quinta-feira, 4 de maio de 2017

Índice recua com pressão de commodities e cautela sobre Previdência

Índice recua com pressão de commodities e cautela sobre Previdência

quinta-feira, 4 de maio de 2017 11:15 BRT
 


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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa recuava no começo dos negócios desta quinta-feira, pressionado pelas perdas de commodities no mercado internacional e com a percepção de que o governo deve enfrentar dificuldades para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados. Às 11:14, o Ibovespa caía 0,92 por cento, a 65.488 pontos. O giro financeiro era de 1,975 bilhão de reais. Na noite passada, a comissão especial da reforma da Previdência da Câmara aprovou o texto-base, com voto favorável de 23 dos 37 integrantes, placar que não indica uma vitória com folga mais à frente na votação em plenário, onde são necessários 308 votos favoráveis em dois turnos de votação. "A votação (em plenário) não está marcada, mas novas concessões deverão ser feitas para que se consiga o mínimo de votos", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos, acrescentando que essa apreensão pode pesar sobre o ânimo dos investidores nos próximos pregões. DESTAQUES - PETROBRAS PN caía 1,62 por cento e PETROBRAS ON perdia 1,25 por cento, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional, que recuavam após dados mostrarem uma queda menor que a esperada nos estoques da commodity nos Estados Unidos. - VALE PNA cedia 3,07 por cento, enquanto VALE ON tinha desvalorização de 3,57 por cento, ampliando as perdas da véspera em mais um dia de quedas para os contratos futuros do minério de ferro na China, que fecharam com a maior perda diária desde meados de novembro. - GERDAU PN perdia 1,78 por cento, tendo como pano de fundo o balanço trimestral e o recuo de commodities metálicas na China. A empresa teve prejuízo líquido ajustado de 34 milhões de reais no primeiro trimestre. Analistas do Credit Suisse consideraram os resultados em geral dentro do esperado, mas destacaram o fluxo de caixa negativo em 256 milhões de reais no primeiro trimestre, a relação de endividamento em um nível "desconfortável" de 3,5 vezes, e operações norte-americanas mostrando novo conjunto de números fracos. - SUZANO PNA subia 0,15 por cento. No radar estava o resultado do primeiro trimestre da empresa, que mostrou queda de 60 por cento no lucro líquido sobre o mesmo período do ano passado, para 450 milhões de reais. Para analistas do Santander, os dados vieram ligeiramente acima do esperado. No entanto, eles citam entre os destaques negativos a queda do Ebitda na divisão de papel na base trimestral devido ao volume menor de vendas e aos custos maiores. - AMBEV ON avançava 2,42 por cento, liderando as altas do Ibovespa. A empresa divulgou queda de 20,1 por cento no lucro líquido ajustado, mas analistas do Credit Suisse ponderam que pode ser o primeiro trimestre de melhora sequencial em tendências de participação de mercado e que as pressões de custos devem diminuir gradualmente, assim como veem chance de recuperação em margens. - CVC BRASIL ON, que não faz parte do Ibovespa, caía 0,22 por cento, revertendo os ganhos observados mais cedo, quando subiu quase 1,5 por cento na máxima. A companhia anunciou acordo para adquirir a maior parte das operações do grupo de turismo Trend por até 258,8 milhões de reais. Para analistas do BTG Pactual, a Trend fortalece o já diversificado modelo de negócios da CVC e deve ajudá-la a "cimentar sua liderança no setor de turismo". Para ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em (Edição de Gabriela Mello)

Gerdau tem prejuízo líquido ajustado de R$34 mi no 1ºtri

Gerdau tem prejuízo líquido ajustado de R$34 mi no 1ºtri

quinta-feira, 4 de maio de 2017 09:45 BRT
 


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Por Alberto Alerigi SÃO PAULO (Reuters) - O grupo siderúrgico Gerdau teve prejuízo líquido ajustado de 34 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo resultado positivo de 14 milhões obtido no mesmo período de 2016. A empresa apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 853 milhões de reais de janeiro a março, 8,3 por cento menor ante igual intervalo um ano atrás. A companhia informou ainda no balanço que projeta investimentos estáveis da ordem de 1,3 bilhão de reais em 2017, mantendo estimativa divulgada por ocasião do resultado do quarto trimestre do ano passado. Considerando reversões de provisões geradas pela decisão, em meados de março do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre inconstitucionalidade de cobrança de ICMS da base de cálculo de PIS e Cofins, a empresa teve lucro líquido de 824 milhões de reais no primeiro trimestre. As operações da Gerdau no Brasil ampliaram sua participação no Ebitda do grupo de 30,9 no primeiro trimestre de 2016 para 39,8 por cento, enquanto na América do Norte houve recuo de 38,4 para 22,5 por cento. Apesar da produção de aço bruto da Gerdau no Brasil ter caído 4,1 por cento sobre o primeiro trimestre do ano passado e as vendas totais de produtos longos e planos terem recuado 10,3 por cento, a companhia conseguiu alta de 3,3 por cento na receita líquida, para 2,78 bilhões de reais. Enquanto isso, os custos das vendas ficou praticamente estável. "O aumento da receita líquida no primeiro trimestre em relação ao primeiro trimestre do ano passado foi resultante, principalmente, da maior receita líquida por tonelada vendida no mercado interno", afirmou a Gerdau no balanço. Na América do Norte, a produção subiu 10 por cento, enquanto as vendas avançaram 2,5 por cento, mas a receita líquida teve queda de 15,7 por cento, em função de variação cambial, afirmou a Gerdau. O custo das vendas na região teve queda de 12 por cento. A Gerdau terminou o primeiro trimestre com um fluxo de caixa livre negativo em 256 milhões de reais, afetado por consumo de 457 milhões de capital de giro "decorrente de readequação de estoques", afirmou a empresa no balanço. A companhia encerrou março com uma relação de dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 3,5 vezes ante 4,1 vezes um ano antes.
 

Dólar sobe e vai a R$3,18 com cautela sobre reforma da Previdência

Dólar sobe e vai a R$3,18 com cautela sobre reforma da Previdência

quinta-feira, 4 de maio de 2017 10:29 BRT
 


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Por Claudia Violante SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em alta ante o real nesta quinta-feira, com os investidores cautelosos sobre os próximos passos da reforma da Previdência, considerada essencial para colocar a economia nos eixos, na Câmara dos Deputados. Às 10:27, o dólar avançava 0,69 por cento, a 3,1803 reais na venda, depois de bater em 3,1908 reais na máxima da sessão. O dólar futuro tinha alta de 0,50 por cento. "O texto passou, mas o governo teve que negociar muito para chegar onde chegou, fez muitas concessões. Há preocupação agora com o que vai ter que ceder para conseguir aprovar em plenário", comentou a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares. Na noite passada e após flexibilizações e horas de debate, a comissão especial da reforma da Previdência aprovou o texto-base da proposta, mas o placar não indicou vitória com folga mais à frente no plenário da Câmara dos Deputados. A avaliação política é de que o governo do presidente Michel Temer ainda não tem maioria para garantir vitória na Casa. O texto foi chancelado por 23 dos 37 integrantes da comissão, o equivalente a 62 por cento dos votos. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são necessários 308 votos favoráveis em dois turnos de votação no plenário para aprová-la, ou 60 por cento dos deputados. A comissão especial ainda precisa votar os destaques ao texto principal, o que pode abrir mais concessões ainda ao texto original. O Palácio do Planalto decidiu esperar a votação da reforma trabalhista pelo Senado para só então tentar aprovar a Previdência, disseram à Reuters fontes palacianas na véspera. A valorização do dólar ante o real também era influenciada pelo mercado externo, em dia de forte recuo dos preços das commodities e após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ter deixado a porta aberta para aumento dos juros já em junho. O dólar subia ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano. "(O Fed) considerou transitória a fraqueza do crescimento dos EUA do primeiro trimestre e elogiou o estreitamento do mercado de trabalho. Como resultado, o mercado de títulos aposta num aumento dos juros em junho", informou o banco suíço Julius Baer em comentário assinado pelo chefe do departamento de pesquisa de renda fixa, Markus Allenspach. No exterior, o euro subia ante o dólar depois que o candidato centrista Emmanuel Macron foi considerado vitorioso no debate com Marine Le Pen para a disputa pela Presidência da França. O dólar tinha leve baixa ante uma cesta de moedas O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio para esta sessão, por ora. Em junho, vencem 4,435 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Lucro do Itaú Unibanco cresce quase 20% no 1º tri com menores despesas para calotes

Lucro do Itaú Unibanco cresce quase 20% no 1º tri com menores despesas para calotes

quarta-feira, 3 de maio de 2017


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Uma mulher passa por uma filial do banco Itaú no Rio de Janeiro. 29/01/2014 REUTERS/Sergio Moraes
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Por Aluísio Alves SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco viu seu lucro crescer no primeiro trimestre, mostrando que conseguiu compensar os efeitos da pior recessão brasileira ao controlar as despesas administrativas e melhorar a qualidade de sua carteira, o que resultou em menos provisões para perdas com calotes. O maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira que seu lucro recorrente do período somou 6,176 bilhões de reais, alta de 6,2 por cento sobre o trimestre anterior e de 19,6 por cento ano a ano. O lucro líquido foi de 6,05 bilhões de reais, aumento de 9,2 e de 16,7 por cento nas comparações sequencial e anual, respectivamente. Em linha com o que mostrara o Santander Brasil ao divulgar seus resultados de janeiro a março, o Itaú Unibanco teve queda sequencial de 17,9 por cento na provisão para perdas com inadimplência, líquido de recuperação, a 4,99 bilhões de reais. Essa variação teve benefício de um recuo de 810 milhões no impairment, baixa contábil de ativos financeiros. No trimestre, o banco passou a incluir o impairment na linha de provisões para perdas com inadimplência, em vez de na margem financeira com clientes. E adicionou na linha de margem financeira com clientes descontos oriundos de renegociação de crédito. A queda em despesas para calotes refletiu o controle da qualidade da carteira, mesmo num ambiente de longa contração do crédito. No fim de março, o saldo de empréstimos do banco, incluindo avais e fianças, era de 550,3 bilhões de reais, queda de 2,1 por cento em três meses e de 8,4 por cento ano a ano. Ainda assim, no fim do primeiro trimestre, as operações com atraso acima de 90 dias representavam 3,4 por cento da carteira, estável ante dezembro e queda de 0,1 ponto sobre 12 meses antes. Ao provisionar menos para calotes, o banco mais que compensou a queda de 7,8 por cento na margem financeira com clientes, que mede as receitas com operações de crédito e que somaram 17,1 bilhões de reais de janeiro a março. O balanço também mostrou controle das chamadas despesas não decorrentes de juros, que inclui pagamento de salários, com os 11 bilhões de reais do trimestre significando queda sequencial de 7,8 por cento e alta anual de apenas 0,8 por cento. Na outra ponta, as receitas com tarifas e serviços do Itaú Unibanco recuaram 1,7 por cento sobre o último quarto de 2016, mas cresceram 7 por cento ano a ano, para 7,84 bilhões de reais. Com essa combinação, o conglomerado, que nesta semana passou a ser comandado por Candido Bracher, fechou o trimestre com retorno recorrente sobre o patrimônio líquido de 22 por cento, alta de 1,3 ponto sobre o trimestre anterior e de 2,4 pontos percentuais sobre um ano antes.

Empresas buscam mercado externo como saída para a crise

Empresas buscam mercado externo como saída para a crise


O câmbio menos competitivo e a perda de rentabilidade não reduziram o apetite das empresas brasileiras por mercados internacionais, num contexto em que as exportações se tornaram a porta de saída da crise. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o número de companhias exportadoras do País, que já tinha sido recorde em 2016, continua em alta neste ano.
Só no mês de março, 12,2 mil empresas exportaram seus produtos ao exterior, na maior marca mensal de uma série iniciada em janeiro de 2015. Levantamentos anteriores, que consolidam resultados anuais, já mostravam que o número vem subindo desde 2013 e, não por acaso, ganhando corpo à medida que a recessão econômica se agravava. Com a crise, as empresas tiveram de buscar mercados no exterior para, de um lado, diminuir a ociosidade das linhas de produção e, de outro, escoar estoques não consumidos por clientes nacionais.
Hoje, porém, o comércio exterior não oferece o mesmo rendimento de quando novatos nesse ramo – a maioria, pequenas empresas, com exportações inferiores a US$ 1 milhão – decidiram explorar rotas internacionais. De acordo com a Funcex – instituição que, mensalmente, calcula um índice de quanto diversos setores lucram a mais ou a menos com vendas ao exterior -, a rentabilidade das exportações brasileiras caiu 10,2% no acumulado de 12 meses até fevereiro, se comparada a igual período do ano anterior. Com alta de 5% da rentabilidade, a mineração de metais, favorecida pela forte valorização do minério de ferro, é exceção entre 29 atividades monitoradas no período.
A apreciação do real, que reduz o montante obtido em moeda nacional com as exportações, mais o avanço de 6% do custo de produção, corroeu a recuperação de preço dos produtos exportados.
Tendo como base os dados da Funcex – ajustados a valores de janeiro de 1985 para obter índices comparáveis numa série de 32 anos -, Luís Afonso Lima, economista-chefe da Mapfre Investimentos, diz que a rentabilidade dos exportadores brasileiros está no segundo pior momento em mais de três décadas. “Só no começo desta década, estava mais baixa do que agora.”
Conquista
Ainda assim, as empresas não deixam de exportar porque, segundo dizem analistas, o mercado doméstico segue fraco e, num quadro de recuperação econômica lenta, a ocupação das linhas de produção continua muitas vezes dependente das encomendas vindas do exterior. Da mesma forma, as empresas não querem abandonar mercados internacionais conquistados a duras penas.
“Conquistar clientes estrangeiros é difícil, perder é fácil e reconquistar é muito mais árduo e custoso, ainda mais quando se tem pela frente chineses com preços competitivos”, diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), entidade que congrega empresas exportadoras e importadoras.
Puxada pela valorização das matérias-primas e pela supersafra de grãos, o surpreendente superávit comercial dos primeiros meses do ano já fez o mercado financeiro revisar de US$ 48,1 bilhões para US$ 53 bilhões, nas últimas cinco semanas, a previsão ao saldo da balança deste ano.
Risco
O cenário favorável para as exportações tem pelo menos dois sinais amarelos, segundo especialistas. O primeiro é o risco de correção de excessos nos preços das commodities – em especial do minério de ferro e da soja. Eles também levam em conta o impacto da desaceleração da economia chinesa, destino, se somados Hong Kong e Macau, de praticamente um quarto das exportações brasileiras no primeiro trimestre.
Em paralelo, com o dólar negociado numa média inferior a R$ 3,20 desde o início do ano, o câmbio reduziu a competitividade dos produtos manufaturados em mercados internacionais. Há algumas semanas, a consultoria britânica Capital Economics divulgou relatório no qual avalia que a apreciação do real não só pode frustrar um crescimento mais consistente das exportações como também colocar em risco a retomada econômica.
Nada que impeça o primeiro desempenho positivo das exportações após cinco anos. Mas, para parte do mercado, o ritmo de crescimento dificilmente seguirá nos 24% mostrados no primeiro trimestre. Para a AEB e a consultoria Rosenberg, a tendência é que o avanço das exportações seja moderado para 10% e 15%, respectivamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: IstoÉ