domingo, 8 de janeiro de 2017

O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH

O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH


Desde 1990, os relatórios divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos permitem realizar algumas comparações entre a qualidade de vida da população dos diversos países do planeta utilizando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este índice reflete as condições de três variáveis básicas para uma boa qualidade de vida: a expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e o Produto Interno Bruto per capita. Veja o que significam essas variáveis:
●    Expectativa de vida ao nascer – se a população apresenta uma expectativa de vida elevada, isto indica que as condições de saneamento básico, alimentação, assistência médico-hospitalar e moradia são boas, além de haver o acesso a um meio ambiente saudável.
●    Escolaridade – quanto maior o índice de escolarização da população, melhor o nível de desenvolvimento, exercício da cidadania, produtividade do trabalho etc.
●    Produto Interno Bruto per capita – o Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de tudo o que foi produzido pela economia de um país no período de um ano. O PIB de um país dividido por sua população corresponde à renda per capita, que é o valor que caberia, em média, a cada pessoa. No cálculo do IDH, o PIB é ajustado ao poder de compra da moeda nacional, porque os gastos com alimentação, saúde e moradia variam muito de um país para outro.
Essas três variáveis são expressas em uma escala que varia de 0,0 a 1,0: quanto mais baixo o índice, piores são as condições de vida; quanto mais próximo de 1,0, mais elevada é a qualidade de vida da população em geral.
Os países são divididos em três categorias:
- baixo desenvolvimento humano: IDH menor que 0,500
- médio desenvolvimento humano: IDH entre 0,500 e 0,799
 - alto desenvolvimento humano: IDH de 0,800 ou mais.
Observe o IDH de alguns países.
Índice de Desenvolvimento Humano - 1997
Alto Desenvolvimento Humano
Médio Desenvolvimento Humano
Baixo Desenvolvimento Humano
1         - Canadá
0,932
48 - Venezuela
0,792
142 - Sudão
0,474
2         - Noruega
0,927
50 - México
0,786
146 - Nigéria
0,456
3         - EUA
0,927
58 - Cuba
0,765
150 - Bangladesh
0,440
4         - Japão
0,924
71 - Rússia
0,747
158 - Uganda
0,404
5         - Bélgica
0,923
79 - Brasil
0,739
160 - Angola
0,398
10 - Reino Unido
0,918
84 - Paraguai
0,730
164 - Ruanda
0,379
19 - Itália
0,900
91 - Ucrânia
0,721
167 - Eritréia
0,346
30 - Coréia do Sul
0,852
98 - China
0,701
169 - Moçambique
0,341
39 - Argentina
0,827
112 - Bolívia
0,652
172 - Etiópia
0,298
44 - Polônia
0,802
132 - Índia
0,545
174 - Serra Leoa
0,254
Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano, 1999, p. 134-7. PNUD [TP1][TP1]. Lisboa: Trinova, 1999
Observação: Em 1999, houve alteração do peso da renda no cálculo do índice. O Brasil, que era  classificado como um país de alto desenvolvimento humano, foi rebaixado para médio. Como os  dados  da tabela abaixo são de 1996, há diferença na classificação.
Brasil: IDH 1970                     Brasil: IDH 1991                      Brasil: IDH 1996
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Brasil: População absoluta e IDH por estados


População Absoluta
Expectativa de vida
(10 anos ou +)

Analfabetismo (1995)
PIB per
capita
(em dólar)

IDH
Brasil157.079.7367,614,86.4030,830
Rondônia1.231.00767,07,96.3980,820
Acre483.72667,016,07410,754
Amazonas2.389.27967,69,75.7180,775
Roraima247.13166,37,66.2310,818
Pará5.510.84967,512,04.2680,703
Amapá379.45967,88,75.3700,786
Tocantins1.048.64267,223,21.5750,587
Maranhão5.222.56563,631,02.1580,547
Piauí2.673.176364,435,42.0040,534
Ceará6.809.79465,130,22.6670,590
R. G. Norte2.558.66065,227,84.0830,668
Paraíba
3.305.616
63,1
28,5
2.438
0,557
Pernambuco
7.399.131
62,4
34,7
3.213
0,615
Alagoas
2.633.339
61,9
25,3
2.496
0,538
Sergipe
1.624.175
66,0
26,9
5.122
0,731
Bahia
12.541.745
66,5
12,7
3.677
0,655
M. Gerais
16.673.097
69,2
12,8
5.968
0,823
Esp. Santo
2.802.707
69,2
6,3
6.251
0,836
R. de Janeiro
3.406.379
67,0
6,9
6.477
0,844
São Paulo
34.120.886
69,4
10,2
6.511
0,868
Paraná
9.003.804
69,2
6,7
6.402
0,847
S. Catarina
4.875.244
70,5
7,1
6.405
0,863
R. G. Sul
9.637.682
70,8
11,9
6.446
0,869
M. G. Sul
1.927.834
69,2
13,8
6.393
0,848
M. Grosso
2.235.834
68,0
13,7
5.003
0,767
Goiás
4.515.868
68,6
6,0
5.238
0,786
Dist. Federal
1.821.946
68,4
6,0
6.580
0,869
Fonte:IPEA, FJP, IBGE, PNUD. Desenvolvimento humano e condições de vida: Indicadores brasileiros, 1998. IBGEContagem da população, 1996.
Para saber mais:
No site do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) está disponível o relatório: Desenvolvimento
Humano e Codições de Vida: Indicadores Brasileiros. Conecte-se: www.ipea.gov.br

RELEVO CONTINENTAL E SUBMARINO

RELEVO CONTINENTAL E SUBMARINO


1. Relevo Continental
Relevo são as formas e compartimentos da superfície do planeta (serra, montanha, colina, planalto, planície, depressão, entre outras). Essas formas e compartimentos definem-se em função da atuação de agentes internos e externos à crosta terrestre. 
- Agentes internos (formadores) - vulcanismo, terremotos, movimento das placas; forças tectônicas em geral.
- Agentes externos (modeladores) - chuva, vento, geleiras, rios, lagos, mares; agentes erosivos em geral.
orogênese (formação de uma montanha) é ocasionada por agentes internos (dobramento, vulcão ou falha geológica); sua forma atual decorre da ação de agentes externos. 
A Geomorfologia é a ciência que estuda o relevo. 
Antigamente, na classificação do relevo, considerava-se apenas aquilo que se via no terreno, as cotas altimétricas, por exemplo. Dizia-se que Planalto era um "plano alto" e Planície um "plano baixo". Atualmente a dinâmica tectônica e erosiva é levada em consideração na determinação e classificação das formas do terreno. 
Assim, temos por definição: 
- Planalto: forma de relevo em que a erosão supera a sedimentação. Portanto, um relevo que sofre desgaste, destruição. 
- Planície: forma de terreno mais ou menos plana em que a sedimentação supera a erosão. Portanto, um relevo em formação. 
Note que as definições não consideram cotas altimétricas. Podemos encontrar uma planície a 4.000 m de altitude (Altiplanos Andinos) e um planalto a 20 m de altitude (Bacia Amazônica). 
Obs.: Não confundir bacia sedimentar com planície.
A estrutura geológica sedimentar corresponde à origem, formação e composição do relevo, ocorrida há muito tempo atrás. Durante sua formação, a bacia sedimentar era (ou é) uma planície. Porém, hoje, pode estar em um processo de desgaste e corresponder a um Planalto Sedimentar. Ex.: Baixo Platô Amazônico. 
2. Pequeno dicionário técnico
(as definições que aparecem abaixo aplicam-se ao mapa de relevo do Brasil elaborado por Jurandyr L.S.Ross)   (Extraído de: Nova Escola - outubro/1995) 
Depressão: superfície entre 100 e 500 metros de altitude com suave inclinação, formada por prolongados processos de erosão. É mais plana do que o planalto. O mapa escolar de Jurandyr é o primeiro a aplicar esse conceito.
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Planalto: ao contrário do que sugere o nome, é uma superfície irregular com altitude acima de 300 metros. É o produto da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares. Pode ter morros, serras ou elevações íngremes de topo plano (chapadas).
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Planície: superfície muito plana com no máximo 100 metros de altitude. É formada pelo acúmulo recente de sedimentos movimentados pelas águas do mar, de rios ou de lagos. Ocupa porção modesta no conjunto do relevo brasileiro.
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Escarpa: terreno muito íngreme, de 100 a 800 metros de altitude. Lembra um degrau. Ocorre na passagem de áreas baixas para um planalto. É impropriamente chamada de serra em muitos lugares, como na Serra do Mar, que acompanha o litoral.
Serra: terreno muito trabalhado pela erosão. Varia de 600 a 3.000 metros de altitude. É formada por morros ou cadeias de morros pontiagudos (cristas). Não se confunde com escarpa: serra se sobe por um lado e se desce pelo lado oposto.
ApostilaGeografia_page300_image3 
Tabuleiro: superfície com 20 a 50 metros de altitude em contato com o oceano. Ocupa trechos do litoral nordestino. Geralmente tem o topo muito plano. No lado do mar, apresenta declives abruptos que formam as chamadas falésias ou barreiras.
ApostilaGeografia_page300_image2 
3. Mapas do Relevo Brasileiro 
O Retrato do Brasil dos anos 40...
Aroldo de Azevedo, o pioneiro
Advogado que nunca exerceu a profissão, o paulista Aroldo de Azevedo (1910-1974) foi um dos primeiros professores de geografia da Universidade São Paulo (USP). Foi também o nosso primeiro grande autor de livros didáticos em Geografia. Na década de 40, fez o primeiro mapa do relevo brasileiro, ainda hoje usado em livros escolares. Dividia o país em oito unidades de relevo.
ApostilaGeografia_page300_image7  . . . É retocado em 1958 por :
Aziz Ab’Saber, o discípulo
Aluno de Aroldo de Azevedo, o paulista Aziz Ab’Saber, hoje com 71 anos, deu prosseguimento à obra do mestre. Valeu-se sobretudo de observações do relevo feitas pessoalmente. Poucos geógrafos terão viajado pelo país tanto quanto ele. Seu mapa foi publicado pela primeira vez em 1958. Ab’Saber acrescentou duas unidades de relevo às oito de Azevedo.
ApostilaGeografia_page300_image6 
Jurandyr Ross, o inovador 
Deu aulas no primeiro grau ante de se tornar professor da USP. Jurandyr Luciano Sanches Ross, paulista de 48 anos, ocupa a vaga que Ab’Saber deixou ao se aposentar. Durante seis anos foi pesquisador no Projeto Radambrasil e ajudou a montar os mapas com as fotos de radar que usaria para revolucionar nossa Geografia. Com ele, as unidades de relevo saltam de dez para 28.
ApostilaGeografia_page300_image9 
4. Três grandes perfis que resumem nosso relevo (Por Jurandyr Ross)
Região Norte 
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Este corte (perfil noroeste-sudeste) tem cerca de 2.000 quilômetros de comprimento. Vai das altíssimas serras do norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela, Colômbia e Guiana, até o norte do Estado de Mato Grosso. Mostra claramente as estreitas faixas de planície situadas às margens do Rio Amazonas, a partir das quais seguem-se amplas extensões de terras altas: planaltos e depressões. 
Região Nordeste
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Este corte tem cerca de 1.500 quilômetros de extensão. Vai do interior do Maranhão ao litoral de Pernambuco. Apresenta um retrato fiel e abrangente do relevo da região: dois planaltos (da Bacia do Parnaíba e da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja (ex-Planalto Nordestino). As regiões altas são cobertas por mata. As baixas, por caatinga. 
Regiões Centro-Oeste e Sudeste
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Este corte, com cerca de 1.500 quilômetros de comprimento, vai do Estado de Mato Grosso do Sul ao litoral paulista. Com altitude entre 80 e 150 metros, a Planície do Pantanal está quase no mesmo nível do Oceano Atlântico. A Bacia do Paraná, formada por rios de planalto, concentra as maiores usinas hidrelétricas brasileiras 
5. O Relevo Brasileiro 
Brasil: Cotas Altimétricas
terras baixas
41,00%
0 a 100 metros
24,90%
101 a 200 metros
16,91%
terras altas
58,46%
201 a 500 metros
37,03%
501 a 800 metros
14,68%
801 a 1.200 metros
6,75%
áreas culminantes
0,54%
1.200 a 1.800 metros
0,52%
acima de 1.800 metros
0,02%
O território brasileiro, de formação muito antiga e altamente desgastado pela erosão, não apresenta cadeias montanhosas (Dobramentos Modernos). Isso, como vimos, devido ao fato de localizar-se no meio de uma placa tectônica.
Considerando a classificação de Aziz Ab’Saber, notamos que basicamente o Brasil possui dois planaltos: o das Guianas e o Brasileiro. Porém, o Planalto Brasileiro é dividido em várias partes em função da estrutura geológica e das formas diferenciadas em seu interior, já que é grande e sujeito a condições climáticas e hidrográficas (o que implica erosão) distintas.
Planaltos
1. Planalto Meridional
Constituído por um derrame de basalto na era Mesozóica (que deu origem à terra roxa). Também conhecido como planalto arenito basáltico.
2. Planalto Atlântico ou Serras e Planaltos do Leste e Sudeste
Apresenta as serras do Mar, Mantiqueira e Espinhaço. Destacam-se, ao lado do Vale do Paraíba e em Minas Gerais os mares de morros.
3. Planalto Nordestino
Destacam-se as chapadas da Borborema e Apodi.
4. Planalto do Maranhão-Piauí ou do meio Norte
Apresenta chapadas de origem sedimentar.
5. Planalto Central
Chapadões sedimentares (Chapada dos Guimarães).
6. Planalto Uruguaio-Sul Riograndense
Colinas suaves ou coxilhas.
7. Planalto das Guianas
Extremo norte do país, coincide com o escudo cristalino das Guianas. É aí que aparece o pico culminante do Brasil: Pico da Neblina (3.014 m).
Planícies
1. Planície do Pantanal
É a mais típica planície brasileira por sofrer inundação anual (Rios Paraguai e Taquari); quando a água perde velocidade só ocorre sedimentação.
2. Planície e Terras Baixas Amazônicas
Apenas as várzeas dos rios da Bacia Sedimentar Amazônica constituem-se de Planícies. O que predomina são os baixo platôs.
3. Planície Costeira
Estende-se do Maranhão ao Rio Grande do Sul recebendo sedimentos tanto do continente quanto do oceano, conforme a localização.
Relevo submarino e litoral
1. Introdução
O relevo submarino é subdividido em quatro partes: Plataforma continental, Talude, Região Abissal e Região Pelágica.
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Plataforma Continental
É a continuação do continente (SIAL), mesmo submerso. Possui profundidade média de 0 a 200 m, o que significa que a luz solar infiltra-se na água, o que gera condições propícias à atividade biológica e ocasiona uma enorme importância econômica - a PESCA. Há também, na plataforma continental, a ocorrência de petróleo.
Talude
Desnível abrupto de 2 a 3 km. É o fim do continente.
Região Abissal
Quando ocorre aparece junto ao talude e corresponde às fossas marinhas.
Região Pelágica
SIMA - é o relevo submarino propriamente dito, com planícies, montanhas e depressões. Surgem aqui as ilhas oceânicas:
-     Vulcânicas, como Fernando de Noronha
-     Coralígenas, como o Atol das Rocas
2. Litoral
Corresponde à zona de contato entre o oceano e o continente; em permanente movimento, possui variação de altura - as marés, que são influenciadas pela Lua.
Quando, durante o movimento das águas oceânicas, a sedimentação supera o desgaste, surgem as praias, recifes e restingas. Quando o desgaste (erosão) supera a sedimentação, surgem as falésias (cristalinas ou sedimentares).
Restinga:
ApostilaGeografia_page300_image16FalésiaApostilaGeografia_page300_image15
ApostilaGeografia_page300_image13 ApostilaGeografia_page300_image14
Fonte: Extraído do Panorama Geográfico do Brasil - Melhem Adas
O litoral brasileiro é pouco recortado. Esse fato ocorre em função da pobreza em glaciações quaternárias que atuaram intensamente nas zonas temperadas do globo. O poder erosivo das geleiras é imenso.
●    O litoral norte brasileiro apresenta a plataforma continental mais larga, pois muitos rios (entre eles o Amazonas), ali deságuam, despejando uma quantidade enorme de sedimentos. O litoral nordestino possui a mais estreita plataforma continental.
●    Principais lagoas costeiras: dos Patos e Mirim (RS); Conceição (SC); Araruama (RJ).
●    Ilhas Costeiras Continentais: Santa Catarina (Florianópolis); São Francisco (SC); São Sebastião (Ilha Bela); Santo Amaro (Guarujá).
●    Ilha Costeira Aluvial: Marajó.
●    Ilha Vulcânica: Fernando de Noronha.
●    Baías: Todos os Santos (BA); Guanabara (RJ); Paranaguá (PR); Laguna (SC); Angra dos Reis e Parati (RJ).