terça-feira, 7 de março de 2017

Futuros do minério de ferro ampliam perdas com fraqueza do mercado de aço

Futuros do minério de ferro ampliam perdas com fraqueza do mercado de aço

Os contratos futuros do minério de ferro na China caíram pelo terceiro dia nesta terça-feira, pressionados por crescentes estoques da commodity nos portos chineses e por preços mais fracos do aço. O declínio ampliou as perdas dos futuros do minério, que já somam 11 por cento desde que os contratos atingiram máxima histórica no mês passado e tem repercussão também nos negócios com minério no mercado físico.
“Os preços do minério subiram este ano com a recuperação das margens das siderúrgicas na China”, disse o analista Vivek Dhar, do Commonwealth Bank of Australia, em nota. “No entanto, é improvável que as margens no aço mantenham-se elevadas por tanto tempo, à medida que as usinas elevam produção.”
O contrato de minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian caiu 2,2 por cento nesta terça-feira, para 661,50 iuanes (96 dólares) por tonelada. O contrato tocou 741,50 iuanes em 21 de fevereiro, maior valor desde seu lançamento na bolsa em outubro de 2013. O contrato mais ativo do vergalhão de aço na bolsa de Xangai encerrou em queda de 0,5 por cento, a 3.494 iuanes por tonelada.
Os estoques de minério de ferro importo nos principais portos chineses alcançaram 130,05 milhões de toneladas em 3 de março, disse a SteelHome, o maior volume desde 2004, quando a consultoria começou a monitorar os dados. O minério de ferro com entrega imediata no porto de Qingdao ficou praticamente estável nesta terça, a 89,80 dólares por tonelada, ante 89,73 dólares na véspera, segundo o Metal Bulletin.


Fonte: Reuters

Garimpo no Pará terá mais rejeitos que Mariana


Garimpo no Pará terá mais rejeitos que Mariana

O projeto de mineração de ouro que a empresa canadense Belo Sun pretende operar nas bordas da barragem de Belo Monte, hidrelétrica em construção no Rio Xingu, no Pará, vai produzir um volume de rejeitos superior àquele que vazou no rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Em novembro de 2015, o vazamento de 32 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro foi a maior catástrofe ambiental do País.
O projeto da Belo Sun, previsto para extrair ouro a uma distância entre 10 e 15 quilômetros da barragem que forma o lago da hidrelétrica, prevê o acúmulo de até 35,43 milhões de metros cúbicos de rejeitos. O empreendimento, que em seus estudos ambientais classifica como de “alto risco” a possibilidade de “rompimento da barragem de rejeitos”, vai guardar nas margens do Xingu pilhas de estéreis químicos bem mais agressivos que aqueles retirados da mineração de ferro.
A mineração de ouro da Belo Sun, que hoje está suspensa por liminar judicial devido a problemas fundiários na área, será feita com o uso de dinamites e abertura de “cavas”. Por causa da proximidade com a barragem, a concessionária Norte Energia, dona de Belo Monte, afirmou em 2015 que havia necessidade de avaliar “potenciais aspectos sinérgicos” que poderiam surgir da operação conjunta da usina e da mineração.
Entre os itens destacados pela empresa, conforme nota técnica do Ibama de julho de 2015, estava a necessidade de avaliar o “potencial de sobrecarga socioambiental” na região e, principalmente, a “sismicidade, devido ao uso de explosivos durante o tempo de exploração da mina”.
No início deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará enviou questionamentos ao Ibama para saber se o órgão tem acompanhado esses estudos. Na resposta enviada ao MPF no dia 31 de janeiro, à qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, o Ibama deixa claro que não tem ideia do que está se passando.
“Até o presente momento o Ibama não participou nem foi instado a participar de reunião técnica com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará para discutir os impactos cumulativos ou sinérgicos entre a hidrelétrica de Belo Monte e o projeto de mineração Belo Sun”, afirmou o diretor substituto da diretoria de licenciamento do órgão, Jonatas Souza da Trindade.
Apesar de toda a pressão que o projeto da Belo Sun trará sobre uma região já impactada pelas obras da maior hidrelétrica do País, o licenciamento ambiental da mineração é responsabilidade do governo paraense.
Questionada sobre os estudos de riscos de abalo sísmico nas estruturas da usina, a Norte Energia limitou-se a informar que “já declarou posição sobre esse assunto em fórum próprio e no momento adequado” e que “não vai comentar o tema na reportagem”.
Impacto
Para André Villas-Bôas, secretário executivo do Instituto Socioambiental (ISA), o projeto repete os erros de outros empreendimentos erguidos na região amazônica, ao desrespeitar o processo de licenciamento ambiental, principalmente quanto aos impactos em terras e populações indígenas. O governo do Pará ignorou parecer técnico da Funai contrário à liberação do empreendimento e deu sinal verde para a sua viabilidade. “Novamente esses povos que são vulneráveis são deixados em uma situação de fragilidade sobre os impactos de uma obra como essa, a exemplo do que aconteceu com Belo Monte”, disse Villas-Bôas.
Em nota, a Belo Sun afirmou que o estudo de avaliação das detonações “foi elaborado por um engenheiro de minas especialista neste tema” e protocolado na Semas em abril de 2013, constatando que não há risco a Belo Monte. ”O Projeto Volta Grande fica distante cerca de 15 km do barramento de Pimental da hidrelétrica. Além disso, as detonações do Projeto Volta Grande para abertura da cava de onde será retirado o minério, por exemplo, serão pontuais e controladas pelo programa de controle de ruído e vibração, previsto no licenciamento ambiental”, declarou a empresa.
A Belo Sun afirmou ainda que foi elaborado um “plano de fogo”, para que a quantidade de explosivos que será detonada fique “dentro dos limites exigidos para que não haja comprometimento de pessoas e das estruturas do próprio empreendimento”. Segundo a Belo Sun, “a possibilidade de que as vibrações geradas pelas detonações venham a comprometer a estabilidade do barramento Pimental (de Belo Monte) é praticamente nula, dada a distância e o controle que será implementado”.
A empresa informou que pretende investir R$ 1,22 bilhão, com produção de cerca de 4,6 mil quilos de ouro por ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: DCI

Minérios criados pela atividade humana indicam nova era geológica

Minérios criados pela atividade humana indicam nova era geológica

Não há dúvidas de que atividade humana mudou a dinâmica da vida na Terra nos últimos 200 anos. Nós já jogamos 100 milhões de toneladas de plástico no Oceano Pacífico – o suficiente para formar uma espécie de ilha artificial –, e extinguimos milhares de espécies de animais, entre elas o singular tigre-da-tasmânia (até as girafas e os urubus já estão na mira). Mesmo assim, ainda há quem negue (olá, Trump) fenômenos como o aquecimento global.
Achou demais? Bem, acabamos de dar o próximo passo. Um grupo de pesquisadores da Carnegie Institution for Science, nos Estados Unidos, está no caminho de decretar uma nova era geológica marcada pela influência humana: o antropoceno.
Eles descobriram que dos 5208 tipos de minerais que são reconhecidos oficialmente pela Associação Mineralógica Internacional, 208 surgiram após a Revolução Industrial por nossa influência.
Uma explosão de variedade tão grande em tão pouco tempo que até supera até o último grande fenômeno espontâneo de criação de minerais registrado: um pico na concentração de oxigênio da atmosfera há cerca de 2,3 bilhões de anos que, literalmente, enferrujou todo o planeta.
“Não há nada parecido nos 4,5 bilhões de anos de história da Terra”, afirmou Robert Hazen, um dos membros da equipe, ao The Guardian“Compare 250 anos com 2 bilhões de anos. É a diferença entre um piscar de olhos… e um mês.”
Chalconatronita (Creative Commons)
Na lista de novos minerais estão bizarrices como a chalconatronita, uma espécie de crosta azul brilhante que surge em artefatos arqueológicos de cobre encontrados no Egito, e a andersonita, que é amarelo-fluorescente como um marcador de texto, leva urânio na receita e pode ser encontrada nas paredes de túneis de mineração.
SS Cheerful, navio que afundou na costa da Inglaterra em 1885, viajava carregado de lingotes de estanho, que em contato com a água salgada formaram um mineral chamado abhurita.
E a calclacita nasce do contato de minerais guardados em gavetas de museu com a madeira desses móveis – até no lugar que preserva o passado a natureza dá um jeito de inovar.
Andersonita (Creative Commons)
No artigo científico, a equipe afirma que esses casos curiosos, em um futuro muito distante, formarão uma camada muito reconhecível e distinta nos registros estratigráficos.
Em outras palavras, quando tudo que você conhece estiver enterrado, a “fatia” de rocha que corresponde ao nosso período de dominação na Terra estará cheia de características que denunciam nossa passagem por aqui.
“Três tipos de atividade humana afetaram a distribuição e a diversidade de minerais na Terra de tal forma que isso possa se refletir nos registros estratigráficos mundiais”, afirmam os autores.
“A mais óbvia é a ocorrência de compostos minerais sintéticos. A segunda é a redistribuição de minerais próximos à superfície pela remoção de grandes quantidades de pedras e sedimentos (mineração). Finalmente, os humanos foram muito eficientes em redistribuir pedras preciosas por todo o globo.”
Abhurita (Creative Commons)
Como a identificação oficial de uma era geológica depende muito do conjunto de minerais característicos de um período, especialistas entrevistados por diversos veículos concordam que o rótulo “antropoceno” – que ainda não é oficial – está a cada dia mais próximo de ser adotado de vez pela escala de tempo geológico, e que o novo estudo dá ainda mais estímulo para a iniciativa.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site Superinteressante.
Fonte: Exame

Maior produtora russa de zinco e cobre planeja crescer muito

Maior produtora russa de zinco e cobre planeja crescer muito

A maior companhia mineradora de zinco e segunda maior produtora de cobre da Rússia planeja uma expansão abrangente de sua produção diversificada de minerais, disse um dos donos e CEO da empresa, o bilionário Andrey Kozitsyn, em uma entrevista. A Ural Mining & Metallurgical Co., que vende metade do cobre que extrai para exportação sob acordos de longo prazo com traders como a Glencore e a Trafigura, visa recuperar a produção do metal perdida nos últimos anos devido à deterioração da qualidade do minério, de acordo com Kozitsyn. A empresa também planeja elevar a produção de zinco em até 15 por cento em meio a reduções da oferta global que aumentaram os preços.
O cobre poderia registrar seu primeiro déficit em seis anos em 2017, com déficits pelo menos até 2020, em parte devido a menos investimentos em novas minas, disse o Citigroup em fevereiro. Isso poderia aumentar os preços em cerca de um terço, para mais de US$ 8.000 por tonelada, disse o banco. O cobre e o zinco estão entre os melhores desempenhos do ano passado na London Metal Exchange, com altas de 18 por cento e 60 por cento, respectivamente.
O conteúdo de cobre por tonelada de minério nos depósitos da UMMC nos Urais caiu de um pico de 1,6 por cento para 1,2 por cento, disse Kozitsyn em Moscou. Isto provocou uma queda de mais de 5 por cento na produção no ano passado, para 350.000 toneladas, cerca de 40 por cento da produção total do metal na Rússia.
A empresa planeja um gasto de capital de US$ 1 bilhão por ano. Isso inclui um esforço para levar a produção anual de cobre de volta para a faixa de 370.000 a 380.000 toneladas dentro de três a cinco anos mediante o enriquecimento adicional do minério, a expansão da mineração e o processamento de rejeitos e escória, disse o CEO. A UMMC representa cerca de 2 por cento da produção global do metal.
Preços do cobre
A UMMC, cujos principais ativos se encontram na região dos Urais, também produz chumbo, elementos como selênio e cádmio, assim como carvão, ouro e cabos. Esse é um nível de diversificação incomum entre as mineradoras russas, disse George Buzhenitsa, analista do Deutsche Bank em Dubai.
A UMMC também planeja expandir a produção da Kuzbassrazrezugol OJSC, sua unidade mineradora de carvão, de cerca de 44 milhões de toneladas no ano passado para cerca de 50 milhões de toneladas por ano no médio prazo, disse Kozitsyn. Ao contrário de muitas outras mineradoras russas, a empresa não planeja vender ações ou títulos.
“Como companhia de capital fechado, nós utilizamos instrumentos de dívida oferecidos por bancos russos e isso nos dá termos de dívida que não são piores do que outras opções”, disse o CEO.


Fonte: Bloomberg / UOL

Bovespa fecha em queda de 0,9% com cautela política e à espera de dados do exterior

terça-feira, 7 de março de 2017 18:51 BRT
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Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado acionário brasileiro fechou em baixa nesta terça-feira, mantendo o movimento de ajuste da véspera, reflexo de cautela com o cenário político local e antes da divulgação de dados econômicos da China e dos Estados Unidos nesta semana.
O Ibovespa caiu 0,9 por cento, a 65.742 pontos. O volume financeiro foi de 7,33 bilhões de reais.
O tom negativo foi endossado pela baixa em Wall Street, onde os principais índices de ações recuaram sob pressão de ações dos setores financeiro e farmacêutico.
"Tanto lá (exterior) como aqui estamos vendo cenários políticos um pouco turvos e as máximas nos mercados financeiros... foram ultrapassadas ou testadas recentemente", disse o analista Aldo Moniz, da Um Investimentos .
No cenário político local, o mercado segue atento aos movimentos do governo do presidente Michel Temer na tentativa de avançar a proposta de reforma da Previdência, enquanto permanece a espera por desdobramentos das delações no âmbito da operação Lava Jato.
Na véspera, o presidente se reuniu com a base para discutir o tema e, segundo fontes da Reuters, o governo já admite que tem espaço para negociar pontos polêmicos, desde que a conta final feche como espera a equipe econômica.
Do cenário externo, investidores estão na expectativa dos números da balança comercial chinesa, previstos para o final desta terça-feira (horário de Brasília).
Também no radar estão dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, agendados para sexta-feira, que devem chancelar as apostas de uma alta dos juros norte-americanos ainda em março.
DESTAQUES
- CCR caiu 0,94 por cento, após reportar queda de 30,8 por cento no lucro líquido do quarto trimestre ante igual período do ano anterior, em meio a recuo no tráfego. Além do balanço, pesou a expectativa pela decisão do governo quanto a um novo leilão de concessão de rodovias, incluindo a Presidente Dutra, administrada pela CCR. No fim do dia, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, afirmou que o governo pretende relicitar a concessão da rodovia Dutra, mas que a CCR poderá participar do leilão, que deve ocorrer antes do final do contrato vigente que expira no início de 2021.
- BRASKEM PNA teve baixa de 3,50 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, com receios envolvendo a operação Lava Jato pesando sobre os negócios. Segundo operadores, apesar do recente acordo que a empresa fechou com autoridades brasileiras e internacionais, há preocupações de que novas acusações possam levar ao aumento do valor de desembolso já acertado com as autoridades.
- COSAN ON perdeu 3,05 por cento, em sessão de queda de 3,9 por cento nos contratos futuros do açúcar bruto na ICE, que tocaram o menor valor desde o fim de dezembro. Fora do Ibovespa, a queda dos futuros do açúcar ajudou a pressionar ainda SÃO MARTINHO ON, que caiu 2,46 por cento e BIOSEV ON com baixa de 2,85 por cento.
- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,67 por cento, enquanto BRADESCO PN recuou 1,35 por cento, pressionando o Ibovespa devido ao peso das ações em sua composição.
- CEMIG avançou 4,95 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa. A elétrica mineira obteve liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para manter sua subsidiária Cemig GT como titular da hidrelétrica São Simão sob as bases iniciais do contrato de concessão original da usina, que venceu em 2015.
- M.DIAS BRANCO ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 8,93 por cento, maior queda desde 31 de março de 2009 (-10,14 por cento). A empresa divulgou resultado do quarto trimestre com Ebitda 17 por cento abaixo do esperado por analistas do Itaú BBA, que cortaram a recomendação dos papéis para "underperform" ante "market perform".