quinta-feira, 16 de março de 2017

Leilão de aeroportos arrecada R$3,7 bi e tem lances por todos os terminais

Leilão de aeroportos arrecada R$3,7 bi e tem lances por todos os terminais

quinta-feira, 16 de março de 2017 16:10 BRT
 
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Homem aguarda em aeroporto de Porto Alegre
19/6/2014   REUTERS/Stefano Rellandini
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Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal conseguiu nesta quinta-feira lances de interessados para os aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis, em leilão com ágios elevados e que marca um primeiro teste da confiança dos investidores de longo prazo no país sob o governo de Michel Temer.
A francesa Vinci Airports ficou com direito de administrar o aeroporto de Salvador, ofertando ágio de cerca de 113 por cento. A suíça Zurich ficou com Florianópolis, ao propor lance que embutiu ágio de 58 por cento e a alemã Fraport venceu o leilão dos terminais de Fortaleza e Porto Alegre (RS), com oferta ágios de 18 e 852 por cento, respectivamente.
A estimativa inicial do governo era que leilão levantasse 3 bilhões de reais com as outorgas e a disputa terminou com valor de 3,72 bilhões. Porém, de acordo com as regras do certame, o pagamento das outorgas será de 25 por cento à vista no ato da assinatura dos contratos. O restante será distribuído ao longo das concessões.
O maior lance financeiro do leilão foi feito pela francesa Vinci Airports, para o aeroporto de Salvador (BA), que disputou sozinha. A empresa ofertou 660,9 milhões de reais pelo terminal baiano ante valor mínimo de 310 milhões de reais.
O lance vencedor da Zurich para o terminal catarinense foi de 83,3 milhões de reais ante oferta mínima definida no edital de 53 milhões.
Já a Fraport venceu Fortaleza com lance de 425 milhões de reais, e ficou com o aeroporto de Porto Alegre, ofertando 290,5 milhões.
Mais cedo, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, tinha afirmado que o leilão era "um teste muito importante para o programa de concessões do governo".
O número de participantes ficou bem abaixo de expectativas sinalizadas por membros do governo federal na semana passada, quando esperava-se que pelo menos oito grupos internacionais participassem.
Nesta semana, a brasileira CCR CCRO3.SA, que administra o aeroporto de Confins (MG), e a argentina Corporación América, que detém concessão dos terminais de Brasília e de Natal (RN), afirmaram que as condições definidas no leilão desta quinta-feira não permitiam a viabilidade dos projetos. A CCR citou ainda que as projeções demanda de passageiros dos aeroportos a serem concedidos estavam exageradas.
Em 2016, a demanda por voos domésticos no Brasil caiu 5,7 por cento, primeira queda desde 2003, e a oferta de lugares em voos recuou 5,9 por cento, primeira redução desde 2013.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os quatro aeroportos operam atualmente 11,6 por cento dos passageiros, 12,6 por cento das cargas e 8,6 por cento das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro.

Como achar um filão de ouro em poucos dias Parte preliminar

Como achar um filão de ouro em poucos dias Parte preliminar



Todo ouro aluvionar tem uma fonte original, Não há ouro sem mãe.
O ouro aluvionar é espalhado em grandes superfícies e depositado de forma horizontal;
Essas 2 características fazem deste tipo de ouro uma forma relativamente fácil de encontrar-lo.
Adicionado a forma do garimpeiro de pesquisar, testando o cascalho das grotas, de uma forma sistemática, pois cada garimpeiro fazendo o seu esforço individual, o esforço concentrado de todos os pesquisadores acabara formando uma cobertura sistemática; aí esta encontrado a forma de detectar praticamente todo o ouro aluvionar existente.

Mas quando tratar-mos do caso dos colúvios ou derrames e paleoaluvióes, ainda temos uma ocorrência horizontal, mas desta vez menos espalhada que do os aluviões
Tudo isto forma o ouro secundário, fácil, mas de volume limitado, pois ele é tão somente o que a erosão arrancou dos primários para espalhar
Mas de onde vem esse ouro secundário e como é que ele saiu dos primários?
O Ouro primário é o que esta inserido na rocha ou na rocha alterada na superfície, ou lagrese
Ele não esta sempre em forma de filões, que é a forma mais conhecida:
Ele esta sob diversas formas:
- disseminado no granito na pirita onde essa pirita quando altera cria uma cor vermelha no barro;
- Em gossans: são as pedras vermelhas tipo laterita mas muito mais pesadas, quando esse ouro disseminado apresenta concentrações de pirita; o gossan é formado pela alteração da pirita formando chapéus de ferro; geralmente há o gossan e há os veios de quartzo juntos
- Em veios de quartzo verticais com ou sem pirita, formando os conhecidos filões, mas estes só tem larguras de alguns cm a no máximo poucos metros de espessura
- Em stockworks de quartzo com veios de todas as direções chamados de casqueiros e próximos a uma shear ou zona de cizalhamento;
- Em veios horizontais de cada lado de uma shear, chamados de sheated veins
- Em corpos de vulcânicas com vênulas de quartzo ou de sulfetos

Cuidado: quando o filão é rico, ele é pouco espesso, é como se houvesse um equilíbrio; largo, o ouro fica espalhado, estreito, ele fica concentrado;
Isto se aplica na forma micro como na macro:
Quando há muito ouro num aluvião grande destes tipo do Rosa de Maio, Marupa, há menos chances de ter filões ricos, porque se os filões são ricos, eles são pequenos e se são pequenos, eles não terão fornecidos material suficiente para abastecer um aluvião tão grande. Esses grandes aluviões abasteceram-se com primários grandes, portanto pobres, disseminados;

OS MAIS FAMOSOS DIAMANTES DO MUNDO

OS MAIS FAMOSOS DIAMANTES DO MUNDO:


O CULLINAN, o maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106 quilates quando bruto e originalmente um pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em 9 pedras principais e 96 pedras menores. Na foto, o Cullinan já dividido
O Estrela da África é a maior das pedras cortadas do Cullinan. é um dos doze mais famosos diamantes do mundo e pertence à COROA INGLESA.Ele pesava 530,20 quilates, tem 74 facetas e ainda é considerado como o maior diamante lapidado do mundo.
KOH-I-NOOR ("Montanha de Luz") Foi mencionado pela primeira vez em 1304, pesando 186 quilates. Uma pedra de corte oval. Acredita-se ter estado, certa vez, engastado no famoso trono de pavão do Xá Jehan como um dos olhos do pavão. Relapidado no reinado da Rainha Vitória, encontra-se hoje em dia entre AS JÓIAS DA COROA INGLESA e pesa atualmente 108,93 quilates.
O Olho do Ídolo Uma pedra no formato de pêra achatada e do tamanho de um ovo de galinha. O seu tamanho lapidado é de 70,20 quilates. Um outro diamante famoso que uma vez foi colocado no olho de um ídolo antes de ter sido roubado. A lenda também diz que ele foi dado como resgate da Princesa Rasheetah pelo "Sheik" da Kashmir ao Sultão da Turquia qua a tinha raptado.
O Excelsior A segunda maior pedra já encontrada é o Excelsior, que era de 995,2 quilates quando bruto. Alguns dizem que o Braganza é a segunda maior pedra já encontrada, mas não há registros de sua existência e muitos acreditam ser mitológico ou nem mesmo um diamante. 
O Regente Um diamante verdadeiramente histórico descoberto em 1701 por um escravo índio perto de Golconda, pesava 410 quilates quando bruto. Quando pertencente a William Pitt, primeiro-ministro inglês, foi cortado em um brilhante no formato de uma almofada de 140,5 quilates e, até ter sido vendido para o Duque de Orleans, Regente da França, quando Luís XV ainda era uma criança em 1717, era chamado de "O Pitt". Foi então rebatizado como "O Regente" e colocado na coroa de Luís XV para a sua coroação. Após a Revolução Francesa, foi possuído por Napoleão Bonaparte que o colocou no cabo de sua espada. Atualmente está exposto no Louvre.
O Blue Hope (Esperança Azul) Mais famoso do que qualquer outro diamante, o Hope foi uma vez possuído por Luís XV, sendo oficialmente designado de "o diamante azul da coroa". Roubado durante a Revolução Francesa, tornou a aparecer em Londres, em 1830 e foi comprado por Henry Philip Hope, razão pela qual atualmente tem esse nome. Foi em poder da família Hope que este diamante adquiriu a reputação horrível de trazer azar. Toda a família morreu na pobreza. Uma infelicidade similar ocorreu com um proprietário posterior, Sr. Edward McLean. Atualmente, encontra-se na Instituição Smithsonian em Washington.

O Grande Mogul foi descoberto no século XVII. A pedra tem esse nome em homenagem ao Xá Jehan, que construiu o Taj Mahal. Quando bruto, diz-se ter pesado 793 quilates. Atualmente encontra-se desaparecido.
O "Sancy" pesava 55 quilates e foi cortado no formato de uma pêra. Primeiramente pertenceu a Charles, o Corajoso, Duque de Burgundy, que o perdeu na batalha em 1477. A pedra de fato tem esse nome devido a um dono posterior, Senhor de Sancy, um embaixador francês na Turquia no final do século XVI. Ele o emprestou ao rei francês Henry III que o usou no gorro com o qual escondia sua calvície. Henrique VI da França, também pegou emprestado a pedra de Sancy, mas ela foi vendida em 1664 a James I da Inglaterra. Em 1688, James II, último dos reis Stuart da Inglaterra, fugiu com ele para Paris. O "Sancy" desapareceu durante a Revolução Francesa.
Taylor - Burton Com 69,42 quilates, este diamante no formato de uma pêra foi vendido em leilão em 1969 com a pressuposição de que ele poderia ser nomeado pelo comprador. Cartier, de Nova York, com sucesso, fez um lance para ele e imediatamente o batizou de "Cartier". Entretanto, no dia seguinte, Richard Burton comprou a pedra para Elizabeth Taylor por uma soma não revelada, rebatizando-o de "Taylor-Burton". Ele fez seu debut em um baile de caridade em Mônaco, em meados de novembro, onde Miss Taylor o usou como um pendente. Em 1978, Elizabeth Taylor anunciou que o estava colocando à venda e que planejava usar parte da renda para construir um hospital em Botswana. Somente para inspecionar, os possíveis compradores tiveram que pagar $ 2.500 para cobrir os custos de mostrá-lo. Em junho de 1979, ele foi vendido por quase $ 3 milhões e a última notícia que temos dele é que se encontra na Arábia Saudita.
O Orloff Acredita-se que tenha pesado cerca de 300 quilates quando foi encontrado. Uma vez foi confundido com o Grande Mogul, e atualmente faz parte do Tesouro Público de Diamantes da União Soviética em Moscou. Uma das lendas diz que "O Orloff" foi colocado como olho de Deus no templo de Sri Rangen e foi roubado por um soldado francês disfarçado de hindu. 
Hortensia Esta pedra cor de pêssego, de 20 quilates, tem esse nome em honra de Hortense de Beauharnais, Rainha da Holanda, que era filha de Josephine e a enteada de Napoleão Bonaparte. O Hortensia fez parte das Jóias da Coroa Francesa desde que Luís XIV o comprou. Junto com o Regente, atualmente está em exposição no Louvre, em Paris.
Entre os mais novos diamantes famosos está o "Amsterdã", uma das pedras preciosas mais raras do mundo, um diamante totalmente negro. Proveniente de uma parte do Sul da África, cujo local se mantém em segredo, tem peso bruto de 55.58 quilates. A belíssima pedra negra tem um formato de uma pêra e possui 145 faces e pesa 33.74 quilates.

Ouro livre e ouro preso

Ouro livre e ouro preso


Muitos garimpeiros já sofreram com o filão que começa bem, dando ouro e de repente, o ouro some, mas ele continua lã, só que preso na pirita e para tirá-lo de lá, só através de processo químico.


O ouro tem várias formas de ocorrência em minérios de sulfuretos variando entre ser disseminado e intersticial em minerais como chumbo e cobre, em óxido de minérios particularmente como partículas disseminadas, e como o ouro de moagem livre ou associação com teluretos. Quando o ouro está intimamente associado com sulfureto de vários minerais, especialmente de sulfuretos de ferro, que incluem pirite, pirrotite e arsenopirite, a flotação de recuperação do ouro está dependente da recuperação dos minerais associados. Neste caso o ouro segue a recuperação associada ao sulfureto do mineral.
A flotação do  ouro livre fundamentalmente não é possível porque o ouro é um elemento nobre o que significa que é um metal quimicamente não reativo. Desde os coletores de flotação de sulfuretos de adsorção química para as superfícies alvo dos minerais, porque os metais nobres não reagem, não é possível a adsorção do coletor numa superfície de ouro puro. A utilização de ditiofosfatos com base em cresílicos proporciona alguma recolha de ouro particularmente na flotação de minério de ouro-prata. Como alternativa, se existir associação metálica significativa de ouro com metal de prata, porque a prata possui uma superfície reativa para adesão do coletor, os coletores para prata também resultam indiretamente na recuperação de ouro.


Consequentemente, a recuperação da flotação de ouro requer uma concentração em flutuar os metais associados de base (predominantemente chumbo, cobre) e frequentemente minerais de pirita. Enquanto a cal é muitas vezes utilizada na flotação da base de minerais de sulfuretos, porque a cal em excesso também tende a descomprimir a flotação de ouro, deve-se manter o equilíbrio entre a boa metalurgia de metais base e as recuperações de ouro. Recomenda-se pH natural para a flotação de ouro. Em alternativa, a utilização de carbonato de sódio para ajuste de pH pode reduzir a depressão do ouro.
Onde o ouro se encontra associado com pirita na base de minérios metálicos em que sulfetos de ferro são descomprimidos e reportam aos resíduos, deve ser considerada uma flotação concentrada separada de resíduos de pirita. Ao produzir um concentrado de pirita com ouro associado maximiza a recuperação do ouro.

Um X a menos na equação dos diamantes do Tapajós-PARÁ

Um X a menos na equação dos diamantes do Tapajós-PARÁ




Após a quilha mantélica diamantifeira apresentada por INACIO NARDI, JOSÉ ELOI GUIMARÃES CAMPOS & GUILHERME MODESTO GONZAGA mostram os estudos e experimentos que colocam em xeque a teoria sul africana do transporte dos diamantes por centenas e milhares de km, no Brasil e inclusive na própria Africa do sul. Isto muda a equação ate hoje contraditória a respeito dos diamantes não rolados observados no Tapajós.


ABSTRACT THE TRANSPORT OF DIAMOND BY FLUVIAL SYSTEMS FOR LONG DISTANCE: A CRITICAI VIEW Many authors believe in the possibility of diamond transport for hundreds of kilometers by fluvial sedimentary processes. This work attempts to show by the integration of alluvial placer observations, experimental data analysis and case study that diamonds cannot be transported for long distances by tractive processes. The presence of diamond in a large geographical area (hundreds of square kilometers) implies in the necessity of the presence of multiple well distributed sources, including primary (kimberlite and lamproite) or secondary (sedimentary rocks) sources. The coarse facies related to the glaciogenic sediments are the most important sources among the secondary host rocks. The case studies exemplified in this paper show clearly that the wide dispersion of diamonds is mainly explained by the presence of secondary sources with regional distribution. 


Vários autores acreditam na possibilidade de transporte de diamantes por centenas de quilómetros através de ambientes fluviais. Esta crença influencia diretamente nas hipóteses dos geólogos brasileiros nas suas pesquisas para diamante, pois os diamantes da África dominaram o mundo por muito tempo e os geólogos sul africanos são geralmente consultores ou chefes das equipes brasileiras; esses autores sul africanos consideram que os diamantes presentes na costa atlântica da Namibia foram transportados pelo Rio Orange desde a região de Kimberley na África do Sul, a uma distância superior a 1000 km no interior do continente.
Este trabalho tenta mostrar a partir da integração da observação de placeres aluvionares, de dados experimentais, que diamantes não podem ser transportados por processos tracionais a longas distâncias. A presença de diamantes em uma extensa região (milhares de quilómetros quadrados) implica na necessidade da presença de numerosas fontes distribuídas por toda a bacia, podendo ser representadas por fontes primárias (kimberlitos ou lamproítos), secundárias (rochas sedimentares) ou ambas. Entre os hospedeiros secundários, as fácies rudíticas relacionadas aos sedimentos glacio gênicos são destacados pelos autores. O estudo dos casos exemplificados neste trabalho mostra claramente que a grande dispersão de diamantes é devida principalmente a presença de fontes secundárias com ampla distribuição regional.
A análise dos processos fluviais integrados a partir de: observações de campo, análise dos principais condicionantes para origem de placeres, resultados experimentais de laboratório, mostra que os minerais pesados de forma geral e os diamantes em particular apresentam curto transporte em ambiente fluvial e uma tendência à rápida deposição. O objetivo deste trabalho é rediscutir a questão, geralmente aceita, a respeito da distribuição de diamantes a centenas de quilómetros de sua fonte, por sistemas fluviais. Também objetiva mostrar como se processa o transporte de elementos pesados por sistemas fluviais, para contribuir aos aspectos práticos a respeito da geração de placeres e/ou paleoplaceres e para a prospecção de depósitos primários e secundários de diamante;
Os ambientes, onde são encontrados depósitos diamantíferos, incluem os sistemas fluviais de leques aluviais, de rios entrelaçados, de rios meandrantes e os depósitos resultantes da interação destes sistemas. Ambientes fluvio glaciais e canais sub glaciais (zona basal de geleiras), também apresentam elevado potencial para acumulação de minerais pesados, sendo as fácies sedimentares de maior regime de fluxo conhecidas;
Contudo, como observado por Miall (1977), as características dos vários tipos de fácies fluviais podem se superpor no tempo e no espaço. Dessa forma, os depósitos tipo placeres observados em cursos de rios meandrantes atuais, foram na realidade gerados em um intervalo de tempo anterior, quando o rio apresentava um canal mais retilíneo do tipo entrelaçado, com importante transporte e deposição de cascalho (atualmente observados na base dos canais).
DADOS EXPERIMENTAIS Os trabalhos experimentais convergem para os mesmos resultados, indicando que os minerais pesados tendem a se concentrar em uma camada basal (heavy infralayer) enquanto os leves acumulam-se posteriormente (light supralayer). Hattingh & Rust (1993) realizaram um trabalho experimental, onde 40 toneladas de areia de praia rica em ilmenita, granada, perovskita e limonita foram acumuladas a montante de uma sinuosidade do curso do os minerais pesados acumularam-se na porção interna da curva do rio e não sofreram transporte superior a algumas centenas de metros. Sutherland (1982) propôs uma "curva de seleção" para o diamante transportado por processos fluviais, objetivando descrever a variação de tamanho dos diamantes com a distância da área fonte. A curva que descreve a equação tem a forma geral de uma exponencial:
y = a. e {- b x(1º/2)]
onde y é o tamanho médio da pedra a uma distância x da área fonte, x a distância medida em quilómetros e a e b são parâmetros determinados pelo método dos mínimos quadrados (respectivamente tamanho médio das pedras na área fonte e constante de desintegração que varia de 0,10 a 0,20 nos sistemas naturais). A análise numérica da equação mostra que com um transporte fluvial de cerca de 500 km uma pedra originalmente de 10 quilates teria cerca de 0,035 quilates (3,5 pontos - tamanho aproximado de um grão de areia grossa) e que uma pedra de cerca de 3,7 quilates (em um aluvião) deveria apresentar 100 quilates na área fonte após um transporte de 400 km. Este fato mostra que mesmo uma equação teórica obtida através de análises empíricas, não sustenta a ideia de um longo transporte pelos sistemas fluviais, pois diamantes de dezenas de quilates são relativamente comuns em vários depósitos secundários.
Mesmo considerando a atuação de sucessivos ciclos de transporte fluvial, e não o transporte em um instante de tempo, como até então estabelecido, não se deve esperar a transferência de diamantes por centenas de quilómetros em uma bacia sedimentar, uma vez que o contraste de densidade entre o diamante (ρ = 3,5) e os materiais componentes dos cascalhes fluviais (média de ρ = 2,75) é significativo, resultando em uma tendência geral para a deposição destes minerais. O único ambiente deposicional capaz de transportar diamantes por distâncias consideráveis é o sistema glacial, que através do transporte de grande volume de massa pela expansão das capas de gelo, pode ser responsável pela transferência de material por até centenas de quilômetros.
ANÁLISE DE CASOS: Objetivando exemplificar as ideias discutidas nesta contribuição foram escolhidos dois exemplos de depósitos diamantíferos associados a sistemas fluviais bastante difundidos na literatura. Os exemplos escolhidos são representados pelos depósitos diamantíferos da região da Serra do Espinhaço Meridional, incluindo os aluviões do Rio Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais, e pelos depósitos diamantíferos do Rio Orange, na África do Sul e na Namíbia, bem como pelos placeres diamantíferos da costa atlântica destes países.
Rio Jequitinhonha (Brasil) O Rio Jequitinhonha está localizado no nordeste do Estado de Minas Gerais, em uma região que durante o século XVIII foi responsável pela maior produção mundial de diamantes. As ocorrências diamantíferas estão distribuídas por cerca de 400 quilómetros ao longo do curso fluvial. Neste trecho do rio existe uma marcante variação do tamanho médio das pedras recuperadas dos aluviões e paleoaluviões cenozóicos.
O Rio Jequitinhonha é diamantífero desde sua nascente, onde drena metaconglomerados da Formação Sopa-Brumadinho, sendo as ocorrências de diamantes distribuídas onde o curso fluvial intercepta as rochas do Supergrupo Espinhaço e do Grupo Macaúbas (e.g. região da Mineração Rio Novo). No momento em que o rio flui sobre as fácies distais do Grupo Macaúbas, a presença de diamantes diminui sensivelmente, desaparecendo completamente nos trechos sobre as rochas granito-gnáissicas do embasamento cristalino. As ocorrências diamantíferas são apenas observadas nas regiões proximais aos hospedeiros secundários, sendo sua ampla distribuição relacionada à grande dispersão das fontes secundárias.
A simples observação dos dados de variação de peso médio dos diamantes ao longo de mais de 250 quilómetros do Rio Jequitinhonha (Haralyi et al. 1991) permite concluir que o sistema fluvial foi responsável por um transporte reduzido.
A partir da análise anterior, foi possível mostrar que o Rio Jequitinhonha é mais um exemplo de um sistema natural que demonstra claramente o transporte de diamantes a pequenas distâncias por sistemas fluviais. O mesmo raciocínio pode ser desenvolvido para as ocorrências secundárias oriundas dos kimberlitos da região de Juína/MT, onde os placeres via de regra, se distribuem no máximo a dezenas de quilómetros das fontes primárias.
Inúmeros autores acreditam que a origem dos diamantes do Rio Orange, na África do Sul, e dos depósitos diamantíferos na costa atlântica da África do Sul e Namíbia, esteja ligada a fontes primárias localizadas no Cráton de Kapvaal, distantes a cerca de 1200 quilómetros. Rouffaer (1988) e Marshall & Baxter-Brown (1995), ao contrário, afirmam que os diamantes são derivados de rochas sedimentares.glaciogênicas permo-carboníferas relacionados à Formação Dwyka. O teor geral de diamantes nos sedimentos Dwyka é bastante baixo. Porém, assumindo a presença de menos de um quilate por milhões de toneladas de sedimento, depósitos resultantes da erosão e reconcentração de bilhões de toneladas destes sedimentos poderiam explicar os depósitos secundários do Rio Orange, como também da costa atlântica (Marshall & Baxter-Brown 1995). Na realidade, os diamantes do Rio Orange são oriundos de diversos afloramentos de sedimentos Dwyka (fontes secundárias) e foram transportados por alguns quilómetros, sendo retidos por diversos tipos de armadilhas fluviais. É muito importante citar que a região da foz do Rio Orange apresenta uma mediana de peso dos diamantes superior àquela observada no seu alto curso (Rombouts 1995). Tal fato não é compatível com a distribuição de tamanhos de diamantes transportados em regimes fluviais e vem reforçar a presença de várias fontes secundárias ao longo do curso fluvial.
Este exemplo, juntamente com o do Rio Jequitinhonha no Brasil, reforça significativamente dois pontos de vista que ainda se encontram pouco difundidos na literatura geológica:
- os processos glaciais são poderosos agentes de transporte e, em alguns casos, de concentração de diamantes e outros minerais pesados;
- os sistemas fluviais não são agentes capazes de transportar diamantes a centenas de quilómetros de distância das fontes.
CONCLUSÕES O diamante, por ser um mineral pesado, cujas características físicas e químicas lhe conferem extrema resistência e estabilidade durante o transporte, pode ser retrabalhado a partir de suas fontes através de sucessivos ciclos deposicionais.
- os sistemas deposicionais do tipo rios entrelaçados, com pre-domínio de transporte de cascalhes juntamente com fácies fluvio-glaciais e canais subglaciais, são os agentes mais eficientes na concentração de minerais pesados.
- os sistemas fluviais transportam minerais pesados a distâncias reduzidas, geralmente não compatíveis com centenas de quilómetros da fonte, como usualmente é sugerido na literatura. A tendência natural do diamante é a rápida deposição nas fácies proximais nos ambientes de maior energia.
- quando ocorrências diamantíferas são distribuídas por uma grande região, deve-se esperar a presença de várias fontes (primárias ou hospedeiros secundários) ao longo de todo o sistema fluvial, já que de uma forma geral, os minerais pesados não são transportados por longas distâncias em regimes fluviais. Estes minerais ficarão retidos nas várias modalidades de armadilhas nas regiões proximais das fontes. As fontes primárias diamantíferas apresentam uma dispersão de pequena magnitude, enquanto os hospedeiros secundários podem apresentar uma distribuição geográfica muito ampla.
- Dentre os possíveis hospedeiros secundários, que podem ser de diversos tipos, destaca-se os sedimentos glaciogênicos, que apresentam uma capacidade de transporte de centenas de quilómetros e em alguns casos apresentam condições de concentrar diamantes e outros minerais pesados.

Este trabalho mostrou, a partir da integração de características do transporte fluvial, condicionantes de geração de placeres, dados experimentais e estudo de casos que os diamantes não são transportados por sistemas fluviais a longas distâncias, conforme usualmente descrito na literatura geológica. Este fato deve ser levado em consideração durante as campanhas exploratórias, pois a sua inobservância tem levado a equívocos de sérias consequencias