quinta-feira, 23 de março de 2017

Temer diz que vai ligar para presidente da China para esclarecer situação da carne

Temer diz que vai ligar para presidente da China para esclarecer situação da carne

quinta-feira, 23 de março de 2017 13:11 BRT
 
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Presidente Michel Temer
21/03/2017
REUTERS/Adriano Machado
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Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira que vai ligar para o presidente da China, Xi Jinping, para esclarecer a situação da carne brasileira, após a operação que identificou pagamentos de propina para liberação de produtos sem inspeção.
"Eu mesmo devo ligar para o presidente da China para esclarecer essa situação. Eu peço ao nosso Ministério das Relações Exteriores que coloque todos os nossos embaixadores para esclarecer essa situação", disse o presidente.
Em um evento em que foi lançado pela terceira vez o portal do exportador, o presidente aproveitou a plateia de empresários para defender, mais uma vez, a carne brasileira e criticou veladamente a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que revelou irregularidades na fiscalização da indústria de carnes do país.
"Na verdade isso não poderia alcançar a dimensão que está alcançando", disse Temer, lembrando mais uma vez que são 21 plantas frigoríficas investigadas, de um total de mais de 4 mil em todo o país.
Ao tratar do assunto, o presidente começou chamando a crise da carne como um "pequeno incidente", mas se corrigiu rapidamente, mudando para "grave incidente".
Classificando a crise como um "embaraço internacional", Temer disse que a "nacionalidade" do Brasil "se combinou para contestar aquilo que aparentemente poderia transformar-se em um evento internacional desastroso".
"Tivemos uma pronta resposta, portanto logo superaremos esse embaraço que pode causar prejuízos ao país, mas serão logo superados. O Brasil todo colaborou porque as pessoas percebem que esse é um dos fatores fundamentais da nossa economia e não pode ter sua credibilidade abalada", defendeu Temer.
Vários países, a China entra eles, impuseram restrições à entrada de carne brasileira desde a operação, realizada na última sexta-feira.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Meirelles crava que haverá aumento de impostos e abre porta para redução na meta de inflação

Meirelles crava que haverá aumento de impostos e abre porta para redução na meta de inflação

quinta-feira, 23 de março de 2017 21:08 BRT
 
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Henrique Meirelles durante evento em Curitiba
 20/12/2016    REUTERS/Rodolfo Buhrer
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(Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, cravou nesta quinta-feira que o governo elevará impostos para cumprir a meta fiscal deste ano e também deixou a porta aberta para a fixação de uma meta de inflação menor ou de uma banda de tolerância também mais estreita caso haja a avaliação de que isso não forçará o Banco Central a ser mais duro em relação aos juros.
Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar exibida no SBT, o ministro afirmou que uma parte do rombo de 58,2 bilhões de reais para o cumprimento da meta de déficit primário deste ano será coberto com aumento de impostos já existentes.
"Uma parte dessa diferença será cumprida com mais cortes de gastos e uma parte será aumento de impostos", disse ele, citando, por exemplo, PIS/Cofins e a reoneração de algumas isenções fiscais que foram concedidas e que não tiveram efeito produtivo segundo ele, como desonerações a alguns setores.
Em outras ocasiões, Meirelles se esquivou de confirmar aumento de impostos, falando que o governo tomaria essa decisão caso fosse de fato necessário.
Questionado sobre a diminuição da meta de inflação e da margem de tolerância para o avanço de preços na economia, Meirelles reconheceu haver possibilidade de mudança. O tema será definido em junho, quando o alvo de 2019 será definido em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
 "Se ficar claro, por exemplo, que pode-se de fato fixar uma meta mais baixa sem prejudicar a economia no sentido de forçar o Banco Central a apertar mais excessivamente, se tudo caminhar da melhor maneira possível daqui até la, é uma boa possibilidade", afirmou.
A meta de inflação para 2017 e 2018 é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Recente pesquisa da Reuters mostrou que a redução da meta de inflação para 2019 encontra forte respaldo entre economistas. [nL1N1G20TY]
Nesta noite, o ministro da Fazenda também disse acreditar que o impacto das delações de executivos da Odebrecht no âmbito da Lava Jato já foi precificado pelo mercado.
(Por Marcela Ayres)

Bovespa fecha estável, de olho na política; Marfrig é destaque positivo

Bovespa fecha estável, de olho na política; Marfrig é destaque positivo

quinta-feira, 23 de março de 2017 18:25 BRT
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Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou praticamente estável nesta quinta-feira, com o cenário político local despertando cautela dos investidores e com as ações da empresa de alimentos Marfrig liderando os ganhos do dia.
O Ibovespa fechou com leve variação positiva de 0,01 por cento, a 63.530 pontos. O giro financeiro somou 8,78 bilhões de reais.
A Câmara dos Deputados concluiu na noite passada a votação do projeto que regulamenta a terceirização no mercado de trabalho e também altera regras para contratação temporária. O placar de 231 votos contra 188 lançou dúvidas sobre a capacidade do governo do presidente Michel Temer para aprovar outras medidas no Congresso Nacional.
"Se tivesse esse placar na reforma da Previdência ela não passaria", disse o economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira, referindo-se à necessidade de 308 votos para aprovar uma proposta de emenda à Constituição.
"Pode ser uma forma de pressionar o presidente para conseguir mais concessões", disse, acrescentando que esta semana o próprio governo já abriu margem para recuos ao tirar os servidores estaduais e municipais da proposta.
Em outra frente, o governo federal divulgou um rombo de 58,2 bilhões de reais nas contas públicas para o cumprimento da meta fiscal deste ano, mas não revelou quanto cortará do Orçamento, deixando o anúncio do contingenciamento e um possível aumento de impostos somente para a próxima terça-feira.
O exterior também favoreceu a cautela, com operadores de olho no andamento das negociação para votação de um projeto do sistema de saúde nos Estados Unidos. Durante a tarde, a Câmara dos Deputados norte-americana adiou a votação, mantendo a dúvida do mercado sobre a força capacidade do presidente norte-americano de cumprir outros pontos de sua agenda que precisam da apoio do Congresso.
DESTAQUES
- JBS ON recuou 1,1 por cento, ainda refletindo os impactos da operação Carne Fraca. Az empresa informou nesta quinta-feira que suspendeu a produção de carne bovina em 33 de suas 36 unidades por três dias em meio ao embargo imposto por importadores de carne brasileira. A maior processadora de carnes do mundo também anunciou que vai operar com redução de 35 por cento da capacidade todas as suas unidades no Brasil na próxima semana. BRF ON subiu 0,84 por cento. Segundo a Polícia Federal, a operação Carne Fraca envolve unidades das duas empresas.
- MARFRIG ON subiu 5,23 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa. A empresa de alimentos não foi citada na operação da Polícia Federal e, segundo analistas, pode se beneficiar da suspensão da produção da JBS e ganhar participação de mercado no Brasil e no exterior. MINERVA ON, que não faz parte do Ibovespa, avançou 3,74 por cento. A empresa também não foi citada na operação Carne Fraca.
- VALE PNA caiu 1 por cento e VALE ON perdeu 0,54 por cento, em dia de baixa nos preços dos contratos futuros do minério na China, que tocaram mínimas de 10 meses.
- BM&FBOVESPA ON caiu 1,27 por cento, após subir 3,1 por cento na véspera, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão com a Cetip, aceitando as propostas das próprias companhias para conduta com eventuais concorrentes e política de preços. CETIP ON teve ganho de 1,66 por cento, após alta de 1,27 por cento na véspera. As empresas informaram que devem divulgar metas unificadas de investimentos em cerca de 60 dias e que o cálculo estimado de ágio com a fusão é de cerca de 6 bilhões de reais.
- USIMINAS PNA caiu 0,71 por cento. No radar estava notícia de que o conselho de administração da empresa decidiu afastar o presidente-executivo da siderúrgica pela segunda vez em um ano, promovendo o executivo Sérgio Leite, da diretoria comercial para o comando da produtora de aço.
- OI ON teve alta de 15,9 por cento e OI PN avançou 22,01 por cento. A empresa teve prejuízo de 3,3 bilhões de reais no quarto trimestre, montante 30 por cento inferior ao saldo negativo verificado um ano antes. Além disso, o conselho de administração do grupo de telecomunicações divulgou novos termos para o plano de recuperação judicial da empresa. As ações da Oi não fazem parte do Ibovespa.

Wall St recua após atraso na votação de projeto sobre sistema de saúde norte-americano

Wall St recua após atraso na votação de projeto sobre sistema de saúde norte-americano

quinta-feira, 23 de março de 2017 18:48 BRT
 
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(Reuters) - Wall Street recuou nesta quinta-feira depois que os parlamentares atrasaram a votação de um projeto de lei do sistema de saúde visto como o primeiro teste político do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O índice Dow Jones recuou 0,02 por cento, a 20.656 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 0,11 por cento, a 2.345 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq perdeu 0,07 por cento, a 5.817 pontos.
O fracasso na aprovação da Lei Americana de Cuidados de Saúde geraria dúvidas na capacidade de Trump de entregar outros itens de sua agenda que precisam da cooperação do Congresso controlado pelos republicanos, incluindo planos ambiciosos para reformar o código tributário e investir em infraestrutura.
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos pretendiam votar o tema nesta quinta-feira, mas os líderes adiaram a votação depois de não encontrar apoio suficiente entre os republicanos para aprovar a lei.
O S&P 500 subiu 10 por cento desde a eleição presidencial, sobretudo pelo otimismo com as promessas de campanha de Trump de promulgar uma série de medidas vistas como pró-mercado.
A não aprovação das mudanças no sistema de saúde seria visto por muitos investidores como um atraso na agenda de promessas de corte de impostos das empresas.
"Se essa questão ficar atrasada ou se obtivermos um voto 'não', vamos ver uma horrível reação do mercado", disse Jake Dollarhide, diretor-executivo da Longbow Asset Management em Tulsa. "Mas se eles votarem pela manhã e passar, teremos uma grande alta."
Sete dos 11 principais índices do S&P recuaram, com o índice de energia perdendo 0,36 por cento.

JBS suspende por três dias produção de carne bovina em quase todas as unidades no Brasil

JBS suspende por três dias produção de carne bovina em quase todas as unidades no Brasil

quinta-feira, 23 de março de 2017 17:40 BRT
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Funcionários durante visita técnica do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à unidade da JBS em Lapa, no Paraná
21/03/2017
REUTERS/Ueslei Marcelino
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SÃO PAULO (Reuters) - A JBS afirmou nesta quinta-feira que suspendeu a produção de carne bovina em 33 de suas 36 unidades no país por três dias, enquanto espera definições sobre suspensões de importações por vários mercados consumidores, conforme comunicado da multinacional de alimentos.
Para próxima semana, a companhia, maior processadora de carne do mundo, informou que irá operar em todas as suas unidades de carne bovina com uma redução de 35 por cento da sua capacidade produtiva.
O movimento é o mais agressivo da JBS desde que a Polícia Federal deflagrou na última sexta-feira a operação Carne Fraca, para desarticular um esquema de propina a fiscais agropecuários e que envolveu dezenas de empresas. Desde então, importantes mercados consumidores de carne brasileira decidiram suspender as compras do produto, incluindo China e Hong Kong.
"Essas medidas visam ajustar a produção até que se tenha uma definição referente aos embargos impostos pelos países importadores da carne brasileira", afirmou a JBS, acrescentando que está empenhada na manutenção do emprego dos seus 125 mil colaboradores em todo o Brasil.
As ações fecharam o pregão em queda de 1,1 por cento, a 10,83 reais. Desde sexta-feira, os papéis acumulam queda de 9,7 por cento.
Mais cedo nesta quinta-feira, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, voltou a garantir a qualidade da carne brasileira, afirmando que houve exageros na comunicação feita pela Polícia Federal e que as investigações tratam da conduta de servidores e não da qualidade.
(Por Paula Arend Laier e Tatiana Bautzer)