terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Maria Vai com as Outras

Maria Vai com as Outras

Comentando a política nacional, um amigo me disse - "esse Temer é um Maria Vai com as Outras e transformou seu governo na Casa da Mãe Joana".
Concordei com ele, mas depois fiquei me perguntando: e se tivesse que explicar para um estrangeiro o significado desses comentários, o que diria?
Hoje, quem tem dúvidas, vai no Google.
Foi o que fiz.
Ali deparei com uma relação de ditados e provérbios brasileiros, catalogados por Luís da Câmara Cascudo, inclusive o que fala da tal Maria e tal Joana, e achei isso tão interessante que resolvi dividir com meus poucos leitores a descoberta.
Antes de lembrar algumas dessas expressões, é preciso falar alguma coisa sobre o autor.
Câmara Cascudo nasceu e viveu sempre em Natal, no Rio Grande do Norte, de 1898 a 1986. Foi historiador, antropólogo e jornalista. Sua obra mais conhecida é o Dicionário do Folclore Brasileiro. É um dos poucos brasileiros, foi homenageado com sua estampa numa cédula do nosso dinheiro.
Sete anos depois da sua morte, em 1993, ele apareceu numa cédula de 50 mil cruzeiros.
Aqui vão algumas expressões coletadas e comentadas por Cascudo em seu livro Locuções Tradicionais no Brasil.
Bicho-de-sete cabeças. Usado, normalmente, na forma negativa. Não é um bicho-de-sete- cabeças. Significa que uma tarefa não é assim tão difícil. Referência ao mito grego da Hidra, cujas cabeças foram decepadas por Hércules.
Com o rei na barriga. Sujeito que se acha importante. Alusão às rainhas que quando grávidas eram tratadas com mais deferência ainda.
Ver passarinho verde. Significa estar apaixonado. No passado, conta lenda, jovens adestravam passarinhos para levar no bico uma carta de amor a sua apaixonada.
Com a corda toda. Pessoa agitada, que não para quieta. A origem está em velhos brinquedos animados com uma mola chamada corda.
Favas contadas - Disputa que já tem um vencedor previsto. No passado, se votava sim ou não, usando favas brancas ou pretas.
Fazer ouvidos de mercador - Fingir que não está ouvindo. Mercador seria uma corruptela de Marcador, o carrasco encarregado de marcar suas vítimas e que deveria fingir que não estava ouvindo seus gritos.
Tapar o sol com a peneira. Esforço inútil de esconder alguma coisa. Expressão originária de uma experiência prática.
O pomo da discórdia - Pessoa ou objeto que dá origem a uma disputa. Sua origem é uma lenda grega. Hera, Afrodite e Atena, as mais importantes deusas gregas, disputavam a Maça de Ouro, jogada por Éris, a deusa da discórdia. Zeus atribuiu a Páris, filho do rei de Troia, a missão de fazer a escolha. O príncipe concedeu o t&iacut e;tulo a Afrodite em troca do amor de Helena, casada com o rei de Esparta. A rainha fugiu com Páris para Tróia, os gregos marcharam contra os troianos e a famosa maçã passou a ser conhecida como "o pomo da discórdia.
Afogar o ganso -  Ato sexual. No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima.
Ave de mau agouro - Pessoa portadora de más notícias. Os romano s usavam a águia, a coruja, o corvo e gralha para levar para Roma as notícias da guerra distante,
Santa do pau oco -  Pessoa falsa. Nos séculos XVIII e XIX, contrabandistas usavam imagens de santas, ocas por dentro, para esconder ouro em pó e pedras preciosas.
Mais vale um pássaro na mão que dois voando - Não correr risco. Antigos caçadores tinham o hábito de segurar nas mãos as aves feridas, antes de tentar caçar outras que ainda estivessem voando.
Apressado come cru - Não fazer as coisas direito por causa da pressa. Quem n ão espera que a comida fique no ponto certo, não vai gostar do que irá comer.
Chorar as pitangas - Estar a se lamentar. Quando, por descuido, as pitangas tocam os olhos de uma pessoa, elas provocam lágrimas.
Farinha do mesmo saco -  Pessoas que tentam aparentar diferenças, mas que no fundo são iguais. Sua origem seria uma expressão latina: "Homines sunt ejusdem farinae"
Aquela que matou o guarda - Usada para identificar uma aguardente muito forte.Segundo Alberto Campos de Moraes, num livro sobre a família real no Brasil, uma mulher chamada Canjebrina (sinônimo de cachaça) teria matado um guarda que trabalhava para D. João VI.
 Colocar panos quentes - Esconder algo errado. Vem do costume de usar co mpressas panos quentes para provocar sudorese em pessoas com febre alta.
Cor de burro quando foge - A frase original era "Corra do burro quando ele foge". Tem sentido porque, o burro enraivecido, é muito perigoso. A tradição oral foi modificando a frase e "corra" acabou virando "cor". Usa-se também no Sul, a expressão Cor de burro quando chove.
Pagar o pato - Assumir a culpa. A origem está num antigo jogo em Portu gal. A cavalo, os jogadores deveriam arrancar um pato preso num poste. Quem perdia, tinha que pagar a aposta.
É de pequenino que se torce o pepino Educar as crianças desde cedo. Os plantadores de pepino têm o hábito de arrancar as suas pontas para que eles cresçam mais bonitos.
Salvo pelo gongo - Pessoa que livra de um problema no último minuto. O ditado teria surgido na Inglaterra no século XIX para evitar que se enterrassem pessoas ainda vivas (catalepsia). Um cordão, ligado a um congo, era colocado no caixão para que, se fosse o caso, o candidato a ser enterrado, que "acordasse" a tempo, o pudesse ser salvo pelo gongo.
Elefante branco - Algo que não serve para nada. Seria um costume de antigos reis da Tailândia de dar de presente para alguém que caísse em desgraça um elefante branco. Como não poderia desprezar um presente do rei, o agraciado ficava com um enorme problema em sua casa.
Amigo da onça - Pessoa falsa. Um caçador contava a histó ria que, sem armas, espantou uma onça apenas com seu grito. Como seu ouvinte duvidou, o caçador perguntou se essa pessoa era seu amigo ou da onça.
Com a corda no pescoço - Enfrentar problemas financeiros. Veio do fato de al guns condenados à forca terem sido salvos no último momento por algum tipo de perdão.
Como sardinha em lata - Viajar em condução lotada. A origem é da Sardenha, onde as sardinhas eram muito abundantes e eram enlatadas superpostas umas às outras.
Pior cego é o que não quer verPessoa que se recusa a ver a realidade. Sua origem seria em 1647, em Nimes, na França, onde o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via e pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e n Vaticano. Angel ganhou a causa
Casa da mãe Joana -  Lugar confuso e sem ordem. Joana condessa de Prove nce (1326/1386) liberou os bordéis em Avignon, na França e foi por eles homenageada.
Onde Judas perdeu as botas- Lugar muito distante. Depois de trair Jesus, Judas teria perdido suas botas e os 30 dinheiros num lugar que os soldados romanos procuraram sem sucesso.
Quem não tem cão caça com gato - Se você não pode fazer algo de uma maneira, se vira e faz de outra. A expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia "quem não tem cão caça como gato", ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
Dá pá virada - Pessoa criadora de casos. A pá virada tem pouca utilidade prática.
Deixar de Nhenhenhém -  Conversa fiada. Na língua Tupi "nhee" significa falar. Como os índios não entendiam o que os portugueses falavam, diziam que eles faziam nhen-henh-nhém.
Não entender patavina - Não entender nada. A origem seria o fato de Tito Lívio, natural de Patavium (hoje Pádova, na Itália), usava um latim horroroso, originário de sua região, que poucos entendiam
 Jurar de pés juntos - Afirmação definitiva sobre o assunto. Durante a Santa Inquisição, as pessoas tinham os pés e mãos amarradas juntas e deveriam jurar obediência à Igreja.
Testa de ferro Exercer o poder em nome de outro. O Duque Emanuele Filiberto di Savoia, conhecido como Testa di Ferro, foi rei de Chipre e Jerusalém. Mas tinha somente o título e nenhum poder verdadeiro.
Erro crasso - Alguém que comete um erro enorme. Crasso, integrante do primeiro triunvirato romano, com Júlio Cesar e Pompeu, foi derrotado pelos Partos pelos enormes erros militares que cometeu.
Lágrimas de crocodilo - Choro falso. O crocodilo, quando devora uma presa, faz uma força tão grande com suas mandíbulas, que pressiona as suas glândulas lacrimais, provocando lágrimas.
Passar a mão na cabeça - Perdoar alguém. Vem do costume judaico de abençoar cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronuncia a bênção.
Gatos pingados Pouca gente assistindo algo. Sua origem seria japonesa e se referia a um tipo de tortura - pingar óleo fervente em pessoas e animais, principalmente gatos - que poucas pessoas queriam assistir.
Queimar as pestanas - Estudar muito. Antes da descoberta da eletricidade, as pessoas liam à luz de velas. Quando se aproximavam muito da chama, poderiam queimar as pestanas.
Sem papas na língua -  Ser franco, dizer o que sabe, sem rodeios. A expressão vem da frase castelhana "no tener pepitas em la lengua". Pepitas, diminutivo de papas, são partículas que surgem na língua de algumas galinhas, é uma espécie de tumor que lhes obstrui o cacarejo. Quando não há pepitas (papas), a língua fica livre.
Maria vai com as outras -  Pessoa sem opinião. Dona Maria I, a mãe de D.João VI, chamada a Rainha Louca, foi declarada incapaz de governar e afastada do trono. Passou a viver recolhida e só era vista quando saía para caminhar a pé, escoltada por numerosas damas de companhia. Quando o povo via a rainha levada pelas damas nesse cortejo, costumava comentar: "Lá vai D. Maria com as outras".

Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS

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Por que há uma nova corrida espacial pela conquista da Lua, como na Guerra Fria Gabriela Torres

Por que há uma nova corrida espacial pela conquista da Lua, como na Guerra Fria

  • 18 dezembro 2016
Foguete na luaImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionSerá que teremos uma base na Lua?
Há décadas existe a promessa de uma base na Lua. Colocamos um pé lá, e parou por aí - nossa presença no satélite natural da Terra se resume a pegadas.
Ao mesmo tempo, nos tornamos especialistas em orbitar a Terra a bordo da Estação Espacial Internacional.
No entanto, estão surgindo cada vez mais iniciativas públicas e privadas que não só anunciam um retorno à Lua, mas ambiciosos planos de colonização.
A China já revelou que pretende pousar no lado oculto da Lua (que não pode ser visto da Terra) em 2018, enquanto a Rússia prepara o pouso de sua primeira nave tripulada para 2031.
Os Estados Unidos não se manifestaram como governo, mas em julho deste ano deram permissão para a empresa privada Moon Express ir à Lua. E a NASA convocou recentemente companhias do setor privado a enviarem sugestões de experimentos que podem ser feitos por lá.

A que se deve tanto interesse?

FogueteImage copyrightESA
Image captionRússia quer construir bases na Lua, projeto que a China compartilha
Para o especialista em aeromecânica Leon Vanstone, da Universidade do Texas, o principal motivo é o mesmo da Guerra Fria: poder.
"Devemos lembrar que foram os russos (então União Soviética) os primeiros a enviar um homem ao espaço - eles queriam militarizar o espaço - e os Estados Unidos se apressaram então em colocar um homem na Lua", disse Vanstone à BBC mundo.
Essa demonstração de poder custou centenas de milhões de dólares e, segundo Vanstone, as então potências perceberam que o melhor para todos era realizar iniciativas conjuntas em que os gastos e responsabilidades são compartilhados (como acontece agora na Estação Espacial.
Mas o tabuleiro do xadrez geopolítico mudou.
A China está crescendo como uma potência espacial, e os Estados Unidos já não têm o mesmo status - dependem dos russos para avançar com seu programa espacial. E, conforme lembra a especialista em Direito Espacial Jill Stuart, da London School of Economics, "há muita tensão entre os Estados Unidos e a Rússia ".
"Então, há sempre uma política complicada por trás", afirmou Stuart à BBC.
Além disso, diferentemente da maioria das agências espaciais do mundo - como a NASA (EUA), ESA (Europa) ou Roscosmos (Rússia) -, o programa espacial chinês é dirigido por militares.
Homem na LuaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionEstados Unidos provaram que era possível ir à Lua, mas a um custo muito alto
Essa seria a diferença entre o governo chinês e americano.
"Os Estados Unidos não querem dizer que o seu programa é estatal. Na sua política capitalista, preferem dizer 'vamos deixar nossas empresas privadas à frente do programa espacial'", esclarece Stuart.
Para Naveen Jain, um dos fundadores da Moon Express, as possibilidades de negócios na Lua são ilimitadas. Uma licença de uso e exploração permitiria a ele dar início a atividades de mineração, oferecer pacotes turísticos ou vender pedaços de rochas lunares como pedras preciosas.
Stuart e Vanstone deixam claro, no entanto, que essas empresas não são de todo privadas, uma vez que são financiadas com dinheiro do Estado e devem operar sob a tutela da NASA.
Ilustração de exploração da LuaImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionModelo de negócio da Moon Express prevê de mineração até venda de pacotes turísticos para a Lua

Por que agora?

Uma outra razão para a retomada do interesse pela Lula é a tecnologia mais barata.
"A primeira vez que o homem foi à Lua precisou de foguetes gigantes que custaram centenas de milhões de dólares", conta Jain à BBC.
Os avanços na tecnologia permitem que os foguetes sejam menores, mais leves, eficientes e econômicos.
"Estamos usando um foguete menor impresso em 3D que custa menos de US$ 5 milhões", acrescenta o empresário, que planeja enviar no ano que vem uma sonda avaliada em outros US$ 5 milhões para a Lua.
FogueteImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionAvanços na tecnologia permitem que os foguetes sejam menores, mais leves, eficientes e econômicos
E o avanço tecnológico nos leva à terceira razão para essa "febre" pela Lua: recursos minerais e naturais.
O desenvolvimento de dispositivos inteligentes é possível graças aos raros recursos minerais da Terra, como tântalo ou tungstênio, supercondutores que fazem com que a tecnologia seja rápida, minimalista e econômica.
Jain não esconde que esse é o seu principal interesse no satélite.
Homem pisando na LuaImage copyrightAFP
Image captionAgora sabemos que, sob a poeira lunar, há uma infinidade de recursos minerais
"A Lua é extremamente rica em recursos. Tudo pelo que brigamos na Terra está em abundância no espaço", afirma o empresário.
"Lutamos por terra, água e combustível, sem perceber que somos um pequeno ponto azul no espaço", completa.
Vanstone concorda que esse é um interesse comercial e geopolítico importante.
"Cada vez mais pessoas estão interessadas em metais raros, e esse é o interesse de fazer a mineração na Lua", diz.
A questão é que seria muito mais caro trazer esses minerais para a Terra do que continuar a explorar o que temos aqui.

Bases lunares?

O fato de que há muitos recursos na Lua leva a outra motivação: construir bases lunares.
Com o avanço da tecnologia e a capacidade de chegar cada vez mais longe, a Lua se torna apenas um pequeno passo para a exploração do espaço.
Mas, para que isso aconteça, é preciso resolver um problema antes: combustível para viajar. Afinal, a maior parte do peso das naves lançadas ao espaço é de combustível.
Assim que a meta não for mais o nosso satélite, será Marte. E, se um dia chegarmos lá, então o desafio vai além.
Ilustração da colonização de MarteImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionA Lua é apenas um passo para tornar essa ilustração de uma base em Marte realidade
Para isso, a Lua poderia ser uma parada estratégica para abastecimento.
E não apenas os Estados Unidos acreditam nisso. A China também está de olho em Marte e anunciou, recentemente, que em 2020 pretende visitar o Planeta Vermelho.
"A Lua pode ser usada como uma base, já que é feita exatamente dos materiais que precisamos", diz Vanstone.
Mas as empresas privadas não a veem apenas como uma base para abastecimento.
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"Parafraseando JFK (ex-presidente americano John Fitzgerald Kennedy) 'escolhemos ir à Lua não porque era fácil, mas porque era um bom negócio', e é disso que se trata, de fazer um bom negócio", diz o fundador da Moon Express, que vê a comercialização da Lua como um negócio "grandiosamente genial".
Leon Vanstone reconhece que há muito dinheiro envolvido no espaço.
"E os primeiros a fazer negócio serão aqueles que ganharão mais dinheiro", avalia.

Mas quem pode explorar a Lua?

Ilustração de exploração da LuaImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionQuanto você pagaria para tirar uma selfie aqui?
Esse poderia ser o risco do investimento.
Segundo o tratado sobre a exploração e utilização do espaço, assinado por 103 países em 1967, "o espaço, incluindo a Lua e outros corpos celestes, não deve ser objeto de apropriação nacional por reivindicação de soberania, uso, ocupação ou de qualquer outra forma".
Como os governos poderiam então planejar operações na Lua e conceder concessões a empresas privadas se, a princípio, ninguém tem o poder de fazê-lo?
Embora o acordo internacional afirme que o espaço é um território neutro e ninguém pode se apropriar dos corpos celestes, há diversas interpretações.
"Primeiramente, o tratado especifica que nenhuma nação deve se apropriar de qualquer corpo celeste", diz a especialista Jill Stuart. "Mas há dúvidas se as entidades não-estatais poderiam fazer essas reivindicações."
Em segundo lugar, o fato de que você não pode reclamar a propriedade, não significa que não possa ocupar o espaço.
"É como a Antártida", diz a especialista. "Você pode ter uma base lá, contanto que diga que o que está sob seus pés não é seu", afirma Stuart.
Estação McMurdo, dos Estados Unidos, na AntártidaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionNa Antártida não se pode declarar soberania de nada, mas é permitido ter bases. Será assim na Lua?
Sendo assim, Estados e empresas privadas estão à procura de brechas na legislação de quase 50 anos para abocanhar uma fatia do negócio no espaço.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos explicou por escrito à BBC que a permissão dada à Moon Express está baseada no fato de que são "as atividades privadas que desbloqueiam novas investidas espaciais e permitem avançar nossa compreensão do sistema solar, o que, sob vigilância adequada, pode beneficiar todos os países no longo prazo."
O governo dos EUA não ignora o tratado, pelo contrário, considera a responsabilidade de legislar sobre as atividades nacionais no espaço.
"A base para esta jurisdição é mais nacional do que territorial. Entre os objetivos do processo de autorização para atividades privadas no espaço.
Para Stuart, o que preocupa são outras iniciativas do governo americano para promover atividades espaciais.
Em novembro de 2015, os Estados Unidos aprovaram uma lei que permite aos cidadãos americanos explorar comercialmente e reivindicar a posse de recursos obtidos no espaço.
"Isso me perturba um pouco", admite Stuart.
"Essa lei tem o potencial de minar o acordo internacional que já está em vigor para o espaço", completa.
Na opinião de Sa'id Mosteshar, do Instituto de Direito e Política Espacial de Londres, essa legislação não cumpre os tratados internacionais.
"Parece que os Estados Unidos estão concedendo a seus cidadãos um direito que o próprio país não tem", disse Sa'id Mosteshar à BBC.
"Você não pode dar um direito nacional que não pode exercer".
Em 1979, antecipando uma futura exploração lunar, a ONU redigiu o Tratado da Lua, estipulando as condições para essa atividade.
Caricatura da LuaImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionQuem quer colonizar a Lua?
A questão é que apenas 13 países assinaram o acordo - e nenhum deles tem recursos para participar de uma corrida espacial.
Para os especialistas, parte do problema é que essas leis foram escritas há muitos anos e não foram atualizadas.
Talvez a exploração da Lua seja inevitável. E a possibilidade de haver bases de diferentes países, como ocorre na Antártida, não está tão distante de acontecer.
Mas, para Jill Stuart, a pergunta que devemos fazer é: quem nós queremos que nos represente no espaço?
"Em breve teremos diferentes entidades pousando em corpos celestes, e acho que devemos nos perguntar quem a gente quer que vá para o espaço e nos represente".
"Eu não quero acordar daqui a 100 anos e descobrir que a Lua é da Coca-Cola", acrescenta.

Minas do Rei Salomão?

Minas do Rei Salomão?






Fotos: Divulgação

Óbidos, PA



Boca do Jau - Rio Negro, AM



Prainha, PA



Alenquer, PA
Por Hiram Reis e Silva*
 Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 23 de dezembro de 2016.
“O que não é mais possível contestar com legítimos fundamentos é que estamos na América em presença de vestígios de uma civilização antiga muito superior a das populações que aqui encontramos. (...) O selvagem que os portugueses encontraram aqui não poderia ter sido o autor dessa infinidade de objetos exumados dos cemitérios antigos de alguns dos sambaquis e das aldeias ou malocas soterradas: ídolos, instrumentos, artefatos de uso doméstico, adornos, etc, etc” (Bernardo Ramos)

- Origem das Inscrições Rupestres Americanas

Antes de iniciar a descida do Amazonas de Manaus até Santarém fui presenteado pelo caro amigo e mestre Altino Berthier Brasil com o livro “Inscripções e Tradições da América Pré-histórica”, editado em 1929, do professor, arqueologista e pesquisador amazonense Coronel Bernardo Azevedo da Silva Ramos, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Estado do Amazonas, além de uma série de instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras. Fiquei fascinado com o presente já que as inscrições que eu observara no Solimões e seus afluentes e, principalmente na foz do Jaú, no Rio Negro, haviam chamado minha atenção.
No Rio Amazonas esse tipo de pinturas e petróglifos podem ser encontrados no rio Urubu, Itacoatiara, Oriximiná, Óbidos, Alenquer e outros tantos sítios que não pudemos observar em virtude das cheias. Ao regressar de minha jornada iniciei a leitura da obra de Bernardo Ramos, hoje considerada muito rara. O pesquisador assegurava que muitas das inscrições rupestres encontradas na América tratavam-se de “escritas primitivas”, comparando-as com as letras de alfabetos conhecidos, propondo, depois de uma ampla análise das inscrições rupestres encontradas em todo o continente americano, que elas teriam sido realizadas por fenícios e gregos, vinculando, portanto, a antiguidade brasileira à antiguidade do Oriente Médio e da Grécia. 
A obra de Bernardo Ramos baseava-se na controvertida publicação de Don Enrique Onffroy de Thoron. No seu livro “Antiguidade da Navegação do Oceano. Viagens dos navios de Salomão ao rio das Amazonas, Ophir, Tarschich e Parvaim”, de 1869, traduzido e publicado em português, em Manaus, em 1876, Thoron defendia que os navios do Rei Salomão já haviam singrado as águas do portentoso Rio-mar e que o país de Ophir que abastecia de ouro o suntuoso monarca localizava-se à bacia superior do Amazonas.
- O Rei Salomão no Rio das Amazonas
Por Viriato Corrêa - Histórias da nossa história (1829)
“Das teses que se tem escrito sobre a antiguidade do Brasil, a mais audaciosa, a mais estranha, é certamente aquela de Henrique Onffroy de Thdron. A tentativa é de uma intrepidez simplesmente assustadora. Onffroy de Thoron arroja-se a provar estas coisas extravagantes: Que os navios de Salomão, do grande rei Salomão, o da Biblia, sulcaram muitas vezes as águas do Amazonas; que o lendário e maravilhoso pais de Ofir, de onde o rei sábio tirou o imenso ouro que o tornou o monarca mais suntuoso da terra, estava colocado na vertente do Amazonas, banhada pelo rio Japurá; que a região de Parvaim não é outra senão a bacia superior do Amazonas, no território oriental do Peru; que o rico país do Tarschisch, de que tanto falam os livros sagrados, também era na Amazônia e, finalmente, que as madeiras, empregadas no magnífico templo do grande rei, eram madeiras brasileiras. (...)
Para chegar à afirmação de que o Brasil era conhecido na mais recuada antiguidade, de Thoron começa por procurar convencer que a América era familiar dos povos antigos. Não lhe é difícil esta coisa. Os Diálogos de Platão são claros. Através de Sólon e Critias, o filósofo indica a posição da famosa Atlântida; em seguida, aponta por trás da Atlântida numerosas ilhas, que só podem ser as Antilhas de hoje. Atrás destas, diz Platão, está a “grande terra firme”. “O que acaba de ser designado como terra firme (fala Platão pela boca de Critias) é um verdadeiro continente”.E mais:“atrás da terra firme está o grande mar”.
— É ou não é a indicação da América com o Grande Oceano Pacífico atrás? pergunta de Thoron, triunfalmente.
Parece claro, claríssimo.
Não é só em Platão que se arrima. Povo, com ancianidade igual à sua, os Egípcios só conheciam os Frígios. Teopompo, poeta e historiador grego, narra que Sileno, 1329 anos antes de nossa era, ensinou a Midas, rei da Frígia, que, além, longe da Ásia, Europa e da Líbia (África) que são, propriamente falando, ilhas, existia o “verdadeiro e único continente”, de imensa extensão, chamado Meropio, habitado pelos Meropios e governado por Mérope, filha de Atlas, rei da Líbia. Atlas, no egípcio-líbio, quer dizer “do país”, “nascido no país”, posto que ele fosse descendente dos Atlantes, assim como os seus súditos estabelecidos na Líbia. Ora, na língua quichua ou dos Antis da América equatorial, que de Thoron mostra conhecer profundamente, anti significa “altos vales”; Atlantes — “pais de altos vales”. Anti é justamente o nome dos Andes da America equatorial e, as suas povoações, ainda hoje, têm o nome de Antis. Sileno descreve Meropio com vastas cidades, grandes animais, muito ouro e muita prata. Semelhante descrição, conclui Onffroy de Thoron, só pode ser da América. As provas que ele apresenta são muitas e aqui não caberiam. Deodoro da Sicília indica positivamente a América: “Está distante da Líbia muitos dias de navegação e situada ao ocidente. Seu solo é fértil e de grande beleza e regado de rios navegáveis. Vêem-se ali casas suntuosas. A região é montanhosa e coberta de arvoredos espessos e árvores frutíferas de toda a espécie. A caça é abundante, o ar é de tal modo temperado que as frutas das árvores e outros produtos ali brotam fartamente todo o ano”.
Entra pelos olhos. Rios navegáveis só possuem os continentes; edifícios suntuosos, — é sabido que a América os possui desde a mais remota antiguidade. E Deodoro diz como a região por ele descrita foi descoberta: os Fenícios iam explorar o litoral situado além das colunas de Hércules, mas tempestades violentas os levaram muito longe do oceano, até as plagas da terra distante. Os Carios ou Cares estiveram na America e estabeleceram até uma dinastia em Quito. Plutarco conta que o continente de Mérope fôra visitado por Hercules, numa expedição que fez para o oéste, e que seus companheiros ali apuraram a língua grega que começava a adulterar-se. O próprio Plutarco é de opinião que as origens gregas estão na America. De Thoron, conhecedor exímio da língua quichua ou dos Antis da América equatorial, descobriu que esta língua contém centenas de palavras gregas. Mais ainda: as divindades pelágicas, gregas e romanas, têm seus nomes e suas etimologias exatas no quichua. O estudo da mitologia e o estudo dos astros eram idênticos na Ásia, Europa e América; a vestimenta e atributos sacerdotais iguais ou quase iguais aos que se vêem nos monumentos egípcios e, por fim, a circuncisão usava-se igualmente no Egito, na América e entre os Hebreus.
Nos Paralipomenos, liv. 2.°, cap. 3.°, vers. 6.°, conta-se que “Salomão adornou a sua casa com o ouro de Parvaim”.
Onde fica Parvaim? Na bacia superior do Amazonas, no território oriental do Perú, assegura Thoron, ousadamente. Os argumentos são interessantes. Parvaim é a pronuncia alterada de Paruim. No antigo alfabeto latino, confundia-se o v com o u; o iod, que é a vogal i, muitas vezes se lê com a pronúncia ai no hebraico. Mas, no texto hebraico, o ouro de Paruim está escrito Zab-Paruim; em grego dos Setenta, igualmente Paruim. A terminação im indica o plural hebraico; vem acrescentada a Paru porque efetivamente existem na bacia superior do Amazonas, no território oriental do Perú, dois rios auríferos, um com o nome de Parú e outro com o de Apu-Parú, “o rico Parú”. Esses rios juntam-se em 10° 30' de latitude meridional e despejam-se depois no Ucaiali, um dos grandes afluentes do Amazonas. Os rios de nome Parú fazem justamente um plural e dão o Paru-im dos Hebreus. E mais: os rios Parú e Apu-Parú descem da província de Carabaia, a mais aurífera do Perú. Ai está achada a rica região de Parvaim. Quando David morreu deixou a Salomão, para a construção do templo, 7.000 talentos de prata e 3.000 de ouro de Ofir.
Onde ficava Ofir? Muitos escavadores de coisas antigas colocaram-no na Arábia Feliz, na Índia, no Ceilão, em Sumatra, Bornéu, na costa oriental da África, etc. Não pode ser. E não pode ser, além de muitas outras razões, por esta razão séria: porque os navios de Salomão, de ida e volta a Ofir, gastavam três anos. Para determinar a situação de Ofir, de Thoron escava a significação da palavra. No Capítulo 10, Livro I dos Reis, versículo 2, o nome está escrito em hebraico de dois modos — Apir e Aypir, e, no Capítulo 9, versículo 28, assim se escreve — Aypira. Esta última forma acusativa de Aypir tornou-se um nominativo. Aypira não é senão o nome mal pronunciado de Japurá, grande afluente do Amazonas ou Solimões, grita o americanista, corajosamente.
Onffroy de Thoron é um filólogo profundíssimo. O seu conhecimento do quichua, língua que ainda hoje se fala na bacia superior do Amazonas, é sólido. As suas deduções são tiradas com o apoio da filologia. Aypira é Japurá em conseqüência de uma permuta de letras, tais como: em quichua yura “folhagem” faz em vasco urya; “baso”, em quichua, é kirau e, em chaldaico, kiura, etc. etc. (...) Assim, pelos exemplos de permutas e de substituições de vogais, que não alteram a significação das palavras, nada se opõe a que — Aypira da Bíblia — tenha vindo do nome do rio Japurá. Encantadoramente simples. E procura solidificar a afirmativa. A palavra Yapura compõe-se de y, que em quichua é “água”, e de apura que é o nome de Apira ou Apir — “agua ou rio Apir ou de Ofir”. Apesar da distância de 2.880 anos, a palavra não sofreu senão a alteração de uma vogal — Yapurá em lugar de Yapira! Esse vocábulo é legitimamente quichua, e os mineiros de toda a cordilheira dos Andes, e da bacia superior do Amazonas, têm o nome de Apir ou de Apiri; e em alguns lugares, de Yapiri, Apir ou apiri referem-se aos mineiros, enquanto Aypir, Aypira ou Yapura indicam que eles trabalham na água em que se faz a lavagem do ouro. Só? Não! No mapa de Samuel Fritz, na margem esquerda do Yapurá aparece uma montanha que La Condamine diz conter prodigiosa quantidade de ouro. Dela desce o Rio dei oro, cujo nome indígena é ikiari. Ikir, em hebraico, é “precioso” e iari “rio” — o “rio precioso”. O rio desemboca no Yumaguari. Ora, yuma, “ouro nativo”, é palavra indígena unida aos dois vocábulos hebraicos gu “centro” e ari “cavidade”. Yumaguary — significa, pois, — “cavidade centro do ouro nativo”. E mais: o Yapurá tem um afluente aurífero chamado Masai ou Masahy. Masai é palavra formada do hebraico massar “rico” e de i “agua” em quichua. Masai — “agua rica”. Os hebreus davam o nome de masaroth aos tesouros consagrados. E Onffroy de Thoron conclui, depois de varias deduções, que a magnífica região de Ofir está situada no território columbiano e brasileiro num triangulo formado: de uma parte, pelas montanhas de Papayan e de Cundinamarca, até o lago Yumaguari e de outra parte pelo rio Ikiari, até a montanha aurífera de onde este desce, e pelo rio Yapura. Está explicada assim a longa ausência de três anos dos navios de Salomão, quando em busca do ouro de Ofir. É que eles seguiam para longe, estacionavam demoradamente no rio que tinha o nome do grande rei.
E que rio era esse? O Amazonas de hoje. Desde a foz do Ucayali até a foz do Negro o Amazonas tem o nome de Solimões. E de Thoron afirma, com uma convicção impressionante, — Solimões é o nome viciado de Salomão, dado ao rio pelas frotas do rei sábio. Em hebraico Salomão é Solina e em árabe Soliman. A oeste do Pará, dizem as crônicas dos primeiros dias do Brasil, havia uma imensa tribo com o nome de Soliman, que era a do rio. Daí fizeram os portugueses Solimão, porque costumam mudar o n final na vogal o. Ao que parece, Ofir foi depois abandonado pelos navios de Salomão. As várias viagens trienais, com exceção de uma, referem-se a Tarschisch. De Thoron conclui pelo abandono. E a explicação é curiosíssima. O Yapurá tem embocaduras mal definidas, que se obstruem facilmente com os troncos trazidos pelas águas. Isso devia causar aos marinheiros de Salomão grandes aborrecimentos e enorme confusão, quando se tinham que internar naquele dédalo de ilhas e canais. E não era só isso. O rio era, como ainda é, insalubre, o que devia aterrorizar os marinheiros. E mais ainda: explorando, mais para o oeste, o Amazonas, os Hebreus e os Fenícios encontraram ouro mais fino, clima melhor e navegação mais cômoda. Aproximando-se dos Antis, povo meio civilizado e laborioso, podiam deles tirar bom proveito e abastecimento para os seus navios.
O livro dos Reis diz: “Uma vez, de três em três anos, os navios vinham de Tarschisch, trazendo ouro, prata, marfim, monos e pavões”.
De Thoron decompõe a palavra Tarschisch. A etimologia é encontrada na língua quichua — tari “descobrir” e chichiy “colher ouro miudo”. Tarschisch — “lugar em que se descobre e colhe ouro miudo”. “Para ir a Tarschisch o profeta Jonas embarcou em Joppe (Java)”, diz a Biblia”. É evidente que era para empreender a navegação do Atlântico; pois, caso contrário, embarcaria no mar Vermelho. “Os servos de Hiram e de Salomão, que trouxeram ouro de Ofir, conduziram algum e pedras preciosas. E também a frota de Hiram, que trouxe o ouro de Ofir, importou grande quantidade de árvores almug e pedras preciosas”. (Livro dos Reis) Para uns, Tarschisch é Tarso, cidade de Sicília, para outros Cartago e para outros Gades. Impossível. Nenhum desses lugares produziu ouro, nem prata, nem pedras preciosas, nem monos, nem pavões. Não pode ser a África, como querem alguns, pois também não existem pavões na África.
É ainda da filologia que se serve de Thoron. Almug, a madeira de que falam os livros sagrados, vem do hebraico ala “madeira dura e consagrada” e do termo quichua mucki odorífero”. Almug — “madeira dura de bom cheiro”. Foi com ela, segundo a Bíblia, que Salomão construiu as colunas do templo de Jerusalém. Algum, a outra madeira falada, tem, no hebraico, o plural em algumim. A etimologia está no hebraico - ala “madeira” e no quichua humu “curva”, ou ainda nos vocábulos quichua alli “bom”, kumu “curva”. Almug é “madeira curva” ou de “boa curva”. Almug foi empregada nos pilares e algum nos arcos e nas abobadas do templo. Simplicíssimo!
A frota de Tarschisch levou também “pavões” — tuki, cujo plural é tukum. A palavra é quichua. “Tuki” vem do quichua “inchado de orgulho, orgulhoso”. Os pavões e os perus são aves inchadas de orgulho ou simplesmente tukum “as orgulhosas”, como lhes chama a Bíblia.
“Mono” — kap e kapim tira a sua etimologia do quichua kap — “agarrar fortemente com a mão”, o que é muito próprio dos macacos. Há um confluente do Amazonas denominado Kapim (rio dos macacos).
A palavra “marfim” é designada na Bíblia pelos nomes de Schanabim e de Karnot-schan. A origem está no tipo falado na bacia amazônica. “Dente” é, no tupi, schan, shaina, shene e sahn. Porém schan é hebraico, o que de alguma maneira mostra que os Hebreus estiveram no Brasil. Na América havia elefantes; foram encontradas seis variedades de elefantes fósseis. No tempo de Salomão é possível que eles vivessem.