sábado, 17 de dezembro de 2016

HÁ UM PLANETA GIGANTE ONDE CHOVEM RUBIS E SAFIRAS

HÁ UM PLANETA GIGANTE ONDE CHOVEM RUBIS E SAFIRAS


Mark Garlick/Universidade de Warwick
Nasa
Uma nova investigação da Universidade de Warwick detetou sinais de ventos poderosos que criam pedras preciosas, num planeta gigante a mais de 1000 anos-luz de distância.
David Armstrong, do Grupo de Astrofísica da Universidade de Warwick, descobriu que o gigante de gás HAT-P-7b (ou Kepler-2b) é afetado por mudanças a larga escala nos fortes ventos que se movimentam pelo planeta, provavelmente levando a tempestades catastróficas.
Esta descoberta foi alcançada estudando a luz refletida pela atmosfera do planeta e pela identificação de alterações nesta luz, mostrando que o seu ponto mais brilhante muda de posição.
Esta alteração é provocada por um jato equatorial com velocidades de vento dramaticamente variáveis – no seu pico de intensidade, empurram vastas quantidades de nuvens pelo planeta.
“Conseguimos analisar como se reflete a luz da atmosfera do HAT-P-7b e entender que a luz muda constantemente. No lado noturno formam-se nuvens que são transportadas pelos ventos fortes para o lado diurno, onde se evaporam”, disse David Armstrong.
“A velocidade do vento muda com frequência, por isso, muitas nuvens, que se formaram, desaparecem”, sublinhou
As próprias nuvens seriam visualmente deslumbrantes, provavelmente compostas por Corindo – o mineral à base de óxido de alumínio que forma pedras preciosas como rubis e safiras.
O planeta nunca poderia ser habitável devido aos seus prováveis sistemas climáticos violentos e a temperaturas inóspitas, entre outras características. A temperatura atmosférica de Kepler-2b excede os 2.500 graus Celsius no lado “solar”, e 1300 graus no lado “noturno”.
Os cientistas acreditam que as tais “nuvens preciosas” são formadas na fronteira entre o lado diurno e noturno do HAT-P-7b, onde as temperaturas são suficientemente baixas para a condensação de safiras e rubis através vapores do Corindo.
Graças a esta investigação pioneira, os astrofísicos podem agora começar a explorar como os sistemas meteorológicos noutros planetas fora do nosso Sistema Solar mudam ao longo do tempo.
Descoberto pela primeira vez em 2008, o HAT-P-7b está a 320 parsecs (mais de 1040 anos-luz) de distância. É um exoplaneta 40% maior que Júpiter – e orbita uma estrela 50% mais massiva e com o dobro do tamanho do nosso Sol.

PF prende diretor do DNPM e mulher na Operação Timóteo

PF prende diretor do DNPM e mulher na Operação Timóteo

A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira, 16, mandados de prisão contra o diretor de Procedimentos Arrecadatórios do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Marco Antônio Valadares Moreira, e a mulher dele, Lilian Amâncio Valadares Moreira. Os dois são alvo da Operação Timóteo, que investiga esquema de fraudes e corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral – 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que tem como destino os municípios.
A PF sustenta que o diretor, detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties, oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e de uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral. Segundo os investigadores, juntamente com a esposa, Lilian, ele realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema. Um escritório de Lilian seria o responsável por repassar valores indevidos a agentes públicos. Imóveis do casal também são alvos de buscas e apreensões.


Fonte: Coluna do Estadão

Pará busca liderança estadual de mineração com projeto da Vale

Pará busca liderança estadual de mineração com projeto da Vale

Enquanto já vislumbra tomar de Minas Gerais, em alguns anos, o posto secular de principal Estado minerador do país, o Pará se depara com desafios para absorver os efeitos do maior projeto de minério de ferro da história da brasileira Vale, que entra em operação neste mês, em Canãa dos Carajás. Batizado de Complexo S11D Eliezer Batista, o enorme empreendimento obteve a licença de operação do órgão ambiental federal (Ibama) na semana passada e terá capacidade de produção anual de 90 milhões de toneladas/ano, ou 26 por cento de toda a produção de minério de ferro da Vale no ano passado.
Em entrevista à Reuters, por e-mail, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, Adnan Demachki, destacou a importância do empreendimento, que será inaugurado no final de semana, e a necessidade de o Estado se empenhar para potencializar benefícios e reduzir as possíveis “externalidades negativas”.
“Grandes projetos atraem grande contingente de pessoas que, em geral, não são absorvidas pela economia local, aumentando a cultura de riscos sociais e culturais e a pressão por demandas de serviços públicos em nosso território”, afirmou Demachki. A saída, segundo Demachki, será aprofundar medidas que busquem evitar problemas em territórios afetados por grandes empreendimentos, como a parceria que o Estado já tem com a ONU-Habitat, para lidar com impactos como de hidrelétricas, ferrovias, rodovias, portos e minas, principalmente nas regiões de Tapajós e Xingu, na região amazônica.
Além disso, o governo quer buscar verticalizar a produção minerária no Estado, por meio de medidas que possam atrair construção de siderúrgicas e de polos industriais, como forma de internalizar as riquezas extraídas do solo.
Atualmente, quase toda a produção da Vale no Brasil é exportada para outros países, em grande parte para a China.
“A verticalização do setor mineral é fundamental para agregação de valor das commodities e geração de melhores empregos e rendas”, afirmou, explicando que essa verticalização é um dos principais pilares do Programa Pará 2030, o planejamento para a economia nos próximos 15 anos.
No ano passado, o Pará respondeu por 30 por cento da produção brasileira de minério de ferro, de 430,836 milhões de toneladas, perdendo apenas para Minas Gerais, que foi responsável por 68 por cento, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Mineração (Sinferbase).
Para 2016, Demachki prevê que o Estado aumente a produção em 15 por cento, ante 2015, para 150 milhões de toneladas.
“Com a entrada e plena capacidade de operação do S11D, que se dará até 2020, teremos aproximadamente uma adição de 90 milhões de toneladas. Vale ressaltar que as reservas do Estado do Pará apresentam um volume superior às de Minas Gerais”, disse Demachki, para quem o Pará ultrapassará a produção de Minas.
Os vislumbres do Estado sobre liderar a produção no país podem não estar distantes, uma vez que a Vale tem priorizado suas atividades no Norte do Brasil, onde há plantas mais rentáveis, diante dos baixos preços da commodity no mercado. Enquanto isso, minas de Minas Gerais de minério com menor teor de ferro foram fechadas ou tiveram produção reduzida.
Outro ponto favorável é que o beneficiamento do projeto S11D será feito a seco, evitando a necessidade de captação de água no local e a construção de uma barragem de rejeitos, estrutura que tem sido evitada pela Vale, diante do maior desastre ambiental da história do Brasil, em 2015, com sua joint venture Samarco.
A barragem da mineradora, que também pertence à BHP Billiton, rompeu-se em Mariana (MG), deixando 19 mortos e poluindo o rio Doce, que deságua no mar capixaba.
A tecnologia de separação, adotada a partir da construção de uma peneira específica para o projeto, foi possível graças à alta qualidade do minério do S11D.
A Vale ainda não revelou em detalhes sobre como será o ritmo de aumento da produção do minério do S11D, tendo informado apenas que a capacidade máxima será atingida em quatro anos e irá priorizar a otimização de margens. A primeira venda comercial ocorrerá em janeiro de 2017.
Quando atingir capacidade máxima, o Pará estima que o S11D aumente em 60 milhões de reais a arrecadação por meio da Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários, que neste ano deverá somar 475 milhões de reais.
Além disso, o Pará também terá aumento da arrecadação com a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).
O minério que será extraído no S11D, após ser beneficiado, será transportado por ferrovia até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), em São Luís (MA), para que possa ser exportado.
O complexo, segundo a Vale, contou com investimentos totais de 14,3 bilhões de dólares, sendo 6,4 bilhões aplicados na implantação da mina e usina de beneficiamento.
Outros 7,9 bilhões de dólares são referentes à construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do TMPM.
Segundo Demachki, o novo empreendimento deve gerar 2,6 mil empregos diretos e mais 7 mil indiretos, incluindo as demandas que serão geradas pelo empreendimento em Canaã dos Carajás.


Fonte: Exame

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Geólogos criam mapa-múndi de possíveis minas de diamante

Geólogos criam mapa-múndi de possíveis minas de diamante


Geológos criam mapa-múndi de possíveis minas de diamante
O resultado não é um mapa da mina definitivo, porque os esforços se concentraram em áreas mais antigas da crosta continental, uma faixa de pouco mais de 300 quilômetros de espessura e 2,5 bilhões de idade.[Imagem: Torsvik et al./Nature]
Em busca dos diamantes
Embora alumínio, minério de ferro e petróleo sejam as riquezas exploradas atualmente pela mineração em maior escala, o ouro e o diamante sempre estiveram ligados aos grandes anseios não apenas dos mineradores, mas da própria humanidade.
O ouro não resistiu ao desenvolvimento das novas técnicas geoquímicas e geofísicas, e hoje seus depósitos são mais facilmente detectáveis, ainda que a exploração desses depósito nem sempre seja economicamente viável.
Mas o diamante tem permanecido fugidio. Localizar reservas de diamante é muito mais difícil do que encontrar agulhas em meros palheiros, tornando um "mapa da mina de diamante" provavelmente muito mais valioso do que um "mapa da mina de ouro".
Tipos de minas de diamante
Há dois tipos de "minas de diamante" - que os geólogos chamam de ocorrência. Uma ocorrência de grande porte e já mensurada passa a ser considerada uma reserva. E uma reserva explorada comercialmente torna-se uma mina.
O primeiro tipo são os diamantes de aluvião, cuja rocha matriz - onde diamante nasceu - sofreu um desgaste erosivo ao longo de milhões de anos, fazendo com que as preciosas pedras rolassem e se depositassem em regiões mais baixas dos leitos d'água, atuais ou passados. Todos os diamantes encontrados no Brasil são desse tipo de reserva mineral.
O segundo tipo é o kimberlito, a rocha matriz onde o diamante se forma, a grandes profundidades e pressões enormes. Movimentos tectônicos, ou a própria erosão do terreno circundante, podem deixar essas rochas até bem próximo da superfície, facilitando a exploração. A maioria das grandes minas de diamante, como as da África do Sul, são minas de kimberlito.
Mapa da mina de diamante
Mas, como se formam a profundidades muito grandes, encontrar kimberlitos é muito difícil e não existem muitas técnicas para que isso seja feito em larga escala.
Agora, em um trabalho de grande impacto na área, um grupo internacional de geólogos conseguiu mapear milhares de kimberlitos ao longo de toda a Terra. O estudo poderá ajudar na localização de áreas com maior probabilidade de se encontrar diamantes.
O resultado não é um mapa da mina definitivo, porque os esforços se concentraram em áreas mais antigas da crosta continental, uma faixa de pouco mais de 300 quilômetros de espessura e 2,5 bilhões de idade.
O motivo é que estão ali os diamantes de extração mais economicamente viável.
Como se formam os diamantes
Os diamantes são formados em condições de alta pressão a mais de 150 mil metros de profundidade, no manto, a camada da estrutura terrestre que fica entre o núcleo e a crosta.
A distribuição desses diamantes no subsolo é controlada por plumas mantélicas, um fenômeno geológico que consiste na ascensão de um grande volume de magma de regiões profundas. Essa distribuição natural tem sido feita dessa forma há pelo menos meio bilhão de anos.
As plumas, originadas da fronteira entre o núcleo e o manto terrestre, são responsáveis pela distribuição dos kimberlitos, as raríssimas rochas vulcânicas das quais são retirados os diamantes.
Os cientistas reconstruíram as posições das placas tectônicas nos últimos 540 milhões de anos de modo a localizar áreas da crosta continental relativas ao manto profundo nos períodos em que os kimberlitos ascenderam.
"Estabelecer a história da estrutura do manto profundo mostrou, inesperadamente, que dois grandes volumes posicionados logo acima da divisa entre o manto e o núcleo têm-se mantido estáveis em suas posições atuais no último meio bilhão de anos," disse Kevin Burke, professor de geologia na Universidade de Houston, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo.
Dúvidas geológicas
De acordo com os pesquisadores, esses kimberlitos, muitos dos quais trouxeram diamantes de mais de 150 quilômetros de profundidade, estiveram associados com extremidades de disparidades em grande escala no manto mais profundo. Essas extremidades seriam zonas nas quais as plumas mantélicas se formaram.
Estranhamente, contudo, suas localizações parecem ter-se mantido estáveis ao longo do tempo geológico.

"O motivo para que esse resultado não tenha sido esperado é que nós, que estudamos o interior da Terra, assumimos que, embora o manto profundo seja sólido, o material que o compõe deveria estar em movimento todo o tempo, por causa de o manto profundo ser tão quente e se encontrar sob elevada pressão, promovida pelas rochas acima dele", disse.

Novo diamante é mais duro que diamante

Novo diamante é mais duro que diamante

Lonsdaleíta
Os nanodiamantes hexagonais são produzidos dentro de uma bigorna de diamante, a uma temperatura de 400º C.[Imagem: Jamie Kidston/ANU]
Diamante superduro
O diamante natural já não é mais o material mais duro que existe, mas talvez seja possível recuperar a coroa, perdida para os materiais sintéticos.
Thomas Shiell e seus colegas da Universidade Nacional Australiana acabam de sintetizar um novo tipo de diamante que é mais duro do que os diamantes normais.
Diamantes desse tipo só foram encontrados até hoje nas crateras de impacto de grandes meteoros - assim, apesar de ter sido sintetizado em laboratório, ele continua sendo considerado um material natural.
"Este novo diamante não vai parar em nenhum anel de casamento. É mais provável que você o veja em um local de mineração. Onde quer que você precise de um material superduro para cortar alguma coisa, este novo diamante tem o potencial para fazer isto mais rápido e mais facilmente," disse Jodie Bradby, coordenadora da equipe.
Lonsdaleíta
Usando uma bigorna de diamante, um aparelho usado para gerar pressões imensas, Shiell conseguiu sintetizar uma lonsdaleíta, uma forma hexagonal de carbono também já identificada na poeira interestelar.
"A estrutura hexagonal dos átomos destes diamantes torna-os muito mais duros do que os diamantes convencionais, que têm uma estrutura cúbica. Nós conseguimos produzi-los em nanoescala, e isto é entusiasmante porque geralmente, quando se trata desses materiais, menor significa mais forte," disse Bradby.
Os nanodiamantes já vêm sendo explorados para uso industrial, em equipamentos de corte e perfuração, seja em minas, poços de petróleo ou em ferramentas de desbaste para tornos e fresas.

Bibliografia: