quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A contribuição da mineração no cotidiano de nossas vidas

casa e miineração

A contribuição da mineração no cotidiano de nossas vidas 










Comecemos então pelo escritório  ou mesmo o seu lar. Vamos olhar para o prédio em si. As paredes foram  construídas com tijolo, reboco e tinta. O tijolo (inclua também as  telhas) é feito com argila e argila é M. Eles foram assentados com massa  de cimento, que nada mais é que areia, cimento e água. Ora, areia é  M,  cimento é um produto proveniente do calcário que é também M e a água por  sua vez é o maior bem mineral que dispensa comentários.
A tinta não  passa de um composto de bens minerais e tem o titânio como pigmento e  principal ingrediente pois é ele que determina a cor da tinta. Bacana  né? Ali é amarelo, lá é vermelho e acolá é gelo. 
Pergunto pois, quem  produz esses bens minerais que inclui o titânio? É a M caros leitores. O  piso é de ladrilho ou seria de madeira? 
O ladrilho é um derivado da  sílica e o seu esmalte depende do bismuto, que são produtos da M. A  madeira não estaria ali não fosse o seu beneficiamento feito com serras,  plainas etc., as quais são de aço, que por sua vez dependem do ferro e  outros produtos minerais como tungstênio, tântalo e outros, necessários  à sua fabricação para consistência da liga, dureza etc., os quais são  produtos da M. 
E as lâmpadas que estão iluminando o seu ambiente? Pensem  bem, a fiação elétrica é feita de cobre recoberta de plástico  emborrachado. O cobre é claro é M,  mas e o plástico? Este depende  totalmente do petróleo, que caso não saibam meus caros é pura M.  A  lâmpada por sua vez, depende da sílica e do alumínio e o seu filamento  do tungstênio. 
Portanto, não esqueçam, sem a M não teríamos a luz, nem  mesmo se dependesse do candeeiro ou do lampião pois, além do ferro e  alumínio de suas estruturas, necessitam do querosene ou do gás, ambos  também produtos diretamente ligados ao petróleo. Olhem o computador. Tem  plástico, mas também está cheio de componentes eletrônicos, os quais  todos, sem exceção, dependem da M pois são feitos, além do plástico, de  ferro, tântalo, tungstênio, molibdênio, bismuto, zinco etc, que os  japoneses adoram. Da mesma forma, os encanamentos e o seu gostoso  aparelhinho de chuveiro elétrico. 
Os canos são ora de plástico, ora de  ferro fundido e o chuveiro com ferro, alumínio, cobre, etc. é que  proporciona aquela aguinha quente. 
Acho que a maioria de vocês já  começaram a ficar preocupados no sentido de acharem alguma coisa que não  dependa da M,  porque sei que começaram a ver que também dependem dela os  pregos, parafusos, o seu som, sua calculadora, a caneta, as tomadas, as  chaves das portas, as cadeiras, o microfone, os seus óculos, tacos de  golfe e até, ou principalmente, o seu carro... 
É mesmo! O Carro. Não  passa de um monte de ferro (aço), alumínio, cobre, chumbo e plástico e ,  portanto, também depende em 100% da M.  ? Inclua aqui todas as  ferramentas que o consertam quando está no prego. Até a latinha ou mesmo  a garrafa de cerveja ou refrigerantes. O que seria delas sem o alumínio,  estanho, zinco e sílica. 
Vamos mais longe um pouco. O estofado do sofá,  as roupas que estão vestindo ou os livros. Como seriam feitos não fossem  as máquinas de tecer, as agulhas e as máquinas das gráficas? Será que  não dependem do ferro e das ligas para fabricação do aço? E o telefone?  Além do aparelho, que no caso dos celulares, dependem altamente do  tântalo e dos componentes eletrônicos, o que seriam deles sem fios e as  centenas de satélites que rondam a terra? Sem os minerais necessários à  fabricação das super-ligas como nióbio, tungstênio e até o molibdênio  sem falar obviamente no ferro, certamente não existiriam os satélites,  assim como também os aviões, foguetes, mísseis etc. 
Ah! Vamos falar  sobre a medicina ou dentistas. Como seriam as cirurgias sem aquela  parafernália de tesourinhas, faquinhas, broquinhas, etc fabricadas com  aço?. 
E os aparelhos de Raio X, Tomografia Computadorizada, Mamografia,  a Ultra-sonografia etc.? Não creio ser necessário dizer qual a matéria  prima necessária à sua fabricação e quem providencia o urânio e minerais  radiativos. Só sabemos que sem eles não seria possível detectar aquela  cárie nos seus dentes, a fratura no osso que sofreu jogando futebol ou o  câncer de mama, próstata, etc. 
E os remédios? São todos fabricados com  os produtos da M scondidos atrás daqueles nomes mais esdrúxulos:  Clavulanato de Potássio, Demetilavermectin. Pois saibam que todos os  remédios, sem exceção, são dependentes da M.  Não existiriam se não  fossem os elementos Potássio(K), o Fósforo(P), o Magnésio(Mg), o  Cobre(Cu), o Zinco(Zn), o Boro(B), o Manganês(Mn), o Sódio (Na), o  Bário(Ba) etc, etc, etc. todos eles provenientes dos minerais produzidos  pela M e responsáveis por salvar tantas vidas e aliviar aquela droga de  enxaqueca. 
A M pode até às vezes ser prejudicial, embora a culpa seja  dos homens, pois sem ela não teríamos as armas e munições que nos  protegem mas também nos matam. Inclui-se os projéteis. Já ouviram falar  em “chumbo grosso”? Por outro lado, a M proporciona também prazeres e  alegrias, como por exemplo a vaidade das mulheres e o ego dos homens  através das jóias de ouro, prata, platina, diamante ou mesmo a pedras  preciosas, o que inclui desde as bijuterias até os relógios rolex. 
Assim também, dependentes da M,  são as gostosas pescarias no Araguaia ou  no Pantanal, a começar pelo barco de alumínio com motor de popa até as  chumbadas e anzóis que proporcionam a felicidade e o descanso dos homens  e infelicidade e morte dos peixes. 
Por falar em ouro, é importante  lembrar que além de jóias e de ativo financeiro entesourado desde os  tempos antigos pela sua beleza e durabilidade, tem condutividade  elétrica superior, é altamente resistente à corrosão e por outras  combinações das propriedades físico-químicas, também se destaca como um  metal industrial essencial. O ouro hoje faz parte de certas funções  críticas em computadores, equipamentos de comunicação, naves espaciais,  motores de jatos e uma gama de outros produtos, que inclui até os seus  dentes. 
Também o diamante, não pensem que não passa de pedrinhas para  anéis ou colares. Os diamantes industriais, que representam o mineral de  maior dureza na face da terra, são largamente usados em serras de corte,  brocas de perfuração etc, essenciais para cortar a peça de mármore ou  granito (que também são M) que é tão útil na mesa, pia da sua cozinha ou  mesmo no seu túmulo, assim como também nas sondagens profundas da  pesquisa de petróleo e todos os demais depósitos minerais. 
A platina por  sua vez, é também indispensável ao meio ambiente e usada também nos  catalisadores de seus veículos. 
Penso que vocês devem estar falando: Ah  Ah! As plantas não dependem da mineração. Engano total. Não só os mais  insignificantes capins que o boi gosta de comer como os melões que  saboreamos ou a borracha dos pneus, dependem da M.  A agricultura, que  talvez seja a maior contribuinte do PIB nacional, é totalmente  dependente da M.  Dependem dos corretivos do solo como por exemplo o  calcário e dos adubos químicos, sólidos ou líquidos, os quais, a exemplo  dos remédios acima citados, todos são fabricados a partir dos mesmos  elementos químicos. Isto para não citar os equipamentos de irrigação,  bombas d’água, mangueiras (de ferro ou plástico) ou mesmo o nosso grande  bem mineral que é a água. A planta vive da captação, através das suas  raízes, de nutrientes minerais e é a M quem promove a alternativa de  produções saudáveis, abundantes e principalmente lucrativas, além de  promover a sua proteção, seja através dos inseticidas seja através da  cerca de arame que, a exemplo da mini-saia, não tapa a visão mas protege  a propriedade. 
Não vamos perder muito tempo em discorrer um pouco mais  sobre o petróleo o que daria vários livros, mas é importante lembrar que  é dele que tiramos o diesel, a gasolina, o querosene e que, além do  ingrediente necessário à fabricação do plástico, é também responsável  pelos isopores que embalam as geladeiras e televisões dentro das caixas  e pelas esburacadas estradas de asfalto desse nosso país.
Aqui tem um  detalhe: é claro que se todos os proprietários de veículos pagassem o  IPVA as estradas estariam em melhores condições. O quê? Todos pagam?  Ainda tem as multas? Por falar nisso, sem a M o que seria da indústria  das multas? Não iriam existir os radares, os pardais e as barreiras  eletrônicas pois desde os postes de concreto até as lentes das câmeras  fotográficas dependem da M (que droga né?). Da mesma forma, a energia  elétrica que, além dos detalhes acima mencionados, devem ser  considerados que sua geração depende das grandes barragens, cuja  construção depende de concreto armado (cimento, areia e vergalhões de  ferro >M) e de estudos geológicos que garantem a sua segurança. Já  imaginaram o rompimento de uma barragem desta?
Por outro lado, as  essenciais turbinas são fabricadas com os produtos da M e o seu  transporte, com torres e cabos, nada mais são que ferro, aço, alumínio e  de peças de louça fabricadas com sílica, ou seja, >M. Tudo que foi até  agora exposto, não passa de alguns detalhes relativos ao setor da M.  Os  produtos minerais tem uma gama de usos tão grandes que fica difícil  expor na forma de apenas um artigo como este. 
A M tem uma participação  fundamental em todos os setores da economia moderna. Basta começar a  raciocinar um pouco mais profundamente, mesmo que por curiosidade, para  enxergar o quanto é indispensável na vida do homem. 
Apenas como exemplo  podemos citar alguns nomes que talvez dizem respeito ao seu cotidiano,  pelo menos a partir de agora: Petróleo, Ouro, Prata, Platina, Diamante,  Cobre, Chumbo, Zinco, Ferro, Cromo, Manganês, Alumínio, Níquel, Estanho,  Bismuto, Tungstênio, Tântalo, Nióbio, Titânio, Cobalto, Molibdênio,  Potássio, Bário, Urânio, Argila, Caulim, Granito, Mármore, Calcário,  Sílica (Quartzo), Fosfato, Amianto, Quartzito, Esmeralda, Topázio,  Turmalina, etc., etc., etc. 
Enfim, a tabela periódica e muito mais.  Apenas para que tenham uma melhor noção, serão aqui selecionados alguns  destes elementos menos conhecidos, para detalhar um pouco mais sobre  seus usos e o que significa um único elemento produzido pela M: •  Tungstênio (W) - também chamado de metal duro (hardmetals), são  revestimentos resistentes usados para ferramentas de trabalho pesado,  mineração e indústria da construção. Fios metálicos de tungstênio,  eletrodos e contatores são usados para aplicação elétrica, iluminação,  eletrônica, aquecimento e solda. Tungstênio é também usado na fabricação  de ligas metálicas pesadas para armamentos, tanques de aquecimento e  aplicações de alta densidade como pesos e contrapesos, superligas para  hélices de turbinas, ferramentas de aço, ligas de revestimentos  resistentes e capeamentos. Compostos de tungstênio podem também  substituir o chumbo em balas e projéteis. 
Componentes químicos de  tungstênio são usados em catalisadores, pigmentos inorgânicos e  lubrificantes de alta temperatura. • Bismuto (Bi) - O Bismuto é um  mineral usado na indústria farmacêutica e química (53%), ligas fundíveis  e soldas (28%), aditivo metalúrgico (17%) e outros novos produtos como  chapas de bismuto, pigmentos, esmalte de cerâmica, pesos para pescaria  (substitui o chumbo), balas para caça, graxas lubrificantes entre outros  (2%). Em função das crescentes restrições ao chumbo, o bismuto vem sendo  largamente testado como substituto natural e não contaminante ou tóxico.  
Os EEUU consomem cerca de 80% do bismuto produzido no mundo. •  Molibdênio (Mo) - O Molibdênio é um elemento metálico refratário, usado  principalmente como um agente de liga no aço, ferro fundido e em  superligas para melhorar a dureza, a força, a resistência e o desgaste,  assim como a resistência à corrosão. Para se obter as propriedades  metalúrgicas desejadas, o molibdênio, primariamente na forma de óxido ou  ferro-molibdênio, é freqüentemente usado em combinação com o cromo,  colômbio (nióbio), manganês, níquel, tungstênio ou outras ligas  metálicas. A versatilidade do molibdênio em melhorar as propriedades de  uma grande variedade de ligas tem garantido um significante papel na  tecnologia industrial contemporânea, a qual de forma crescente requer  materiais que são úteis no sentido de favorecer a qualidade quanto ao  forte stress, mudanças de temperatura e a ambientes fortemente  corrosivos. Além disso, o molibdênio tem um significante uso como metal  refratário em inúmeras aplicações químicas, incluindo catalisadores,  lubrificantes e pigmentos. São poucos são os usos do molibdênio que  aceitam substitutos. • Tântalo e Nióbio - O Tântalo (Ta), é um metal  dúctil, altamente resistente à corrosão por ácidos, excelente condutor  de calor e eletricidade e tem um alto ponto de fusão. O maior uso do  tântalo, como pó metálico de tântalo, é na produção de componentes  eletrônicos, principalmente capacitores de tântalo, cujo maior uso  inclui telefones celulares, pagers, personal computers e componentes  eletrônicos automotivos. 
O Nióbio ou Columbium (Nb), elemento extraído  na forma de ferro-columbium, é usado no mundo inteiro principalmente  como um elemento de liga em aços e superligas. Uma significante  quantidade de colômbio, sob a forma de ferro-colômbio de alta pureza e  níquel-colômbio são usados em superligas a base de níquel, cobalto e  ferro, com aplicações em componentes de motores jato e foguetes assim  como em equipamentos resistentes ao calor e combustão. 

Não podemos aqui  esquecer de informar também que por trás de tudo isto estão os Geólogos,  Engenheiros de Minas, os Técnicos de Mineração entre outros, cujas  profissões são muito pouco conhecidas pelo povo (que inclui os  políticos).
Saibam portanto, que são os Geólogos que, com a ajuda de  equipes treinadas para tal, sobem e descem morros se ralando e suando no  mato, que estudam, interpretam e encontram jazidas minerais. Juntamente  com os Geólogos, os Engenheiros de Minas são os profissionais que  estudam, interpretam, montam e põem a produzir os referidos depósitos.  Os investimentos são altos. 
Entre pesquisa, estudos de viabilidade  econômica e implantação da mina, são dezenas de milhões de dólares. Isto  implica também em centenas de empregos, que inclui eletricistas,  encanadores, advogados, contadores, motoristas, braçais etc., assim como  sustentam dezenas de laboratórios de análise químicas.
Minas de grande  porte criam cidades. Minaçu em Goiás, hoje com cerca de 40.000  habitantes, é um exemplo. Nasceu e cresceu em função de uma mina de  amianto, que por sinal representam a matéria prima para a fabricação das  telhas Eternit, caixas d’água etc. Aliás, o nascimento de cidades  ligadas à M vem desde a época dos Bandeirantes à caça de ouro,  esmeraldas e outros produtos, a exemplo das cidades de que hoje guardam  um grande patrimônio histórico muitas vezes tombados como patrimônio  público. Desta forma, podemos até afirmar que também tem dependência da  M a gostosa feijoada que saboreamos aos sábados, pois nada mais eram do  que os restos do porco (pé, rabo, pele, orelha etc) cozidos numa grande  panela de ferro e distribuído aos escravos enquanto os senhores  portugueses se deliciavam com o pernil e carnes de primeira, no curso  das lavras de ouro, esmeraldas etc.

Assim sendo, creio que agora sabem  que, não fosse a MINERAÇÃO, viveríamos ainda hoje como o homem de  Neandertal, ou seja, na idade das pedras, sem energia, sem transportes e  sem roupa. É claro que estamos nos referindo à Mineração associada à  Metalurgia ou Indústria da Transformação , as quais juntas, sem falar na  dependência da agricultura a que nos referimos, significam pelo menos  30% do PIB nacional.
Isto, e tudo mais acima exposto, tem grande  significado e não pode mais ser ignorado, até mesmo para se evitar de  ser chamado de ignorante. A atenção para este setor, seja com incentivos  fiscais, com capitalizações de risco ou com apoio governamental de  alguma forma, vai promover a geração de depósitos com conseqüente  produção de bens minerais, redução das importações e aumento das  exportações, com forte geração de divisas para o país. Além disto, como  se trata sempre de grandes investimentos, a M pode ser também grande  geradora indireta de VOTOS. Será que o desconhecimento deste detalhe  seja o motivo pelo qual nem falam no assunto, nem mesmo numa campanha  presidencial???


Jad Salomão é Geólogo e empresário,  fundador de uma das primeiras junior companies do Brasil a Verena  Minerals.

Natal está chegando e vendas de diamantes azuis crescem

Natal está chegando e vendas de diamantes azuis crescem






Os preços dos diamantes tipo fancy (coloridos) se mantiveram estáveis nos primeiros meses de 2016. No entanto, com a chegada do Natal alguns diamantes começaram a ser mais procurados. É o caso dos azuis de mais de 1,5 quilates cujos preços já estão em alta, graças à demanda.

Os azuis com 5 quilates tiveram a maior alta atingindo 11%.

Acredita-se que o mercado está, também, reagindo ao leilão da Sotheby´s denominado Blue Moon onde serão negociados alguns dos diamantes azuis mais extraordinários do mundo.

O leilão ocorrerá em novembro em Genebra e, entre outros, a Sotheby´s estará leiloando o diamante Blue Moon de 12,3 quilates caracterizado por uma intensa coloração azul vívida.

A informação é da Fancy Color Research Foundation. 

Exploração de diamantes no mar pela De Beers dá alívio à Anglo American

Exploração de diamantes no mar pela De Beers dá alívio à Anglo American

A uns 20 quilômetros do extremo sudoeste da costa atlântica na África, uma máquina de vácuo de 285 toneladas operando a mais de 120 metros abaixo do nível do mar suga do fundo do oceano alguns dos diamantes mais valiosos do mundo. O rastreador, que custou US$ 10 milhões, faz parte de uma operação singular de mineração marinha de diamantes batizada de Debmarine Namíbia. A mina marinha, uma joint-venture entre a De Beers, unidade da mineradora britânica Anglo American PLC, e o governo desse país desértico e pouco povoado, tem sido uma rara fonte robusta de receitas num setor de commodities que continua definhando.
A operação, remota e secreta, só pode ser acessada por uma viagem de helicóptero de 30 minutos da pacata Oranjemund, um vilarejo construído pela indústria de mineração de diamantes para abrigar os trabalhadores e suas famílias em “Sperrgebiet”, ou área proibida, onde os diamantes no passado eram garimpados com pás e bateias em dunas de areia.
A Anglo American está cortando custos, vendendo a maioria de seus ativos e demitindo mais da metade de seus funcionários. Mas a De Beers — que respondeu por 42% do lucro da mineradora antes de juros e impostos no primeiro semestre de 2016, está injetando grandes somas na operação de mineração marítima, que vem extraindo alguns dos diamantes de mais alta qualidade do mundo.
Operações como a Debmarine destacam como as mineradoras estão sendo forçadas a explorar novas tecnologias e reservas à medida que a produção de minas mais antigas escasseia, reduzindo a oferta mundial de diamantes.
“Não tiramos o pé do acelerador de qualquer investimento [na Debmarine]”, diz Bruce Cleaver, diretor-presidente da De Beers.
Um exemplo dessa expansão submarina da Debmarine é o SS Nujoma, um navio de 2,3 bilhões de dólares namibianos (US$ 166 milhões) feito sob encomenda para exploração e amostragem e que foi levado da Noruega à Cidade do Cabo, na África do Sul, em agosto. A De Beers informa que o navio vai quase dobrar o número de amostras do fundo do mar descobertas diariamente.
A empresa tem cinco navios de produção: o Mafuta, que explora o chão do oceano com a máquina rastreadora, e quatro navios que fazem perfurações. As brocas só perfuram uns 50 centímetros, já que os diamantes estão espalhados pelo fundo do mar, logo abaixo da camada de cascalho, e não nas profundezas da terra.
A empresa afirma que o impacto ambiental é pequeno em comparação com a mineração em terra. “Não reviramos quilômetros e quilômetros de área no mar. O fundo do mar [das áreas] que atuamos se recupera — não há destruição total”, diz Jan Nel, gerente de operações da Debmarine. “Nós não usamos nenhum produto químico e colocamos todo o material retirado de volta, exceto os diamantes.”
Mas alguns observadores questionam a prática e seus efeitos sobre um ecossistema relativamente inexplorado. “Não temos muito conhecimento sobre o impacto dessas técnicas”, diz Emily Jeffers, advogada da equipe do Centro para a Diversidade Biológica, uma organização americana sem fins lucrativos. “Sabemos mais sobre a superfície da lua do que sobre o fundo do oceano.”
Os navios da Debmarine usam tecnologia de diversas indústrias — da perfuração de petróleo a frutas em conservas — para criar um sistema singular de exploração marinha de diamante. A bordo dos navios, são instaladas operações de recuperação de diamantes quase idênticas às existentes em terra, que moem rochas do fundo do mar com bolas de aço. Para cada 180 toneladas de pedras moídas, são recuperados um punhado de diamantes.
Isso é feito numa sala de recuperação de alta segurança, onde os diamantes e outras pedras caem em máquinas de raios-X, emitindo sons parecidos aos de moedas caindo na bandeja de máquinas caça-níqueis num cassino. Câmeras de segurança estão instaladas em todos os lugares e funcionários autorizados usam um cartão de identificação e leitores de impressões digitais para ganhar acesso. Eles passam por uma revisão rigorosa na saída da sala.
Os diamantes são colocados em uma lata que é vedada e levada a um cofre. Um helicóptero visita o navio algumas vezes por semana para levar os diamantes para Windhoek, capital da Namíbia, onde eles são classificados.
Embora os diamantes do fundo do mar representem apenas 4% da produção anual da De Beers, eles respondem por 13% do valor total, porque conseguem um preço por quilate mais alto que qualquer pedra produzida pela empresa em minas em terra — uma média aproximada de US$ 600 por quilate, contra cerca de US$ 250 obtidos por diamantes da grande mina de Jwaneng, em Botsuana, por exemplo. Esse alto valor deriva da pureza da pedra. Os diamantes do fundo do mar têm uma média em torno de 95% de pureza, comparado com cerca de 20% dos de Botsuana, a maior fonte de diamantes da De Beers.
Os diamantes marinhos geram um fluxo de receita lucrativo para a De Beers na Namíbia, um país que não é conhecido por ter jazidas de quimberlito, as rochas de chaminés vulcânicas de onde as pedras são geralmente extraídas. A exploração marítima tem sido uma dádiva em termos de receitas fiscais.
As operações namibianas da De Beers já extraíram cerca de 16 milhões de quilates do fundo do mar e cerca de 62 milhões de quilates em terra. A Debmarine acredita que há no mínimo a mesma quantidade de diamantes ainda disponíveis no mar.
A Debmarine tem uma licença de mineração exclusiva para quase 6 mil quilômetros quadrados de área marítima na Namíbia e explorou até agora menos de 3% dessa área. O grupo acredita que pelo menos 25% da área tem diamantes, o que deve levar 50 anos para extrair, diz Nel.


Fonte: WSJ

Vale vê demanda por aço e queda na produção de minério da China compensando oferta em 2017

Vale vê demanda por aço e queda na produção de minério da China compensando oferta em 2017

A mineradora Vale prevê que a oferta transoceânica de minério de ferro deverá crescer aproximadamente 50 milhões de toneladas em 2017, o que deve significar um mercado global equilibrado, considerando uma queda projetada na produção da China e uma maior demanda por aço. ”Serão 18 milhões a mais (da Austrália), Brasil mais 28 milhões de toneladas (com o início do S11D, da Vale, e o aumento da produção da Anglo American), e Índia com mais 4 milhões…”, disse a jornalistas o diretor de vendas e administração comercial de ferrosos da Vale para a América do Sul, Paulo Salles, após participar de evento no Rio de Janeiro.
Segundo ele, essa oferta adicional será compensada por uma redução da produção da China e por uma maior demanda por aço. ”Parte desse volume (adicional) virá (será compensado) com redução na oferta de minério chinês e maior demanda de aço de 12 milhões de toneladas”, acrescentou. O executivo ressaltou que em 2016 foram agregados ao mercado mais 100 milhões de toneladas de minério e ainda assim os preços ficaram estáveis em boa parte do ano, com algum impulso de demanda nas cotações no segundo semestre.
O minério de ferro para entrega imediata no porto chinês de Tianjin subiu 4,94 por cento nesta terça-feira, para 61,60 dólares por tonelada, após fortes ganhos nos contratos futuros de minério negociados na bolsa de Dalian. Foi o fechamento em nível mais alto desde 23 de agosto. A ação preferencial da Vale, maior produtora global de minério de ferro, operava em forte alta de mais de 5 por cento nesta terça-feira, por volta das 17:15, em sessão em que atingiu o maior nível em 17 meses, na esteira dos preços do seu principal produto.
“A China este mês de setembro produziu 3,9 por cento mais aço que no mesmo período do ano passado… 68,2 milhões de toneladas de aço bruto. Essa demanda maior não era esperada”, declarou o executivo, comentando a alta do preço.
PREÇOS ESTÁVEIS
Salles estima que os preços do minério neste fim de ano vão se manter mais altos do que as previsões feitas no fim do ano passado, quando a cotação estava em cerca de 40 dólares por tonelada.
“A nossa expectativa é de manutenção de preços entre 55 e 60 dólares neste fim de ano e de estabilidade nesse patamar no ano que vem. Isso para Vale é bom, e 2016 já foi melhor do que se imaginava… analistas falavam preços para este ano entre 30 e 45 dólares”, comentou.
O executivo frisou que o mercado de pelotas também se encontra bem demandado e com perspectivas de alta.
A cotação mais elevada do minério é positiva para a Vale, mas não vai mudar os planos de produção da mineradora, de acordo com Salles, uma vez que o foco da empresa no momento é “otimizar margem” e não ampliar volume.
Fonte> Reuters

CSN aplicará reajuste médio de 5% nos preços de aço

CSN aplicará reajuste médio de 5% nos preços de aço

A CSN aplicará reajuste médio de 5 por cento a partir de novembro nos preços de aço, enquanto busca recompor custos mais elevados do setor, disse nesta terça-feira o diretor executivo da empresa, Luis Fernando Martinez. No começo do mês, duas fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que as produtoras de aços planos estavam avisando distribuidores sobre reajuste de 5 por cento nos preços com previsão de entrada em vigor no fim deste mês, CSN entre elas.
Para Martinez, a demanda por aço deve se recuperar em 2017 com um possível reaquecimento da economia brasileira. “Há uma demanda deprimida e os setores, desestocados. Acredito que aço pode dar um estirão e crescer mais que o PIB”, disse o executivo, responsável pelas áreas comerciais e de logística dos segmentos de siderurgia, cimentos e vendas especiais da CSN.
Nesse contexto, a companhia retomou as operações do alto-forno 2 da usina de Volta Redonda (RJ) último dia 15 e, de acordo com Martinez, prevê alcançar o pico de produção do mesmo em até 15 dias.
O alto-forno foi paralisado por necessidade de reformas e demanda mais baixa por produtos siderúrgicos, disse ele a jornalistas.
O alto-forno usado para abastecer plantas da empresa no exterior (Portugal) e tem capacidade de produção de 70 mil a 80 mil toneladas por mês de bobina a quente.
Demanda
O presidente da Associação Latino-Americana de Aço (Alacero), Jefferson de Paula, espera uma retomada do mercado de siderúrgicos no país no próximo ano, com crescimento de 5 por cento, após queda estimada de cerca de 14 por cento para 2016.
“A gente vem de quedas sucessivas de consumo nos últimos anos. Nossa visão é que só em 2021 ou 2022 vamos voltar ao patamar de consumo de 2013”, disse à Reuters.
Ele avalia que, se as previsões mais otimistas para a economia brasileira em 2017 se confirmarem, isso vai alavancar muitos segmentos. “Mas acho que a virada maior vai ser em 2018.”
Fonte: Exame