terça-feira, 4 de outubro de 2016

Chinesa CMOC conclui negócio com a Anglo American no Brasil

Chinesa CMOC conclui negócio com a Anglo American no Brasil

A CMOC Internacional, braço internacional  da chinesa China Molybdenum (Cmoc), pode investir ainda mais no Brasil se oportunidades surgirem, aproveitando a boa situação financeira da matriz, disse um executivo nesta sexta-feira, após o fechamento de uma grande aquisição de ativos de mineração da Anglo American.
A empresa avalia que o Brasil está no caminho certo para uma retomada do crescimento econômico, estuda o aprimoramento de suas unidades no país e está atenta a novas oportunidades, afirmou em entrevista à Reuters o principal executivo da companhia no país, Marcos Stelzer. A chinesa concluiu nesta sexta-feira a aquisição das operações da britânica Anglo American de nióbio e fosfatos, em Catalão, Ouvidor (GO) e Cubatão (SP), por 1,7 bilhão de dólares, em negócio anunciado no início do ano.
Nióbio é um metal usado principalmente na produção de ligas de aço de alta resistência. Já fosfatos são uma das principais matérias-primas para a fabricação de fertilizantes. A operação marca a chegada no Brasil da Cmoc, fundada na China em 2006. Stelzer destacou que a Cmoc tem uma estratégia de crescimento por aquisição, que está sempre estudando oportunidades e que a empresa tem atualmente uma situação financeira favorável para isso.
O executivo ponderou que não participa de estratégias da empresa para aquisições, mas explicou que “o que a gente ouve deles é que eles têm apetite para continuar investindo… pode ser no Brasil”. ”Desde que seja uma commodity onde eles entendem que é um ativo que tem potencial e com uma boa estrutura, pode ser um ‘target’ para a Cmoc”, afirmou Stelzer.
O executivo, entretanto, não quis entrar em detalhes sobre quais ativos poderiam interessar à Cmoc. Questionado sobre se a empresa teria interesse em ativos da Petrobras de fertilizantes, que estão à venda, Stelzer preferiu não comentar. Para Stelzer, que trabalhou anteriormente por 27 anos na Anglo American, onde seu último cargo foi de diretor Comercial e Supply Chain na Anglo American Níquel, Nióbio e Fosfatos, o Brasil está no caminho para retomar seu crescimento.
“Estamos esperançosos, acho que estamos indo no caminho certo, não é um processo fácil, mas pelo menos as primeiras medidas que estão sendo tomadas indicam, dão um pouco de pensamento mais positivo em relação ao país”, afirmou. ”Quando olha a agricultura a gente fica mais feliz ainda, porque vai bem, mesmo nos períodos piores… o Brasil tem esse potencial de crescimento agrícola que é um diferencial em relação a outros países.”
Juntos, os dois negócios adquiridos pela Cmoc geraram receita de 543 milhões de dólares e um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 143 milhões de dólares em 2015. Os dados de 2016 apenas serão publicados no fechamento do ano. Stelzer explicou que a nova gestão estará focada em concluir um aumento de produção em curso na unidade de nióbio e que também estuda possibilidades para crescer e agregar valor à unidade de fosfatos.
“A estratégia comercial se mantém, a ideia é conseguir melhorar ainda mais o negócio, dentro de uma base de clientes que está consolidada”, afirmou. No caso da unidade de fosfatos, a Anglo vendeu para a Cmoc mina, planta de beneficiamento, dois complexos químicos e dois depósitos minerais adicionais.
“O Brasil tem uma carência de fertilizantes, importa quase 60 por cento do fósforo que ele precisa, então a expectativa do lado de fertilizante é a melhor possível, é um negócio regional, bem posicionado, em uma área em que a demanda é muito alta”, afirmou Stelzer. Já o negócio de nióbio é composto de uma mina e três plantas de processamento, duas minas que não estão em atividade no momento, dois depósitos minerais adicionais e escritórios de vendas e marketing no Reino Unido e Cingapura.
Segundo Stelzer, seus principais clientes de nióbio estão na China, Índia e Europa. Para o executivo, apesar do momento para o nióbio estar “um pouco mais difícil hoje”, devido à desaceleração da demanda da China, a companhia acredita em uma recuperação do mercado no curto prazo.
A unidade internacional da Cmoc é focada em mineração e processamento, fundição, tecnologia de produtos, comércio, pesquisa e desenvolvimento.


Além das unidades adquiridas de nióbio e fosfatos, a empresa também produz molibdênio, tungstênio, cobre e ouro. Dentre seus ativos, a Cmoc controla 80 por cento da Northparkes Mines, a quarta maior produtora de cobre na Austrália.

Vale quer expandir negócios com clientes menores na China

Vale quer expandir negócios com clientes menores na China

Vale está negociando parcerias que a ajudarão a vender mais minério de ferro a clientes chineses de menor porte no interior do país asiático como parte dos esforços da empresa brasileira para tirar participação de mercado de suas rivais australianas.
A mineradora está fechando acordos com empresas locais capazes de ajudá-la a melhorar sua distribuição na China, a maior consumidora do ingrediente usado na fabricação do aço, disse o diretor-executivo de logística e pesquisa mineral da empresa, Humberto Freitas, em entrevista, na segunda-feira. A Vale criou uma empresa de distribuição para supervisionar a construção desses novos relacionamentos. “Os grandes clientes nós já atingimos”, disse Freitas, no escritório da empresa no Rio de Janeiro. “Nós precisamos agora antingir os menores.”
Com os preços cerca de 70 por cento menores do que no pico de 2011 devido à desaceleração da demanda, a concorrência entre produtoras como BHP Billiton e Rio Tinto está crescendo. A Vale já embarca até 400.000 toneladas por viagem a seus maiores clientes usando navios gigantescos e agora quer penetrar ainda mais no mercado chinês. Para isso, a empresa está desenvolvendo um sistema para vender minério a consumidores que desejam pagar em yuans pelos estoques dos centros de distribuição costeiros.
Em abril, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que pretendia expandir as vendas na China em 40 por cento e transformar a empresa brasileira na maior fornecedora do país asiático. A Vale exporta 180 milhões de toneladas por ano à China, mas ainda está atrás da Rio Tinto e da BHP, informou a companhia.
A Vale afirma que o novo complexo de mineração de US$ 14 bilhões no norte do Brasil e a capacidade de armazenar material na China e na Malásia a aproximará de suas rivais australianas. O centro de distribuição malaio tem capacidade para movimentar 30 milhões de toneladas por ano.
Fonte: Exame

Todos os caminhos levam a... Minas Gerais!


O ‘Essência’ inicia uma série sobre os caminhos que compõem a Estrada Real de Minas, que remonta ao ciclo do ouro e conta parte da História do Brasil



























Júnior Bueno

A Estrada Real foi um presente da corte portuguesa da época em que o Brasil ainda era sua colônia. Na verdade, ‘presente’ é mais uma força de expressão. As rotas que saiam de Minas Gerais em direção ao litoral do Rio de Janeiro serviam para escoar ouro, diamante, café, gado e escravos. O tempo passou e hoje a rota é um dos principais roteiros turísticos do Brasil. A estrada compõe ao todo 1.600 km, de Minas Gerais ao Rio de Janeiro, e está dividida em quatro grandes trechos: o Caminho dos Diamantes, o Caminho Velho, o Caminho Novo e o Caminho do Sabarabuçu.

Os caminhos levam a cidades históricas, cachoeiras, trechos de Mata Atlântica e Cerrado e sítios arqueológicos, até terminar nas cidades portuárias de Paraty e Rio de Janeiro, pontos finais dos caminhos Velho e Novo respectivamente. Se você ainda não conhece Minas Gerais, uma sugestão é fazer este roteiro, que é recheado de história, cultura, gastronomia e muita aventura. E, para começar, vamos pelo Caminho dos Diamantes (que nome mais bonito!). Em 1729, as pedras preciosas de Diamantina ganharam destaque nas economias brasileira e portuguesa. O Caminho se destaca por suas belezas naturais de tirar o fôlego e seus recantos repletos de histórias, além de possuir uma gastronomia singular.

De maneira completa, ele vai de Ouro Preto a Diamantina – e o próprio fato de unir essas duas incríveis cidades históricas já diz tudo. O Caminho dos Diamantes passou a ter grande importância, a partir de 1729, quando as pedras preciosas de Diamantina ganharam destaque nas economias brasileira e portuguesa. Além da história de seus municípios, da cultura latente e da gastronomia típica, o Caminho dos Diamantes destaca-se pela beleza natural.    

O viajante percorre 395 km divididos em 18 planilhas na companhia da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço e de suas paisagens exuberantes. Para quem percorre o caminho no sentido Diamantina – Ouro Preto, 178,3 km serão entre subidas curtas e longas, sendo que uma das mais longas é a do trecho entre Itapanhoacanga e Santo Antônio do Norte, mas, como um todo, o nível de exigência física é menor.  Em boa parte dos percursos existem poucas opções com áreas sombreadas, principalmente entre Diamantina e Bom Jesus do Amparo.    
Para quem percorre no sentido Ouro Preto – Diamantina, dos 395 km, 173,3 km oscilam entre subidas curtas e longas, sendo que uma das mais longas é entre Santo Antônio do Norte e Itapanhoacanga e entre Serro e Diamantina, mas, como um todo, o nível de exigência física é maior. Normalmente, os viajantes gastam em média oito dias para percorrer de bicicleta e 27 dias a pé, mas isso varia com o tom que o turista quer dar a sua viagem. Dos 395 quilômetros, 26% estão asfaltados (105,9 km) e 0,5% são trilha (2 km). Os outros 73,5% são de estrada de terra (289 km).    

Além das belezas históricas das cidades citadas e de Mariana, há a Mina da Passagem, a única mina de ouro no Brasil ainda aberta a visitação, matas fechadas em alguns pontos e vistas incríveis. E mais: um aqueduto construído pelos escravos, em 1792, chamado Bicame e as ruínas de Congo Soco. O lugar, ocupado pelos ingleses, tem ruínas que guardam lembranças do período da exploração do ouro em Minas Gerais. O conjunto de ruínas é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) desde 1995. Uma capela católica, datada de 1780, foi a única construção que pôde ser restaurada. A vila resiste às chuvas e aos ventos para provar que existiu.

Ouro Preto


Impossível visitar Ouro Preto sem se encantar com a riqueza de detalhes das igrejas e casarios feitos em estilo barroco e com as peças de arte que estão expostas a céu aberto e dentro de museus. Vale conhecer ao menos uma das minas onde exploravam ouro na época do Brasil Colônia. Como se isso não bastasse, a cidade ainda é um dos locais mais animados do País quando o assunto é comemorar o Carnaval.
Dentre os principais pontos turísticos, está a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, que reúne entalhes das três fases do barroco mineiro e é um dos templos com maior quantidade de ouro do Brasil: 400 quilos. Nos seis altares laterais, estão representadas irmandades e grupos sociais da época. O Museu de Arte Sacra, no subsolo da sacristia, exibe imagens de Nossa Senhora do Pilar, Santa Bárbara e Nossa Senhora da Conceição.

A igreja São Francisco de Assis foi projetada por Aleijadinho, responsável pelo medalhão da fachada e o lavabo da sacristia. O forro da nave foi pintado por Mestre Athaíde, que levou mais de dez anos para terminar a obra. No altar-mor, os painéis e quadros laterais também são de sua autoria. A Igreja Nossa Senhora do Carmo foi um dos últimos projetos do arquiteto Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, construída em estilo rococó – a última fase do barroco, menos carregada de ouro. É a única do estado com painéis de azulejos portugueses, na capela-mor. Reúne peças de Aleijadinho e pinturas de Mestre Athaíde.
São muitos os museus que estão à disposição em Ouro Preto. Destaque para o Museu da Inconfidência, instalado no prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia: lá, estão restos mortais de 16 inconfidentes; o Museu do Oratório, com mais de 160 oratórios dos séculos 17 ao 20, e o Museu de Arte Sacra, com vestimentas de fios de ouro, livros e até um mausoléu construído para o funeral simbólico de D. João V, Rei de Portugal, morto em 1750.

Mariana


Não se assuste com a repentina fama internacional de Mariana, após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, no ano passado. O acidente dizimou os subsdistritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, distantes entre 30 e 40 km da área urbana do município e dos principais pontos turísticos e históricos do local. Dos males, o menor: é possível visitar a cidade e desfrutar de seus pontos turísticos. Muitas pessoas que percorrem o Circuito do Ouro de Minas Gerais preferem se hospedar em Mariana por ser uma cidade bem mais tranquila e com menos ladeiras do que Ouro Preto.

Para quem vai de Belo Horizonte, a Rua Direita fica logo na entrada do Centro Histórico e recebe este nome, pois nela moravam as pessoas direitas, ou seja, pessoas com prestígio na cidade, o que conferia a elas virtudes como “moral e bons costumes”. Um pouco mais à frente está a antiga Catedral Basílica da Sé, um dos mais antigos templos da cidade. É uma das mais ricas do Brasil e foi construída no século 18. Vista por fora, parece bem simples, mas por dentro impressiona pela riqueza. A igreja fica na Praça Cláudio Manoel. O escultor Aleijadinho deixou a sua contribuição para esta igreja com algumas obras.

Um pouco mais acima da Basílica da Sé, no coração do Centro Histórico de Mariana, estão as Igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa
Senhora do Carmo, uma de frente para outra. Dentre elas, há um pelourinho que, junto às igrejas, formam um belo conjunto arquitetônico. Do outro lado da rua,  está a Casa da Câmara e Cadeia, importante construção da cidade, pois foi construída para abrigar a Câmara e, mais tarde, o prédio serviu como senzala, local de fundição de ouro e sede do governo estadual. Hoje, o prédio é sede Câmara Municipal de Mariana. Os quatro pontos turísticos, juntos,  formam a Praça Minas Gerais e o local é um dos mais famosos da cidade.

Diamantina



Mesmo depois que os diamantes que seguiam para Portugal escassearam, a região continuou em evidência – primeiro, por conta de suas personalidades, como Xica da Silva, a escrava que teve vida de rainha ao se casar com um contratador português, e o ex-presidente Juscelino Kubsticheck, o filho mais ilustre. Depois, em função do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco, em 1999, e que revelou ao mundo um cenário intocado formado por igrejas barrocas e casario colonial espalhados por ruas calçadas em pedra e iluminadas por lampião.

As construções históricas do século 18 enchem de charme o Centro de Diamantina. São belas igrejas, sobrados e casarões suntuosos que remetem ao período colonial, quando a vida no arraial girava em torno da extração de pedras preciosas. Destaque para as casas do Muxarabiê – com influência arquitetônica árabe ; da Glória, com passadiço aéreo, e de Xica da Silva. Também merecem visita o Museu do Diamante, a igreja de Nossa Senhora do Carmo, a Casa de Juscelino Kubitschek e o Mercado Municipal.

Diamantina, porém, descortinou ainda muitos outros encantos. Exibiu a moldura exuberante formada pela Serra do Espinhaço, salpicada por grutas e cachoeiras. Uma estradinha de terra e muita poeira leva às graciosas vilas de Milho Verde, Biribiri e São Gonçalo do Rio das Pedras. Cercadas por trilhas, cachoeiras, caminhos de pedra e recantos perfeitos para saborear quitutes da culinária mineira, revelam um pedaço da história onde o tempo parou
.

Projeto suíço procura ouro “melhor” no Peru

O que é preciso para extrair ouro de forma sustentável? Não é fácil, como mostra uma visita à mina peruana que aderiu ao programa suíço “Better Gold”.

O programa suíço pretende produzir ouro de forma mais sustentável no Peru (swissinfo.ch)
O programa suíço pretende produzir ouro de forma mais sustentável no Peru
(swissinfo.ch)
As chamadas para entrar nas lojas da pequena cidade de Juliaca, no Peru, parecem com o assédio das cidades turísticas em todo o mundo, exceto que os vendedores aqui são comerciantes tentando atrair os vendedores de ouro dos diversos garimpos informais da região sudeste de Puno e seus arredores.
Pouco do que é negociado aqui é legal, nem obedece a legislação peruana ou qualquer acordo ambiental internacional, como a Convenção de Minamata sobre Mercúrio. O crime organizado comanda a cidade.
Fazer perguntas sobre a origem do ouro comprado aqui, portanto, não é bem visto.
"Se os outros descobrirem que você está aqui fazendo perguntas, eles vão linchar você", adverte um comerciante.

De pastores a garimpeiros

Cerca de 150 quilômetros de distância dali, em Ananea, a uma altitude de 4700 metros, a maior parte da paisagem montanhosa foi despida de seus campos e escavada na disputa pelo valioso mineral.
Aqui fica a CECOMIP, uma cooperativa de mineração legal criada em 2006 por membros da comunidade local, que antes viviam da criação de alpaca.
Esses novos garimpeiros, convertidos pelos preços do ouro, começaram a garimpar em suas terras ancestrais em busca do mineral com a ajuda de caminhões e escavadeiras.
Milhares de outros garimpeiros de outras áreas migraram para esta região. Com 22% da população do Peru vivendo abaixo da linha da pobreza, a mineração acaba sendo uma das poucas alternativas para se ganhar o sustento.
Claudio Mara, um dos garimpeiros da cooperativa, ganhava 400 dólares por ano com seu rebanho de 50 alpacas. Mara e seus colegas estão aderindo ao programa Better Gold Initiative (BGI), lançado em 2013 após um escândalo com refinarias suíças que trataram ouro de origem ilegal da região sul de Madre de Dios.
O programa, uma parceria público-privada, produz 700 kg de ouro por ano. Esse número, embora muito maior do que os 25 kg produzidos no lançamento do programa, ainda é uma pequena fração perto das 2.700 toneladas produzidas anualmente no mundo. Cerca de 70% dessa produção transita pela Suíça.
A cooperativa produz cerca de 4,5 kg de mineral por mês.
O programa suíço incentiva a produção sustentável do mineral, ambientalmente e socialmente responsável.
Guillermo Medina, coordenador do programa, disse que o BGI oferece bônus aos garimpeiros registrados que podem ser usados para melhorias sociais e ambientais. O grupo de investimento com sede em Genebra, Impact Finance, por exemplo, emprestou centenas de milhares de dólares para a Sotrami, uma outra cooperativa que fornece ouro ao programa.
"Queremos manter a produção em pequena escala nas cadeias de abastecimento", disse Thomas Hentschel, diretor do Better Gold Initiative.
O BGI oferece um mercado direto para os garimpeiros, o que evita ter que vender aos atravessadores, que tomam 5-6% do preço internacional. Para os garimpeiros de Ananea, as condições do programa são interessantes.
"Para nós, é importante que o nosso produto possa ser reconhecido localmente, nacionalmente e internacionalmente, com as melhores condições para ir ao mercado", disse o presidente da cooperativa, William Yamparra.

A ameaça do mercúrio

Na mina, os garimpeiros explicam como apenas alguns gramas de ouro são geralmente extraídos de um caminhão de terra retirada no poço aberto nas proximidades, com cerca de 30 metros de profundidade. Aqui, como em Madre de Dios, o ouro é encontrado em depósitos aluviais, o que significa que partes dispersadas são encontradas ao longo dos leitos dos rios.

Maior topázio azul do mundo, achado na Amazônia, será exibido em Londres



Maior topázio azul do mundo, achado na Amazônia, será exibido em Londres


Extra

O maior topázio azul do mundo será colocado em exibição no Museu Nacional de História, em Londres, na Inglaterra, após ter sido guardado por seus donos por 30 anos. A pedra preciosa, que pesa 2 quilos e tem 9,381 quilates, foi encontrada em meados dos anos 1980, na Floresta Amazônica, pelo aventureiro britânico Max Ostro. Desde então, havia sido protegida em um cofre. As informações são do jornal "The Sun".
Segundo especialistas, o topázio é tão valioso que seu preço seria inestimável, passando de milhões de libras. Foi o filantropo Maurice Ostro, filho de Max, que morreu aos 84 anos em 2010, que decidiu colocar a pedra preciosa em exibição para ajudar a família em seus trabalhos de caridade. A partir do dia 19 de outubro, curiosos poderão ver de perto o topázio no Museu Nacional de História.



Topázio azul será exibido em museu londrino
Topázio azul será exibido em museu londrino Foto: PETER NICHOLLS / REUTERS

"Meu pai levou uma vida verdadeiramente extraordinária e era um homem de grande coragem e determinação. Acreditamos que compartilhando seu legado com os outros fazemos uma homenagem ao seu espírito indomável de aventura", disse Maurice.
O diretor do museu agradeceu a oportunidade de exibir o topázio: "Estamos muito satisfeitos em exibir esta pedra de topázio azul requintado ao lado de alguns dos melhores exemplos de minerais da natureza nesta galeria. Nossos agradecimentos vão para Maurice Ostro pela oportunidade de mostrar essa pedra maravilhosa para milhões de pessoas", disse.