de se esperar, a médio prazo, que o avanço tecnológico na produção de cristais sintéticos de aplicação em alta tecnologia leve a uma maior compreensão e melhoria nos métodos de síntese, trazendo para o setor joalheiro gemas sintéticas de maior tamanho e qualidade, cada vez mais parecidas com as naturais e mais difíceis de serem delas diferenciadas, no que se converterá em mais um grande desafio para os gemólogos.

CRISOBERILO

CRISOBERILO



Uma das mais importantes gemas produzidas no país é o crisoberilo, cujo nome deriva das palavras gregas chrysos (dourado, obviamente em alusão a sua cor) eberyllos (berilo), pois em tempos remotos se imaginava que tratava-se de uma variedade de berilo. Em realidade, o crisoberilo foi identificado como espécie mineral distinta em 1789 e tem em comum com o berilo apenas o fato de ambos apresentarem o elemento berílio em sua composição.
O crisoberilo é a terceira gema de maior dureza (81/2), inferior apenas às do diamante e do coríndon (rubi e safira) e não requer qualquer tipo de tratamento para melhorar seu aspecto, seja para intensificar sua cor ou realçar um efeito óptico. Apresenta densidade elevada (~3,73 g/cm3) e cristaliza-se no sistema ortorrômbico. São frequentes as maclas com formas triangulares ou pseudo-hexagonais cíclicas e menos usuais os cristais estriados de hábito tabular ou os cristais de hábito prismático.
O crisoberilo "propriamente dito" apresenta-se nas cores amarela clara, amarela esverdeada a verde clara, amarela amarronzada a marrom e, em raríssimos casos, azul clara. Este mineral possui duas raras e valorizadas variedades, a alexandrita, que será o tema do nosso próximo artigo, e o olho-de-gato. Este último, também denominado cimofana - derivada dos termos gregos kyma(onda) ephaein(mostrar), apresenta finos canais, tubos de crescimento ou inclusões minerais aciculares ordenados paralelamente; a reflexão total da luz causa o aparecimento de um raio sedoso ondulante, com direção perpendicular à dos canais, nos exemplares adequadamente orientados e lapidados em cabochão. Este exuberante fenômeno óptico é denominado efeito olho-de-gato, chatoyancy ou acatassolamento e é melhor observado sob luz puntual ou à luz do sol, uma vez que a iluminação difusa não o realça de maneira apropriada. Muitas outras gemas podem exibi-lo, mas o termo olho-de-gato sem descrição adicional se reserva apenas ao crisoberilo; as demais devem ser designadas pelo nome da gema, seguido do mencionado termo (ex: turmalina olho-de-gato). Em casos muito raros, o crisoberilo pode apresentar duas faixas luminosas, em vez de uma única, dando lugar a um asterismo com 4 braços.
O olho-de-gato pode confundir-se com algumas gemas de ampla ocorrência no Brasil, sendo o quartzo olho-de-gato seu substituto mais comum, embora não apresente o raio ondulante tão bem definido nem seu polimento alcance a excelência do material genuíno.
Os termos "crisoberilo propriamente dito" e "olho-de-gato" são, às vezes, erroneamente designados por crisólita e crisoberilo, respectivamente. A denominação crisólita era utilizada na antiga nomenclatura mineralógica para designar a espécie mineral olivina, conhecida na gemologia como peridoto.
As principais inclusões encontradas no crisoberilo são os tubos de crescimento finos, de forma acicular, as inclusões minerais (micas, actinolita acicular, quartzo e apatita) e as fluidas (bifásicas e trifásicas). Os planos de geminação com aspecto de degraus são também importantes rasgos internos observados nos crisoberilos.
No Brasil, o crisoberilo ocorre associado a outros minerais de berílio, em depósitos secundários, formados pela erosão, transporte e sedimentação de materiais provenientes de jazimentos primários, principalmente pegmatitos graníticos.
Esta fascinante gema é conhecida em nosso país desde 1805 e foi lavrada em grandes quantidades em Minas Gerais, nos municípios de Minas Novas, Crisólita e Araçuaí. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Malacacheta/Córrego do Fogo e Padre Paraíso/Vales dos Rios Americana e Santana), Espírito Santo(Colatina, Vila Pancas e Itaguaçú) e Bahia(Jaqueto).
Os principais países produtores de "crisoberilo propriamente dito" e olho-de-gato são, atualmente, Sri Lanka(Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e Andhra Pradesh).

Empresa do Canadá angaria fundos para prospectar diamantes em Angola

Empresa do Canadá angaria fundos para prospectar diamantes em Angola

A Gem International Resources do Canadá angariou 1,2 milhões de dólares canadianos com a conclusão da segunda fase de colocação particular de acções, que rendeu 400 mil dólares, informou a empresa em comunicado recentemente divulgado.
A empresa pretende utilizar o encaixe financeiro na prospecção de diamantes em Angola, particularmente numa concessão identificada como Dala, que fica localizada próximo da mina de Catoca, a quarta maior do mundo.
O director de relações com investidores da Gem International Resources, Andrew Phillips, afirmou que a região onde a empresa tem uma concessão é “das mais cobiçadas” em Angola e acrescentou “estamos no lugar exacto.”
Phillips disse ainda ter sido o presidente executivo da empresa, Denis Hayes, que decidiu apostar na exploração de diamantes em Angola, depois de trabalhos de exploração em outros países africanos. (Macauhub/AO)

Angola exporta diamantes lapidados para os Emirados Árabes Unidos

Angola exporta diamantes lapidados para os Emirados Árabes Unidos

A empresa estatal Angola Polishing Diamonds exportou 4462 quilates de diamantes lapidados para os Emirados Árabes Unidos em Junho passado, tendo facturado 3 milhões e 98 mil dólares, ao preço médio por quilate de 694,5 dólares, informou em Luanda o Ministério da Geologia e Minas.
A produção de diamantes de Angola em Junho, com a participação de oito das 12 minas em actividade, atingiu 753 mil quilates, montante que proporcionou um encaixe financeiro de 75,35 milhões de dólares, ao preço médio de 100 dólares por quilate.
A mina de  Catoca contribuiu com 620,5 mil quilates, Camutue com 41,2 mil quilates, Cuango com 39,7 mil quilates,  Chitotolo com 20 mil, Calonda com 12,8 mil, Somiluana com 9 mil,  Luo 8,7 mil e Lulo 808 quilates.
Comparativamente ao mês de Maio de 2016, cuja produção foi de 736,7 mil quilates, no valor de 74,9 milhões de dólares, ao preço médio de 101 dólares por quilate, registou-se um aumento na quantidade e no valor de 2,23% e 0,51%, respectivamente.
Entre imposto industrial e “royalties” pagos pelas empresas diamantíferas, a actividade proporcionou uma receita fiscal de 934,1 milhões de kwanzas (5,6 milhões de dólares), uma subida homóloga, mas descendo mais de 11% face a Maio. (Macauhub/AO)

Xtract Minerals reduz preço de venda de mina de ouro em Moçambique

Xtract Minerals reduz preço de venda de mina de ouro em Moçambique

Em Maio passado, a empresa anunciou estar em negociações com a Nexus Capital Limited e com a Mineral Technologies International para a cedência da totalidade da licença de exploração de ouro em Manica contra o pagamento de 17,5 milhões de dólares em dinheiro.
Após uma revisão dos termos do contracto inicial, a Xtract Resources receberá um pagamento inicial de dois milhões de dólares até 12 de Agosto em troca do abaixamento do custo da transacção.
Este valor inicial permitirá à Xtract regularizar, no mesmo prazo, o pagamento de 2,5 milhões de dólares à Auroch Minerals NL pela aquisição da licença de exploração da mina de ouro em Manica em 2015, dos quais 750 mil dólares seriam transferidos na própria quarta-feira.
A empresa informou ainda que a primeira produção da mina é esperada no terceiro trimestre de 2016 nos depósitos de ouro de aluvião, devendo os depósitos em material rochoso começar a dar resultados no final de 2017. (Macauhub/MZ)