sábado, 24 de setembro de 2016

Os sobrinhos do kimberlito ou os diamantes vindo de conglomerados

Os sobrinhos do kimberlito ou os diamantes vindo de conglomerados



Poderia se falar fonte secundária, mas o conglomerado é uma rocha e como rocha é fonte primária, apesar dessa fonte primária ter sido transportada há muitos milhões de ano de uma outra fonte: o kimberlito ou lamproito, ou seja, imageando, os filhos gemas do conglomerado são sobrinhos dos filhos boarts e gemas do kimberlito.

Afinal, se passarmos a discutir a respeito de fontes, o kimberlito também é secundário do magma.

De fato um conglomerado é tão somente um cascalho de rio muito antigo e esse antigo cascalho se for aflorante esta sendo erodido para formar um novo cascalho recente e se esse conglomerado estiver com diamante ou ouro, ele vai liberar esses minérios para os novos cascalhos.

Neste conglomerado, o diamante já esta selecionado deixando a maioria como diamantes gemas. Ou seja, o conglomerado é um intermediário entre a verdadeira fonte primária e a secundária final que é a aluvião.


Um conglomerado é muito mais fácil de encontrar que um kimberlito, pois tem dimensões de muitos kms e é relativamente horizontal. A questão é saber se o seu teor é suficiente para ser lavrado. Só há uma única mina de conglomerado diamantífero no mundo que esta sendo lavrada. Esta na África, no Zimbawe, em Marange, muito rica e em Minas Gerais, reconhece se o conglomerado Sopa diamantífera de Diamantina que esta sendo garimpado (foto inicial).

“The Marange diamond fields are an area of widespread small-scale diamond production in Chiadzwa, Mutare WestZimbabwe. 'Although estimates of the reserves contained in this area vary wildly, some have suggested that it could be home to one of the world's richest diamond deposits'.[1] The hugely prolific fields are regarded by some experts as the world's biggest diamond find in more than a century. Production from Marange is controversial due to ongoing legal wrangles andgovernment crackdowns on illegal miners and allegations of forced labour. In terms of carats produced, the Marange field is the largest diamond producing project in the world, estimated to have produce 16.9 million carats in 2013, or 13% of global rough diamond supply. Marange is estimated to have produced 12.0 million carats in 2012, 8.7 million carats in 2011, and 8.2 million carats in 2010.”


No Tapajós apesar de não provado, pode se observar conglomerados à proximidade das aluviões mineralizadas (vide foto abaixo)

Um guia para driblar os problemas entre técnicos brasileiros e estrangeiros.

Um guia para driblar os problemas entre técnicos brasileiros e estrangeiros.



Muitos técnicos brasileiros reclamam que não podem usar a língua pátria, pois os chefes só falam inglês; não adianta reclamar que “aqui é Brasil, e aqui tem que falar português”, invariavelmente a resposta será incisiva, “é Brasil, mas o dinheiro fala inglês”. Aproveita para usar isto para melhorar o seu inglês.

- Técnicos estrangeiros mal conseguem disfarçar um racismo imbuído e produzido pelos filmes ao qual eles tiveram acesso na infância; geralmente ele acaba perdendo esse sentimento de superioridade pouco a pouco no contato com os técnicos brasileiros. Pior do que o racismo é a sensação que é superior por vir de um pais mais avançado em termos sociais e educacionais (o nariz empinado); essa sensação de superioridade o levara a ter atitudes estranhas em relação principalmente com os trabalhadores e ajudantes de campo que ele considera realmente inferiores; ai esta o perigo e onde você deve intervir.
- Os trabalhadores no Tapajós são contratados nos garimpos e eles estão formados na lei do garimpo, e na lei do garimpo, o insulto a um homem pode provocar morte; o técnico estrangeiro não sabe disto, mas você como brasileiro e observador atento é obrigado a saber. Tem que evitar a qualquer custo, a morte de um técnico deste por um trabalhador insultado; seria um desastre para o projeto. Para isto deve falar para o trabalhador que o técnico falou sem conhecer a nossa língua e falar para o técnico estrangeiro que realmente, se não se policiar, poderá ser morto. Normalmente ele abaixa a crista, mas não fica tranquilo, a natureza dele vai se sobrepuser em rompantes.
Os dados de pesquisa escondidos: algumas empresas escondem os dados de pesquisa; você, brasileiro, participa da coleta, mas só eles controlam a síntese dos dados. É horrível!
Os softwares de ponta: tente apreender a usar os softwares de ponta que os técnicos estrangeiros utilizam; quando vir a cidade procura esses softs para comprar. Os deles são bloqueados.
O brasileiro esta vacinado contra as prostitutas do cabaré vizinho, mas o estrangeiro, não; um simples sorriso pode levar o técnico a ficar um escravo desta mulher. Ele não tem nenhuma defesa contra essas mulheres, essencialmente as que são mais carismáticas e ela vai o depenar depois de casar com ela; o seu papel é o proteger e evitar que ele vá no cabaré; se não conseguir, a sua nova chefe será a prostituta do lugar. Aproveita para pegar ela. Ficara com a sensação de pegar a mulher do chefe; sempre é bom!.... para o ego!!
O erros culturais na pesquisa: geólogo estrangeiro não diferencia curimã de solo. Ele vai se entusiasmar com os resultados dos curimãs e vai querer sondar lá; tente evitar para não levar o projeto a falência;
Os erros culturais próprios a Amazônia: Os geólogos estrangeiros não sabem o que é malária, leischmaniose, etc.. resistem em usar borrifadores  que eles consideram tóxicos. Vão apreender rápido, pois essas doenças tem predileção conhecida em pessoas de fora. E vão querer se tratar no Canada onde os médicos não conhecem a doença. Tenta proteger a você e a eles. Se pegar, faz de tudo para iniciar o tratamento deles em Itaituba ou Novo Progresso onde tem médicos que entendem desta doença; nesta hora, vão ficar tão fracos que não saberão dizer não; Depois do sofrimento, e com 10kg a menos, vão lhe ouvir mais,
As certificadoras: é o DNPM deles. São muito rigorosas, mas extremamente sérias e entendem tudo da Lei 43101. Tente apreender com eles;
A sua vingança: a fiscalização do DNPM: é o momento onde eles vão precisar de você
O relatório ao DNPM terá que seguir a legislação que invariavelmente é feita por pessoas que mal entendem do assunto, mas colocar mais da metade do relatório com bobagem como clima, hidrografia e outros dados bibliográficos ou copiar as suas aulas de geologia ou os relatórios da CPRM é inócuo. Os geólogos do DNPM só leem os relatórios a partir do item TRABALHOS REALIZADOS; este item nos relatórios dos seus chefes é conciso, objetivo e frio. Assim deve ficar nos relatórios ao DNPM; os mapas podem ficar em inglês. Geólogo do DNPM fala inglês e os símbolos são internacionais
A experiência e criatividade a brasileira criaram metodologias eficientes como contagem de pintas, mas eles não aceitam, pois os dados podem ser subjetivos. Tenta fazer os dois em paralelo; quando eles observarem os resultados, vão aceitar, mas só os dados de geoquímica vão constar dos relatórios deles;
As diferenças monstruosas de salários: nos orçamentos dos trabalhos de pesquisa, há dois itens para o pagamento dos geólogos: Canadian geologists e Brasilian geologists: a diferença de valor é monstruosa.
Submissão ou enfrentamento? Se esta seguro de sim, deve enfrentar. Se enfrentar, eles recuam; senão eles vão fazer de você, gato e sapato!
Não adianta você mostrar o seu domínio teórico, pois eles não querem saber de onde vem e como veio o ouro. Só querem saber onde ele esta; e a empresa só quer mesmo saber disto.
Você pode ser o chefe no inicio, mas não o será sempre: Se a área é sua, se vai começar como chefe, mas a medida que o dinheiro deles vai abastecendo o projeto, a sua parte diminua proporcionalmente. Quando tiver menos de 50%, vão lhe tirar de lá progressivamente. Vai ter uma fase intermediaria onde vão lhe prestigiar e depois tchau!
Junior Company é empresa de papel. No inicio esta bem, no final não paga as contas: não entre no jogo deles e nunca aceita ser o presidente, pois a justiça do trabalho acabara lhe deixando liso ate a terceira geração. Pena para o seu ego, mas ego mata.
Outra coisa importante: eles não trabalham no objetivo de tirar o ouro deste lugar, mas só de inflar as ações. Depois das ações subirem. Eles vendem e deixam todo mundo a ver navios.
Skype: o Skype é a ferramenta do poder. Os chefes comandam a partir do Canada diretamente nos técnicos locais estrangeiros e todas as fofocas passam pelo Skype, inclusive o que você fala diariamente;
Cozinheiras canadenses: não se assusta se vier do Canada uma cozinheira e que ela vai ter um salario maior que o seu. Eles gostam da comida dela.
O canada tem muitas geólogas mulheres, mas vai ficar impressionado. Trabalham no mato igual ou melhor do que homens
Das diferenças tão culturais como técnicas tem que encontrar uma forma de somar para o benefício da empresa. Apesar de eles não reconhecer, você é muito importante para o projeto, só que eles não sabem. E você tem que reconhecer que a formação universitária deles é prática, objetiva e a sua infelizmente muito teórica.

Evolução do preço do ouro

Evolução do preço do ouro



Para entender da evolução do preço do ouro tem que entender a evolução da produção do ouro, pois o preço segue a lei da oferta e da procura; há uma evolução histórica e uma evolução momentânea baseada em muitos fatores.
A produção também é influenciada pelo preço, quando o preço fica baixo demais, as minas ficam no vermelho e fecham.
Primeiro, portanto, iremos estudar a evolução macro (histórica) da produção de ouro.

O gráfico abaixo mostra as mesmas tendências cíclicas de todas as commodities, mas o que realmente interessa é o nosso ciclo atual que mostra um pico em 2008 e mostra que iniciamos uma baixa histórica da produção, o que deveria provocar uma alta histórica do preço, mas que poderá ser influenciada por outros fatores micros.

Comentário ao artigo geodiversidade vs biodiversidade

“QUEM OLHA APENAS UMA ÁRVORE, DEIXA DE VER A FLORESTA”
Um biólogo só vê a camada vegetal e a fauna.
Um geólogo só vê as rochas e os minérios.
Quem decide a vida de centenas de milheiros de pessoas só vê os votos e se assessora de pessoas que só enxergam o que lhes interessam.

Quem vê uma PC, não enxerga os bico jatos que são muito piores, quem vê PC e bico jato não vê o Tapajós, quem vê o Tapajós não vê o Brasil, quem só olha para o Brasil, não vê a vida das pessoas da Amazônia.
Só se reconhece o que se conhece.

Os políticos do Brasil não tem síntese, apenas os extremos, tese e antítese.
Pula do regime que permite tudo (tese) para o que proíbe tudo (antítese).
Vão de um para outro, perdidos no fundo do Amazonas.
O conhecimento da Amazónia é multidisciplinar e mesmo se juntar todas as disciplinas conhecidas, e até as desconhecidas, ainda vão errar, pois cada qual tem sua visão própria e curta se não tiver bom senso e não escutar quem afinal mais sabe: o povo da Amazônia; vai errar feio como erraram sempre ate hoje.
Sra Ministra do Meio Ambiente, Sr Diretor do IBAMA, Sr Secretário, da SEMA do Para, tenha a humildade de apreender a respeito da Amazônia, não só com os universitários das capitais, ou pelos políticos locais ou pelos jornais, mesmo da Amazônia, mas com o povo do Tapajós ou de Carajás que são os únicos a sofrer com a visão curta de todos. Se não quiser apreender, cuide só do que realmente conhece e reconhece! E será melhor para todos.

Círculos misteriosos são as fontes de parte importante do ouro do Tapajós.

Círculos misteriosos são as fontes de parte importante do ouro do Tapajós.



A imagem de satélite anexa de uma pequena parte do Tapajós mostra as estruturas circulares dos antigos vulcões; é na borda destas estruturas circulares menores que as jazidas de ouro primárias se localizam; hoje, esses vulcões estão erodidos, mas os pórfiros subjacentes que ainda encerram parte importante do ouro afloram.

Há uma processo de visualização para fazer aparecer esses círculos escondidos nas imagens de satélite e outros procedimentos para selecionar os círculos com ouro e os sem ouro
Este evento geológico foi o responsável por uma enorme área de mineralização, mas existem outras formas e fontes de estruturas não circulares.