sábado, 21 de janeiro de 2017

Aumento do nível do mar pode estar a caminho, dizem cientistas

Aumento do nível do mar pode estar a caminho, dizem cientistas

Ian Joughin/Science/Divulgação
Canal formado por derretimento de gelo na Groenlândia
Canal formado por derretimento de gelo na Groenlândia
Cientistas que estudam padrões de mudanças naturais no clima da Terra disseram nesta quinta-feira (19) que descobriram um sinal "preocupante" de que o aumento do nível do mar pode estar a caminho.
Publicadas na revista "Science", as descobertas mostram que as temperaturas da superfície do oceano durante o último período quente da Terra, há 125 mil anos, eram notavelmente semelhantes às de hoje.
Mas o que preocupa os cientistas é que o nível do mar naquela época era de seis a nove metros acima do que é hoje.
"A tendência é preocupante", disse o estudo, liderado por pesquisadores da Universidade do Estado de Oregon, da Universidade College Dublin, da Universidade de Wisconsin e do Museu de Ciência da Virgínia.
"Esses resultados podem ajudar os cientistas a entender melhor como os oceanos responderão ao aquecimento moderno", acrescentou.
A Terra passa por períodos de calor e de frio que duram milhares de anos, e estes são influenciados por mudanças na exposição solar causadas por variações naturais na órbita do planeta, combinadas com a influência de gases causadores de efeito estufa na atmosfera.
Esses deslocamentos naturais diferem, porém, do ritmo atual de aquecimento da Terra, muito mais rápido, que é impulsado pela queima de combustíveis fósseis e pela emissão de gases que causam o aquecimento global, levando ao derretimento das geleiras e à subida do nível do mar.
A última vez que o clima foi excepcionalmente quente –na ausência de influência humana– foi há entre 116 mil e 129 mil anos, durante o que é conhecido como o último período interglacial.
Esse foi um dos períodos mais quentes nos últimos 800 mil anos, de acordo com o estudo.
IMPACTO DA HUMANIDADE
O estudo se baseou na análise de 83 núcleos de sedimentos marinhos, que podem dar pistas sobre o quão quente a Terra e os oceanos foram no passado.
Cada núcleo foi comparado com conjuntos de dados de 1870-1889 e de 1995-2014.
A análise mostrou que, 129 mil anos atrás, a temperatura global da superfície do oceano "já era semelhante à média de 1870-1889".
A temperatura subiu ao longo dos 4.000 anos seguintes, "atingindo uma temperatura indistinguível da média de 1995-2014".
A descoberta significa que alguns modelos científicos que foram usados ​​para estimar os níveis do mar em várias temperaturas podem ter sido subestimados.
Os cientistas já previram que o nível do mar subirá vários metros nos próximos anos, o que irá submergir muitas das comunidades costeiras do planeta, onde vivem um bilhão de pessoas.
Ninguém sabe quão rápido os mares podem subir nas próximas décadas, mas alguns especialistas dizem que esse estudo recente é motivo de alarme.
"A descoberta de que as atuais temperaturas globais da superfície do mar são indistinguíveis daquelas do último período interglaciar, há 125 mil anos, é extremamente preocupante, já que o nível do mar era de seis a nove metros mais alto do que o atual", disse o professor de Ciência do Clima Richard Allan, da Universidade de Reading, que não participou do estudo.
Allan disse que ainda pode levar milhares de anos para o mar atingir tal nível e que cortes no uso de combustíveis fósseis ainda poderiam ajudar a evitar esse processo.
"Devido ao tempo que leva para as profundezas dos nossos vastos oceanos aquecerem e para as gigantescas placas de gelo derreterem, levaria milhares de anos até que o nível do mar pudesse atingir tais níveis. Então, cortes contínuos e substâncias das emissões de gases de efeito estufa das atividades intensivas de energia continuam sendo vitais e benéficos para as sociedades", afirmou.
Cientista do Clima Oceânico na Universidade de Southampton, Meric Srokosz disse que o estudo é significativo, porque mostra que as mudanças nas temperaturas que ocorreram ao longo de milhares de anos estão agora ocorrendo no espaço de um século.
"Isso demonstra o rápido impacto da humanidade no planeta e aumenta a possibilidade de subidas significativas no nível do mar em longo prazo", 

Corrida do ouro mobiliza milhares no AM

Corrida do ouro mobiliza milhares no AM
 NOVO ARIPUANÃ (AM)
Avesso à vida urbana, o agricultor Arildo Ari Mar, 72, nunca quis seguir os irmãos e trocar a comunidade Santa Rosa por Manaus, a cerca de 500 km de viagem de barco. Há um mês, porém, ele viu uma cidade de garimpeiros surgir sobre o trecho do rio Madeira diante da sua casa.
"Essas balsas chegaram do nada. Nem sabíamos que tinha ouro aqui. Sei que testaram ali, ficaram e foi chegando pessoal de Humaitá, Porto Velho", diz o ex-seringueiro.
Na gíria amazônica, o fenômeno é conhecido como fofoca. Um garimpeiro encontra grande quantidade de ouro, a notícia se espalha, e logo uma multidão surge para buscar a mesma sorte.
Desta vez, a corrida do ouro se deu em trecho do rio Madeira bem em frente à comunidade de 16 famílias, fundada no final do século 19 pelo avô de Arildo, no ciclo da borracha. A área faz parte da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Madeira, de 283 mil hectares.
No início, durante as primeiras semanas deste mês, havia cerca de 700 balsas de garimpo, segundo a administração da RDS. Isso significa uma população flutuante de 3.000 pessoas. Todas operando ilegalmente.
Mas não havia ouro para todo mundo, e o minério começou a "fracassar". Quando a Folha esteve na região, em meados do mês, cerca de metade das balsas já havia deixado o local.
Por outro lado, havia quatro grandes dragas recém-chegadas em operação, com capacidade de processamento equivalente a várias balsas. Conhecidas como "dragões", podem consumir mil litros de diesel por dia e conseguem perfurar pedras no fundo do leito.
Os transtornos da invasão para os moradores foram imediatos. Por causa da contaminação, passaram a comprar galões de água em Novo Aripuanã, a cidade mais próxima, a cerca de 40 km.
Do barco escolar, crianças, na maioria evangélicas, chegaram a ver mulheres nuas em cima do prostíbulo flutuante, estacionado a poucos metros das casas. O barulho do motor não para. As plantações de banana, principal fonte de renda, viraram banheiro para os garimpeiros. A pesca foi interrompida.
Até agora, as ações de fiscalização foram pontuais e de pouco efeito. No início, o chefe da RDS, Miqueias Santos, usou dois PMs para retirar garimpeiros de uma praia. Dias depois, recebeu ameaças e teve de deixar Novo Aripuanã.
Por se tratar de um rio interestadual, a fiscalização é de responsabilidade federal, mas apenas a Marinha esteve na região, limitando-se a inibir que os balseiros obstruam a navegação e a fiscalizar condições de segurança.
À Folha, o secretário estadual de Meio Ambiente, Antônio Stroski, afirmou que grandes ações de comando e controle na Amazônia são lentas por causa das distâncias e do custo, mas que uma operação com o governo federal está sendo planejada.
DIVERGÊNCIAS
Passado o susto inicial, a comunidade Santa Rosa, toda com laços de parentesco, se dividiu. Parte das famílias quer a saída imediata e incondicional dos garimpeiros. Sentindo-se ameaçadas após darem entrevista a uma TV local, se recusaram a falar com a reportagem.
Mais pragmática, a ala liderada por Arildo já se acostumou com a ideia de conviver com o garimpo, que pode ficar em atividade por anos, principalmente durante o período da seca. "Estamos até entrosados", afirma.
Na condição de presidente da associação de moradores, Arildo passou a pedir uma contribuição semanal de R$ 100 para cada uma das balsas. Com o dinheiro arrecadado, já comprou um gerador de eletricidade novo e planeja um poço artesiano.
Empolgado, um dos seus filhos pegou dinheiro emprestado para investir cerca de R$ 30 mil numa balsa e contratou dois garimpeiros. Nos dias em que a reportagem esteve na região, tentava colocar o motor para funcionar.
"Entrei no negócio pela fofoca do ouro", diz Arildo Filho, 40. "Mas não sei operar."
Como fábricas rudimentares, balsas têm difíceis condições de trabalho
Imersas na maior floresta do mundo, as balsas de garimpo parecem saídas da Revolução Industrial. O barulho alto do motor ligado dia e noite, o ar impregnado de fumaça de óleo diesel e o espaço exíguo fazem esquecer que se está em plena Amazônia.
Foi sobre balsas assim que Jaime Cruz, 50, o Jamico, passou a maior parte da sua vida. Atrás do ouro desde os 22 anos, possui quatro delas, operadas com seis filhos, nove garimpeiros e a mulher.
Filho de seringueiro, Jamico nasceu em uma comunidade ribeirinha próxima a Humaitá (AM), na bacia do Madeira. De infância pobre, compara-se com os filhos dizendo que "já foram criados tomando água gelada", mas afirma que o garimpo só tornou a vida um pouco melhor.
"Nós não temos tempo de morar em terra. Se parar, o que vou comer?", diz Jamico, um dos primeiros a chegar à nova "fofoca", gíria usada tanto para indicar um local de ouro recém-descoberto quanto para uma fila de balsas.
As condições de trabalho são difíceis. Amarradas em linha a poucos metros do barranco, cada balsa tem uma mangueira acoplada a um motor que suga água e terra do rio. A maioria é operada de cima, mas algumas balsas usam mergulhadores, submersos de 3h a 4h por turno.
Água e lama passam por uma plataforma inclinada forrada de carpete, capaz de reter o pó do ouro, e volta ao rio.
A cada intervalo, um garimpeiro usa a cuia para checar se a água está trazendo ouro ("fagulhando"). Caso não esteja, a mangueira é mudada de posição. No rio Madeira, o ouro é extremamente fino e com ordem de pureza de mais de 98%, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
DESCANSO EM REDES
Nas balsas do Jamico, três garimpeiros, geralmente em chinelos e sem camisa, se revezam no controle do fluxo da água em turnos de 4h, noite e dia. O descanso é sobre redes num pequeno espaço acima do motor e do carpete.
"Por obrigação, nos acostumamos a essa vida. O barulho do motor já é a nossa cantiga pra dormir", diz Jamico.
A cada 40 horas, o motor é desligado para que o ouro possa ser extraído do carpete e recuperado com uso do mercúrio. O resultado de tantas horas costuma ser do tamanho de uma bola de gude, da qual 45% é ouro.
Depois de separado, é vendido a um comprador, que geralmente aparece aos domingos, o único dia de descanso. Naquela semana, o grama saía por R$ 108.
Para o ambiente, a boa notícia é que a queima para a separação do ouro passou a ser feita no cadinho nos últimos anos. O aparelho, parecido a uma pequena panela, retém quase todo o mercúrio, que pode ser usado novamente.
É um alívio para o garimpeiro devido ao alto custo do mercúrio -1 kg do mineral custa cerca de R$ 1.000.
A atividade, porém, tem impactos ambientais significativos. Para o DNPM, os principais problemas são a mudança no leito do rio, despejo de derivados de petróleo e a perturbação da fauna aquática.
Dono de uma balsa vizinha à de Jamico, Edemir Albuquerque, 51, admite que o garimpo polui, mas diz que é pouco em comparação ao lixo produzido pelas cidades amazônicas.
Secretários do município fazem cobrança ilegal
A corrida do ouro não atrai apenas garimpeiros. Em um domingo, acompanhados de dois PMs armados, três secretários municipais de Novo Aripuanã visitavam balsa por balsa exigindo um imposto municipal de R$ 200 de cada um.
A cobrança é ilegal, segundo a secretaria estadual de Meio Ambiente.
Surpreendidos pela reportagem da Folha, eles explicaram que a cobrança se refere a um imposto municipal e que agiam em nome do prefeito da cidade, Robson de Sá (Pros).
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Herald Santana, a cobrança tem amparo em uma lei que licencia extração mineral. Falou que a visita servia para "promover educação ambiental", mas admitiu que não haveria nenhuma sanção para quem não pagasse.
Com ele estavam o secretário de Habitação e Tributo Municipal, Jorge Sá de Assis, e o secretário da Agricultura, Valmir Mello.
Aos garimpeiros que concordavam com a cobrança, os secretários entregavam um recibo escrito a mão. Em pelo menos um caso, eles aceitaram receber apenas R$ 100.
"Isso é sacanagem", disse o secretário estadual de Meio Ambiente, Antonio Stroski. Segundo ele, o licenciamento é competência do Estado.

China atinge meta de crescimento, mas vive ameaça de Trump



China atinge meta de crescimento, mas vive ameaça de Trump




A economia da China evitou uma aterrissagem forçada em 2016 graças a robustos estímulos monetários e fiscais, mas as autoridades econômicas do país agora se preparam para ventos contrários, dada a possibilidade de uma guerra comercial com os EUA, depois da posse de Donald Trump.
O PIB (Produto Interno Bruto) chinês, o segundo maior do mundo em termos nominais, mas já o maior em termos de paridade de poder aquisitivo, cresceu 6,7% no ano passado, ante 6,9% em 2015. No quarto trimestre, a expansão foi de 6,8% em relação ao mesmo período de 2015.
Foi o mais baixo crescimento anual desde 1990, mas cumpriu com folga a meta governamental de um crescimento de entre 6,5% e 7%. O desempenho no quarto trimestre superou a expectativa média dos economistas consultados em uma pesquisa da Reuters, que previam crescimento anualizado de 6,7%.
Em discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos, o líder chinês, Xi Jinping, defendeu o livre comércio e a globalização, oferecendo um contraste implícito com as posições de Trump. Os economistas afirmam que uma guerra comercial poderia ter pesado custo para a China.
"Acredito que, ao assumir, Trump considerará a situação da perspectiva de que os dois lados se beneficiam e expandirá a cooperação mantida há tanto tempo entre os dois países", disse Ning Jizhe, diretor do Serviço Nacional de Estatísticas da China.
Zhu Haibin, economista-chefe do JPMorgan de Hong Kong para o mercado chinês, apontou que as exportações brutas representam mais de 25% do PIB chinês e que as indústrias exportadoras, que empregam mão de obra em escala maciça, respondem por parcela desproporcional do emprego no país. Isso significa que grande número de trabalhadores poderiam ser afetados caso as exportações venham a cair subitamente.
"A China é um país muito orientado à exportação. Muita gente trabalha nessas áreas. Se as exportações aos Estados Unidos caírem 10%, muitos trabalhadores serão afetados", disse Zhu.
Embora o emprego possa sofrer no caso de uma guerra comercial, o impacto sobre o PIB seria menos severo, dizem os economistas. Com a queda das importações, em companhia das exportações, as exportações líquidas —a variável que afeta diretamente o PIB— seriam pouco afetadas.
Além de uma guerra comercial, a principal ameaça à economia chinesa seria a dependência continuada quanto a investimentos alimentados por dívidas, para impulsionar o crescimento, dizem os economistas. Exportações mais baixas poderiam forçar as autoridades a confiar ainda mais pesadamente nesse modelo a fim de defender a meta de crescimento do país.
Em um sinal da maneira pela qual os propulsores tradicionais do crescimento chinês estão claudicando, o investimento em ativos fixos —que inclui gastos em novas fábricas, novas moradias e infraestrutura— cresceu 8,1%, seu ritmo mais lento desde 1999. A indústria causou o maior arrasto, porque os proprietários de fábricas do setor privado optaram por moderar sua expansão, diante da demanda fraca e da capacidade produtiva excessiva.
Mas a habitação foi um ponto positivo. As vendas de imóveis cresceram 22,5%, em termos de área construída, o ritmo mais rápido em sete anos, e os preços dispararam nas grandes cidades, gerando alertas quanto a uma possível bolha. Os analistas antecipam que o mercado da habitação tenha se desacelerado em 2016, diante das medidas do governo para reduzir a alta no preço dos imóveis, uma causa de ira popular.
Em maio, um artigo de opinião muito comentado publicado pelo "Diário do Povo", o jornal oficial do Partido Comunista, de autoria de "uma pessoa em posição de autoridade" -supostamente um assessor sênior do presidente Xi-, advertiu que a economia continuava a depender perigosamente de investimentos bancados por dívidas. Os analistas imaginaram, no momento da publicação, que o artigo estava sinalizando uma mudança de política econômica, mas o crescimento forte do crédito foi mantido pela maior parte do ano.
"O crescimento excessivo da base monetária em 2016 criou problemas de bolha. No futuro, será necessário reduzir mais o endividamento. Não há como afrouxar ainda mais a política monetária", disse Zhang Yiping, economista da China Merchants Securities, em Pequim.
Enquanto isso, o progresso foi lento quanto a reformas politicamente difíceis tais como o fechamento das companhias "zumbis" ineficientes e a reforma dos direitos de propriedade de terra na área rural.
O Partido Comunista realizará uma reunião no final de 2017 para escolher seus principais líderes para os próximos cinco anos e por isso os economistas antecipam mais um ano de pouco avanço. Pouca gente acredita que Xi venha a tolerar a desaceleração no crescimento que resultaria de medidas agressivas de reforma, em curto prazo, já que o momento é de busca da força política necessária a colocar seus aliados em postos importantes.

Os três fácies do kimberlito

Os três fácies do kimberlito


Seguindo o nosso trabalho de base a respeito da geologia do diamante, iniciado com:Qualquer um pode achar um corpo com diamantes, estamos apresentando os diversos tipos de kimberlitos através das diversas morfologias e petrologias, ou seja, os seus fácies conhecidos.


KIMBERLITO DE CRATERAS
A morfologia de superfície de kimberlitos intemperizados é caracterizada por uma cratera de até dois quilômetros de diâmetro cujo piso pode estar a centenas de metros abaixo da superfície. A cratera é geralmente mais profunda no meio. No entorno da cratera há um anel de tufa relativamente pequeno (em geral com menos de 30 metros) quando comparado com o diâmetro da cratera. Duas categorias principais de rochas são encontradas em kimberlitos de crateras: piroclásticas, depositadas por forças eruptivas e epiclásticas, retrabalhadas por água.
Rochas Piroclásticas: Encontradas preservadas em anéis de tufa no entorno da cratera ou dentro da cratera. Os anéis possuem pequena relação altura por diâmetro da cratera e são preservados em muito poucos kimberlitos. Os únicos locais com anéis de tufa bem preservados no mundo são Igwisi Hills na Tanzânia e Kasami em Mali. Os depósitos são normalmente acamados, vesiculares e carbonizados.
Rochas Epiclásticas: Estes sedimentos representam retrabalho fluvial no material piroclástico do anel de tufa no lago formado no topo da diatrema. Apresentam-se dispersas quanto mais afastadas do centro e das paredes rochosas.
Considerando a raridade de kimberlitos de crateras é difícil desenvolver um modelo para determinar com certeza que todos os kimberlitos serão conformados segundo as características observadas acima.
KIMBERLITO DE DIATREMAS
Diatremas kimberlíticas possuem de 1 a 2 quilômetros de profundidade e geralmente apresentam-se como corpos cônicos que são circulares ou elípticos na superfície e afinam com a profundidade. O contato com a rocha hospedeira é dado usualmente entre 80 e 85 graus. A zona é caracterizada por material kimberlítico vulcanoclástico fragmentado e xenólitos agregados de vários níveis da crosta terrestre durante a subida do kimberlito à superfície.
KIMBERLITO ABISSAL
Estas rochas são formadas pela cristalização de magma kimberlítico quente e rico em voláteis. Geralmente não possuem fragmentação e parecem ígneos.
São notáveis as segregações de calcita-serpentina e as segregações globulares de kimberlito em uma matriz rica em carbonato.
Vários modelos de classificação foram desenvolvidos para os kimberlitos e as grandes variações de textura e mineralogia apresentadas por estas rochas implicam em dificuldades para classificá-los. O modelo mais conhecido e geralmente bem aceito foi proposto por Clement e Skinner (1985). Esta classificação é largamente utilizada, no entanto é importante notar aqui as implicações genéticas neste modelo. O termo “tufisítico” significa presumir que o kimberlito foi formado através de processo de fluidização, porém ainda existem controvérsias com relação à formação dos kimberlitos.
As subdivisões das fácies principais são determinadas visualmente por diferenças na textura. As características diferenciadoras podem ser resumidas:
Kimberlitos de crateras são reconhecidos por características sedimentares. Kimberlitos de diatremas são reconhecidas por formações geodésicas do magma cristalizado e formações semelhantes geradas durante a perda dos gases. Kimberlitos abissais são comumente reconhecidos pela presença abundante de calcita e textura segregada com macro/mega-cristalizações.

A divisão entre “breccia” e “não breccia” denomina rochas fragmentadas e é comumente aportuguesada do italiano pelo termo “brecha”. A denominação aqui é baseada no volume percentual dos fragmentos visíveis macroscopicamente. Qualquer rocha com mais de 15% do volume de fragmentos visíveis é denominada “breccia”. Fragmentos podem ser acidentados ou cognatos. Vale ressaltar que não existem classificações inteiramente aceitas para o kimberlito.. 

Os boarts: ou o porque dos diamantes feios ser mais importantes para o prospector do que os diamantes bonitos

Os boarts: ou o porque dos diamantes feios ser mais importantes para o prospector do que os diamantes bonitos


Os diamantes extraídos das várias minas são classificados como pedras preciosas ou industriais, conforme a sua forma e pureza. Em geral, apenas os diamantes cuja pureza e limpidez não são suficientes para seu uso como pedras preciosas é que são classificados como industriais.

A porcentagem de diamantes industriais varia bastante de uma mina para outra — por exemplo, na Consolidated Diamond Mines of South West África, 9,8% são preciosos e 90,2% industriais. nos grandes depósitos do Zaire, onde mais de 80% dos diamantes são industriais e menos de 20% podem ser classificados como gema ou quase gema.

Foram essas enormes jazidas do Zaire que, até o advento do diamante sintético, supriram em grande parte a demanda mundial de diamantes industriais, do tipo empregado para a geração de pós e grãos abrasivos.

Seria interessante explicar brevemente a classificação dos diamantes industriais. 

A classificação mais ampla é uma divisão em dois tipos. O de qualidade inferior que serve apenas para ser britado para uso como abrasivo industrial, conhecido como “boart”, e que constitui o maior volume apesar de ter o menor valor. 

O diamante de melhor qualidade do que o que é britado é subdividido, por sua vez, conforme sua utilização geral — diamantes para perfuração nas indústrias de mineração e petróleo, dressadores para a retificação de rebolos abrasivos, etc.

Num primário para diamantes como kimberlito ou lamproito, os diamantes formam todos os tipos, desde o mais bonito (gema) ate o mais feio (boart) e sempre tem mais boarts do que gemas, mas nas aluviões, como os boarts são fracos, já se desfizeram; Portanto se nas aluviões tiver 85 a 100% de gemas, a fonte primária esta longe (centenas de kms), mas se tiver só 30% de gemas e 70% de boarts, estamos perto da fonte (alguns kms).
Mais boarts, mais perto da fonte e, portanto a proporção de boarts passou a formar  uma metodologia de approach

Mas cuidado, a fonte pode não existir mais, tiver sido completamente erodida, pois a rocha que contem os diamantes é muito fraca, ainda mais num ambiente amazônico e neste caso, a proporção maior de boarts ira nos aproximar do que era e não do que é