quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

DIAMANTES

Carbono puro, isso mesmo, essa é a composição dessa pedra tão fascinante e desejada.
Cristalizado sob altas pressões e temperaturas, nas mais profundas entranhas da terra há bilhões de anos.
Para se ter uma idéia, a mais jovem rocha vulcânica da qual se extrai diamantes possui a idade de 70 milhões de anos.A origem do nome, “Adamas”, é grega. Significa invencível, indomável.
Foram trazidos à superfície por erupções vulcânicas, ficaram depositados nos locais de onde atualmente podem ser extraídos por métodos economicamente viáveis.
As jazidas são encontradas, portanto, em terras vulcânicas, no entanto a maioria delas está localizada em depósitos aluvionais, formados pelas correntezas de rios. Em média 250 toneladas de minério são extraídas para que se obtenha 1 quilate de diamante lapidado.
Seu sistema de cristalização pode ser monoclínico ou cúbico, de simetria normal. Os cristais exibem faces curvas ou estriadas e com depressões triangulares sobre as faces. A clivagem é octaédrica perfeita e fratura concóide. Sua dureza na escala de Mohs é 10. É a substância mais dura que se conhece. A outra única substância conhecida de igual dureza é o nitreto de boro (borazon) obtido artificialmente. O peso específico do diamante varia de 3,516 a 3,525. Pode apresentar uma variedade de cores partindo do incolor, amarelo, vermelho, alaranjado, verde, azul, castanho e preto. Seu índice de refração é 2,4195.
Se for submetido a altas temperaturas em presença de oxigênio, será convertido em CO2. Sem o contato com oxigênio transforma-se em grafita, a 1900ºC.
Dizem os especialistas que não existem dois diamantes iguais. Cada um é único e exclusivo, com suas características próprias.
Têm-se notícia do surgimento dos primeiros diamantes por volta de 800 a C., na Índia.
Um diamante passa por diversos processos até chegar à forma na qual costumamos vê-los em jóias. É preciso lapidá-lo para que adquira o brilho intenso tão característico.
Diamantes
Foram os hindus quem descobriram que somente um diamante poderia cortar o outro. No entanto, esse povo apenas acentuava algumas “falhas” naturais da gema bruta, por receio na redução de peso.
Mas um diamante só estará devidamente aproveitado em seu brilho quando totalmente lapidado.
Com a lapidação a gema perde uma boa parte de seu peso, isso é inevitável para que se melhore seu efeito ótico, seu brilho e sua capacidade de decompor a luz branca nas cores do arco-íris.
O mais belo corte (lapidação) para o diamante é o chamado brilhante, criado pelo joalheiro veneziano Peruzz, no final do século XVII. Essa lapidação tem a forma redonda e compõ-se de 58 facetas. Cada faceta é simétrica e disposta num ângulo que não pode variar mais de meio grau.
As pessoas costumam errar ao dizer que querem comprar uma peça com brilhantes. A gema é diamante, brilhante é apenas o nome da lapidação. O diamante pode ser lapidado em diversas outras formas e lapidações e então não será mais “brilhante”.
Para ser lapidado um diamante deve ser primeiramente entregue a um especialista que examinará cuidadosamente a pedra buscando o melhor aproveitamento possível conjugado à valorização da pedra sob todos os aspectos.
Diamantes
De início a gema deve ser clivada ou serrada.
A clivagem é feita por meio de uma batida sobre uma lâmina. A gema será dividida.
A pedra também pode ser serrada em partes, se assim indicar o especialista. Serrando diamente
Depois dessa fase o diamante segue para as mãos de outros profissionais, aquele que dá o formato básico da pedra, e os abrilhantadores que definem as facetas da pedra. Em geral esse serviço é especializado, há aqueles que fazem as facetas da parte de cima e a mesa; há os que fazem a parte de baixo (pavilhão) e há os profissionais que fazem a cintura da pedra.
Diamantes
Esquema de lapidação
Quando a lapidação começou a ser desenvolvida, alguns lapidários acreditavam que o maior número de facetas daria maior brilho à gema, esse pensamento não é correto. A lapidação brilhante é a que explora ao máximo a capacidade de brilho e dispersão de luz (arco-íris) nessa gema.
Podem ser lapidados em outras formas como gota, navete, baguete, coração, etc.
Hoje em dia encontramos diferentes lapidações, graças ao surgimento do laser, são cabeças de cavalo, estrelas, luas, entre outros.

Avaliação

Seria uma falha grave deixar de mencionar o clássico padrão para classificação e avaliação de um diamante.
São os 4 C’s:
C – Color (cor)
C – Clarity (pureza)
C – Cut (lapidação)
C – Carat (peso) (quilates)
Fonte: www.joia-e-arte.com.br
Diamantes
Diamantes

Origem do Nome

Diamante, do grego ‘adamas’, significa invencível e ‘diaphanes’, que significa transparente. Durante a Idade Média, acreditava-se que um diamante podia reatar um casamento desfeito. Era usado em batalhas como símbolo de coragem. Os antigos o chamavam de pedra do sol, devido ao seu brilho faiscante e os gregos acreditavam que o fogo de um diamante refletia a chama do amor. Sugere, portanto, a força e a eternidade do amor.

O Diamante como Jóia

Só a partir do século XV, o diamante foi caracterizado como a jóia da noiva. Sendo Mary de Burgundy a primeira mulher a receber um colar de diamantes como um símbolo de noivado com o Arqueduque Maximilian da Austria em Agosto de 1477. Dos séculos XVII a XIX, usavam-se argolões como anéis de noivado. No século XX, ficou em moda o estilo “chuveiro”, mais tarde o anel fieira. Depois o solitário, o estilo mais usado atualmente.

Exploração

A exploração das minas de diamante começou na Índia, entre os anos 800 e 600 A.C. Durante 2.000 anos, o Oriente produziu todos os diamantes conhecidos, incluindo o “Koh-i-Noor”, o russo “Orloff”, o “Esperança” e outros diamantes célebres.
O seu uso era reservado às cortes reais e aos dignitários da igreja. As espadas, os colares das ordens, os cetros e as coroas usadas nas cerimônias eram ornadas de diamantes.

Os Mais Famosos Diamantes do Mundo

O CULLINAN, o maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106 quilates quando bruto e originalmente um pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em 9 pedras principais e 96 pedras menores.

O Estrela da África

É a maior das pedras cortadas do Cullinan. é um dos doze mais famosos diamantes do mundo e pertence à COROA INGLESA. Ele pesava 530,20 quilates, tem 74 facetas e ainda é considerado como o maior diamante lapidado do mundo.

Koh-I-Noor (“Montanha de Luz”)

Foi mencionado pela primeira vez em 1304, pesando 186 quilates. Uma pedra de corte oval. Acredita-se ter estado, certa vez, engastado no famoso trono de pavão do Xá Jehan como um dos olhos do pavão. Relapidado no reinado da Rainha Vitória, encontra-se hoje em dia entre AS JÓIAS DA COROA INGLESA e pesa atualmente 108,93 quilates.

O Olho do Ídolo

Uma pedra no formato de pêra achatada e do tamanho de um ovo de galinha. O seu tamanho lapidado é de 70,20 quilates. Um outro diamante famoso que uma vez foi colocado no olho de um ídolo antes de ter sido roubado. A lenda também diz que ele foi dado como resgate da Princesa Rasheetah pelo “Sheik” da Kashmir ao Sultão da Turquia qua a tinha raptado.

O Excelsior

A segunda maior pedra já encontrada é o Excelsior, que era de 995,2 quilates quando bruto. Alguns dizem que o Braganza é a segunda maior pedra já encontrada, mas não há registros de sua existência e muitos acreditam ser mitológico ou nem mesmo um diamante.

O Regente

Um diamante verdadeiramente histórico descoberto em 1701 por um escravo índio perto de Golconda, pesava 410 quilates quando bruto. Quando pertencente a William Pitt, primeiro-ministro inglês, foi cortado em um brilhante no formato de uma almofada de 140,5 quilates e, até ter sido vendido para o Duque de Orleans, Regente da França, quando Luís XV ainda era uma criança em 1717, era chamado de “O Pitt”. Foi então rebatizado como “O Regente” e colocado na coroa de Luís XV para a sua coroação. Após a Revolução Francesa, foi possuído por Napoleão Bonaparte que o colocou no cabo de sua espada. Atualmente está exposto no Louvre.

O Blue Hope (Esperança Azul)

Mais famoso do que qualquer outro diamante, o Hope foi uma vez possuído por Luís XV, sendo oficialmente designado de “o diamante azul da coroa”. Roubado durante a Revolução Francesa, tornou a aparecer em Londres, em 1830 e foi comprado por Henry Philip Hope, razão pela qual atualmente tem esse nome. Foi em poder da família Hope que este diamante adquiriu a reputação horrível de trazer azar. Toda a família morreu na pobreza. Uma infelicidade similar ocorreu com um proprietário posterior, Sr. Edward McLean. Atualmente, encontra-se na Instituição Smithsonian em Washington.

O Grande Mogul

Foi descoberto no século XVII. A pedra tem esse nome em homenagem ao Xá Jehan, que construiu o Taj Mahal. Quando bruto, diz-se ter pesado 793 quilates. Atualmente encontra-se desaparecido.

O “Sancy”

Pesava 55 quilates e foi cortado no formato de uma pêra. Primeiramente pertenceu a Charles, o Corajoso, Duque de Burgundy, que o perdeu na batalha em 1477. A pedra de fato tem esse nome devido a um dono posterior, Senhor de Sancy, um embaixador francês na Turquia no final do século XVI. Ele o emprestou ao rei francês Henry III que o usou no gorro com o qual escondia sua calvície. Henrique VI da França, também pegou emprestado a pedra de Sancy, mas ela foi vendida em 1664 a James I da Inglaterra. Em 1688, James II, último dos reis Stuart da Inglaterra, fugiu com ele para Paris. O “Sancy” desapareceu durante a Revolução Francesa.

Taylor – Burton

Com 69,42 quilates, este diamante no formato de uma pêra foi vendido em leilão em 1969 com a pressuposição de que ele poderia ser nomeado pelo comprador. Cartier, de Nova York, com sucesso, fez um lance para ele e imediatamente o batizou de “Cartier”. Entretanto, no dia seguinte, Richard Burton comprou a pedra para Elizabeth Taylor por uma soma não revelada, rebatizando-o de “Taylor-Burton”. Ele fez seu debut em um baile de caridade em Mônaco, em meados de novembro, onde Miss Taylor o usou como um pendente. Em 1978, Elizabeth Taylor anunciou que o estava colocando à venda e que planejava usar parte da renda para construir um hospital em Botswana. Somente para inspecionar, os possíveis compradores tiveram que pagar $ 2.500 para cobrir os custos de mostrá-lo. Em junho de 1979, ele foi vendido por quase $ 3 milhões e a última notícia que temos dele é que se encontra na Arábia Saudita.

O Orloff

Acredita-se que tenha pesado cerca de 300 quilates quando foi encontrado. Uma vez foi confundido com o Grande Mogul, e atualmente faz parte do Tesouro Público de Diamantes da União Soviética em Moscou. Uma das lendas diz que “O Orloff” foi colocado como olho de Deus no templo de Sri Rangen e foi roubado por um soldado francês disfarçado de hindu.

Hortensia

Esta pedra cor de pêssego, de 20 quilates, tem esse nome em honra de Hortense de Beauharnais, Rainha da Holanda, que era filha de Josephine e a enteada de Napoleão Bonaparte. O Hortensia fez parte das Jóias da Coroa Francesa desde que Luís XIV o comprou. Junto com o Regente, atualmente está em exposição no Louvre, em Paris.
Entre os mais novos diamantes famosos está o “Amsterdã”, uma das pedras preciosas mais raras do mundo, um diamante totalmente negro. Proveniente de uma parte do Sul da África, cujo local se mantém em segredo, tem peso bruto de 55.58 quilates. A belíssima pedra negra tem um formato de uma pêra e possui 145 faces e pesa 33.74 quilates

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ÁGUA-MARINHA E BERILOS MAXIXE E TIPO-MAXIXE

ÁGUA-MARINHA E
BERILOS MAXIXE E TIPO-MAXIXE




A água-marinha é a variedade azul a azul-esverdeada da espécie mineral berilo e, certamente, trata-se da gema mais característica e representativa do Brasil, onde existem inúmeras ocorrências significativas em corpos pegmatíticos e depósitos secundários deles derivados.
A imensa maioria das águas-marinhas utilizada em joalheria, no Brasil e no exterior, foi já submetida a tratamento térmico. Como o consumidor de jóias prefere a atraente cor puramente azul desta gema, o procedimento consiste em submeter os espécimes de matiz originalmente azul-esverdeado a aquecimento a temperaturas entre aproximadamente 400 e 450oC, mediante as quais adquirem a cor azul, pela remoção do componente amarelo, devido à redução de Fe3+ para Fe2+. Como a cor resultante é permanente, esta é uma prática comercial estabelecida e que não requer, obrigatoriamente, a sua revelação, embora seja recomendável que o produtor a informe ao montador e este ao seu público consumidor.
Berilo Maxixe e Berilo Tipo-Maxixe
Uma grande oportunidade de ganhar dinheiro.
Eventualmente, deparamos-nos com berilos de intensas cores azuis ou azuis-esverdeadas que, no entanto, não são águas-marinhas. Estas cores ocorrem na natureza, mas podem ser igualmente obtidas por irradiação e ambas são instáveis. A taxa de descoloração destes materiais é bastante variável, de modo que o empalidecimento pode ocorrer em apenas umas poucas semanas ou durar até dezenas de anos, de acordo com as condições em que são mantidos e/ou da freqüência com que são usados.
Acredita-se que o material original, não-tratado, foi encontrado na segunda década do século passado na Mina do Maxixe, ao sul de Araçuaí (MG), daí a designação "berilo Maxixe". No início da década de 70, material similar, provavelmente oriundo de Barra de Salinas, município de Rubelita (MG), reapareceu no mercado internacional de gemas, sendo então designado "berilo tipo-Maxixe".
Atualmente, atribui-se o azul intenso destes materiais a um centro de cor produzido por irradiação (natural no berilo Maxixe e induzida no berilo tipo-Maxixe) em espécimes originalmente incolores, rosas pálidos ou amarelos pálidos, de determinadas localidades no Brasil e em outros países, desde que possuam certos precursores (NO3no berilo Maxixe e CO3-2 no berilo tipo-Maxixe).
Os berilos Maxixe e tipo-Maxixe podem, geralmente, ser identificados através de ensaios gemológicos convencionais, como a espectroscopia de absorção na região da luz visível (apresentam linhas intensas na região do vermelho e débeis próximas da região do amarelo, todas ausentes no espectro da água-marinha); a averiguação do pleocroísmo (exibem dicroísmo anômalo, pois, ao contrário da água-marinha, a cor mais intensa corresponde ao raio ordinário); e o exame das inclusões por microscopia (podem apresentar películas fluidas com aspecto listrado característico).
Além disso, usualmente os berilos Maxixe e tipo-Maxixe possuem densidade e índices de refração superiores aos da água-marinha e o berilo tipo-Maxixe pode apresentar fluorescência azul-esverdeada sob luz ultravioleta de ondas curtas, embora estas características não sejam diagnósticas e, portanto, devam ser interpretadas com muita cautela.
Pode-se identificar materiais suspeitos submetendo-os também a um eventual teste direto de descoloração, mediante exposição à luz do sol, durante uma ou mais semanas; por meio de tratamento térmico a aproximadamente 200oC; ou através da imersão em água, em ebulição, ambos durante cerca de 30 minutos.
Caso os ensaios acima referidos não sejam suficientes para identificar a amostra, faz-se necessário recorrer às técnicas analíticas avançadas e não estritamente gemológicas.

ALEXANDRITA

ALEXANDRITA 


A mais rara e valiosa variedade de crisoberilo exibe as cores verde e vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II; de acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais, em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.

Como uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.

Esta lenda deve-se ao fato de que a alexandrita apresenta um peculiar fenômeno óptico de mudança de cor, exibindo uma coloração verde a verde-azulada (apropriadamente denominada “pavão” pelos garimpeiros brasileiros) sob luz natural ou fluorescente e vermelha-púrpura, semelhante a da framboesa, sob luz incandescente. Quanto mais acentuado for este cambio de cor, mais valorizado é o exemplar, embora, para alguns, os elevados valores que esta gema pode alcançar devam-se mais a sua extrema raridade que propriamente à sua beleza intrínseca.

Esta instigante mudança de cor deve-se ao fato de que a transmissão da luz nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas. Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.

Este exuberante fenômeno é denominado efeito-alexandrita e outras gemas podem apresentá-lo, entre elas a safira, algumas granadas e o espinélio. É importante salientar a diferença entre esta propriedade e a observada em gemas de pleocroísmo intenso, como a andaluzita (e a própria alexandrita), que exibem distintas cores ou tons, de acordo com a direção em que são observadas e não segundo o tipo de iluminação a qual estão expostas.

Analogamente ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, explicado detalhadamente no artigo anterior, no qual abordamos o tema do crisoberilo.

As principais inclusões encontradas na alexandrita são os tubos de crescimento finos, de forma acicular, as inclusões minerais (micas, sobretudo a biotita, actinolita acicular, quartzo, apatita e fluorita) e as fluidas (bifásicas e trifásicas). Os planos de geminação com aspecto de degraus são também importantes características internas observadas nas alexandritas.

Atualmente, os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka (Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e Andhra Pradesh).

No Brasil, a alexandrita ocorre associada a minerais de berílio, em depósitos secundários, formados pela erosão, transporte e sedimentação de materiais provenientes de jazimentos primários, principalmente pegmatitos graníticos. Ela é conhecida em nosso país pelo menos desde 1932 e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás (Porangatú e Uruaçú).

A alexandrita é sintetizada desde 1973, por diversos fabricantes do Japão, Rússia, Estados Unidos e outros países, que utilizam diferentes métodos, tais como os de Fluxo, Czochralski e Float-Zoning, inclusive na obtenção de espécimes com o raro efeito olho-de-gato.

A distinção entre as alexandritas naturais e sintéticas é feita com base no exame das inclusões e estruturas ao microscópio e, como ensaio complementar, na averiguação da fluorescência à luz ultravioleta, usualmente mais intensa nos exemplares sintéticos, devido à ausência de ferro, que inibe esta propriedade na maior parte das alexandritas naturais.

Na prática, a distinção por microscopia é bastante difícil, seja pela ausência de inclusões ou pela presença de inclusões de diferente natureza, porém muito semelhantes, o que, em alguns casos, requer ensaios analíticos mais avançados, não disponíveis em laboratórios gemológicos standard.
O custo das alexandritas sintéticas é relativamente alto - mas muito inferior ao das naturais de igual qualidade - pois os processos de síntese são complexos e os materiais empregados caros. O substituto da alexandrita encontrado com mais frequência no mercado brasileiro é um coríndon sintético “dopado” com traços de vanádio, que também exibe o câmbio de cor segundo a fonte de iluminação sob a qual se observa o exemplar. Eventualmente, encontram-se, ainda, espinélios sintéticos com mudança de cor algo semelhante à das alexandritas.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Transformação de grafite em diamante

Transformação de grafite em diamante

A transformação da grafite em diamante é feita submetendo-a à pressão e temperaturas muito altas, como as encontradas nas camadas mais internas da Terra.


Tanto a grafite quanto o diamante são constituídos apenas de átomos de carbono
Tanto a grafite quanto o diamante são constituídos apenas de átomos de carbono

No caso da grafite, eles formam placas de hexágonos que ficam atraídas umas às outras no espaço:
A grafite e o diamante são duas formas alotrópicas naturais do carbono, ou seja, ambos são formados por macromoléculas constituídas de átomos de carbono, com a única diferença na forma geométrica em que esses átomos estão ligados entre si.
Estrutura da grafite
Já no diamante, cada átomo de carbono é ligado a outros quatro átomos de carbono, formando tetraedros:
Estrutura do diamante
A forma alotrópica mais estável é a grafita, porque para se formar seu arranjo cristalino, precisa-se de menos energia. Já o diamante só é formado em camadas bem profundas da Terra, que, por causa de movimentos geológicos, são expelidos para a crosta terrestre e com o tempo tendem a se transformar em grafite. Porém, essa reação demora muito tempo.
Assim, é possível transformar grafite em diamante. Mas quanto de energia é necessário para isso?
Cgrafite → Cdiamante ΔH = ?
Bem, a Lei de Hess, estudada na Termoquímica, ajuda-nos a fazer esse cálculo. Essa lei nos diz que o valor da variação de entalpia (ΔH) de uma reação, isto é, da energia recebida ou perdida, é igual seja qual for o caminho em que ela se processe, depende somente do estado inicial e final. Isso ignifica que a energia usada na reação acima, será a mesma se forem utilizadas outras etapas, mas que resultem em grafite ser transformado em diamante.
Faremos isso então, usaremos duas reações que envolvem a grafite e o diamante, com ΔH conhecidos, para, em seguida, montarmos uma reação de duas etapas. Consideremos então as entalpias de combustão do grafite e do diamante:
  1. C(grafite) + O2(g) → CO2(g)                    ∆H = -394 kJ
  2. C(diamante) + O2(g) → CO2(g)                    ∆H = -396 kJ
Com base em uma relação apropriada dessas equações, encontramos o ΔH da transformação do grafite em diamante. Veja:
C(grafite) + O2(g) → CO2(g)∆H = -394 kJ
CO2(g)               → C(diamante) + O2(g)          ∆H = +396 kJ
            Cgrafite                → Cdiamante                                   ΔH = + 2 kJ
Veja que são necessários 2 kJ para transformar a grafite em diamante, que é a mesma energia necessária para vaporizar 1 g de água.
No entanto, não pense que esse é um processo fácil. É preciso empregar pressão e temperatura muito elevadas, em torno de 105 atm e 2000 ºC, isto é, condições semelhantes às que existem em camadas mais internas da Terra. Desse modo, o carbono precisa ser praticamente vaporizado e, por isso, o processo é difícil.
Depois que o diamante é feito, volta-se para a pressão e temperatura normais ao nível do mar, mas conforme dito, o diamante não retorna a grafite porque essa reação leva milhões de anos para ocorrer.
Os diamantes sintéticos fabricados dessa forma são muito utilizados em pontas de brocas, mas também são usados em joias.

Asteroide poderia extinguir humanidade, e a Nasa não sabe como nos proteger


Asteroide poderia extinguir humanidade, e a Nasa não sabe como nos proteger



  • Getty Images
Um dos maiores medos dos terráqueos é o de que um objeto vindo do céu caia sobre nossas cabeças. E não adianta pensar que a tecnologia espacial já evoluiu o bastante para nos proteger. Segundo astrônomos, caso um grande asteroide seja detectado em direção à Terra, não haveria nada que pudesse ser feito hoje em dia.
Os pesquisadores possuem diversas estratégias no papel. O difícil seria colocá-las em prática em momento de emergência. "No momento, não há nenhuma tecnologia em meio a um monte de coisas que pudesse ser utilizada", disse Joseph Nuth, do centro espacial Goddard, da Nasa, em um encontro que debateu o tema em San Francisco, nos EUA.
Segundo os astrônomos, grandes asteroides, com o poder de acabar com a civilização na Terra, são extremamente raros. A probabilidade de um deles atingir a Terra é de uma vez a cada 50 ou 60 milhões de anos. Contudo, o objeto que exterminou os dinossauros se chocou contra a Terra há 65 milhões de anos. Pensando assim, o próximo que teria a Terra como alvo já estaria atrasado.
E o pior é que os últimos asteroides que despertaram alerta na Terra só foram detectados quando já não havia tempo para evitar um possível evento catastrófico. Em 2014, um cometa que passou perigosamente perto de Marte - e causou calafrios nos cientistas - foi percebido apenas 22 meses antes de quase se chocar contra o planeta vermelho.
"Se olharmos para o tempo que demora a programação de missões espaciais, levaríamos cinco anos para lançar uma espaçonave [para deter um meteoro]. Nesse caso, tivemos 22 meses [1 ano e 10 meses] de total aviso", diz Nuth. Com o exemplo, o especialista mostra que não daria tempo de afastar o risco se o pedregulho estivesse na direção da Terra.
Parte da preocupação dos cientistas é com a falta de conhecimento sobre asteroides. "Nós não temos muitos dados sobre como é o interior de asteroides e cometas. Apenas podemos supor, nos baseando no que sabemos sobre física, rochas e gelo", diz Cathy Plesko, cientista do Laboratório Nacional de Los Alamos.
Como precaução, Nuth sugere que a Nasa construa um foguete para ser guardado e utilizado em caso de aproximação de um grande asteroide ou cometa. O artefato precisaria estar pronto para ser lançado dentro do prazo de um ano. "É o que poderia mitigar riscos da surpresa de um asteroide sorrateiro vindo de um lugar de difícil observação, como do sol".
RyanJLane/Getty Images
Um asteroide de 100 metros de diâmetro (o comprimento de um campo de futebol) que atingisse a Califórnia destruiria cidades e mataria dezenas de milhares de pessoas
"Estamos fazendo a nossa lição de casa antes de um evento desses. Não queremos fazer nossos cálculos em cima da hora, quando algo já estiver a caminho", disse Plesko. A Nasa e a o órgão dos EUA responsável por segurança nuclear têm estudado asteroides conjuntamente. Em outubro, foi realizada uma simulação do que aconteceria se um enorme asteroide atingisse Los Angeles.

Quais são as armas na cabeça dos cientistas?

Ainda não há nada disponível. Mas as ideias para conter, bloquear, desviar ou destruir um asteroide ou cometa que esteja na rota de colisão com a Terra são várias. A mais comum é a de lançar um foguete com explosivos potentes, como bombas atômicas. A explosão poderia desviar a rota do objeto destruidor.
O uso de ogivas nucleares contra asteroides tem a vantagem da rapidez. Contudo, seus efeitos colaterais incluem estilhaços radiativos caindo sobre a Terra. A alternativa seria o uso de explosivos convencionais ou o lançamento de um objeto que desviasse o asteroide com o impacto. Contudo, a grande carga a ser levada e o tempo que demoraria para calcular a trajetória de choque para desviar o corpo celeste pesam contra esses métodos.