domingo, 30 de outubro de 2016

Maior meteorito encontrado no Brasil

Maior meteorito encontrado no Brasil

Com 5,36 toneladas e mais de dois metros de comprimento, corpo celeste foi localizado no ano de 1784, no sertão da Bahia, onde atualmente fica o município de Uauá



Maior meteorito encontrado no Brasil
Meteorito Bendegó está exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro - Imagem: divulgação
 Maior meteorito já encontrado no país, que entra para o RankBrasil em 2013, recebeu o nome de Bendegó e tem medidas impressionantes: 5,36 toneladas e mais de dois metros de comprimento.
A pedra foi localizada em 1784, pelo menino Domingos da Motta Botelho, que pastoreava o gado em uma fazenda próxima à cidade de Monte Santo, no sertão da Bahia – onde hoje fica o município de Uauá. Quando o governador baiano soube da notícia, ordenou que o meteorito fosse levado até Salvador.
Como os bois não conseguiram carregar tanto peso, o corpo celeste despencou e caiu no leito seco do Riacho Bendegó (a 180 metros do local original), ficando mais de um século abandonado, até que pesquisadores franceses identificaram a importância científica da descoberta.
A camada de oxidação e a parte perdida da porção inferior do meteorito indicaram que ele havia caído há milhares de anos. Feita de ferro, níquel e outros elementos químicos, desde 1888 a pedra se encontra noMuseu Nacional, graças ao então imperador D. Pedro II, que providenciou sua remoção para o Rio de Janeiro.


Réplicas em tamanho real
Há quatro réplicas da pedra recordista, em tamanho real. A primeira, em madeira, está no Palácio da Descoberta, em Paris, na França. A segunda, de gesso, fica no Museu do Sertão, próximo ao lugar onde o meteorito foi encontrado. Há ainda uma no Museu Geológico da Bahia, em Salvador, e outra no Museu Antares de Ciência e Tecnologia, em Feira de Santana, também na Bahia.

Maior meteorito do mundo
O Hoba é o maior meteorito encontrado na Terra (em um único fragmento) e também o maior objeto de ferro maciço de ocorrência natural conhecido pelo homem. Com mais de 60 toneladas e 2,7 metros de comprimento, foi descoberto em 1920, na Namíbia, país da África. Estima-se que o corpo celeste caiu há 80 mil anos e por seu enorme tamanho, até hoje permanece no local de origem de sua queda.

Casos recentes
Em 15 de fevereiro de 2013, coincidentemente, dois corpos celestes chamaram a atenção. Na Rússia, uma rocha de 12 metros e cerca de 10 toneladas se desintegrou em pequenas partes entre 30 e 50 quilômetros da superfície terrestre, atingindo o país. Apesar de muitos feridos, ninguém ficou em estado grave porque a pedra se dividiu em minúsculas partes.

No mesmo dia, mas sem relação, um asteroide passou pela Terra, o que havia sido previsto por cientistas. Batizado como DA14-2012, pesa 130 mil toneladas e tem 45 metros de diâmetro, o equivalente a quase metade de um campo de futebol. O corpo celeste passou a menos de 30 mil quilômetros do planeta, distância considerada pequena.
Extinção dos dinossauros
Embora não haja consenso, a hipótese mais aceita pelos cientistas atualmente é que, há cerca de 65 milhões de anos, a extinção dos dinossauros foi causada pela queda de um gigantesco asteroide (embora isto dificilmente aconteça), onde hoje é o México.

De acordo com estudos, a pedra tinha 10 quilômetros de diâmetro e teria caído sobre a superfície da Terra após um choque com outro corpo celeste, provocando a extinção da maioria das espécies que habitavam o planeta naquele período.
Diferenças entre corpos celestes
- Meteoro: corpo sólido de ferro ou rocha, que entra na atmosfera produzindo luminosidade. Não é o nome do corpo em si, mas do rasto luminoso que deixa no céu, devido à combustão causada pelo atrito com o ar.
- Meteorito: é o nome dado quando o meteoro atinge a superfície terrestre (na água ou em terra firme). Geralmente possuem massa maior, por isso não se desintegram totalmente antes de chegar à Terra. Diariamente caem no planeta toneladas de meteoritos, mas em geral, são corpos pequenos, que cabem na palma da mão e não oferecem perigo.
- Meteoroide: corpo sólido de ferro ou rocha de pequeno porte, que se movimenta em torno do Sol, mas não chega a atingir a órbita da Terra.
- Asteroide: corpo sólido de ferro ou rocha que possui massa e tamanho bem maiores que dos meteoritos, mas menores que os dos planetas. Possuem órbita definida em torno do Sol e não costumam atingir a Terra.
- Cometa: corpos celestes de tamanho pequeno, que realizam deslocamentos irregulares em torno do Sol. Basicamente, são formados por gelo e rocha e vistos como uma estrela de cauda.

Maior município em extensão territorial

Maior município em extensão territorial

Com 159.533,730 quilômetros quadrados, a cidade de Altamira - PA entra para o RankBrasil


Altamira - PA é o Maior município em extensão territorial do país. Sua área de 159.533,730 quilômetros quadrados supera alguns estados brasileiros e até países, como Portugal, Coreia do Sul e Grécia.
Maior município em extensão territorial
Altamira é maior que alguns estados brasileiros e até países
Os dados oficiais são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados em janeiro de 2013.
Com população de 105.106 habitantes, o município foi fundado em 06 de outubro de 1911. Teve origem nas missões jesuítas no século 18, situa-se na selva amazônica e seu território é cortado de norte a sul pelo rio Xingu.
A economia é baseada na agricultura de arroz, cacau, feijão, milho e pimenta-do-reino, e na extração de borracha e castanha-do-pará. Também apresenta uma produção de produtos artesanais como cestas, louças, colares, cerâmicas.
Por falta de pavimentação de acessos, Altamira fica isolada em um longo período de chuvas: dezembro a maio, o que dificulta seu desenvolvimento industrial e prejudica o ecoturismo que tem grande potencial, mas é pouco explorado.

Ponto mais alto do Brasil

Ponto mais alto do Brasil

Com mais de 2.993 metros, o recorde é do Pico da Neblina, que fica no Estado do Amazonas


O RankBrasil homologou o Pico da Neblina como o Ponto mais alto do país, com 2.993,8 metros de altitude.
Ponto mais alto do Brasil
A medição foi realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e IME (Instituto Militar de Engenharia).
Localizado no Parque Nacional do Pico da Neblina, que fica em São Gabriel da Cachoeira – AM, fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, o Pico da Neblina ganhou este nome pelo fato de se encontrar praticamente o ano todo coberto por nuvens.
A vegetação fechada é comum até os 1000m de altitude. Até os 1.700m, as árvores são de médio e pequeno porte e a partir dos 1800m, a vegetação é rasteira. Até os 1000m de altitude chove muito e a partir daí, as nuvens não conseguem atingir a altitude.
Chovendo menos, a partir dos 2.500m, o clima passa a ser mais seco. As temperaturas variam nas áreas. Até os 700m, durante o dia chega a 32°C, e à noite, 21°C. Entre 750m a 2000m, 26°C durante o dia e 17°C à noite. Nas áreas de altitude superior a 2000m, as temperaturas são de 20°C ao dia e 7°C à noite.

O parque
O parque possui uma área de aproximadamente 2.200.000 hectares, administradas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e o segundo maior pico do Brasil, o Pico 31 de Março, com 2.972m também está situado no local.

A cidade de São Gabriel da Cachoeira, onde se localiza o parque, tem outros atrativos. A grande maioria dos moradores são descendentes dos índios Yanomamis e Tucanos, e conserva as tradições herdadas.
Acesso
O acesso é bastante complicado: para chegar ao pico é preciso viajar alguns dias de carro, de barco e ainda caminhar muito. O trajeto começa no município de São Gabriel da Cachoeira, percorrendo 85km de carro.


Depois disto são dias de barco pelo rio Caubuirís e dois dias de caminhada. O passeio exige condicionamento físico e muita vontade de concluir o trecho.

Maior pedra preciosa água-marinha

Maior pedra preciosa água-marinha

Batizado de Dom Pedro e extraído em Minas Gerais na década de 80, cristal mede 35,5 centímetros de altura e ficará exposto em um museu dos Estados Unidos


Com mais de dois quilos e medindo 35,5 centímetros de altura, a maior pedra preciosa água-marinha do mundo é brasileira. O cristal, que entra para o RankBrasil, foi extraído em Minas Gerais na década de 80 e adquirido por um casal americano.
Maior pedra preciosa água-marinha
Cristal recordista foi extraído em Minas Gerais na década de 80 - Imagem: divulgação
Batizada de Dom Pedro, a pedra foi doada em 06 de dezembro de 2012 para o Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington, nos Estados Unidos e fará parte da exibição permanente da instituição.
O cristal bruto, que pesava 27 quilos quando foi extraído, foi levado para a Alemanha em 1992 e lapidado em forma de obelisco pelo alemão Bernd Munsteiner, um dos maiores especialistas do mundo no corte de pedras preciosas. 
O nome Dom Pedro é em homenagem aos dois imperadores do Brasil. Na cor azul-esverdeada, a pedra é considerada excepcionalmente rara e agora é uma das mais memoráveis do museu, que conta com uma das maiores coleções de cristais do mundo.
A água-marinha é uma variedade de berilo, um mineral que se fosse desenvolvido em laboratório seria incolor. Como os cristais são gerados em lugares ‘sujos’, sempre há impurezas ao redor, incorporando pequenas quantidades de ferro. Na interação com a luz, o ferro dá ao berilo o precioso tom turquesa que caracteriza o cristal.

Maior fonte de água-marinha
A maioria dos cristais desta variedade provém de depósitos geológicos de rocha pegmatito (que apresenta grãos grosseiros), muitos dos quais são encontrados no Brasil. Isto transforma o país na maior fonte de água-marinha do mundo.

Rei dos diamantes relembra os tempos do garimpo

Rei dos diamantes relembra os tempos do garimpo

Mineiro volta ao lugar onde se tornou um milionário. Júlio Bento descobriu mina no Vale do Jequitinhonha. Pedras eram escondidas dentro de uma panela no acampamento.
DIRCEU MARTINSDiamantina (MG)

No coração de Minas Gerais fica um lugar que já foi procurado por bandeirantes, aventureiros, e cobiçado por impérios. A história está nas ruas, nas casas, na alma da cidade, que tem no nome a riqueza e o destino de pedra: Diamantina. Ninguém sabe ao certo, mas calcula-se que da região tenham saído mais de 600 quilos de diamantes. E também de lá saíram outras pedras que se transformaram em joias belíssimas que ainda hoje brilham pelo mundo inteiro.

Quase três séculos de mineração deixaram marcas e mitos.

"Júlio Bento foi quem tirou mais diamantes. Ele até achou que era castigo tanto diamante", conta o empresário Fábio Nunes.

"Na região, o rei do diamante é Júlio Bento", confirma o taxista Sandoval Ribeiro, o Juca.

Júlio Bento, o rei do diamante, não gosta de revelar a idade, mas dizem que ele já passou dos 80. Fala menos ainda quando se trata de fortuna. Afinal, ele continua rico ou não? Seu Júlio voltou à Diamantina para mostrar o garimpo onde achou a primeira de muitas e muitas pedras valiosíssimas. Um tesouro encontrado justamente na região de Minas Gerais famosa pela pobreza, o Vale do Jequitinhonha.

A estrada é de terra, mas, naquele tempo, nem ela existia. Seu Júlio abriu as primeiras picadas e passou com uma tropa de mulas. De um trecho em diante, só com tração nas quatro rodas. Depois de uma hora de solavancos, chega-se ao local. Foi em um trecho do Rio Pinheiro que seu Júlio passou os primeiros cinco anos no garimpo.

Depois da investida dos bandeirantes, no Período Colonial, Diamantina viveu, na época de seu Júlio, uma segunda febre do garimpo. No começo dos anos 80, Diamantina chegou a ter mais de 30 mil garimpeiros. Só em uma mina trabalhavam 250 homens. Os diamantes que saíam da região espalhavam riquezas pelo Brasil inteiro e por outros países do mundo. Mas tudo isso tem um custo para a natureza: onde o garimpo chega, a paisagem muda. Areia que foi parar no meio do rio saiu de outro garimpo que ficava um pouco acima.

O leito do rio também foi desviado. Os muros construídos pelos garimpeiros ainda estão de pé. Seu Júlio volta a explorar o lugar, desta vez, para garimpar a própria história. Dois quilômetros adiante, um reencontro com o passado. O velho garimpeiro descobre o acampamento onde ele e os colegas passavam as noites.

"Ficou tudo do jeito que era porque a pedra protege. A comida era carne, arroz, feijão, verdura", lembra seu Júlio.

O homem que cozinhava para os garimpeiros hoje é chefe de cozinha em um restaurante de Diamantina. Mas, naquele tempo, Luiz Lobo – o Vandeca, como ainda é conhecido – tinha outra função, da maior importância: esconder os diamantes que seu Júlio tirava do rio.

"Seu Júlio confiava tanto em mim que eu tinha na cozinha uma panela que se chamava panela do segredo. Nem os cunhados dele sabiam onde eu guardava os diamantes. Eu guardava dentro de uma panela. Eu colocava as garrafas de diamantes e os pacotes de macarrão e de sal em cima, para que ninguém desconfiasse do que estava ali dentro. Ninguém nunca descobriu", afirma Vandeca.

Hoje seu Júlio vive em São Paulo. Além de não falar se ficou rico, ele não revela, nem mesmo, a quantidade de diamantes que extraiu. Mas, de repente, tira do bolso uma recordação dos velhos tempos: um diamante de quase cinco quilates. "Há mais de 20 anos eu guardo", conta.

Tantas lembranças deixam os olhos do velho garimpeiro brilhando como as pedrinhas que ele tanto procurou. "Dá vontade de chorar", diz seu Júlio, emocionado.