sábado, 24 de setembro de 2016

Vale deve ampliar embarques de minério de ferro em 10% no 3º trimestre, prevê AB

Vale deve ampliar embarques de minério de ferro em 10% no 3º trimestre, prevê AB

A Vale deverá embarcar 95,6 milhões de toneladas de minério de ferro no terceiro trimestre, o que representaria alta de 10% na comparação anual, segundo projeção da AB, anteriormente conhecida como Alliance Bernstein. A AB acompanha embarques de minério de ferro da Vale, BHP Billiton, Rio Tinto e Anglo American em tempo real. Na semana passada, sua estimativa para os embarques da Vale no terceiro trimestre era de 94,7 milhões de toneladas.
Na quarta-feira, a Vale informou que divulgará seu relatório de produção do terceiro trimestre no dia 20 de outubro, antes da abertura dos mercados, e o balanço financeiro do período uma semana depois, no dia 27 de outubro.


Fonte: Dow Jones Newswires

Fortescue espera que demanda da China reanime interesse da Vale em parceria

Fortescue espera que demanda da China reanime interesse da Vale em parceria

A mineradora australiana Fortescue espera que uma forte demanda da China possa eventualmente reavivar as negociações paralisadas com a concorrente brasileira Vale para a mistura e a distribuição de produtos de minério de ferro de ambas as empresas no maior consumidor do mundo da commodity.
As duas companhias anunciaram em março que estavam em negociações para misturar até 100 milhões de toneladas de minério na China. O objetivo era igualar a qualidade do minério das empresas à daquele produzido pela concorrente australiana Rio Tinto, visto como referência na China, e assim ganhar uma maior participação de mercado.
As conversações, desde então, abrandaram significativamente e a “Vale expressou que eles estão menos entusiasmados no momento”, disse à Reuters nesta quinta-feira o presidente da Fortescue, Nev Power.
“Provavelemnte, eles têm prioridades mais altas no curto prazo. Em última análise, a necessidade por isso vai estar lá e pensamos que o interesse dos clientes vai trazer (o negócio) de volta”, disse o executivo, nos bastidores de uma conferência da indústria.
A crescente produção de aço da China tem impulsionado a demanda por minério de ferro, depois que os preços mais fracos ao longo dos últimos três anos limitaram a produção de minério doméstica. As importações da matéria prima da siderurgia aumentaram 9,3 por cento para 669,65 milhões de toneladas nos primeiros oito meses de 2016 ante um ano atrás.
Um executivo da Vale disse que as discussões sobre a mistura de minério estão em curso, mas acrescentou que esse é um “negócio muito complexo”.
“Estamos progredindo, discutindo. Não é algo que é fácil de implementar”, disse Claudio Alves, diretor global de marketing e vendas da Vale.
Fonte: Reuters

Turquoise e Five Star anunciam fusão

Turquoise e Five Star anunciam fusão



A Turquoise Capital Corp. assinou acordo de fusão definitivo com a Five Star Diamonds Ltd, uma empresa existente sob as leis das Ilhas Virgens Britânicas, que estabelece os termos e condições no qual as empresas irão concluir a operação. A negociação resultará uma aquisição reversa da Turquoise pelos acionistas da Five Star e constituirá na Turquoise’s Qualifying Transaction, listada na TSX.
Após a conclusão da transação, a intenção das partes é de que a empresa criada explore e desenvolva projetos na área de diamantes que a Five Star possui no Brasil.
Fonte: Brasil Mineral

Expansão da maior mina de ouro do país assusta moradores de Paracatu

Expansão da maior mina de ouro do país assusta moradores de Paracatu


A proximidade entre as atividades de mineração e os bairros da cidade e a possibilidade de intoxicação por metais pesados liberados durante a extração do ouro deixam a população de Paracatu preocupada
A proximidade entre as atividades de mineração e os bairros da cidade e a possibilidade de intoxicação por metais pesados liberados durante a extração do ouro deixam população de Paracatu preocupadaJosé Cruz/Agência Brasil
Localizada na região noroeste de Minas Gerais e conhecida como Cidade do Ouro, Paracatu conta atualmente com a maior mina de ouro do país e a maior do mundo a céu aberto. A mineração no chamado Morro do Ouro, liderada pela empresa canadense Kinross Gold Corporation, representa a principal atividade industrial para a geração de emprego e renda na região, mas assusta moradores do pequeno município.
A proximidade entre as atividades de mineração e os bairros da cidade e a possibilidade de intoxicação por metais pesados liberados durante a extração do ouro deixam a população preocupada.
Em 2006, a mineradora iniciou um projeto de expansão para elevar a capacidade de produção da mina de Paracatu de 5 para 15 toneladas anuais de ouro até setembro de 2008. O projeto também ampliava em mais de 30 anos o tempo de vida útil da mina. As atividades exigiram ainda a criação de uma nova barragem para o despejo de rejeitos – material que sobra do processo de separação do ouro.
Um dos bairros diretamente atingidos pela expansão da mineradora é o Alto da Colina. No local, ainda é possível ver postes de iluminação e árvores frutíferas onde antes havia ruas e casas. Os terrenos foram comprados pela Kinross e cercados. Nos locais, uma placa indica: “propriedade privada”.
“Já ouvi histórias sobre ficar doente por causa da mineração. A poeira no bairro é escura, cinzenta e tem cheiro ruim. Além disso, todos os dias, na parte da tarde, temos a detonação agendada [explosões controladas feitas pela mineradora para a quebra da rocha], que balança tudo. Já chegou a derrubar vasilhas.”Cleonice Magalhães, de 33 anos, chegou a ser sondada para vender o terreno, mas permanece no bairro. “Mudou muita coisa por aqui. A gente tinha muita vizinhança. O bairro era tranquilo, sem barulho”, contou a dona de casa, que mora no local com o marido e dois filhos.
No bairro Amoreiras 2, também vizinho à mina, os moradores demonstram preocupação com o avanço da mineração. A aposentada Ermelinda da Silva Pereira, de 66 anos, mudou para o local há sete anos, quando vendeu a casa onde morava em outra região de Paracatu para a Kinross. “Saí, mas continuo vizinha da mineradora. É muita poeira e muito barulho. A casa vive cheia de rachaduras por causa das detonações. E o ruim disso tudo é que o ouro não fica aqui. É exportado”, reclamou.
Mesmo no centro histórico da cidade, mais distante da mina, é possível sentir os tremores provocados pela mineradora.
O geólogo e diretor da Fundação Acangaú, Márcio José dos Santos, mora em Paracatu há 26 anos e critica fortemente o fato de as atividades da empresa serem executadas tão perto do município.
“O projeto de lavra, no início, era curto, de 15 anos, mas a empresa veio com um plano de expansão”, contou. Ele lembrou que a região vive longos períodos de estiagem e que a poeira carregada de metais pesados é perigosa para a saúde humana, sobretudo para os que vivem em bairros periféricos e mais próximos à mina. “Quando um processo de contaminação se inicia, é muito difícil reverter. A tendência é a acumulação”, alertou.
A secretária de Saúde da cidade, Nádia Maria Roquete Franco, destacou que, em 2013, a prefeitura divulgou um estudo garantindo que a população da cidade estava livre de qualquer tipo de intoxicação – inclusive por arsênio, liberado pela mineração de ouro a céu aberto. Foram colhidas amostras de urina, sangue e cabelo dos habitantes. Também foi feita uma análise da água consumida pela população. Ela admite, entretanto, que vê com preocupação a aproximação da mineradora com a cidade e defende um monitoramento constante das atividades e da saúde dos moradores.
“É prudente para o município fazer esse tipo de estudo a cada quatro ou cinco anos”, disse. “Mas a população não precisa estar alarmada em relação ao arsênio. Mitos e boatos são muito difíceis de serdesmistificados, mas a pesquisa está à disposição para quem quiser ver.”
A Kinross Gold Corporation, por sua vez, informou que também fez um estudo que comprova que não há perigo de intoxicação para a população paracatuense. Além de amostras de urina, sangue, cabelo e água, a empresa diz que analisou a qualidade da poeira nas regiões próximas da mina. Em todos os casos, as concentrações de arsênio foram consideradas abaixo do nível permitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Localizada na região noroeste de Minas Gerais e conhecida como Cidade do Ouro, Paracatu tem a maior mina de ouro do país e a maior do mundo a céu aberto (José Cruz/Agência Brasil)

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta

Turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta

Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as gemas do distrito de São José da Batalha (PB) conseguem alcançar teores de cobre acima de 2%

A turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta. Em razão de suas características particulares, de seu azul incandescente, a gema paraibana exerce fascínio em todo o mundo, sendo utilizada nas joias confeccionadas por grifes nacionais (Amsterdan Sauer e H Stern) e internacionais (Dior e Tiffany & Co UK). Estima-se que um quilate (0,2 grama) da pedra custa em média U$ 30 mil e pode chegar a custar até U$ 100 mil, dependendo das características da gema. A maior dessas pedras já encontrada, aEthereal Carolina Divine Paraíba, tem 191,87 quilates e é de propriedade do filantropo canadense Vicente Boucher. A pedra foi avaliada em até U$ 125 milhões.
As turmalinas são um minério comum encontrado em várias localidades. Entretanto, a autêntica turmalina paraíba possui traços de cobre, manganês e ouro em percentuais únicos, o que proporciona um efeito de fluorescência que não se encontra em nenhuma outra gema. Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as turmalinas do distrito de São José da Batalha (PB), conseguem alcançar teores de cobre acima de 2%. No Rio Grande do Norte e África, onde se exploram também turmalinas, os teores de cobre não chegam a 0.80%.
A pedra foi batizada de turmalina paraíba por ter sido encontrada pela primeira vez em São José da Batalha, distrito do Município de Salgadinho, na região do Cariri, interior da Paraíba, a 244 km da capital. Segundo relatos da imprensa, a primeira turmalina paraíba foi descoberta em 1982 por Heitor Dimas Barbosa, dono da Mina da Batalha. Na época da descoberta, Heitor Barbosa foi citado em revistas estrangeiras como o homem que descobriu a raríssima turmalina paraíba. A qualidade excepcional da pedra foi comprovada pelo Gemological Institut of America (GIA) nos Estados Unidos.
Descoberta de U$ 1 bilhão – Os diálogos interceptados durante a Operação Sete Chaves revelam a descoberta de nova reserva de turmalinas Paraíba, negócio “muito bom”, segundo os investigados. Eles comentam que lucrarão cerca de “um bilhão de dólares” com o negócio e que estarão “bem de vida até a sexta geração da família de todos eles”.
Diálogo interceptado, em abril de 2014, revela a visita de especialistas do Gems Institute of America à mina em São José da Batalha. No trecho, um dos investigados comenta que na semana anterior havia extraído pedras de qualidade e que a visita dos americanos foi encomendada por Sebastião Lourenço e Azizi, com o objetivo de analisar a qualidade da extração das turmalinas paraíba.
Entre os dias 31 de março de 2014 e 17 de abril do mesmo ano, umaexpedição do GIA visitou minas brasileiras nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Paraíba. A expedição tinha o objetivo de “reunir informações e documentar o estado atual das minas de pedras coloridas, particularmente esmeralda e turmalina”.
Pobreza contrastante - O brilho, o luxo e o valor exorbitante da turmalina paraíba contrastam com a vida precária dos habitantes do distrito de São José da Batalha, berço da pedra preciosa. Como a extração é irregular, os exploradores não recolhem tributos pela utilização econômica dos recursos minerais localizados nas minas da região.
Paralelamente aos lucros exorbitantes, obtidos com a extração ilegal da gema, a população do pobre município de Salgadinho (PB) convive sem qualquer contrapartida da riqueza que é usurpada de seu solo.
Segundo dados do aplicativo Identificação de Localidades e Famílias em Situação de Vulnerabilidade (IDV), do Programa Brasil Sem Miséria, do Governo Federal, 65,7% dos domicílios de Salgadinho estão localizados na zona rural. Dos 3.508 habitantes do município (Censo IBGE 2010), 815 são pessoas, de 15 anos ou mais de idade, que não sabem ler e escrever.
Dos domicílios particulares permanentes, 63% têm saneamento inadequado e outros 22,2% possuem saneamento semi-adequado. Ainda segundo o IDV, 26,3% das pessoas residentes em domicílios particulares permanentes possuem renda de até 70 reais, e 42,6% dos habitantes permanentes de Salgadinho possuem renda de até 1/4 do salário mínimo.
“As pedras que são exibidas em eventos luxuosos por celebridades e magnatas internacionais, e que são alugadas por atrizes de Hollywood para desfilarem no tapete vermelho do Oscar, deveriam também proporcionar aos habitantes de São José da Batalha e Salgadinho o progresso social, possibilitando melhores condições de vida, direitos fundamentais básicos para o desenvolvimento do ser humano, como proclamado pela Constituição Federal e pelos tratados internacionais”, propõe o procurador da República João Raphael Lima.