quinta-feira, 23 de março de 2017

Como fabricar um diamante do nada

Como fabricar um diamante do nada


Direito de imagemGETTY IMAGES
De vez em quando, Dan Frost escuta um forte estampido e o chão de seu escritório vibra. Só pode ser uma coisa: um de seus experimentos explodiu de novo.
Ao descer para o laboratório, ele pode ver o susto na cara dos colegas. É como se uma pequena bomba tivesse estourado. "O barulho é assustador, mas não é perigoso. Está tudo protegido", explica ele.
As explosões fazem parte do trabalho de Frost. Cientista no Bayerisches Geoinstitut, na Alemanha, ele está tentando reproduzir as condições do manto, a camada da Terra situada a milhares de quilômetros de profundidade. Isso significa submeter rochas a algumas das pressões mais altas já conhecidas pela humanidade.
Não é de se espantar que ocorram alguns percalços.
Como parte de sua pesquisa, Frost descobriu maneiras surpreendentes de fabricar diamantes. A partir de gás carbônico, por exemplo. Ou de pasta de amendoim.
Em comparação com nossos enormes avanços na exploração espacial, sabemos bem pouco sobre o universo que se estende debaixo de nossos pés.
A geologia elementar nos explica que o interior da Terra pode ser dividido em três camadas: o núcleo, o manto e a crosta. Mas a exata composição dessas camadas ainda é um mistério. Uma enorme falha no conhecimento humano.
Camadas da TerraDireito de imagemSCIENCE PHOTO LIBRARY
Image captionPouco se sabe sobre a exata composição das camadas da Terra
"Se quisermos entender como a Terra se formou, uma das coisas que precisamos saber é o material do qual o planeta é feito", explica Frost.
Muitos geólogos assumem que a Terra é feita da mesma matéria que os meteoritos do Cinturão de Asteroides. O problema é que a maioria dos meteoritos que caem na Terra tem uma proporção mais alta de silício do que encontramos na crosta terrestre. Onde todo esse silício foi parar? Uma das teorias é de que esteja retido no manto.
Para responder a essa pergunta, Frost utiliza dois tipos de prensa. A primeira usa um potente pistão para espremer minúsculas amostras de cristais a uma pressão até 280 mil vezes mais alta do que a pressão atmosférica, ao mesmo tempo em que elas são "assadas" em uma fornalha.
Isso recria as condições das camadas superiores do manto, que ficam a cerca de 900 quilômetros abaixo da superfície terrestre, fazendo com que os átomos do cristal se rearranjem em estruturas mais densas.
Uma segunda bigorna então esmaga os minerais recém-formados para que eles ganhem um aspecto parecido com aqueles encontrados em camadas ainda mais profundas da Terra.
Esse equipamento é composto por dois minúsculos diamantes que achatam os cristais lentamente. O resultado é 1,3 milhão de vezes maior que a pressão atmosférica.
Enquanto a amostra ainda está no aparelho, o cientista mede a maneira como o som viaja através do cristal resultante. Ao comparar esses dados com a leitura de ondas sísmicas que se propagam no interior da Terra, ele pode definir se a amostra está ou não próxima da composição do manto.

Sequestradores de carbono

Pasta de amendoimDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionRica em carbono, a pasta de amendoim poderia servir para a 'fabricação' de diamantes
As descobertas de Frost têm sido algo surpreendentes: o manto não parece conter uma proporção suficientemente alta de silício para se equiparar à composição dos meteoritos.
"Talvez ele tenha penetrado ainda mais profundamente, até o núcleo", diz o cientista.
Outra possibilidade é que a Terra inicialmente tivesse uma crosta muito mais espessa, cheia de silício, que foi então expelido pelos inúmeros impactos de meteoritos. Ou talvez tenhamos que repensar toda a questão do material de que é feita a Terra.
O processo de pressão intensa também criou um mineral chamado ringwoodita, um silicato de ferro e magnésio de cor azul que pode reter água. A descoberta sugere que o manto pode estar escondendo "oceanos" nas profundezas da Terra.
Os experimentos podem até, intuitivamente, nos contar mais sobre o ar que respiramos. E é aqui que entram os diamantes de Frost.
Ele suspeita que uma série de processos geológicos poderia retirar CO2 dos oceanos e injetá-lo em rochas, até o manto, onde seria transformado em diamante. "Essas pedras preciosas são menos voláteis que outras formas de carbono, o que significa que elas têm menos chances de serem liberadas de volta à atmosfera", diz o cientista. Um manto cravejado de diamantes poderia, portanto, ter desacelerado o aquecimento da terra, potencialmente ajudando na evolução da vida.
Para Frost, o principal ingrediente para esse processo é o ferro. As altas pressões do manto forçam o dióxido de carbono das rochas para os minerais ricos em ferro, que retiram o oxigênio e deixam o carbono para formar um diamante.
E isso é exatamente o que Frost descobriu quando recriou o processo usando as prensas – basicamente fabricando um diamante do nada.

Trabalho de tempo

Mas Frost provavelmente terá dificuldades em ficar rico com sua fabricação. Os diamantes levam longo tempo para serem formados.
"Para ter um diamante de 2 a 3 milímetros, teria que esperar semanas", diz. Isso não o deteve na experimentação de novas fontes para sua máquina de fazer diamantes.
A pedido de uma emissora de televisão alemã, ele tentou criar alguns diamantes a partir da pasta de amendoim, material rico em carbono. "Muito hidrogênio foi liberado, o que destruiu o experimento. Mas depois disso, consegui os diamantes."
Experiências malucas à parte, o instituto alemão agora se concentra em descobrir se consegue produzir diamante artificial com diferentes propriedades. Adicionar boro aos diamantes poderia torná-los semicondutores mais eficientes para artigos eletrônicos, que não aquecem com o uso – um dos maiores desperdícios de energia na indústria eletrônica atualmente.
Utilizar outras estruturas de carbono como matéria-prima, na forma de nanotubos, pode até fazer com que se chegue a um tipo de diamante superforte, mais resistente do que qualquer material que conhecemos.
Frost, no entanto, ainda gosta de se dedicar a desvendar os segredos sobre a história da Terra – e, potencialmente, sobre a vida extraterrestre.
"Estamos interessados em saber como o interior da Terra interagiu com a superfície; ao longo da existência da Terra, isso foi muito importante", diz. "E se estamos procurando por outros planetas habitáveis, teremos que considerar muitos desses processos."
Um trabalho vital que certamente compensa o sacrifício de um pouco de pasta de amendoim – e explosões ocasionais.

O SUBSEQÜENTE TRATAMENTO TÉRMICO DE GEMAS IRRADIADAS POR COBALTO-60 (RADIAÇÃO GAMA)

O SUBSEQÜENTE TRATAMENTO TÉRMICO DE GEMAS IRRADIADAS POR COBALTO-60 (RADIAÇÃO GAMA)



Saber tratar termicamente as gemas submetidas primariamente ao tratamento por radiação gama (cobelto 60) é uma tarefa muito importante. Muitos comerciantes de gemas já dominam técnicas de aquecimento, que de um modo geral são realizadas em fornos casieros (ou tipo mufla), em temperaturas que não ultrapassem os 500ºC.
Aqui veremos alguns minerais irradiados e seu subseqüente tratamento térmico.

TOPÁZIOS
Topázios incolores quando submetidos ao tratamento por radiação gama voltam ao cliente com a cor fumê. A cor azul tão desejada vai aparecer após subseqüente tratamento térmico em temperaturas na faixa dos 150º a 180ºC, aplicado em fornos convencionais. Essa temperatura não é uma regra. Irá depender da origem do topázio, porém valores mais elevados tendem a deixá-lo esbranquiçado.
Se depois de passar por irradiação gama o topázio venha a apresentar tons de “coca-cola”, já é uma garantia que após o tratamento térmico ele obterá um azul excelente. O Topázio azul irradiado com gama é o preferido dos joalheiros, pois possui o tom similar ao da água-marinha, em contraste com os topázios irradiados por outros métodos como aceleradores de elétrons e neutrons.
QUARTZOS
Quartzos irradiados tipo green-gold, quartzos conhaques e quartzos beer, apresentam tratamento térmico em temperaturas variáveis entre 180 a 360ºC. O tempo de exposição ao calor deste material também é variável: cerca de 15 minutos em aquecimento rápido até aquecimentos que envolvem cerca de duas horas com resfriamento lento e gradual.
  
Quartzos green-gold, conhaque e beer tratados por radiação gama e subseqüente tratamento térmico (180 a 350ºC)
Diferentemente, a prasiolita (ametista verde - que também é uma espécie de quartzo irradiado abundantemente), após a aplicação da radiação gama, necessitará apenas da simples exposição aos raios ultravioletas do sol ou de lâmpadas especiais que contenham este tipo de luz, procedimento que deixa a gema com verde mais puro e acentuado, sem tons acinzentados. Um grande diferencial no tratamento de prasiolitas é que o tom verde já pode ser observado logo após a irradiação do material, o que não acontece com o quartzogreen-gold, conhaque e beer, que voltam da radiação gama totalmente escuros. Em relação à prasiolita, é necessária a exposição ao sol durante três dias no mínimo. Todos os quartzos apresentam excelente estabilidade de cor após os referidos processos.
BERILOS
Grande parte dos berilos incolores (Goshenitas) submetidos à radiação gama apresentam cerca de quatro possibilidades:
1- podem tornar-se amarelos (heliodoros),
2- podem tornar-se berilos verdes,
3- podem tornar-se berilos róseos (morganitas)
4- podem tornar-se berilos azuis (maxixe - não comercial).

Nos berilos incolores que após irradiação apresentam-se amarelos, tons fumês indesejados entram no seu escopo e a filtragem com a simples exposição ao sol é necessária em alguns casos. O amarelo transforma-se em laranja; berilos incolores que adquirem cor verde já voltam no tom desejado; berilos róseos (morganitas) podem ser conseguidos após a queima de berilos verdes irradiados ou depois da queima de berilos azuis (maxixe) em temperaturas entre 240ºC - 280ºC.

Berilos amarelos após irradiação e suseqüente tratamento térmico à baixa temperatura ou simples exposição ao sol
Na maioria dos casos em que berilos incolores culminam no aparecimento de berilos verdes após irradiação, estes não necessitam de subseqüente tratamento térmico. Alguns comerciantes de gemas preferem vendê-los com esta cor; outros os submetem à queima, para transformá-los em róseos.
Berilos azuis (maxixe) originados através de aplicação de radiação gama.
Tal material apresenta baixa foto-estabilidade e não deve ser comercializado; esta cor é perdida em alguns dias. No entanto, em alguns casos, berilos deste tipo podem ser aquecidos a temperaturas de 240ºC, passando para morganitas com cores estáveis termicamente.
TURMALINAS (RUBELITAS e TURMALINAS ROSA)
Turmalinas róseas, como as da foto ao lado, saem da natureza com um tom desbotado; as cores mais intensas observadas em joalherias são produtos de radiação gama. O procedimento é o seguinte: gemas deste tipo devem ser submetidas primariamente a um desbotamento completo a uma temperatura de aproximadamente 600ºc antes de serem submetidas à radiação gama. Após o tratamento, em geral, a gema já volta na cor.
---> Brincos em ouro 18k, turmalinas rosa e topázios
(design by Hamilton Miranda - patrocínio: Manoel Bernardes - foto: Almir Pastore)
Rubelitas são casos mais específicos. Geralmente, elas saem da natureza também rosadas, porém pode-se preferir que se tornem vermelhas por se tratar de uma variedade de turmalina de valor mais acentuado quando comparada com as rosadas. Ou seja, há uma agregação fantástica de valores quando tal material é susceptível ao processo com raios gama. Cores cinza (indesejadas) podem vir após a radiação.
Seu tratamento térmico também não é muito simples para deixá-la com o vermelho sangue de pombo. Para tal, deve-se aquecer lentamente este material durante três dias em forno com temperatura controlada.
1- Deve se aquecer durante 1 dia até chegar em 150ºC
2- No segundo dia passar para 250ºC
3- No terceiro dia subir para a temperatura de 275ºC


KUNZITAS
Após ser submetido à radiação gama, o mineral espodumênio (incolor ou levemente rosado) pode originar o aparecimento da kunzita - ou também da hidenita (espodumênio verde). Neste último caso, a cor verde é instável e o mineral torna-se “não comercial”. Entretanto, algumas hidenitas irradiadas com gama podem originar a cor rósea das kunzitas (cor estável), a aproximadamente uma temperatura de 240ºC.
Espodumênios da região de Itamarandiba-MG e espodumênios do Afeganistão têm sido tratados na Embrarad com excelente resultados em suas cores, como mostra a foto ao lado. Uma dica para o tratamento de kunzita é comprar o espodumênio incolor com topo do cristal levemente azulado.

QUARTZOS FUMÊ E MORION IRRADIADOS: NOVA TENDÊNCIA


QUARTZOS FUMÊ E MORION IRRADIADOS:
NOVA TENDÊNCIA 




O mineral quartzo pode ser considerado um verdadeiro “camaleão” em se tratando das variedades de cores alcançadas com a aplicação da radiação gama (tratamento em pedras preciosas comumente conhecido como “bombardeio”). Entre eles, grandes destaques para os quartzos fumê e morion irradiados a partir do quartzo natural incolor. Nos últimos tempos, tais variedades vêm ganhando espaço e ocupando seu lugar no comércio de gemas e jóias. Em função desta nova tendência de mercado, grandes quantidades de quartzos naturais incolores oriundos de diferentes regiões brasileiras têm chegado às unidades de radiação da EMBRARAD (Empresa Brasileira de Radiações), para transformá-los em quartzos destas tonalidades.
 
O quartzo fumê ou enfumaçado (Smoky quartz) é uma das variedades mais populares do mineral quartzo. Sua cor é facilmente reconhecida pelo público em geral - quando apresenta certa transparência o nome quartzo fumê é mais corretamente aplicado. Apesar de existir na natureza, o quartzo fumê pode ser obtido facilmente a partir da aplicação de radiação gama em seu correspondente natural e incolor. A cor fumê após bombardeio deve-se à presença do elemento químico alumínio.
 
Quando o mineral quartzo (após irradiado pela natureza ou laboratório) não apresenta nenhuma transparência, o nome mais correto seria morion ou black quartz - ou seja, quartzo completamente preto e opaco.Alguns quartzos morion são tão escuros que se tornam similares ao ônix (agregrado microcristalino de quartzo) e difíceis de serem encontrados. Portanto, seu correspondente irradiado tornou-se preferido pelos designers de jóias, devido a sua perfeita combinação com brilhantes incolores e ouro branco, além de ser mais facilmente encontrado. Quartzos morion são estremamente enriquecidos em alumínio, elemento fundamental na formação de “centros de cor” com a aplicação da radiação gama, que faz com que este mineral fique saturado na cor preta.
 
Quartzos enfumaçados com tonalidades laranja-amarronzados, conhecidos no comércio como quartzos conhaque, são obtidos a partir da aplicação de radiação gama em quartzos naturais incolores enriquecidos em Fe e Al. Esta é outra variedade preferida pelos designers. Vale ressaltar que o correspondente natural do quartzo conhaque é extremamente raro e poucas lavras deste tipo de material são conhecidas.
 
Fotos:
- quartzo fumê irradiado (acervo do autor)
- anel e brincos em quartzo fumê e diamantes (designer Sonaya Cajueiro)
- anel ouro branco e quartzo black (Brüner)
- conjunto em quartzo conhaque (Manoel Bernardes) 

PRASIOLITA: A GEMA DO FUTURO

PRASIOLITA:
A GEMA DO FUTURO




A Prasiolita (ou “ametista verde” como é comercialmente conhecida), tornou-se famosa dentre as demais pedras preciosas e utilizada  abundantemente  pela indústria de gemas e jóias devido ao seu verde incomum que lhe proporciona rara beleza. Nos dias atuais gemólogos do mundo inteiro encontram-se “quebrando a cabeça” para descobrir de onde surgiu tanta prasiolita no mercado, já que se trata de uma variedade de quartzo extremamente rara.

LAVRA E GARIMPOS DE PRASIOLITAS
Poucas lavras de prasiolita natural  têm sido relatadas no mundo. No Brasil, a única que se tem conhecimento é a de  Montezuma-MG, mesmo assim não apresenta quantidades viáveis comercialmente. Assim sendo,  por se tratar de uma gema tão rara, como explicar sua grande presença no comércio de gemas e jóias nos dias atuais? Explico: apesar de existir na natureza, a prasiolita observada abundantemente hoje em dia é resultado da aplicação de radiação no quartzo natural, incolor ou levemente violeta (daí o nome “ametista verde”) proveniente de lavras e garimpos de quartzo com características especiais
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TÉCNICA DE TRATAMENTO DA PRASIOLITA
A técnica de tratamento foi desenvolvida pioneiramente pela EMBRARAD-EMPRESA BRASILEIRA DE RADIAÇÕES em quartzo incolores da região de Uberlândia-MG, a partir dos meados de 2003. Atualmente todas as prasiolitas observadas no comércio nacional e internacional passam por esta empresa para o beneficiamento de sua cor antes de chegar ao consumidor final. A técnica envolve radiação gama em uma câmara do tipo “tote box”, onde a fonte da radiação é o Cobalto-60.
Porém, não é todo quartzo natural incolor que após tratamento com radiação gama origina o aparecimento da cor verde característico da prasiolita. Tal mineral precisa conter, além do SiO2, elementos químicos tais como Fe (Ferro)  que atuam como impurezas em sua composição original básica. Assim sendo, encontrar uma lavra de quartzo incolor que após irradiado passe a prasiolita com o “bombardeio” não é tarefa fácil. No Brasil já se tem conhecimento de lavras ou garimpos de quartzo incolor com estas características, tais como em Uberlândia-MG, e algumas regiões do Rio Grande do Sul e Uruguai.
CAUSA DE COR
Sabe-se que ambas prasiolitas (tanto a prasiolita natural quanto a irradiada em laboratórios) são produtos de radiação. A origem de seu verde incomum  parece estar relacionada a formação de centros de cor (vacâncias causadas na estrutura pela irradiação natural dos depósitos ou de laboratório como o da EMBRARAD) em quartzos naturais inicialmente incolores com alto teor de ferro. Apesar de tantas pesquisas sobre causas de cor em prasiolitas, os pesquisadores ainda não chegaram a um consenso quanto a real causa de cor neste mineral. O que pode se afirmar é que a mesma está relacionadas a ambientes geológicos com alto teores de Ferro (Fe de valência 2+) e de caráter hidrotermal ou seja tal cristal cresceu em ambientes geológicos com a presença de H2O (água).
IDENTIFICAÇÃO
Métodos convencionais de identificação de gemas não conseguem distinguir entre a prasiolita natural e o seu correspondente irradiado. Assim sendo, a prasiolita - mesmo que irradiada em laboratório - é classificada gemologicamente como uma  variedade natural do mineral quartzo (SiO2). Vale ressaltar que  a aplicação da radiação gama na prasiolita e em qualquer outro tipo de pedra preciosa não usa qualquer tipo de corante que altere as propriedades fisico-químicas original do mineral quartzo. A cor da prasiolita irradiada é simplesmente uma aceleração do processo iniciado pela própria natureza, ou melhor, é uma resposta de sua composição em relação à aplicação de radiação natural dos depósitos ou de laboratório. Isto significa dizer que  a prasiolita irradiada não apresenta modificações ou diferenças em suas principais características gemológicas básicas. tais como índice de refração,  densidade, pleocroísmo, etc, e sua cor resultante quando comparada com o seu correspondente natural é a mesma.  Tais características levaram a aceitação da prasiolita irradiada pelo comércio e responde a questão da sua grande abundância no comércio de gemas e jóias nos dias atuais.
COMÉRCIO
Nos últimos 4 anos, as prasiolitas irradiadas têm sido sucessos absolutos nas principais feiras de gemas como em Tucson-Arizona-EUA, Hong-Kong (China) e Bangkok (Tailândia), bem como nas feiras de jóias como em  Basel (Suíça) e Feninjer (São Paulo).  A prasiolita também  tornou-se tema central da terceira edição de um dos mais importantes concurso de design de jóias do país, o Prêmio EMBRARAD de Design de Jóias.
PREÇO
Antes de encontrarmos o seu correspondente irradiado, a prasiolita era vendida a 25 dólares o quilate, em média. No entanto, isto era privilégio de poucos e nenhuma coleção de jóias contendo prasiolita poderia ser desenvolvida em série. Os mais importantes joalheiros do país comemoram com a existência do seu correspondente irradiado e de sua aceitação, e diversas coleções estão sendo desenvolvidas usando-se abundantemente esta gema. Atualmente o preço por quilate da prasiolita lapidada  gira entre 2 a 7 dólares por quilate, de acordo com a intensidade (matiz) da cor verde. Nomes como extra green and super green já estão sendo aplicados às melhores matizes de prasiolitas. Quando em bruto (e já irradiado) seu valor é dado de acordo com os tamanhos das pedras (em grama) e seu preço gira em torno de 2,5 dólares por grama em bruto do tipo extra green.

VANTAGENS DE SE TRABALHAR COM GEMAS TRATADAS POR RADIAÇÃO GAMA

VANTAGENS DE SE TRABALHAR COM GEMAS TRATADAS POR RADIAÇÃO GAMA



“O tratamento de cor em pedras preciosas usando irradiação gama é uma realidade do mundo moderno. Conhecer suas vantagens tornou-se tarefa para todo joalheiro e comerciante de gemas que queira agregar mais valor aos seus negócios”. Conheça estas vantagens:
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
A continuidade de coleções imaginadas por um designer e a sua permanência no mercado podem ser garantidas através da opção pelas pedras irradiadas. Elas são mais fáceis de encontrar, existem em maiores quantidades, apresentam preços mais acessíveis e permitem, além de tudo, o design diferenciado em jóia.
QUANTIDADE
Em se tratando de pedras preciosas, e levando em consideração que as mesmas são esgotáveis, o tratamento por irradiação tornou-se uma “benção” para o setor joalheiro como um todo. Para quem trabalha com o comércio atacadista e de exportação de gemas e jóias, o uso de gemas irradiadas tem aumentado o estoque de comerciantes de gemas e joalheiros e, conseqüentemente, seus lucros.
PREÇO
As pedras preciosas irradiadas são consideradas mais comerciais quando comparadas com as não tratadas - apresentam valores mais acessíveis. Hoje em dia é muito comum ver jóias com gemas tratadas por irradiação nas diversas joalherias nacionais e internacionais, onde as mesmas dão condições a uma rotatividade de venda muito maior, devido a este importante fator: o preço.
JÓIAS EM SÉRIE
Grandes produtores de jóias usam o sistema de fundição em cera perdida visando a fabricação de grandes quantidades de jóias. As gemas irradiadas têm sido as melhores opções para complementar a produção em série.
DESIGN DE GEMAS
Permitir o mais variado tipo de lapidação não é tarefa para qualquer pedra, principalmente levando-se em consideração o tamanho das mesmas. As gemas irradiadas permitem que o design da lapidação seja mais arrojado, pois em geral apresentam tamanhos consideráveis que permitem um trabalho mais rebuscado.
USO EM ACESSÓRIOS
Que mulher não gostaria de ter um sapato ou um vestido, ou qualquer outro objeto contendo pedras preciosas? As gemas irradiadas são perfeitas para os mais diferentes tipos de acessórios, pois permitem a criação dos mais belos objetos de alto estilo.
Ilustrações - créditos:
Colar em ouro branco, diamantes, quartzo oliva e topázio azul - Design de Ruth Grieco
Anel em ouro e ametista lavanda - Design de Luciana Curci