quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A Lua é filha da Terra?

A Lua é filha da Terra?


A Lua é filha da Terra?
As descobertas podem lançar pelo espaço a teoria mais aceita atualmente sobre a formação da Lua. [Imagem: Cosmic Collisions Space Show/Rose Center for Earth and Space/AMNH]

Uma nova análise química de rochas lunares mostrou que nosso satélite é muito mais parecido com a Terra do que os cientistas acreditavam.
Formação da Lua
A teoria mais aceita atualmente afirma que a Lua teria sido gerada quando um planeta hipotético do tamanho de Marte - conhecido como Théia, ou Téia - teria saído de sua órbita e entrado em rota de colisão com a Terra.
O impacto arrancou as camadas externas de Téia e da Terra, deixando enormes quantidades de detritos em órbita da nova Terra-híbrida. Esse material eventualmente coalesceu sob sua própria gravidade e formou a Lua.
Composição da Lua
Para que esse modelo seja consistente, cerca de 40% da composição da Lua deveria ter vindo de Téia.
Contudo, ao comparar a abundância relativa dos isótopos titânio-47 e titânio-50 em rochas lunares, Junjun Zhang e seus colegas da Universidade de Chicago descobriram que a proporção dos dois isótopos é exatamente a mesma da Terra - cerca de 4 partes por milhão.
Já se sabia que a composição isotópica do oxigênio na Lua também é similar à da Terra, mas o oxigênio se vaporiza muito facilmente durante uma colisão, e essa semelhança pode ser resultado de uma troca posterior.
Ocorre que o titânio não vaporiza tão facilmente. Segundo Zhang, seria virtualmente impossível que a Lua e a Terra tivessem atingido a mesma composição.
Análises de meteoritos, por outro lado, vistos como restos de eventuais corpos planetários errantes pelo Sistema Solar, confirmam que a composição de Téia seria muito diferente da composição da Terra.
Novas teorias para a formação da Lua
Mas os cientistas afirmam que ainda não é hora de descartar a hipótese do choque Téia-Terra para explicar a origem da Lua, porque o choque pode ter desencadeado processos sobre os quais ainda não se tem conhecimento.
A principal razão, contudo, é que a única teoria alternativa para a formação da Lua propõe uma Terra girando extremamente rápido, a ponto de atirar material de sua própria crosta para o espaço - mas ninguém tem uma ideia sobre o que teria diminuído posteriormente a velocidade do nosso planeta.
Enquanto isso, as sondas gêmeas STEREO estão procurando sinais de meteoritos com composição similar à da Lua e da Terra, com o objetivo de dar novas ideias sobre a formação da Lua.

Outra novidade recente, que pode ajudar neste estudo, é a descoberta de dois planetas na mesma órbita, o que poderia sugerir uma composição mais similar entre Téia e Terra se ambos fossem gêmeos orbitais.

Por que os dias na Terra estão ficando mais longos?

Por que os dias na Terra estão ficando mais longos?


Por que os dias na Terra estão ficando mais longos?
Os astrônomos se basearam na observação de eclipses lunares e solares por babilônios, gregos, chineses e árabes.[Imagem: F. R. Stephenson et al. - 10.1098/rspa.2016.0404]

Cientistas acreditam que os dias na Terra estão ficando mais longos.
Duração dos dias
Não é muito, apenas 1,8 milissegundo por século. Então não daria para comemorar um dia mais longo com uma bela caminhada em um parque ou em uma praia - para ganhar um minuto a mais, será necessário esperar 3,3 milhões de anos.
A conclusão é de astrônomos que determinaram que os dias na antiga Babilônia eram mais curtos. Leslie Morrison, do Observatório Real de Greenwich, no Reino Unido, analisou com sua equipe as teorias gravitacionais sobre o movimento da Terra ao redor do Sol e da Lua ao redor da Terra.
Eles perceberam que, no passado, babilônios, gregos, chineses, árabes e até os europeus medievais observaram eclipses lunares e solares em momentos e lugares que não coincidem com os do presente.
Astronomia babilônica
O evento mais antigo catalogado foi o eclipse solar que ocorreu no ano 720 A.C. Ele foi observado por astrônomos em um local na Babilônia, onde hoje é o Iraque. Para descobrir como a rotação do nosso planeta variou no período de 2.735 anos, os estudiosos compararam os registros históricos com um modelo criado em computador que calculava onde e quando as pessoas teriam visto estes eclipses do passado se a rotação da Terra tivesse se mantido constante.
Eles chegaram à conclusão de que o eclipse solar de 720 A.C. não poderia ter sido observado onde hoje é o Iraque, e sim em algum lugar na região oeste do oceano Atlântico.
"Mesmo com as observações (de eclipses no passado) sendo rudimentares, podemos ver uma discrepância consistente entre os cálculos e onde e quando os eclipses realmente foram vistos. Isto significa que a Terra está variando em seu movimento de rotação", disse Morrison ao jornal britânico The Guardian.
Formação da Lua
De acordo com astrônomos, a Terra já teria passado por uma mudança em sua rotação há 4,5 bilhões de anos, quando um corpo celeste do tamanho de Marte se chocou contra nosso planeta e ejetou o material que que formou a Lua.
Neste hipotético evento de proporções cataclísmicas - chamado de teoria do grande impacto -, um dia na Terra pode ter pulado de seis para as atuais 24 horas.
O planeta segue desde então desacelerando e o principal efeito de frenagem vem da gravidade da própria Lua. Mas a interação entre as marés dos oceanos e os continentes da Terra é também um importante fator, segundo Morrison.
Frenagem da Terra
Quando os continentes são atingidos pela força do mar, o planeta perde o ímpeto. Mas os modelos e teorias que levam em conta apenas este fenômeno sugerem que a rotação da Terra deveria estar desacelerando mais do que previsto pela análise dos dados de eclipses - cerca de 2,3 milissegundos por dia a cada século.
Então, os pesquisadores acreditam que outros fatores também devem estar influenciando. E suspeitam que a mais recente era do gelo na Terra, há 13 mil anos, alterou a forma do planeta e influenciou a velocidade de rotação.
Mudanças nos níveis dos mares e nas forças eletromagnéticas entre o centro da Terra e sua crosta rochosa também podem ter tido efeito na rotação do planeta.

Devido a estas variações, os relógios atômicos, de alta precisão, precisam ser ajustados periodicamente para se manter em sintonia com a rotação do planeta. Por isso, na passagem de Ano Novo, o ajuste fará com que o dia 31 de dezembro tenha um segundo a mais.

Luz é gerada é partir do nada

Luz é gerada é partir do nada


Luz é gerada é partir do nada
O vácuo quântico é o tecido do próprio Universo e sempre houve curiosidade dos cientistas em saber se seria possível extrair energia dele. [Imagem: iStockphoto/Evgeny Kuklev/Umich]

Se você não entende nada de física quântica, não se avexe: Richard Feynman, um dos mais aclamados físicos do último século, dizia que ninguém entende de física quântica.
O estranho mundo quântico
A realidade, contudo, é que ela está lá e, de forma bem prática, é a física quântica que explica o funcionamento dos computadores, dos supercondutores, dos microscópios eletrônicos, das comunicações por fibra óptica, enfim, de quase tudo o que nos leva a chamar o período em que vivemos de "era da tecnologia".
Mas que a física quântica é estranha, isso ela é, sobretudo porque, nas dimensões atômicas e subatômicas, as coisas se comportam de maneiras que ferem nossa intuição, fundamentada no que chamamos de "mundo clássico", explicado pela "física clássica".
Vácuo quântico
Um exemplo típico da estranheza do mundo quântico é o vácuo: faça um vácuo perfeito, eliminando tudo de um determinado espaço, até a última molécula e o que você terá? Nada?
Não exatamente: você terá o vácuo quântico.
O vácuo quântico é um estado com a menor energia possível, uma espécie de sopa de campos e ondas de todas as frequências, o que inclui as forças eletromagnéticas, mas também as ondas que representam as partículas.
Nessa sopa real, partículas saltam continuamente entre a existência e a inexistência.
Essas partículas são tão efêmeras que os físicos as chamam de "partículas virtuais", embora elas tenham efeitos sobre o mundo real.
É por isso que os físicos afirmam que a matéria é resultado das flutuações do vácuo quântico.
Eles acreditam também que corpos celestes extremos podem atuar diretamente sobre o vácuo quântico, produzindo energias capazes de interferir até com fenômenos astrofísicos.
Faça-se a luz
A maior parte dessas explicações ainda está no reino das hipóteses e das teorias. Ou, pelo menos, estava.
Pela primeira vez, uma equipe de físicos afirma ter conseguido gerar coisas desse "nada" quântico. Mais especificamente, eles fizeram com que vácuo quântico gerasse fótons reais. Ainda mais claramente, tentando trazer isso para o senso comum, eles emitiram luz do nada.
Será necessário esperar que outros grupos refaçam o experimento; mas, se confirmado, esta certamente se transformará em uma das experiências científicas mais bizarras e famosas da história, e uma importante prova prática da validade da mecânica quântica.
Luz é gerada é partir do nada
O vácuo quântico é um estado com a menor energia possível, uma espécie de sopa de campos e ondas de todas as frequências, de onde partículas virtuais saltam continuamente entre a existência e a inexistência. [Imagem: Lee Brain]
Realizando o virtual
Ora, se o vácuo quântico é uma sopa na qual pululam partículas virtuais, deve ser possível detectar ou mesmo capturar essas partículas. Foi isto o que motivou Per Delsing e seus colegas da Universidade Tecnologia de Chalmers, na Suécia.
Os cientistas já sabiam como detectar indiretamente as partículas virtuais "emitidas" pelo vácuo quântico usando dois espelhos, colocando-os muito próximos um do outro.
Essa proximidade limita a quantidade de partículas virtuais que podem vir à existência entre os dois espelhos. Como passam a existir mais partículas virtuais fora dos espelhos do que entre eles, cria-se uma força que empurra um espelho na direção do outro.
Esse empurrão, conhecido como Força de Casimir, é forte o suficiente para ser medido pelos instrumentos atuais.
Luz do nada
Mas os teóricos previam que as coisas poderiam ficar mais interessantes se fosse usado um espelho só, que poderia absorver energia das partículas virtuais e, sendo um espelho, reemití-las na forma de fótons reais.
O problema é que, para isso dar certo, o espelho teria que se mover a uma velocidade próxima à velocidade da luz, algo impraticável com a tecnologia atual.
Delsing e seus colegas deram um jeito de sair desse impasse usando um sensor extraordinariamente sensível a campos magnéticos, chamado SQUID (Superconducting Quantum Interference Device), e fazendo-o funcionar como um espelho.
Quando um campo magnético atravessa o SQUID, ele move-se ligeiramente. Alterando-se o sentido do campo magnético vários bilhões de vezes por segundo força-se o SQUID-espelho a sacudir velozmente - tão rápido que ele atinge cerca de 5% da velocidade da luz.
E essa velocidade parece ter sido suficiente.
Segundo os físicos, o espelho gera um chuveiro de fótons, que saem desse nada chamado vácuo quântico, refletem-se no espelho, e surgem para o mundo real, onde podem ser detectados por fotocélulas.
Luz é gerada é partir do nada
O espelho gera um chuveiro de fótons, que saem desse nada chamado vácuo quântico, refletem-se no espelho, e surgem para o mundo real, onde podem ser detectados por fotocélulas. [Imagem: Wilson et al.]
Os cientistas afirmam que, conforme previsto pela teoria quântica, os fótons têm cerca de metade da frequência das sacudidas do espelho.
Luz de Feynman
No estágio atual, com este experimento pioneiro, ainda não é possível prever alguma aplicação para o efeito, uma vez que a luz gerada é muito fraca para fins práticos.
Mas pode ser uma luz suficiente para clarear as esquisitices da mecânica quântica e, quem sabe, tirar a razão de Feynman: quem sabe dos cientistas já não estejam começando a entender "alguma coisa" de mecânica quântica?
Se este for o caso, logo poderá ser dada razão a um outro grupo de físicos que, em 2006, previu que será possível, no futuro, construir nanomáquinas alimentadas pela energia do "nada".

Veja outras pesquisas sobre o vácuo quântico:

MAPA GEMOLÓGICO DO ESPÍRITO SANTO

Este mapa fará parte da 3ª edição do livro "A Pedra da Onça: jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo, trabalho que é realizado atualmente. Esta página mostra alguns minerais-gema e onde se localizam ao longo dos municípios capixabas.

PANCAS- ES

PANCAS-ES


           Vista parcial das montanhas de Pancas

Conforme afirmam cidadãos de Pancas, no parágrafo assinalado em vermelho (abaixo), dão conta de que as gemas de água-marinha doadas à rainha da Inglaterra e que ornam um colar e uma tiara, são reclamadas como oriundas de Pancas e são parte de um grande cristal encontrado em 1943, pesando 25 quilogramas. Há outros que afirmam que as gemas ornadas com essa mesma gema brasileira teriam origem em achados no grande garimpo da Pedra da Onça, localizado em Itarana-ES. Agora, deixo a palavra com os entendidos. Esse fato foi publicado recentemente no Jornal A Tribuna.
Situado ao Norte do Estado o lugar começou a ser colonizado em 1918 quando em suas matas ainda era possível se deparar com índios. Logo depois vieram os mineiros, alemães e pomeranos. O lugar acolhe gente de origens, costumes e cultura diversos. A região guarda cachoeiras e montanhas, ideais para escaladas. Mas alguns desportistas descobriram esse filão. Quando o paisagista Burle Marx conheceu Pancas, expressou assim seu sentimento. “Fiquei deslumbrado com a morfologia. Uma série de montanhas de forma cônica, rodeada num vale, no fundo do qual o rio desliza como uma serpente”. A formação geológica, o calor e a umidade do lugar propiciam um clima perfeito para certas plantas exóticas, como a raríssima orquídea de coloração branca, de labelo amarelado, tingida de roxo e de perfume extremamente suave.
A área central de Pancas é contornada por gigantescos rochedos com formatos e aspectos variados. Como as Pedras da Agulha, do Elefante e do Camelo, com 720 metros de altitude, considerado símbolo da cidade pelos mais antigos. As cachoeiras ficam a poucos metros do Centro. A Bassani é uma queda d’água que encanta, tem cem metros e distante apenas três quilômetros da sede. Tem boa infraestrutura para receber os visitantes que começaram a chegar há dez anos. A partir das cachoeiras e rios são formadas piscinas naturais com águas cristalinas, cercadas de remansos que a tornam seguras para banho. Os principais rios são afluentes do rio Doce.

Moradores ficam ricos com as pedras
A partir de 1943, Pancas tornou-se conhecida por suas pedras preciosas. Naquele ano foi encontrada ali uma das maiores águas marinhas do mundo, com 25 quilos, avaliada em U$ 2,5 milhões. A pedra acabou por provocar uma batalha jurídica porque foi levada ilegalmente para os Estados Unidos. Segundo documentos do arquivo da Prefeitura de Pancas, o então embaixador Assis Chateaubriand, representante diplomático do Brasil e da Inglaterra, teria presenteado a rainha Elizabeth com um colar feito desta pedra. Outra água marinha, com 19 quilos, foi encontrada em 1987. Pancas concentra ainda jazidas ricas em topázio, ametista, crisólita, crisoberilo e cristal de quartzo. Os moradores antigos lembram que os proprietários de terras fizeram fortuna extraindo pedras preciosas. Algumas destas fazendas permanecem abertas para que os visitantes acompanhem o processo de extração e garimpagem de minerais.