segunda-feira, 20 de março de 2017

VIDROS ARTIFICIAIS E NATURAIS

VIDROS ARTIFICIAIS E NATURAIS



A imitação de objetos valiosos usados como adorno pessoal por meio de substâncias de menor valor remonta à Pré-História e a diversas nações se atribui o descobrimento da mais corriqueira delas, o vidro artificial. Os mais antigos exemplares deste tipo de material procedem do Egito, onde eram empregados para imitar diversas gemas, principalmente esmeralda, turquesa, lápis-lazúli, jaspe e ônix, desde épocas anteriores a 5.000 A.C..
Tal como o conhecemos hoje, o vidro artificial já era empregado no Egito por volta de 1.000 A.C. e consiste de uma única substância ou, mais freqüentemente, de uma mistura de substâncias que, ao se resfriar rapidamente, tem sua viscosidade elevada e solidifica-se sem se cristalizar, dando lugar a um produto inorgânico de fusão, na maior parte das vezes transparente.
Os vidros artificiais não se incluem no grupo das gemas sintéticas pois, geralmente, têm em comum com as gemas que imitam somente a cor e a transparência, ao contrário das sintéticas, que apresentam as mesmas propriedades físicas e óticas, composição química e estrutura cristalina das suas equivalentes naturais.
Ao contrário dos materiais cristalinos, os vidros não apresentam estrutura interna ordenada, sendo, portanto, amorfos. Por se tratarem de uma mistura de substâncias sem composição química definida, suas propriedades físicas e óticas variam dentro de limites muito amplos, de acordo com seu tipo e composição.
Apesar da abundância e diversidade das gemas naturais, os vidros artificiais continuam sendo amplamente utilizados no mercado de gemas de imitação, sobretudo em artigos de bijuteria e, de modo geral, a distinção entre eles e as gemas naturais é bastante evidente, seja à simples vista ou com o auxílio de uma lupa.
Por apresentarem dureza relativamente baixa, usualmente 5 na escala de Mohs, os vidros apresentam arestas menos definidas e admitem um polimento menos perfeito e duradouro que o das gemas que procuram imitar. Por serem piores condutores de calor que a maioria das gemas cristalinas, os vidros dão a sensação de ser mais quentes ao tato. Ademais, exibem um típico brilho vítreo e fratura conchoidal, embora estas características tenham pouca utilidade prática, uma vez que boa parte das gemas naturais também as possui.
As inclusões mais freqüentemente observadas nos vidros são bolhas de gás, usualmente esféricas ou ovais, mas podendo apresentar diversas outras formas, bem como agrupamentos delas, assim como linhas curvas ou onduladas formadas pela mistura pouco homogênea dos seus constituintes, conhecidas como "marcas de redemoinho".
Quando a identificação de uma substância que se supõe tratar-se de vidro requer a execução de ensaios em laboratórios gemológicos, o espécime é submetido a uma marcha analítica, que consiste em determinações de caráter ótico, índice de refração e peso específico, empregando-se os instrumentos polariscópio, refratômetro e balança hidrostática, respectivamente. Em seguida, o exemplar sob questão deve ser examinado à lupa e por microscopia, em busca de inclusões e estruturas diagnósticas. Adicionalmente, podem ser realizados ensaios de fluorescência à luz ultravioleta (a maior parte dos vidros apresenta reação sob ondas curtas, de cores e intensidades muito variáveis), pleocroísmo (por ser isótropo, o vidro não é um material pleocróico) e espectroscopia de absorção na região da luz visível. Eventualmente, procede-se a ensaios de dureza, embora, na medida do possível, seja conveniente evitar o emprego de técnicas destrutivas no campo da gemologia.
Além dos vidros artificiais, produzidos pelo homem, há vidros naturais que, eventualmente, são facetados e empregados na indústria joalheira. Entre eles, destacam-se a obsidiana e os tectitos, como a moldavita. A distinção entre os vidros naturais e os artificiais algumas vezes pode se tornar difícil, mediante a utilização exclusiva dos ensaios usuais acima descritos, uma vez que a maior parte das características e propriedades de ambos é semelhante. Em alguns casos, são requeridos ensaios que utilizem técnicas analíticas avançadas, não estritamente gemológicas, tais como microsonda eletrônica e espectroscopia Raman, através das quais pode-se detectar a presença e o conteúdo de determinados elementos químicos na amostra, de forma a obter um resultado conclusivo a respeito da origem do vidro.

Dólar sobe ante real com temor de exportação afetada no Brasil pela Carne Fraca

Dólar sobe ante real com temor de exportação afetada no Brasil pela Carne Fraca

segunda-feira, 20 de março de 2017 10:27 BRT
 
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Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em leve alta ante o real nesta segunda-feira, com investidores cautelosos com a possibilidade de entrada de menos recursos no país por conta de exportações menores em decorrência da operação Carne Fraca, que desvendou fraude em fiscalizações sanitárias de carnes.
Às 10:24, o dólar avançava 0,22 por cento, a 3,1075 reais na venda, depois de ter recuado 0,47 por cento no pregão passado. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,40 por cento.
"A exportação de carne é relevante na balança comercial e países já embargaram o produto brasileiro", afirmou o operador da mesa de câmbio do banco Ourinvest Bruno Foresti.
Ele referia-se à Coreia do Sul, que barrou temporariamente as vendas de produtos da BRF e anunciou que vai intensificar a fiscalização da carne de frango importada do Brasil. Além disso, a Comissão Europeia informou mais cedo que todas as empresas envolvidas no escândalo terão acesso negado ao mercado da União Europeia.
E, segundo uma fonte ouvida pela Reuters, a China também suspendeu temporariamente as importações de carne brasileira após o escândalo.
Na sexta-feira, a Polícia Federal lançou operação para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários federais e cerca de 40 empresas, entre elas as gigantes JBS e BRF, com fraudes na fiscalização sanitária de carnes, escândalo que traz preocupação aos consumidores domésticos e ameaça o status do Brasil como grande exportador.
As exportações de carnes do Brasil (bovina, suína e de frango) subiram de cerca de 2 bilhões de dólares em 2000 para aproximadamente 14 bilhões de dólares no ano passado.
"Há ainda preocupação de que o esquema ainda atinja políticos, em mais um temor sobre o andamento das reformas no Congresso Nacional", acrescentou Foresti.
O mercado financeiro estava cauteloso também pelo cenário político, já abalado pela lista do procurado-geral da República, Rodrigo Janot, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada com pedidos de abertura de inquérito contra políticos da base e ministros do presidente Michel Temer.
O medo é de que votações importantes sejam afetadas no Congresso Nacional, com destaque para a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
No exterior, o dólar exibia leves oscilações ante uma cesta de moedas. O clima era de cautela depois da decisão do G20 de retirar a promessa para evitar o protecionismo comercial, concordando com o protecionismo cada vez maior dos Estados Unidos.
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão novo leilão de até 10 mil swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares --para rolagem dos contratos de fevereiro.

China suspende temporariamente importações de carne brasileira após escândalo, diz fonte

China suspende temporariamente importações de carne brasileira após escândalo, diz fonte

segunda-feira, 20 de março de 2017 10:53 BRT
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PEQUIM (Reuters) - A China suspendeu temporariamente as importações de carne brasileira a partir do dia 19 de março, após um escândalo no país sobre suposto esquema de fraude envolvendo empresas e agentes sanitários que teria permitido a venda de produtos contaminados, disse uma fonte nesta segunda-feira.
A fonte, que pediu para não ser identificada por causa da sensibilidade da informação, afirmou que a suspensão das compras de carne brasileira é uma medida de "precaução".
A decisão ocorre após a Coreia do Sul intensificar as fiscalizações de carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos de frango da BRF, maior produtora de carne de frango do mundo.
(Por Dominique Patton)

domingo, 19 de março de 2017

O MAIOR DIAMANTE DO MUNDO

O MAIOR DIAMANTE DO MUNDO


ORIGEM DO NOME: Diamante, do grego 'adamas', significa invencível e 'diaphanes', que significa transparente. Durante a Idade Média, acreditava-se que um diamante podia reatar um casamento desfeito. Era usado em batalhas como símbolo de coragem.

Os antigos o chamavam de pedra do sol, devido ao seu brilho faiscante e os gregos acreditavam que o fogo de um diamante refletia a chama do amor.
Sugere, portanto, a força e a eternidade do amor.

SAIBA COMO NASCE UM DIAMANTE

O DIAMANTE COMO JÓIA
Só a partir do século XV, o diamante foi caracterizado como a jóia da noiva. Sendo Mary de Burgundy a primeira mulher a receber um colar de diamantes como um símbolo de noivado com o Arqueduque Maximilian da Austria em Agosto de 1477. Dos séculos XVII a XIX, usavam-se argolões como anéis de noivado. No século XX, ficou em moda o estilo "chuveiro", mais tarde o anel fieira. Depois o solitário, o estilo mais usado atualmente.

EXPLORAÇÃO: A exploração das minas de diamante começou na Índia, entre os anos 800 e 600 A.C. Durante 2.000 anos, o Oriente produziu todos os diamantes conhecidos, incluindo o "Koh-i-Noor", o russo "Orloff", o "Esperança" e outros diamantes célebres. O seu uso era reservado às cortes reais e aos dignitários da igreja. As espadas, os colares das ordens, os cetros e as coroas usadas nas cerimônias eram ornadas de diamantes.

OS MAIS FAMOSOS DIAMANTES DO MUNDO
O CULLINAN, o maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106 quilates quando bruto e originalmente um pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em 9 pedras principais e 96 pedras menores.

O Estrela da África é a maior das pedras cortadas do Cullinan. é um dos doze mais famosos diamantes do mundo e pertence à COROA INGLESA. Ele pesava 530,20 quilates, tem 74 facetas e ainda é considerado como o maior diamante lapidado do mundo.

KOH-I-NOOR ("Montanha de Luz") Foi mencionado pela primeira vez em 1304, pesando 186 quilates. Uma pedra de corte oval. Acredita-se ter estado, certa vez, engastado no famoso trono de pavão do Xá Jehan como um dos olhos do pavão. Relapidado no reinado da Rainha Vitória, encontra-se hoje em dia entre AS JÓIAS DA COROA INGLESA e pesa atualmente 108,93 quilates.

O Olho do Ídolo - Uma pedra no formato de pêra achatada e do tamanho de um ovo de galinha. O seu tamanho lapidado é de 70,20 quilates. Um outro diamante famoso que uma vez foi colocado no olho de um ídolo antes de ter sido roubado. A lenda também diz que ele foi dado como resgate da Princesa Rasheetah pelo "Sheik" da Kashmir ao Sultão da Turquia qua a tinha raptado.

O Excelsior - A segunda maior pedra já encontrada é o Excelsior, que era de 995,2 quilates quando bruto. Alguns dizem que o Braganza é a segunda maior pedra já encontrada, mas não há registros de sua existência e muitos acreditam ser mitológico ou nem mesmo um diamante.

O Regente - Um diamante verdadeiramente histórico descoberto em 1701 por um escravo índio perto de Golconda, pesava 410 quilates quando bruto. Quando pertencente a William Pitt, primeiro-ministro inglês, foi cortado em um brilhante no formato de uma almofada de 140,5 quilates e, até ter sido vendido para o Duque de Orleans, Regente da França, quando Luís XV ainda era uma criança em 1717, era chamado de "O Pitt". Foi então rebatizado como "O Regente" e colocado na coroa de Luís XV para a sua coroação. Após a Revolução Francesa, foi possuído por Napoleão Bonaparte que o colocou no cabo de sua espada. Atualmente está exposto no Louvre.

O Blue Hope (Esperança Azul) - Mais famoso do que qualquer outro diamante, o Hope foi uma vez possuído por Luís XV, sendo oficialmente designado de "o diamante azul da coroa". Roubado durante a Revolução Francesa, tornou a aparecer em Londres, em 1830 e foi comprado por Henry Philip Hope, razão pela qual atualmente tem esse nome. Foi em poder da família Hope que este diamante adquiriu a reputação horrível de trazer azar. Toda a família morreu na pobreza. Uma infelicidade similar ocorreu com um proprietário posterior, Sr. Edward McLean. Atualmente, encontra-se na Instituição Smithsonian em Washington.

O Grande Mogul - foi descoberto no século XVII. A pedra tem esse nome em homenagem ao Xá Jehan, que construiu o Taj Mahal. Quando bruto, diz-se ter pesado 793 quilates. Atualmente encontra-se desaparecido.

O "Sancy" - pesava 55 quilates e foi cortado no formato de uma pêra. Primeiramente pertenceu a Charles, o Corajoso, Duque de Burgundy, que o perdeu na batalha em 1477. A pedra de fato tem esse nome devido a um dono posterior, Senhor de Sancy, um embaixador francês na Turquia no final do século XVI. Ele o emprestou ao rei francês Henry III que o usou no gorro com o qual escondia sua calvície. Henrique VI da França, também pegou emprestado a pedra de Sancy, mas ela foi vendida em 1664 a James I da Inglaterra. Em 1688, James II, último dos reis Stuart da Inglaterra, fugiu com ele para Paris. O "Sancy" desapareceu durante a Revolução Francesa.

Taylor - Burton Com 69,42 quilates, este diamante no formato de uma pêra foi vendido em leilão em 1969 com a pressuposição de que ele poderia ser nomeado pelo comprador. Cartier, de Nova York, com sucesso, fez um lance para ele e imediatamente o batizou de "Cartier". Entretanto, no dia seguinte, Richard Burton comprou a pedra para Elizabeth Taylor por uma soma não revelada, rebatizando-o de "Taylor-Burton". Ele fez seu debut em um baile de caridade em Mônaco, em meados de novembro, onde Miss Taylor o usou como um pendente. Em 1978, Elizabeth Taylor anunciou que o estava colocando à venda e que planejava usar parte da renda para construir um hospital em Botswana. Somente para inspecionar, os possíveis compradores tiveram que pagar $ 2.500 para cobrir os custos de mostrá-lo. Em junho de 1979, ele foi vendido por quase $ 3 milhões e a última notícia que temos dele é que se encontra na Arábia Saudita.

O Orloff - Acredita-se que tenha pesado cerca de 300 quilates quando foi encontrado. Uma vez foi confundido com o Grande Mogul, e atualmente faz parte do Tesouro Público de Diamantes da União Soviética em Moscou. Uma das lendas diz que "O Orloff" foi colocado como olho de Deus no templo de Sri Rangen e foi roubado por um soldado francês disfarçado de hindu.

Hortensia - Esta pedra cor de pêssego, de 20 quilates, tem esse nome em honra de Hortense de Beauharnais, Rainha da Holanda, que era filha de Josephine e a enteada de Napoleão Bonaparte. O Hortensia fez parte das Jóias da Coroa Francesa desde que Luís XIV o comprou. Junto com o Regente, atualmente está em exposição no Louvre, em Paris.

Entre os mais novos diamantes famosos está o "Amsterdã", uma das pedras preciosas mais raras do mundo, um diamante totalmente negro. Proveniente de uma parte do Sul da África, cujo local se mantém em segredo, tem peso bruto de 55.58 quilates. A belíssima pedra negra tem um formato de uma pêra e possui 145 faces e pesa 33.74 quilates.

RAIOS, ORIGEM DOS RAIOS E TROVÕES

RAIOS, ORIGEM DOS RAIOS E TROVÕES


Raio e trovões
Raio é uma descarga elétrica luminosa visível que se produz entre uma nuvem e a superfície terrestre. Atualmente sabe-se que os raios são fenômenos elétricos produzidos por diferenças de potencial na atmosfera, com energia suficiente para superar a resistência do ar. Na atmosfera da Terra e de outros planetas, como Júpiter, os raios restabelecem o equilíbrio elétrico entre as nuvens e o solo, transmitindo de modo explosivo as cargas elétricas acumuladas num determinado ponto.

Nas mitologias indo-européias, o raio era um atributo divino, com o qual deuses poderosos, como o grego Zeus, manifestavam sua ira e fulminavam heróis e humanos que se opunham a seus desígnios. Hoje a ciência estuda os raios para proteger de seus efeitos as aeronaves e construções.

Desde a antiguidade os efeitos devastadores dos raios sobre a terra deram-lhes um aspecto mágico e ameaçador, que transparece em lendas e mitos de sociedades primitivas. Foram provavelmente os incêndios provocados por raios que deram ao homem o conhecimento e a posse do fogo.

Até o século XVIII, quando tiveram início os estudos sobre a eletricidade, ainda não havia uma explicação convincente para o fenômeno dos raios e tempestades. Foi o americano Benjamin Franklin quem comprovou a hipótese da origem elétrica dos raios. Franklin concebeu o pára-raios para proteger casas e prédios da ação da eletricidade atmosférica. O dispositivo consiste numa haste metálica alta, ligada ao solo por um fio condutor de eletricidade, que atrai os raios e os canaliza para a terra a fim de evitar seus efeitos destrutivos.

Os raios são manifestações típicas das tempestades elétricas e podem ocorrer na ausência ou presença de chuvas, mas quase sempre associados a nuvens do tipo cúmulo-nimbo. Também podem se manifestar, no entanto, em nuvens do tipo nimbo-estrato, em tempestades de neve ou de areia, ou ainda em erupções vulcânicas, sempre que haja um acúmulo de cargas elétricas em nuvens de gotículas de água, cristais de gelo, poeira ou cinza vulcânica. Durante uma tempestade, a descarga elétrica pode ocorrer no interior de uma nuvem, entre nuvens, entre uma nuvem e o ar, ou entre uma nuvem e o solo. Só ao último caso dá-se o nome de raio; todos eles, porém, são chamados relâmpagos.


Trovão
A passagem da descarga elétrica pelo ar provoca grandes estrondos, os trovões. Como as ondas luminosas se propagam com velocidade muito maior que as ondas sonoras, os raios sempre são vistos antes que se ouça o estrondo do trovão. O intervalo de tempo decorrido entre o raio e o trovão varia em relação direta com a distância que separa o observador do fenômeno.

Origem dos raios
As tempestades elétricas ocorrem sempre que há grande instabilidade térmica na atmosfera. Uma região atmosférica instável acentua de forma crescente e acelerada qualquer perturbação existente ao redor. Desse modo, pequenas diferenças de temperatura numa camada atmosférica criam um movimento vertical de massas de ar, já que o ar frio é mais pesado que o ar quente. Se a variação de temperatura se mantém ou aumenta nas camadas superiores, a corrente de ar ascendente se desloca a maiores velocidades, já que o ar frio dos níveis mais altos desce com grande velocidade. Em sua trajetória, as gotículas de água ou partículas de gelo imersas em ambas as massas de ar se atritam e eletrificam. Uma grande carga elétrica então se acumula nas nuvens e, se o ar circundante também estiver eletricamente carregado, podem-se produzir descargas aéreas a partir da nuvem.

As cargas no interior de uma nuvem se distribuem possivelmente da seguinte maneira: uma grande carga positiva na região mais alta, uma grande carga negativa abaixo e, na parte mais baixa, uma pequena carga positiva. O brilho do raio que parte da nuvem para o solo tem origem na neutralização das pequenas cargas positivas da parte mais baixa.

Um raio entre a nuvem e o solo envolve duas descargas. Num primeiro momento, a carga negativa passa da nuvem para o solo sem produzir muita luminosidade, mas com várias ramificações a partir da trajetória principal. Em alguns casos, especialmente quando se trata de estruturas muito altas, como torres de igreja, edifícios e grandes árvores, a primeira descarga pode partir do solo para a nuvem. Quando a descarga principal se aproxima do solo, induz uma carga oposta e concentrada no ponto de recepção, o que faz com que uma descarga positiva retorne do solo para a nuvem, seguindo a mesma trajetória. As duas descargas geralmente se encontram a uma altura de cerca de cinqüenta metros do solo. Nesse ponto de junção, a nuvem entra em curto-circuito, e uma descarga negativa muito luminosa, de alta intensidade de corrente elétrica, denominada descarga de retorno, prossegue na mesma trajetória em direção ao solo.

Todo o processo é muito rápido: a descarga principal atinge o ponto de encontro ou o solo em cerca de vinte milésimos de segundo, e a descarga de retorno dura cerca de setenta milionésimos de segundo. A ocorrência típica de um raio envolve uma diferença de potencial entre a nuvem e o solo de centenas de milhões de volts, com correntes máximas da ordem de vinte mil ampères. As temperaturas na trajetória do raio chegam a 30.000 K (cerca de 27.500°C).

Em seu caminho para o solo, o raio segue linhas de mínimo potencial, tal como previsto pela teoria da eletricidade. Em cada ponto de seu trajeto, busca a direção que apresente menor resistência à passagem da corrente elétrica. É por esse motivo que o raio segue o caminho mais curto até a superfície terrestre, o que se pode observar em sua trajetória vertical, ainda que ziguezagueante. Isso explica também porque os raios atingem geralmente lugares altos, pontiagudos e ricos em material metálico, que conduzem melhor a eletricidade.

A enorme energia liberada num raio ocasiona grandes estragos em objetos que apresentem resistência à passagem de corrente elétrica, enquanto os materiais condutores transmitem a carga diretamente para a terra, sem sofrer danos. Baseando-se nesse fato, constroem-se dispositivos de proteção para resguardar pessoas, construções e amplas áreas urbanas. Isso se faz mediante a instalação de pára-raios nos pontos mais elevados, como o alto de prédios e torres.

Pesquisas modernas
Na década de 1980, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) iniciou um programa de pesquisas científicas com o objetivo de desenvolver meios de proteger aeronaves e foguetes contra as descargas atmosféricas. Os cientistas criaram um método engenhoso para obrigar os raios a caírem exatamente sobre seus instrumentos de mediação. No cabo Canaveral, nos Estados Unidos, pequenos foguetes, arrastando fios metálicos presos ao solo, foram lançados contra nuvens de tempestade. Os fios serviam de condutores para as descargas elétricas. Um avião a jato F-106 também foi adaptado para voar através de temporais, com o objetivo de pesquisar a eletricidade atmosférica. Essas pesquisas permitiram desenvolver novos pára-raios e sensores que detectam o acúmulo de cargas elétricas nas nuvens.

No Brasil, as pesquisas sobre raios são feitas com a ajuda de balões de sondagem lançados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos SP. Devido a seu clima tropical e extenso território, o Brasil registra a maior ocorrência de raios em todo o mundo.