terça-feira, 7 de março de 2017

Minérios criados pela atividade humana indicam nova era geológica

Minérios criados pela atividade humana indicam nova era geológica

Não há dúvidas de que atividade humana mudou a dinâmica da vida na Terra nos últimos 200 anos. Nós já jogamos 100 milhões de toneladas de plástico no Oceano Pacífico – o suficiente para formar uma espécie de ilha artificial –, e extinguimos milhares de espécies de animais, entre elas o singular tigre-da-tasmânia (até as girafas e os urubus já estão na mira). Mesmo assim, ainda há quem negue (olá, Trump) fenômenos como o aquecimento global.
Achou demais? Bem, acabamos de dar o próximo passo. Um grupo de pesquisadores da Carnegie Institution for Science, nos Estados Unidos, está no caminho de decretar uma nova era geológica marcada pela influência humana: o antropoceno.
Eles descobriram que dos 5208 tipos de minerais que são reconhecidos oficialmente pela Associação Mineralógica Internacional, 208 surgiram após a Revolução Industrial por nossa influência.
Uma explosão de variedade tão grande em tão pouco tempo que até supera até o último grande fenômeno espontâneo de criação de minerais registrado: um pico na concentração de oxigênio da atmosfera há cerca de 2,3 bilhões de anos que, literalmente, enferrujou todo o planeta.
“Não há nada parecido nos 4,5 bilhões de anos de história da Terra”, afirmou Robert Hazen, um dos membros da equipe, ao The Guardian“Compare 250 anos com 2 bilhões de anos. É a diferença entre um piscar de olhos… e um mês.”
Chalconatronita (Creative Commons)
Na lista de novos minerais estão bizarrices como a chalconatronita, uma espécie de crosta azul brilhante que surge em artefatos arqueológicos de cobre encontrados no Egito, e a andersonita, que é amarelo-fluorescente como um marcador de texto, leva urânio na receita e pode ser encontrada nas paredes de túneis de mineração.
SS Cheerful, navio que afundou na costa da Inglaterra em 1885, viajava carregado de lingotes de estanho, que em contato com a água salgada formaram um mineral chamado abhurita.
E a calclacita nasce do contato de minerais guardados em gavetas de museu com a madeira desses móveis – até no lugar que preserva o passado a natureza dá um jeito de inovar.
Andersonita (Creative Commons)
No artigo científico, a equipe afirma que esses casos curiosos, em um futuro muito distante, formarão uma camada muito reconhecível e distinta nos registros estratigráficos.
Em outras palavras, quando tudo que você conhece estiver enterrado, a “fatia” de rocha que corresponde ao nosso período de dominação na Terra estará cheia de características que denunciam nossa passagem por aqui.
“Três tipos de atividade humana afetaram a distribuição e a diversidade de minerais na Terra de tal forma que isso possa se refletir nos registros estratigráficos mundiais”, afirmam os autores.
“A mais óbvia é a ocorrência de compostos minerais sintéticos. A segunda é a redistribuição de minerais próximos à superfície pela remoção de grandes quantidades de pedras e sedimentos (mineração). Finalmente, os humanos foram muito eficientes em redistribuir pedras preciosas por todo o globo.”
Abhurita (Creative Commons)
Como a identificação oficial de uma era geológica depende muito do conjunto de minerais característicos de um período, especialistas entrevistados por diversos veículos concordam que o rótulo “antropoceno” – que ainda não é oficial – está a cada dia mais próximo de ser adotado de vez pela escala de tempo geológico, e que o novo estudo dá ainda mais estímulo para a iniciativa.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site Superinteressante.
Fonte: Exame

Maior produtora russa de zinco e cobre planeja crescer muito

Maior produtora russa de zinco e cobre planeja crescer muito

A maior companhia mineradora de zinco e segunda maior produtora de cobre da Rússia planeja uma expansão abrangente de sua produção diversificada de minerais, disse um dos donos e CEO da empresa, o bilionário Andrey Kozitsyn, em uma entrevista. A Ural Mining & Metallurgical Co., que vende metade do cobre que extrai para exportação sob acordos de longo prazo com traders como a Glencore e a Trafigura, visa recuperar a produção do metal perdida nos últimos anos devido à deterioração da qualidade do minério, de acordo com Kozitsyn. A empresa também planeja elevar a produção de zinco em até 15 por cento em meio a reduções da oferta global que aumentaram os preços.
O cobre poderia registrar seu primeiro déficit em seis anos em 2017, com déficits pelo menos até 2020, em parte devido a menos investimentos em novas minas, disse o Citigroup em fevereiro. Isso poderia aumentar os preços em cerca de um terço, para mais de US$ 8.000 por tonelada, disse o banco. O cobre e o zinco estão entre os melhores desempenhos do ano passado na London Metal Exchange, com altas de 18 por cento e 60 por cento, respectivamente.
O conteúdo de cobre por tonelada de minério nos depósitos da UMMC nos Urais caiu de um pico de 1,6 por cento para 1,2 por cento, disse Kozitsyn em Moscou. Isto provocou uma queda de mais de 5 por cento na produção no ano passado, para 350.000 toneladas, cerca de 40 por cento da produção total do metal na Rússia.
A empresa planeja um gasto de capital de US$ 1 bilhão por ano. Isso inclui um esforço para levar a produção anual de cobre de volta para a faixa de 370.000 a 380.000 toneladas dentro de três a cinco anos mediante o enriquecimento adicional do minério, a expansão da mineração e o processamento de rejeitos e escória, disse o CEO. A UMMC representa cerca de 2 por cento da produção global do metal.
Preços do cobre
A UMMC, cujos principais ativos se encontram na região dos Urais, também produz chumbo, elementos como selênio e cádmio, assim como carvão, ouro e cabos. Esse é um nível de diversificação incomum entre as mineradoras russas, disse George Buzhenitsa, analista do Deutsche Bank em Dubai.
A UMMC também planeja expandir a produção da Kuzbassrazrezugol OJSC, sua unidade mineradora de carvão, de cerca de 44 milhões de toneladas no ano passado para cerca de 50 milhões de toneladas por ano no médio prazo, disse Kozitsyn. Ao contrário de muitas outras mineradoras russas, a empresa não planeja vender ações ou títulos.
“Como companhia de capital fechado, nós utilizamos instrumentos de dívida oferecidos por bancos russos e isso nos dá termos de dívida que não são piores do que outras opções”, disse o CEO.


Fonte: Bloomberg / UOL

Bovespa fecha em queda de 0,9% com cautela política e à espera de dados do exterior

terça-feira, 7 de março de 2017 18:51 BRT
]
Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado acionário brasileiro fechou em baixa nesta terça-feira, mantendo o movimento de ajuste da véspera, reflexo de cautela com o cenário político local e antes da divulgação de dados econômicos da China e dos Estados Unidos nesta semana.
O Ibovespa caiu 0,9 por cento, a 65.742 pontos. O volume financeiro foi de 7,33 bilhões de reais.
O tom negativo foi endossado pela baixa em Wall Street, onde os principais índices de ações recuaram sob pressão de ações dos setores financeiro e farmacêutico.
"Tanto lá (exterior) como aqui estamos vendo cenários políticos um pouco turvos e as máximas nos mercados financeiros... foram ultrapassadas ou testadas recentemente", disse o analista Aldo Moniz, da Um Investimentos .
No cenário político local, o mercado segue atento aos movimentos do governo do presidente Michel Temer na tentativa de avançar a proposta de reforma da Previdência, enquanto permanece a espera por desdobramentos das delações no âmbito da operação Lava Jato.
Na véspera, o presidente se reuniu com a base para discutir o tema e, segundo fontes da Reuters, o governo já admite que tem espaço para negociar pontos polêmicos, desde que a conta final feche como espera a equipe econômica.
Do cenário externo, investidores estão na expectativa dos números da balança comercial chinesa, previstos para o final desta terça-feira (horário de Brasília).
Também no radar estão dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, agendados para sexta-feira, que devem chancelar as apostas de uma alta dos juros norte-americanos ainda em março.
DESTAQUES
- CCR caiu 0,94 por cento, após reportar queda de 30,8 por cento no lucro líquido do quarto trimestre ante igual período do ano anterior, em meio a recuo no tráfego. Além do balanço, pesou a expectativa pela decisão do governo quanto a um novo leilão de concessão de rodovias, incluindo a Presidente Dutra, administrada pela CCR. No fim do dia, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, afirmou que o governo pretende relicitar a concessão da rodovia Dutra, mas que a CCR poderá participar do leilão, que deve ocorrer antes do final do contrato vigente que expira no início de 2021.
- BRASKEM PNA teve baixa de 3,50 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, com receios envolvendo a operação Lava Jato pesando sobre os negócios. Segundo operadores, apesar do recente acordo que a empresa fechou com autoridades brasileiras e internacionais, há preocupações de que novas acusações possam levar ao aumento do valor de desembolso já acertado com as autoridades.
- COSAN ON perdeu 3,05 por cento, em sessão de queda de 3,9 por cento nos contratos futuros do açúcar bruto na ICE, que tocaram o menor valor desde o fim de dezembro. Fora do Ibovespa, a queda dos futuros do açúcar ajudou a pressionar ainda SÃO MARTINHO ON, que caiu 2,46 por cento e BIOSEV ON com baixa de 2,85 por cento.
- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,67 por cento, enquanto BRADESCO PN recuou 1,35 por cento, pressionando o Ibovespa devido ao peso das ações em sua composição.
- CEMIG avançou 4,95 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa. A elétrica mineira obteve liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para manter sua subsidiária Cemig GT como titular da hidrelétrica São Simão sob as bases iniciais do contrato de concessão original da usina, que venceu em 2015.
- M.DIAS BRANCO ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 8,93 por cento, maior queda desde 31 de março de 2009 (-10,14 por cento). A empresa divulgou resultado do quarto trimestre com Ebitda 17 por cento abaixo do esperado por analistas do Itaú BBA, que cortaram a recomendação dos papéis para "underperform" ante "market perform".

Wall St. recua com pressão dos setores farmacêutico e financeiro

Wall St. recua com pressão dos setores farmacêutico e financeiro

terça-feira, 7 de março de 2017 19:17 BRT
 
I]
NOVA YORK (Reuters) - Os principais índices acionários dos Estados Unidos caíram nesta terça-feira, com a fraqueza em ações dos setores farmacêutico e financeiro levando o S&P 500 e o Dow Jones à primeira queda em sessões consecutivas em mais de um mês.
O índice Dow Jones caiu 0,14 por cento, a 20.924 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,29 por cento, a 2.368 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,26 por cento, a 5.833 pontos.
As ações do setor farmacêutico ficaram sob pressão após o presidente Donald Trump ter publicado no Twitter que ele estava trabalhando em um novo sistema para reduzir o preço dos medicamentos, sem dar mais detalhes.
Trump também endossou um projeto de lei revelado por republicanos nesta segunda-feira para revogar e substituir a lei do "Obamacare", mas disse que a lei estava aberta a negociações.
O índice de saúde do S&P 500 caiu 0,7 por cento, enquanto o índice farmacêutico NYSE Arca recuou 0,9 por cento, seu pior desempenho desde 24 de janeiro.
"Nós precisamos lembrar que o que Trump diz inicialmente sempre acaba sendo menor e leva significativamente mais tempo antes que possamos ver quaisquer detalhes de fato", disse Randy Frederick, diretor de trading e derivativos da Charles Schwab em Austin, no Texas.
Os índices financeiros, setor de melhor desempenho do S&P desde as eleições de novembro, caíram 0,3 por cento, pressionados por perdas no Wells Fargo e JPMorgan.
(Por Chuck Mikolajczak)

Temer pede empenho da sociedade na reforma da Previdência para manter programas sociais

Temer pede empenho da sociedade na reforma da Previdência para manter programas sociais

terça-feira, 7 de março de 2017 11:26 BRT
 
I]
Presidente Michel Temer
03/02/2017
REUTERS/Adriano Machado
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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer pediu nesta terça-feira o empenho da sociedade em apoio à reforma da Previdência, argumentando que sem sua aprovação o governo poderá enfrentar dificuldades para manter programas sociais voltados às camadas mais pobres da população.
Na avaliação do presidente, aqueles que mais reclamam da reforma da Previdência são os que têm uma renda maior, uma vez que a maioria dos brasileiros terá aposentadoria integral porque ganha o salário mínimo.
Temer afirmou, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no Palácio do Planalto, que a sociedade precisa "se conscientizar da indispensabilidade" da reforma previdenciária, e pediu a todos os setores que façam esclarecimentos sobre a importância da proposta.
"A reforma da Previdência há de ser algo que leve em conta o interesse do país, e não interesses políticos circunstanciais", disse Temer em discurso de abertura do encontro. "Quando se faz oposição à reforma tem que se dizer qual é a solução, porque existe um déficit. É precioso trazer uma proposta."
O presidente reconheceu que o projeto de reforma enviado pelo governo ao Congresso "pode merecer ajustamentos", mas reiterou a defesa pela idade mínima de 65 anos, dizendo que o país tem uma nova realidade demográfica que não pode ser ignorada.
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviado pelo governo para reformar a Previdêncua tem encontrado resistência até mesmo de membros da base parlamentar de apoio a Temer, que tem defendido que o Legislativo altere o texto encaminhado pelo Executivo.
Diante da resistência a pontos polêmicos da reforma mesmo dentro da base, o governou fez uma reunião na noite de segunda-feira com Temer, ministros e líderes parlamentares traçar uma estratégia de negociação.
Segundo Temer, sem a aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso o governo poderá enfrentar dificuldades para financiar programas sociais voltados aos mais pobres, argumentando que não existem atalhos ou passes de mágica para se conseguir recursos.
"Nós estamos preocupados com o futuro daqueles que vão receber pensão, o futuro daqueles que hoje recebem pensão", disse. "É preciso mudar e é urgente que se mude. Tudo isso é para preservar os mais carentes, os mais pobres", afirmou.
Na semana passada, o PMDB, partido de Temer, usou seu perfil oficial no Facebook para dizer que, caso a reforma da Previdência não seja aprovada pelo Congresso, não haverá mais Bolsa Família e outros programas sociais.
No encontro do Conselho nesta quarta-feira, Temer reiterou que o objetivo fundamental do governo é o crescimento com o combate ao desemprego, e voltou a dizer que a inflação deve fechar o ano de 2017 abaixo do centro da meta de 4,5 por cento.
(Reportagem de Marcela Ayres)