sábado, 4 de março de 2017

Jogo do Bicho

Jogo do Bicho


Jogo do Bicho

Jogo do Bicho

O jogo do bicho é uma loteria clandestina, que compreende os números de 0000 a 9999, num total de dez mil milhares, cujas combinações estão associadas a 25 animais. Os prêmios são pagos de acordo com os resultados da loteria federal ou por sorteios próprios, válidos para uma circunscrição (Rio de Janeiro e Niterói, por exemplo), ou particulares (da casa ou "mão-no-saco").

Visto por muito tempo com complacência pela sociedade brasileira, que só atentava para o que ele tinha de "folclórico", o jogo do bicho sempre foi uma forte e perigosa fonte de corrupção.

Proibido em todo o território nacional, o jogo do bicho é definido como contravenção penal, já que canaliza uma parcela considerável da moeda circulante, lançada em circuito fechado e improdutivo, que só beneficia os donos do jogo. Além disso, são as classes de menor faixa de renda que participam mais ativamente do jogo, em seu próprio prejuízo. As apostas são feitas na base de um acordo tácito entre apostador e bicheiro, à margem da lei, segundo o qual "vale o que está escrito" -- toda aposta seria paga pelos donos do jogo. Mas mesmo essa crença, da qual decorre o prestígio do jogo, é falsa, pois as apostas de maior valor são pagas pelo alvitre do bicheiro, já que o apostador não tem legalmente como reclamar.

Para apostar, o jogador passa seu palpite ao apontador, que o anota num papel, entrega o original ao apostador e fica com a cópia. Se o palpite for premiado, o apostador recebe uma quantia em dinheiro proporcional ao valor e à natureza da aposta: quanto menor a chance de acertar, maior o valor do prêmio. Assim, no grupo, em que as probabilidades de acertar são maiores, já que são apenas 25 bichos, o pagamento é de 18 unidades monetárias para cada unidade apostada; e na milhar, de quatro mil para um.

História - O jogo do bicho foi precedido, no Brasil, por outros de mesma espécie: jogos das frutas, dos pássaros e das flores. Esse último  ganhou amplitude nacional e sobreviveu ao jogo do bicho, no interior do país, até a década de 1930. No final do século XIX, o mexicano Manuel Zevada, o mais poderoso "banqueiro" do jogo das flores no Rio de Janeiro, convenceu João Batista Viana Drummond, o barão de Drummond, a explorar, em sociedade com ele, uma réplica do jogo das flores em benefício do pequeno zoológico que Drummond mantinha em sua chácara. Lançada em julho de 1892, a iniciativa teve sucesso imediato. Bancas paralelas se disseminaram por toda a então capital da república e logo foram reprimidas pela polícia. A aposta tornou-se clandestina mas, nem por isso, menos popular.

Um século depois de seu lançamento, o jogo do bicho era controlado, na cidade onde nasceu, por poderosos contraventores, os "banqueiros", que acumularam consideráveis fortunas explorando também outras modalidades clandestinas de jogos, como a roleta. Para disfarçar a ilegalidade de suas atividades, esses poderosos banqueiros começaram a financiar outras atividades populares, sobretudo o futebol e o carnaval, no Rio de Janeiro por meio das escolas de samba. Conseguiram durante muito tempo um grande espaço nos meios de comunicação, sempre no papel de benfeitores, pois empregavam pessoas sem qualificação profissional ou concediam benefícios a comunidades carentes, em geral atendendo a necessidades que corretamente competiriam ao estado. No comando de quadrilhas bem armadas e dispondo de recursos astronômicos, os banqueiros terminaram por constituir o ápice da pirâmide do crime organizado, uma verdadeira máfia que muitas autoridades ligavam ao tráfico internacional de drogas.

ÁGUA-MARINHA

ÁGUA-MARINHA


Água-marinha

A pedra semipreciosa denominada água-marinha é, como a esmeralda, a morganita e o heliodoro, uma variedade de berilo (silicato de berílio), cuja fórmula química é Be3Al2(SiO3)6. O peso específico dessa substância é 1,58 e sua dureza vai de 7 a 7,5 numa escala em que a dureza máxima, só alcançada pelo brilhante, é dez. O sistema de cristalização da água-marinha é hexagonal e forma prismas quase cilíndricos, mais límpidos e maiores do que as esmeraldas. Seu colorido é azul, verde-azulado ou verde-mar.

Uma água-marinha de forma globular ocupa o ponto central da coroa dos soberanos do Reino Unido, e outras gemas do mesmo tipo integram coleções milionárias em todo o mundo.

O Brasil é o maior exportador de águas-marinhas. As jazidas brasileiras, especialmente as do vale do rio Jequitinhonha, produzem pedras de ótima qualidade. Dois dos maiores cristais de que se tem notícia foram encontrados em 1955, no estado de Minas Gerais. O Marta Rocha, originário de Teófilo Otoni, pesou 33,92kg e a pedra batizada Lúcia, proveniente da lavra de Garajaú, alcançou 61kg de peso. Outros produtores importantes são a Rússia, Madagascar, Sri Lanka, Índia e Estados Unidos. As maiores coleções são as do Museu Geológico de Londres e a da Smithsonian Institution, em Washington.

Cerrado, Características do Cerrado Brasileiro

Cerrado, Características do Cerrado Brasileiro


Cerrado, Características do Cerrado Brasileiro

#Cerrado, Características do Cerrado Brasileiro

O Cerrado é uma formação vegetal característica do Centro-Oeste brasileiro, o cerrado é constituído de árvores relativamente baixas e tortuosas, disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e gramíneas. A estrutura do cerrado compreende basicamente dois estratos: o superior, formado pelas árvores e arbustos; e o inferior, composto por um tapete de gramíneas. As árvores típicas do cerrado atingem em média dez metros de altura, apresentam casca grossa, protegida às vezes por uma camada de cortiça, troncos, galhos e copas irregulares; algumas possuem folhas coriáceas, em certos casos tão duras que chegam a chocalhar com o vento; em outras, as folhas atingem dimensões enormes e caem ao fim da estação seca.

Um quarto do território brasileiro -- mais de 200 milhões de hectares -- era originalmente ocupado pelo cerrado. Na década de 1990, porém, 47 milhões de hectares já haviam sido substituídos por pastagens plantadas ou culturas de grãos.

O cerrado predomina nos estados do Mato GrossoMato Grosso do SulGoiás e Tocantins. As mais extensas áreas desse tipo de vegetação aparecem em locais de clima quente e úmido, com chuvas de verão e estação seca bem marcadas. Ocorrem subtipos de vegetação, como o cerradão, o cerradinho e os campos sujos. Entre as árvores características dos cerrados destacam-se a lixeira (Curatella americana), o pau-terra de folhas grandes ou miúdas (Qualea grandiflora e Qualea parviflora), o pequi (Caryocar brasiliensis), o pau-santo (Kielmeyera coriacea), o ipê (Tabebuia caraiba) e a peroba-do-campo (Aspidosperma tomentosum). Entre as gramíneas, as mais comuns são o capim-flecha (Tristachya chrysotryx), o barba-de-bode (Aristida pallens) e diversas espécies do gênero Androgopon.

O solo típico do planalto central, onde se encontra a maior parte do cerrado, é constituído de areias e argilas, soltas ou consolidadas em arenitos e filitos, e de calcários e pedregulhos, resultantes do levantamento dos sedimentos do oceano primitivo. Os elementos que formam o estrato superior são providos de raízes profundas, que lhes permite atingir o lençol freático, situado de 15 a 20m de profundidade. Essa circunstância lhes confere melhores condições de sobrevivência ao longo do período de estiagem. As gramíneas do estrato inferior, devido a suas raízes curtas, ressentem-se mais da estiagem, quando entram em estado de latência, ou morte aparente. O tapete rasteiro apresenta então aspecto de palha seca, que favorece a propagação de incêndios, desencadeados pelas queimadas. Mas logo após as primeiras chuvas tudo reverdece e viceja.

Quando devidamente preparado, o solo do cerrado é fértil, como comprovam as grandes plantações de soja, milho, sorgo e outras culturas. No entanto, no Centro-Oeste, imensas áreas foram submetidas a queimadas, para a formação de pastagens, o que provocou o empobrecimento do solo, pela queima de materiais orgânicos, e colocou em risco de extinção certas espécies vegetais e animais, como o tamanduá-bandeira e o lobo guará. Outra ameaça à riqueza desse ecossistema é o plantio indiscriminado de florestas homogêneas de pinheiros e eucaliptos. Mais de 150.000 espécies animais vivem no cerrado, entre elas a ema e o veado-campeiro.

O MAIOR DIAMANTE DO MUNDO

O MAIOR DIAMANTE DO MUNDO


ORIGEM DO NOME: Diamante, do grego 'adamas', significa invencível e 'diaphanes', que significa transparente. Durante a Idade Média, acreditava-se que um diamante podia reatar um casamento desfeito. Era usado em batalhas como símbolo de coragem.

Os antigos o chamavam de pedra do sol, devido ao seu brilho faiscante e os gregos acreditavam que o fogo de um diamante refletia a chama do amor.
Sugere, portanto, a força e a eternidade do amor.

SAIBA COMO NASCE UM DIAMANTE

O DIAMANTE COMO JÓIA
Só a partir do século XV, o diamante foi caracterizado como a jóia da noiva. Sendo Mary de Burgundy a primeira mulher a receber um colar de diamantes como um símbolo de noivado com o Arqueduque Maximilian da Austria em Agosto de 1477. Dos séculos XVII a XIX, usavam-se argolões como anéis de noivado. No século XX, ficou em moda o estilo "chuveiro", mais tarde o anel fieira. Depois o solitário, o estilo mais usado atualmente.

EXPLORAÇÃO: A exploração das minas de diamante começou na Índia, entre os anos 800 e 600 A.C. Durante 2.000 anos, o Oriente produziu todos os diamantes conhecidos, incluindo o "Koh-i-Noor", o russo "Orloff", o "Esperança" e outros diamantes célebres. O seu uso era reservado às cortes reais e aos dignitários da igreja. As espadas, os colares das ordens, os cetros e as coroas usadas nas cerimônias eram ornadas de diamantes.

OS MAIS FAMOSOS DIAMANTES DO MUNDO
O CULLINAN, o maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106 quilates quando bruto e originalmente um pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em 9 pedras principais e 96 pedras menores.

O Estrela da África é a maior das pedras cortadas do Cullinan. é um dos doze mais famosos diamantes do mundo e pertence à COROA INGLESA. Ele pesava 530,20 quilates, tem 74 facetas e ainda é considerado como o maior diamante lapidado do mundo.

KOH-I-NOOR ("Montanha de Luz") Foi mencionado pela primeira vez em 1304, pesando 186 quilates. Uma pedra de corte oval. Acredita-se ter estado, certa vez, engastado no famoso trono de pavão do Xá Jehan como um dos olhos do pavão. Relapidado no reinado da Rainha Vitória, encontra-se hoje em dia entre AS JÓIAS DA COROA INGLESA e pesa atualmente 108,93 quilates.

O Olho do Ídolo - Uma pedra no formato de pêra achatada e do tamanho de um ovo de galinha. O seu tamanho lapidado é de 70,20 quilates. Um outro diamante famoso que uma vez foi colocado no olho de um ídolo antes de ter sido roubado. A lenda também diz que ele foi dado como resgate da Princesa Rasheetah pelo "Sheik" da Kashmir ao Sultão da Turquia qua a tinha raptado.

O Excelsior - A segunda maior pedra já encontrada é o Excelsior, que era de 995,2 quilates quando bruto. Alguns dizem que o Braganza é a segunda maior pedra já encontrada, mas não há registros de sua existência e muitos acreditam ser mitológico ou nem mesmo um diamante.

O Regente - Um diamante verdadeiramente histórico descoberto em 1701 por um escravo índio perto de Golconda, pesava 410 quilates quando bruto. Quando pertencente a William Pitt, primeiro-ministro inglês, foi cortado em um brilhante no formato de uma almofada de 140,5 quilates e, até ter sido vendido para o Duque de Orleans, Regente da França, quando Luís XV ainda era uma criança em 1717, era chamado de "O Pitt". Foi então rebatizado como "O Regente" e colocado na coroa de Luís XV para a sua coroação. Após a Revolução Francesa, foi possuído por Napoleão Bonaparte que o colocou no cabo de sua espada. Atualmente está exposto no Louvre.

O Blue Hope (Esperança Azul) - Mais famoso do que qualquer outro diamante, o Hope foi uma vez possuído por Luís XV, sendo oficialmente designado de "o diamante azul da coroa". Roubado durante a Revolução Francesa, tornou a aparecer em Londres, em 1830 e foi comprado por Henry Philip Hope, razão pela qual atualmente tem esse nome. Foi em poder da família Hope que este diamante adquiriu a reputação horrível de trazer azar. Toda a família morreu na pobreza. Uma infelicidade similar ocorreu com um proprietário posterior, Sr. Edward McLean. Atualmente, encontra-se na Instituição Smithsonian em Washington.

O Grande Mogul - foi descoberto no século XVII. A pedra tem esse nome em homenagem ao Xá Jehan, que construiu o Taj Mahal. Quando bruto, diz-se ter pesado 793 quilates. Atualmente encontra-se desaparecido.

O "Sancy" - pesava 55 quilates e foi cortado no formato de uma pêra. Primeiramente pertenceu a Charles, o Corajoso, Duque de Burgundy, que o perdeu na batalha em 1477. A pedra de fato tem esse nome devido a um dono posterior, Senhor de Sancy, um embaixador francês na Turquia no final do século XVI. Ele o emprestou ao rei francês Henry III que o usou no gorro com o qual escondia sua calvície. Henrique VI da França, também pegou emprestado a pedra de Sancy, mas ela foi vendida em 1664 a James I da Inglaterra. Em 1688, James II, último dos reis Stuart da Inglaterra, fugiu com ele para Paris. O "Sancy" desapareceu durante a Revolução Francesa.

Taylor - Burton Com 69,42 quilates, este diamante no formato de uma pêra foi vendido em leilão em 1969 com a pressuposição de que ele poderia ser nomeado pelo comprador. Cartier, de Nova York, com sucesso, fez um lance para ele e imediatamente o batizou de "Cartier". Entretanto, no dia seguinte, Richard Burton comprou a pedra para Elizabeth Taylor por uma soma não revelada, rebatizando-o de "Taylor-Burton". Ele fez seu debut em um baile de caridade em Mônaco, em meados de novembro, onde Miss Taylor o usou como um pendente. Em 1978, Elizabeth Taylor anunciou que o estava colocando à venda e que planejava usar parte da renda para construir um hospital em Botswana. Somente para inspecionar, os possíveis compradores tiveram que pagar $ 2.500 para cobrir os custos de mostrá-lo. Em junho de 1979, ele foi vendido por quase $ 3 milhões e a última notícia que temos dele é que se encontra na Arábia Saudita.

O Orloff - Acredita-se que tenha pesado cerca de 300 quilates quando foi encontrado. Uma vez foi confundido com o Grande Mogul, e atualmente faz parte do Tesouro Público de Diamantes da União Soviética em Moscou. Uma das lendas diz que "O Orloff" foi colocado como olho de Deus no templo de Sri Rangen e foi roubado por um soldado francês disfarçado de hindu.

Hortensia - Esta pedra cor de pêssego, de 20 quilates, tem esse nome em honra de Hortense de Beauharnais, Rainha da Holanda, que era filha de Josephine e a enteada de Napoleão Bonaparte. O Hortensia fez parte das Jóias da Coroa Francesa desde que Luís XIV o comprou. Junto com o Regente, atualmente está em exposição no Louvre, em Paris.

Entre os mais novos diamantes famosos está o "Amsterdã", uma das pedras preciosas mais raras do mundo, um diamante totalmente negro. Proveniente de uma parte do Sul da África, cujo local se mantém em segredo, tem peso bruto de 55.58 quilates. A belíssima pedra negra tem um formato de uma pêra e possui 145 faces e pesa 33.74 quilates.

sexta-feira, 3 de março de 2017

A enigmática joia que revela a agonia da civilização maia

A enigmática joia que revela a agonia da civilização maia

  • 3 março 2017
Símbolos gravados no pingente de jadeDireito de imagemG BRASWELL UC SAN DIEGO
Image captionJoia apresenta 30 hieróglifos gravados na parte de trás
A descoberta surpreendeu o arqueólogo norte-americano Geoffrey Braswell.
"A gente poderia esperar encontrar algo assim em uma das grandes cidades do império maia, mas não aqui", afirma o professor de Antropologia da Universidade da Califórnia em San Diego.
A joia a que Braswell se refere foi encontrada no sítio arqueológico de Nim Li Punit, localizado no distrito de Toledo, ao sul de Belize, na América Central.
Trata-se de um pingente de jade de cerca de 18cm de largura por 10cm de comprimento. A joia foi encontrada em 2015, mas só agora os cientistas começaram a entender o seu significado.
O objeto é a segunda maior peça maia de jade já encontrada em Belize. Mas, segundo Braswell, o que torna o pingente ainda mais especial é o fato de ser o único com inscrições gravadas que se tem conhecimento.
A parte de trás da joia apresenta 30 hieróglifos que, de acordo com os cientistas, contam uma história dramática.
"A história que este pingente conta é curta, mas importante", diz Braswell.
"Esta joia está literalmente falando com a gente", completa.

Tumba misteriosa

Nim Li Punit é um sítio arqueológico pequeno, localizado na parte sudeste do antigo império maia, que cobre o sudeste do México, a maior parte da Guatemala, Belize e a parte ocidental de Honduras e El Salvador.
O arqueólogo Geoffrey Braswell, da Universidade da Califórnia, segura uma réplica do pingenteDireito de imagemG BRASWELL UC SAN DIEGO
Image captionGeoffrey Braswell, arqueólogo da Universidade da Califórnia, segura uma réplica do pingente
O local está a mais de 400 quilômetros de Chichen Itzá, um dos principais sítios arqueológicos da civilização maia, na Península de Yucatán, no México.
Braswell, que estava acompanhado de seus alunos de pós-graduação Maya Azarova e Mario Borrero, além de uma equipe local, realizava escavações nos vestígios de um palácio maia, em 2015, quando se deparou com a tumba.
Dentro dela havia 25 vasos, uma pedra esculpida em forma de deusa e o pingente de jade. Fora um par de dentes, não havia restos humanos.
O texto das inscrições do pingente ainda está sendo analisado por Braswell e Christian Pager, especialista da Universidade de Bonn, na Alemanha.

T, deus do vento

O pingente tem o formato da letra T e, na parte da frente, também apresenta uma gravação na forma de T.
Este símbolo equivale a "ik" na grafia maia , que significa "vento e respiração".
Estudante Mario Borrero em uma das escavaçõesDireito de imagemG BRASWELL UC SAN DIEGO
Image captionO estudante Mario Borrero foi um dos pesquisadores que encontraram a tumba onde o pingente estava
O vento era considerado crucial pelos maias, uma vez que a civilização dependia da chegada das chuvas anuais, vitais para a agricultura e a sobrevivência.
E os reis maias realizavam rituais com incenso de acordo com o calendário sagrado para atrair as chuvas.
Segundo Braswell, as inscrições na parte de trás do pingente revelam que a peça foi usada pela primeira vez para um ritual desse tipo em 672 d.C.
Outras esculturas em pedra do sítio arqueológico de Nim Li Punit, do século 7, confirmam esse uso ao mostrar um rei usando um pingente em forma de T no peito ao espalhar incenso.

Relato ancestral

Em relação aos outros hieróglifos, a interpretação de Braswell e Prager até agora é a seguinte:
A joia foi criada para o rei Janaab Ohl K'inich. Além de revelar a data da primeira utilização do pingente em um ritual, as gravações também relatam a linha ancestral do monarca.
Objetos achados na tumba - pingente, escultura em pedra e vasosDireito de imagemG BRASWELL UC SAN DIEGO
Image captionO pingente foi encontrado junto a outros objetos - 25 vasos e uma pedra esculpida em forma de deusa
Sua mãe era da cidade de Cahal Pech, a oeste de Belize, cerca de 100 quilômetros do sítio arqueológico onde foi encontrada a joia. Sabe-se ainda pelas inscrições que o pai do rei morreu com 20 anos.
Atualmente, a viagem de ônibus entre ambos os lugares leva cinco horas. Naquela época, seria necessário caminhar durante dias, cruzando montanhas e selvas. Como o pingente chegou então a Nim Li Punit?
Talvez jamais se saiba exatamente a resposta.
Mas Braswell acredita ter desvendado por que a joia foi enterrada na tumba, sem os restos mortais de seus donos, apenas com alguns objetos.

Seca e desespero

Segundo ele, o pingente não era um ornamento. "Ele tinha um imenso poder e magia para os maias."
Para o arqueólogo, a joia pode ter sido enterrada como uma homenagem ao deus do vento.
Ruínas de construções em pedra cercadas por árvores no sítio arqueológico de Nim Li PunitDireito de imagemG BRASWELL UC SAN DIEGO
Image captionPingente foi encontrado no sítio arqueológico de Nim Li Punit, longe das grandes cidades maias, o que surpreendeu arqueólogos
As primeiras cidades maias foram construídas no primeiro milênio antes de Cristo, e a civilização chegou a seu apogeu por volta de 600 d.C.. O império maia começou a entrar em colapso por volta de 800 d.C..
Quando os conquistadores espanhóis zarparam para a América Central, em 1517, seu objetivo era derrotar a civilização maia, que dominava a região. Mas, quando chegaram, já não havia mais o poder político e econômico que tinha erguido pirâmides e sustentado uma população que chegou a 2 milhões de pessoas.
"Uma teoria recente é que a mudança climática gerou seca que, por sua vez, levou ao fracasso da agricultura e, consequentemente, ao começo do fim da civilização maia", diz Braswell.
Para ele, a decisão de prestar uma homenagem ao deus do vento na tumba para trazer chuva suporta essa teoria.
"E deveria servir de alerta para nós hoje em dia sobre os riscos da mudança climática", completa.