quarta-feira, 8 de março de 2017

Dólar salta 1,65% e volta a R$3,17, com expectativa de mais juros nos EUA

Dólar salta 1,65% e volta a R$3,17, com expectativa de mais juros nos EUA

quarta-feira, 8 de março de 2017 18:26 BRT
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Pacote de notas de cinco dólares dos Estados Unidos passa por inspeção em Washington, nos EUA
26/03/2015
REUTERS/Gary Cameron/File Photo
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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a quarta-feira com alta superior a 1,5 por cento, de volta ao patamar de 3,17 reais, com investidores reforçando as apostas de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, vai aumentar os juros já na próxima semana.
O dólar avançou 1,65 por cento, a 3,1715 reais na venda, maior nível de fechamento desde 26 de janeiro (3,1805 reais).
O dólar futuro tinha valorização de cerca de 1,6 por cento no final da tarde. Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,1822 reais.
"A alta do dólar ante o real é onda passageira, um ajuste à expectativa de alta de juros nos EUA na semana que vem", avaliou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado. "A trajetória de baixa da moeda aqui deve se manter", acrescentou.
Os empregadores do setor privado dos Estados Unidos criaram 298 mil vagas de trabalho em fevereiro, mostrou o relatório Nacional de Emprego da ADP, bem acima da expectativa dos economistas, de 190 mil postos, segundo pesquisa Reuters.
Com isso, os mercados precificavam agora chance de 88,6 por cento de o Federal Reserve, banco central norte-americano, aumentar as taxas de juros em 0,25 ponto percentual em 15 de março, acima de 81,9 por cento na véspera, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Os rendimentos dos Treasuries também subiam nesta sessão.
Juros mais altos nos Estados Unidos têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
Internamente, o mercado seguiu atento aos desdobramentos políticos, com expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, planeja pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar ministros de Temer e senadores do seu partido PMDB por corrupção.
Esse cenário pode comprometer o andamento das reformas cruciais para acertar as contas públicas e que estão em tramitação no Congresso, como a da Previdência.
O mercado também trabalhou de olho na votação do projeto de regularização de ativos não declarados mantidos no exterior pelo Senado, prevista para esta quarta-feira.
Se aprovado, deve gerar nova onda de ingresso de recursos no país, alimentando ainda mais as recentes expectativas de que o Brasil deve receber mais recursos do exterior e que mantém a trajetória de queda do dólar há algum tempo.
O Banco Central novamente não anunciou qualquer intervenção no mercado cambial para esta sessão. Ainda havia no mercado expectativa sobre o que o BC fará com os swaps tradicionais que vencem em abril, equivalente a 9,711 bilhões de dólares, se fará alguma rolagem ou não.

Bovespa fecha em queda 1,56%; Gerdau PN é destaque negativo

Bovespa fecha em queda 1,56%; Gerdau PN é destaque negativo

quarta-feira, 8 de março de 2017 18:48 BRT
 
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Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista engatou a terceira sessão seguida de perdas nesta quarta-feira, com as ações da Gerdau e da sua holding Metalúrgica Gerdau liderando as perdas após acordo de permuta de ações.
O tom negativo ganhou força em meio ao aumento nas apostas de alta de juros nos Estados Unidos e com investidores ainda cautelosos com a cena política local.
O Ibovespa caiu 1,56 por cento, a 64.718 pontos, acumulando perda de 3 por cento em três pregões. O giro financeiro foi de 8,43 bilhões de reais.
O setor privado norte-americano registrou a criação de 298 mil postos de trabalho em fevereiro, muito acima da expectativa de economistas em pesquisa Reuters, de criação de 190 mil vagas, aumentando as apostas de que o Federal Reserve subirá os juros na próxima semana. Os dados antecedem os números mais amplos do mercado de trabalho no país, que saem na sexta-feira.
Ainda no exterior, a China registrou seu primeiro déficit comercial em três anos em fevereiro, com o aumento maior que o esperado nas importações de commodities. No entanto, alguns analistas atribuem o resultado a distorções provocadas pelas celebrações do Ano Novo Lunar, que começou no final de janeiro este ano, mas caiu em fevereiro no ano passado.
Localmente, a cautela permaneceu em relação ao cenário político, com investidores preferindo evitar grandes apostas enquanto aguardam novidades no âmbito da operação Lava Jato e esperam avanços de reformas consideradas importantes para a recuperação da economia, como a da Previdência.
DESTAQUES
- GERDAU PN perdeu 6,76 por cento, enquanto a holding METALÚRGICA GERDAU PN recuou 7,54 por cento, após celebrarem contrato de permuta de ações. O acordo prevê a troca de ações ON da Gerdau detidas pelo banco BTG Pactual por papéis PN da siderúrgica detidos pela holding. As ações ON da Gerdau, que não fazem parte do Ibovespa, avançaram 17,71 por cento. Segundo analistas, o movimento de queda nas ações PN e de alta nas ON reflete a redução do desconto entre elas.
- PETROBRAS PN caiu 4,15 por cento e PETROBRAS ON perdeu 6,17 por cento, em dia de forte queda nos preços do petróleo, para os menores níveis neste ano, com os estoques de petróleo dos EUA subindo para uma nova máxima histórica, alimentando preocupações de que um excedente global iria persistir mesmo com os corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Também no radar estava a notícia de que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou que a estatal refaça e reapresente as demonstrações financeiras anuais completas de 2013, 2014 e 2015 e também os balanços trimestrais de 2016.
- LOJAS AMERICANAS PN teve baixa de 4,96 por cento. Termina nesta quarta-feira o processo de coleta de intenções de investimento junto a investidores profissionais para a oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias e preferenciais.
- VALE PNA perdeu 2,72 por cento e VALE ON caiu 2,59 por cento, em sessão de baixa para contratos futuros do minério de ferro na China, sob pressão por crescentes estoques da commodity nos portos chineses e por preços mais fracos do aço.
- BRADESCO PN teve baixa de 1,7 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN se desvalorizou 1,14 por cento, ajudando a pressionar o índice, dado o peso das ações em sua composição.

Preços do petróleo caem 5% após estoques dos EUA atingirem máxima histórica

Preços do petróleo caem 5% após estoques dos EUA atingirem máxima histórica

quarta-feira, 8 de março de 2017 18:13 BRT
 
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NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo caíram 5 por cento para seus menores níveis neste ano nesta quarta-feira, à medida que os estoques de petróleo dos Estados Unidos subiram para uma nova máxima histórica, alimentando preocupações de que um excedente global iria persistir mesmo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tentando elevar as cotações por meio de cortes de produção.
Os estoques de petróleo no maior consumidor de energia do mundo vêm subindo desde o início do ano. Eles subiram na última semana em 8,2 milhões de barris, quatro vezes mais do que havia sido previsto, mostraram dados da Administração de Informações de Energia dos EUA (AIE).
O petróleo nos EUA (WTI) fechou a sessão a 50,28 dólares por barril, queda de 2,86 dólares, ou 5,38 por cento, após cair para seu menor nível desde 15 de dezembro.
O petróleo Brent caiu para seu menor nível desde 8 de dezembro a 52,93 dólares, antes de encerrar a 53,11, queda de 2,81 dólares ou 5,03 por cento.
Os dois contratos caíram abaixo de sua média móvel de 100 dias pela primeira vez desde o fim de novembro, quando os cortes da Opep foram anunciados.
(Por Devika Krishna Kumar; reportagem adicional de Alex Lawler, Ethan Lou e Keith Wallis)

Governo fará reforma no setor mineral para atrair investimentos


Conjunto de dez medidas prevê aumento dos royalties de minério de ferro
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Vista da mina Ferro Carajás, operada pela Vale na Floresta de Parauapebas, no Pará (Foto: Lunae Parracho/Reuters)
O Brasil dará inicio, até o mês que vem, a um conjunto de reformas de mineração, a fim de elevar o ritmo de investimentos do setor. A proposta começa pela retirada do Congresso Nacional de um projeto de lei enviado pelo governo anterior em 2012, considerado intervencionista, que freou principalmente as pesquisas de novas jazidas. Ao todo, dez medidas serão implementadas nos próximos meses para que a participação da atividade mineradora na economia brasileira suba de 4% para 6% do Produto Interno Bruto (PIB), aproveitando a retomada de preços no ambiente internacional.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, detalhou ao GLOBO as medidas durante participação na maior feira mundial de mineração em Toronto, Canadá, organizada pela Associação Canadense de Exploradores e Mineradores (PDAC, na sigla em inglês).
"Apostamos nessa força reprimida, na potencialidade de criar empregos, renda, oportunidades e riqueza com a mineração", disse Coelho Filho.
Nova agência reguladora
Entre as medidas em discussão está o envio de uma medida provisória ao Congresso para transformar o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em uma agência reguladora, com cerca de 50% mais servidores do que hoje. Eles ficarão encarregados de cuidar de um estoque de licenças em análise e acelerar processos, além de fiscalizar a atividade, que demanda mais controles após o desastre ambiental de Mariana (MG).
O governo também debaterá no Congresso uma nova lei para rever a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), o royalty do setor. As alíquotas, em geral, subirão. A maior, do minério de ferro, passará de 2% para uma variação conforme o preço do mercado, podendo chegar a 4%. Mas outros setores serão incentivados, como o de fertilizantes, cujas alíquotas recuarão de 3% para 2%. Um decreto também será editado com reformas normativas do setor, para acelerar análises e prever a possibilidade de se obter outorgas de pesquisa pela internet.
O governo quer anunciar em breve esse conjunto de medidas, provisoriamente chamado de Programa de Revitalização da Indústria Mineral. O pacote também vai prever atividade exploratória em regiões onde hoje ela não pode ocorrer, como nas faixas de fronteira por parte de empresas estrangeiras e na Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). Criada em 1984, essa reserva entre Pará e Amapá é comparável a Carajás por sua potencialidade, embora seu minério mais atraente seja o ouro.
O pacote incluirá a oferta de áreas disponíveis para pesquisa no DNPM e para exploração no Serviço Geológico Brasileiro (CPRM). Ambas as ofertas podem resultar em arrecadação para o Tesouro Nacional, embora as autoridades deixem claro que a meta maior seja estimular a atividade e movimentar a economia.
Dez mil área disponíveis
Há dez mil áreas disponíveis que o DNPM poderá oferecer ao mercado, explicou Vicente Lobo, secretário de Geologia e Mineração do MME. Essas áreas foram abandonadas, mas pesquisas podem comprovar sua atratividade. O governo pretende leiloar mil áreas no segundo semestre.
São discutidos ainda incentivos fiscais para atividades de mineração, mas não há uma definição final, principalmente com a área econômica do governo. Uma das possibilidades discutidas é incentivar a produção em minas que foram abandonadas, com uma redução pontual dos royalties ali cobrados.
Para Onildo Marini, secretario executivo da Agência de Desenvolvimento Tecnológico da Industria Mineral Brasileira (Adimb), a mineração está entrando em nova fase, na expectativa de que o governo reduza os gargalos da atividade. A maior atenção do governo ao setor tem apoio da Fazenda e da Casa Civil, pela percepção de que a atividade, apesar de questionamentos ambientais, pode levar maior desenvolvimento às regiões.

Usiminas espera receber R$ 700 milhões para aliviar caixa

Usiminas espera receber R$ 700 milhões para aliviar caixa

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) espera receber, até meados de maio, R$ 700 milhões provenientes da redução de capital da sua controlada Mineração Usiminas (Musa) em R$ 1 bilhão. A operação foi aprovada na sexta-feira pela siderúrgica mineira e a japonesa Sumitomo, sócias da mineradora com 70% e 30% do capital, respectivamente. A Sumitomo receberá os outros R$ 300 milhões. A operação é parte do acordo fechado pela Usiminas com bancos em setembro do ano passado para a rolagem da dívida da ordem de R$ 6,2 bilhões pelo prazo de 10 anos com três de carência. Para fechar a negociação, os bancos exigiram que até junho deste ano os recursos da Musa fossem repassados para a Usiminas.
Segundo informou ontem o presidente da Usiminas, Rômel de Souza, a empresa precisa aguardar o prazo legal de 60 dias para que os credores da Musa possam se manifestar antes de receber o dinheiro da controlada. “É um prazo legal, porque a Musa não tem nenhum débito”, afirmou Souza. “Esses recursos significam uma Usiminas mais fortalecida economicamente e mais equilibrada”, avaliou. Ainda segundo Souza, os R$ 700 milhões serão integralmente incorporados ao caixa da siderúrgica. Em julho do ano passado, os sócios controladores da Usiminas (Nippon Steel, Ternium e Previdência Usiminas) aprovaram o aumento de capital da empresa em R$ 1 bilhão.
O acordo para redução do capital social da Musa encerra o conjunto de medidas operacionais e financeiras adotadas pela empresa nos últimos dois anos para enfrentar uma das mais graves crises da sua história. “Nós adequamos a Usiminas ao tamanho do mercado e fizemos a reestruturação financeira. De nada adiantaria fazer uma sem a outra”, ressaltou o presidente da Usiminas. Segundo ele, embora o mercado falasse em um pedido de recuperação judicial, essa opção não foi cogitada pela diretoria. “Todo o trabalho foi para recuperar a Usiminas do ponto de vista financeiro e operacional.
Cenário
“O mais importante nesse momento é a retomada da confiança, do otimismo”, disse Rômel de Souza ao avaliar que “a Usiminas entra neste ano mais equilibrada do que em 2016, o que mostra de forma clara a perspectiva de reversão de resultados”. A Usiminas fechou o ano passado com prejuízo líquido de R$ 576 milhões, contra um resultado negativo de R$ 3,7 bilhões no ano anterior. Essa recuperação, no entanto, está condicionada à retomada da economia brasileira. E a perspectiva é de que o mercado de aço no Brasil volte a crescer de forma firme a partir do ano que vem.
Hoje, com um alto-forno desligado em Ipatinga e a usina de Cubatão operando apenas com a laminação de chapas grossas, a Usiminas produziu cerca de 4 milhões de toneladas no ano passado, o que equivale a uma ociosidade em torno de 60% em relação à capacidade instalada de produção de laminados de aço planos das duas usinas, que é de 9 milhões de toneladas por ano. “Se excluir Cubatão, a Usiminas opera com 80% a 90% da sua capacidade”, afirmou o presidente da siderúrgica. Ainda de acordo com ele, o mercado de produtos laminados de aço no Brasil foi de 9,2 milhões de toneladas.
>> Em busca do equilíbrio
Medidas adotadas pela Usiminas para enfrentar a crise
Maio e junho 2015
Desligamento temporário de dois altos-fornos, um na usina de Ipatinga e outro na de Cubatão.
Janeiro 2016
Paralisação temporária das áreas primárias de produção (coquerias, sinterizações, altos-fornos, aciaria e áreas de apoio) da usina de Cubatão para adequar a oferta à realidade do mercado.
Março 2016
Acordo com bancos credores para suspensão temporária da amortização de dívidas (“standstill”)
Julho 2016
Acionistas assinam a proposta da diretoria para aumentar o capital da empresa em R$ 1 bilhão.
Setembro 2016
Celebrado o acordo definitivo de renegociação das dívidas com os bancos credores, nas seguintes condições: prazo total de 10 (dez) anos para pagamento das dívidas da companhia; e período de carência de 3 (três) anos para o início do pagamento do principal.
Fevereiro 2017
Apesar de efeitos contábeis levarem a prejuízo líquido, empresa anuncia que o lucro operacional de outubro a dezembro de 2016 foi o maior dos últimos 11 trimestres: R$ 223 milhões.
Março 2017
Aprovada a redução de capital da subsidiária Mineração Usiminas, injetando mais R$ 700 milhões no caixa da Usiminas.
Fonte: Usiminas