sexta-feira, 12 de maio de 2017

ESPECIAL-Nova era do petróleo na Foz do Amazonas dispara alerta por ameaça a ecossistemas

ESPECIAL-Nova era do petróleo na Foz do Amazonas dispara alerta por ameaça a ecossistemas

sexta-feira, 12 de maio de 2017 11:06 BRT
 


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Uma casa entre rios, ao lado da foz do rio Amazonas na costa do Estado do Amapá, perto da cidade de Macapá.  31/03/2017 REUTERS/Ricardo Moraes
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Por Marta Nogueira OIAPOQUE, Amapá (Reuters) - Sentada à mesa em sua pequena e bucólica ilha no rio Oiapoque, exatamente entre o Brasil e a Guiana Francesa, a moradora brasileira mais ao norte do país, Valéria Leal, reflete sobre a retomada da exploração de petróleo na região amazônica do Amapá. Ela teme que o Estado, que abriga um dos maiores berçários de vida marinha e de floresta preservada do mundo, fique apenas com os riscos ambientais da atividade petrolífera, uma preocupação de muitas comunidades, como pescadores e indígenas. Apesar da crescente oposição de ambientalistas, uma nova era de perfurações na Bacia da Foz do Amazonas, a 120 quilômetros da longínqua cidade de Oiapoque, está para começar neste ano. Lá, um consórcio da francesa Total com a britânica BP e a Petrobras aposta realizar a próxima grande descoberta de petróleo em águas profundas do país. As companhias gastaram mais de 600 milhões de reais apenas na aquisição de cinco blocos exploratórios na área, de olho em reservas gigantes estimadas em 14 bilhões de barris in situ, que incluem possíveis jazidas adjacentes. Somente a petroleira francesa, líder do consórcio, investiu em atividades na região outros 200 milhões de reais. Mas até agora praticamente nada chegou aos moradores, até porque o investimento exige equipamentos e infraestruturas não encontradas no Amapá, um dos Estados mais pobres do país e que em 2016 registrou a maior taxa de desemprego. "Se fosse para o bem comum, seria bom... Nós aqui no extremo norte estamos completamente desassistidos... não sei quais as vantagens que virão, se tudo será feito fora daqui", afirmou Valéria, que mora na ilha com seu marido, há 27 anos, a cerca de 50 km da foz do rio Oiapoque. A petroleiras planejam, por exemplo, instalar sua base marítima no Porto de Belém, no Pará, onde equipamentos como tubos de perfuração e brocas já estão armazenados, aguardando o início das perfurações. "Se for para usar o Pará como base para eles, será igual quando os portugueses vieram para cá e levaram tudo sem nenhum benefício", disse o indígena Adair Jeanjaque, de 25 anos, da etnia Galibi, ao receber à Reuters em sua aldeia, às margens do Oiapoque, fonte de sustento de grande parte da população local. A preocupação com as possíveis perfurações não é privilégio apenas de Oiapoque, uma cidade com cerca de 23.600 moradores, e já corre por municípios litorâneos ao sul do Estado, como Calçoene, onde não é difícil encontrar pescadores que saibam ou tenham tido contato com as empresas de petróleo. Enquanto isso, o Ibama ainda avalia se as perfurações podem colocar em risco a complexa e amplamente desconhecida biodiversidade da região, ainda que as empresas já tenham realizado pesados investimentos. O Ministério Público Federal no Amapá, inclusive, recomendou ao Ibama nesta semana que suspenda a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, até que sejam avaliados os impactos da atividade na barreira de corais existente na região. O Ibama informou na quinta-feira que ainda não havia sido notificado. GRANDEZA AMBIENTAL A Bacia da Foz do Amazonas se estende ao longo de toda a costa do Estado do Amapá e da Ilha de Marajó (Pará) e abriga o maior cinturão contínuo de manguezais do planeta, que chega a ter 80 quilômetros de largura em alguns pontos, formado pelas toneladas de sedimentos trazidos ao mar pelos rios amazônicos todos os anos, incluindo o rio Amazonas, o maior do mundo. Além disso, o mar do Amapá tem recifes de corais, rodolitos e esponjas com propriedades inéditas, de acordo com uma descoberta publicada no ano passado na revista Science Advances, que chocou a comunidade científica com a extensão do ecossistema que está em águas mais profundas do que o comum, de mais de 100 metros de profundidade. Localizados logo após o limite da mancha de sedimentos pesados que vêm da Amazônia, os recifes podem ser o lar de espécies inteiramente novas, incluindo um tipo de peixe borboleta tropical que se destaca pelo colorido brilhante, dizem os pesquisadores. A publicação chamou a atenção da ONG Greenpeace, que lançou uma forte campanha em defesa dos corais amazônicos e contra a tentativa de abertura de uma nova fronteira petrolífera. A existência dos recifes no Amapá, que estão a apenas 28 quilômetros de uma das perfurações previstas pela Total, já era conhecida pelo Ibama e pesquisadores em geral, mesmo antes do leilão das áreas em 2013, mas o conhecimento sobre eles ainda é muito escasso, mesmo após a publicação do artigo. "O Amapá é realmente um Estado esquecido pelos brasileiros e nós mesmos não tínhamos ideia de todas as ameaças... grande parte da população depende dos oceanos... dos mangues e da floresta. O risco de um vazamento de grandes proporções chegar nessa costa afetaria grande parte da população", disse o porta-voz da campanha, Thiago Almeida. A Total, empresa que lidera o consórcio de petroleiras com blocos na Foz do Amazonas, afirmou estar ciente das questões ambientais da região e, desde 2015, quando deu entrada no licenciamento, vem fazendo um trabalho junto ao Ibama para prevenir impactos ambientais. "As atividades de petróleo e gás já convivem com sistemas sensíveis... Quando o Brasil licitou esses blocos, entendemos que era uma vontade, uma decisão soberana... para pesquisar se existia ou não petróleo, conhecendo a existência desse ecossistema", disse à Reuters Maxime Rabilloud, que está na presidência da Total no país há cerca de dois anos. Para o Ibama, no entanto, não há nada decidido. "É uma área de muita sensibilidade, tudo ali preocupa o Ibama... a gente só consegue chegar a uma decisão final (sobre se as empresas poderão trabalhar ali) no término do licenciamento", afirmou o analista ambiental do Ibama, Alexandre Souza. Em meio à complexidade ambiental e à dificuldade para a obtenção da licença, a agência reguladora do setor de petróleo (ANP) ampliou o prazo para a conclusão da primeira fase de perfuração dos cinco blocos de 2017 para 2020. Segundo Souza, o processo de licenciamento já tem bastante detalhe e atualmente o órgão aguarda respostas das empresas sobre questões como projetos de mitigação e de monitoramento. Mas especialistas da região temem que os esforços de planejamento de ações relacionadas a acidentes não sejam suficientes, até pela incerteza de alguns movimentos das marés. A pesquisadora do Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) Valdenira Ferreira, uma das responsáveis pela elaboração do Atlas de Sensibilidade Ambiental de Óleo na Bacia da Foz do Amazonas, contratado pelo governo federal, afirmou à Reuters que as correntes marítimas vão para acima do Brasil, mas as correntes das marés, perpendiculares ao continente, são completamente desconhecidas. "As correntes de marés varrem todo o litoral e adentram os rios até mais de 100 km, dependendo do rio... Se houver um derramamento de óleo hoje e você perguntar onde ele irá atingir, ninguém sabe dizer", disse Valdenira, destacando que se o óleo for pesado e se misturar com os sedimentos dos rios, pode afundar, cobrindo e matando os recifes com características únicas. Estudos da Total apresentados ao Ibama, entretanto, defendem que as correntes oceânicas levariam qualquer possível vazamento para longe da costa do Brasil. CREDIBILIDADE SOB AMEAÇA A Bacia da Foz do Amazonas foi a mais disputada do leilão que arrecadou o maior bônus de assinatura da história do Brasil, a 11ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios. Além dos cinco blocos liderados pela Total, outros foram arrematados por BP, Queiroz Galvão Exploração e Produção, BHP, Ecopetrol e Brasoil (comprada recentemente pela PetroRio). Dessas, a companhia francesa é a que está mais avançada nos processos de licenciamento ambiental. Apesar de acreditar que conseguirá o sinal verde para seguir com seus investimentos, Rabilloud, da Total, destacou que uma demora ainda maior no licenciamento irá comprometer o interesse da empresa nos leilões previstos para este ano no Brasil. "É complexo pedir mais dinheiro para entrar em mais blocos de pesquisa, sem ter a previsibilidade ou visibilidade de quando os blocos anteriores poderão ser avaliados, se existe ou não petróleo", afirmou. De qualquer forma, a companhia já tem forte atuação no Brasil, tendo assinado em 2016 um acordo com a Petrobras de 2,2 bilhões de dólares. A Total também detém 20 por cento de Libra, considerada a maior reserva de petróleo do Brasil. A francesa planeja perfurar até nove poços exploratórios, a profundidades de água de cerca de 1.900 metros, encorajada por uma descoberta recente da Exxon Mobil na República da Guiana, em áreas com os mesmos padrões geológicos do Amapá. "Eu diria que em termos de abertura de nova fronteira no Brasil, a Foz do Amazonas é forte candidata", disse o geólogo Pedro Zalán, que trabalhou na campanha exploratória da Petrobras na região no passado. Entre 1970 e 2012, foram perfurados cerca de 90 poços exploratórios na bacia pela Petrobras e a grande maioria no delta da Foz do Rio Amazonas, sem nenhuma descoberta comercial. Zalán explicou que o delta do Amazonas não confirmou o grande potencial de outros deltas, como o do rio Níger e o do Mississipi, por ser muito mais novo geologicamente. Mas ele disse que as descobertas em outros países reativaram o interesse na Foz do Amazonas, até porque a nova era da exploração na região terá poços mais profundos e fora do delta. DESENVOLVIMENTO INCERTO Uma descoberta comercial na região poderia, no futuro, aumentar a arrecadação e ajudar no desenvolvimento econômico do Amapá, mas a avaliação sobre isso não é unânime. "Eu acho que pode ser bom, porque vai gerar emprego para a região", afirmou o pescador Francisco Assunção de Lima, ao retornar de uma pescaria em Calçoene. Mas alguns moradores estão mais preocupados com a falta de atenção das autoridades e a ausência dos serviços mais básicos, diante das incertezas sobre a exploração petrolífera. "A única coisa que cresce aqui é aquele buraco ali", disse o pescador Nilton José, ao apontar um grande buraco em uma rua de terra batida, à beira de um rio na cidade de Amapá. Para o oceanógrafo Ricardo Motta Pires, chefe do Parque Nacional do Cabo Orange, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Amapá, uma descoberta de petróleo poderá atrair grande quantidade de pessoas em busca de emprego, causando desordem para cidades litorâneas do Amapá e ampliando os problemas sociais, uma vez que a atividade cria poucas vagas, pelo menos em um primeiro momento. "Eu tenho muito medo do desenvolvimento, eu acho que a civilização humana já ocupa muito o planeta, os humanos não têm o direito de usufruir do planeta no nível que estão utilizando...", disse ele, defendendo que alguns lugares paradisíacos deveriam ficar como estão. "Somos uma entre milhões de espécies, todos têm direito à vida, e a gente está ocupando tudo." (Por Marta Nogueira)
 

Dono da maior safira do mundo sonha com venda milionária para ajudar pobres

Dono da maior safira do mundo sonha com venda milionária para ajudar pobres

"Nunca esqueci dos pobres, por isso gostaria de melhorar suas vidas", diz homem que encontrou a pedra preciosa e espera vendê-la por US$ 300 milhões



A maior safira do mundo foi encontrada em Sri Lanka  e pode ser vendida por US$ 300 milhões (Foto: Reprodução/CNN)
A fama planetária adquirida pela "maior safira do mundo" estimulou seu dono, natural do Sri Lanka, a tentar vendê-la por "US$ 300 milhões", um sonho com o qual espera ajudar a combater a pobreza em seu país.
"Esta é uma oportunidade que só se tem uma vez na vida. Todos me disseram que nunca uma pedra tinha trazido tanta fama a este país. Estou muito agradecido e feliz", disse à Agência Efe o dono da pedra preciosa, que por "segurança" prefere manter o anonimato.
"Me preocupa a segurança, não quero ser conhecido como o dono da maior safira do mundo", reconheceu este homem de negócios.
O proprietário acredita que este é o "momento ideal para vender" a safira, devido tanto à fama como ao fato de que para um comprador trata-se de um valor seguro dentro da instável conjuntura internacional.
Além disso, ele garantiu que poderá fazer mais por seu país com o dinheiro que ganhar com a pedra.
"Nunca esqueci dos pobres, por isso gostaria de melhorar suas vidas. Mas quero que seja a longo prazo", declarou o dono da safira, que acrescentou que também gostaria de colaborar com o desenvolvimento da indústria do Sri Lanka.
O proprietário pensou a princípio em exibir a pedra durante um tempo para que os cingaleses pudessem admirá-la, mas a possibilidade de roubo o levou a descartar essa opção.
Para a venda da safira, o dono está criando um site onde receberrá ofertas, que espera que alcancem "US$ 300 milhões", um valor que segundo ele se baseia na fama mundial da pedra e em estimativas dentro deste mercado
Esta pedra conta com uma certidão de 1.404,49 quilates emitida pelo Instituto Gemológico de Colombo. O gemólogo Ashan Amarasinghe, que trabalha para este órgão, confirmou à Agência Efe que esta é a "maior safira azul estrela documentada do mundo".
"Não podemos especular seu valor real, porque é uma peça única e por não existir outra que possa ser comparada. Além disso, o preço de uma pedra é determinado por muitos fatores como o seguro, que pode fazer com que ele duplique ou triplique", explicou o gemólogo.
O diretor da Autoridade Nacional de Gemas e Joias do Sri Lanka, K.L.D. Dayasagarage, foi mais um a afirmar que se trata da maior safira conhecida, superando a até agora considerada de maior tamanho, de 1.395 quilates, e que também está no país insular.
A história da agora conhecida como maior safira do mundo começou há poucos meses na cidade de Ratnapura, um lugar sinônimo de pedras preciosas, onde seu dono atual a comprou de um marchand por um preço que não quis revelar.
"Estava no processo de abrir uma joalheria, por isso buscava gemas para abastecê-la. Foi então que encontrei esta peça. Com minha experiência, sabia que podia alcançar um grande valor internacional com a publicidade adequada, por isso paguei um alto preço para adquiri-la", relatou.
O proprietário batizou a safira como "A estrela de Adão".
Segundo uma crença muçulmana, Adão foi enviado ao Sri Lanka após ser expulso do Paraíso por morder a maçã proibida. Lá, o primeiro homem chorou arrependido, implorando a Deus por seu perdão. Essas lágrimas se transformaram nas gemas que estão no país.
O Sri Lanka é conhecido por suas abundantes pedras preciosas, especialmente safiras azuis, embora também conte com variações rosa, amarela, violeta, branca, verde e laranja. Somadas, suas exportações dessas pedras em 2014 foram de US$ 381,2 milhões

quinta-feira, 11 de maio de 2017

A ORIGEM DAS CORES NATURAIS EM DIAMANTES  

A ORIGEM DAS CORES NATURAIS
EM DIAMANTES
                Violeta, Alaranjado, Branco,
Cinza e Preto




Finalizando o tema abordado nos dois artigos anteriores, neste trataremos da origem das cores naturais verde, violeta, alaranjada, branca, cinza e preta em diamantes.
Verde
Os diamantes de cor verde lapidados são muito raros e, geralmente, apresentam tons suaves com um componente modificador marrom, amarelo ou azul. Por outro lado, os espécimes brutos com um finíssimo recobrimento superficial verde, usualmente de óxido de cromo, são mais freqüentes, inclusive no Brasil, onde são encontrados principalmente na região de Diamantina, em Minas Gerais.
A cor verde interna em diamantes deve-se a diversas causas, sendo a mais importante delas a irradiação natural. Acredita-se que esta provenha de minerais radioativos presentes no kimberlito (rocha-matriz do diamante) próximo à superfície ou mesmo de águas radioativas que percolem o corpo kimberlítico.
O mais famoso diamante verde conhecido é o Dresden, que se encontra atualmente em um museu na Alemanha, na cidade do mesmo nome. A gema apresenta forma de gota, pesa 41 ct e seu local de origem é objeto de intensa polêmica, sendo a Índia ou o Brasil a mais provável fonte.
Há diamantes verdes tratados pelo menos desde a década de 40 e a maior parte dos vistos atualmente no mercado foram submetidos ao processo de altas pressões e temperaturas (HPHT), realizado em vários países, sobretudo nos EUA, Rússia e Suécia. Estas pedras têm coloração verde amarelada e são obtidos a partir de exemplares originalmente marrons, do tipo Ia. Embora determinadas propriedades gemológicas, tais como a elevada saturação da cor, a presença de graining e fraturas de tensão e a fluorescência verde amarelada gredosa sob UVC e UVL sugiram uma indução da cor pela mencionada técnica, a identificação irrefutável requer ensaios mais sofisticados, tais como espectroscopia de infravermelho e espectroscopia visível de baixa temperatura.
Violeta
Os diamantes violetas procedem quase exclusivamente da jazida de Argyle, na Austrália, e adicionalmente apresentam uma nuança acinzentada. Embora quase nada se saiba a respeito dos mecanismos que originem tal cor em escala atômica, há evidências de que esteja associada à presença do elemento hidrogênio.
Alaranjada
A cor alaranjada pura, sem qualquer componente modificador é, provavelmente, a mais rara dentre todas as cores em diamantes, até mais que a vermelha ou a verde. A origem desta cor segue sendo um mistério, embora se saiba que um centro desconhecido provoca o aparecimento de uma banda de absorção na região azul do espectro visível, centrada em 480 nanômetros (unidade de medida dos comprimentos das ondas luminosas, de abreviatura nm), o que dá lugar à cor complementar desta, a alaranjada.
Branca
Embora nas práticas comerciais seja comum referir-se equivocadamente a diamantes brancos quando se pretende descrever pedras aproximadamente incolores, esta cor de fato existe neste mineral. Acredita-se que os comprimentos de onda que compõem a luz branca são enviados por diminutas inclusões em todas as direções e em cada uma delas sejam recombinados para dar lugar à luz branca, conferindo ao diamante um aspecto leitoso ou opalescente.
Cinza
A cor cinza em diamantes é mais uma das quais a origem não está ainda esclarecida, embora hajam evidências de que esteja associada a defeitos relacionados à presença de hidrogênio. Em diamantes ricos neste elemento, a absorção da luz ocorre com igual intensidade em todos os comprimentos de onda do espectro visível, o que resulta em uma coloração acinzentada.
Preta
Os diamantes pretos, entre os quais o mais famoso representante é o russo Orlof, tornaram-se mais populares a partir dos anos 90 e devem sua cor à presença de uma grande quantidade de diminutas inclusões escuras, em forma de plaquetas, que se acredita serem majoritariamente do mineral grafita. Em alguns casos, estas inclusões são tão numerosas que dificultam o polimento do exemplar, o que influi, evidentemente, no aspecto final da gema.
A cor preta - ou melhor, uma cor verde-azul que, por muitíssimo saturada, nos transmite a sensação de preta - também pode ser obtida artificialmente por tratamento, mediante intensa irradiação com nêutrons em diamantes facetados, sobretudo aqueles com graus de pureza muito baixos.

TURQUESA  

TURQUESA               



Esta gema deve sua beleza a sua extraordinária cor azul celeste e é utilizada desde a mais remota Antiguidade. Há relatos de sua aplicação como pedra ornamental desde aproximadamente 3.000 a.C. e, possivelmente, antes da Primeira Dinastia do Antigo Egito. Era também muito apreciada pelas antigas civilizações astecas do México e da América Central.

O termo turquesa, empregado desde a Antiguidade, tem origem incerta. Uma versão sustenta que deriva do francês arcaico “tourques”, que significa “pedra da Turquia”, não por proceder deste país, mas pelo fato de que as pedras provenientes da Península do Sinai chegavam a Europa através dele.
Outra versão dá conta de que o termo referia-se a algo estranho ou distante, como tudo que se referia ao Oriente. O certo é que os turcos estavam familiarizados com esta gema, especialmete com exemplares oriundos da antiga Pérsia, o atual Irã.
Em termos de composição química, a turquesa consiste de um fosfato hidratado de alumínio e cobre, cuja exeuberante cor deve-se a este último elemento. Geralmente, parte do alumínio é substituída por ferro. À medida que isto ocorre, o material tende a uma tonalidade verde azulada, que geralmente possui menor aceitação comercial.
A turquesa é uma das gemas que planteia maior dificuldade de identificação, por conta da existência de minerais de aspecto semelhante, além de possuir um equivalente sintético e inúmeros tratamentos e imitações.

Em geral, admite-se que a turquesa é criptocristalina e sua massa está constituída por um sem número de diminutos cristais misturadas com material amorfo e poroso. A textura superficial irregular da turquesa autêntica é muito característica: o material amorfo de cor azul pálida aparece salpicado de partículas de cor branca e frequentemente se observam veios de limonita (um óxido de ferro) escuros.

A turquesa é opaca a semi-translúcida, possui brilho céreo (presente em qualquer fratura ou superfície quebrada), dureza 5 a 6,  densidade 2,76 (- 0,45 a + 0,08), índices de refração 1,610 - 1,650 (- 0,006), sendo a leitura do índice médio, pelo método de visão distante, em torno de 1,61 a 1,62.
O espectro de absorção da turquesa na região da luz visível apresenta bandas no azul e no violeta, que são dificilmente observáveis, mesmo através das bordas dos exemplares traslûcidos com iluminação intensa.
A turquesa ocorre principalmente em rochas sedimentares, na forma massiva compacta ou reniforme, no Irã (minas de Nishapur, na Província de Khorassan), México, China, Perú e EUA (sudoeste do país, nos Estados do Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Califórnia).
No Brasil, até onde sabemos, houveram ocorrências sem produção significativa no Estado da Bahia, na região de Casa Nova, hoje encoberta pelas águas da barragem de Sobradinho; e em Minas Gerais, na localidade de Conselheiro Mata.
Sua alta porosidade permite a impregnação com ceras, resinas, plásticos ou outras substâncias, com o objetivo de estabilizar a cor e manter o polimento.
A turquesa foi obtida por síntese pela primeira vez pelo fabricante Pierre Gilson em 1972. O material tem uma textura superficial diferente do natural e cujo aspecto, curiosamente, se assemelha ao do creme de trigo. Pode ser separado do natural também por meio de susceptibilidade magnética ou da técnica avançada de espectroscopia de infra-vermelho.
Vários tipos de turquesa reconstituída são produzidos a partir de turquesa natural de baixa qualidade (muito clara e pouco dura) e dela se diferenciam pelas ausências da típica textura superficial e do espectro de absorção, bem como pela menor densidade e maior porosidade.
A turquesa é mais comumente lapidada em cabochões de diversas formas, além de contas, sendo também utilizada em esculturas e outros objetos de adorno.

Escala de Mohs

Escala de Mohs

Escala de mohs.png
Escala de Mohs quantifica a dureza dos minerais, isto é, a resistência que um determinado mineral oferece ao risco, ou seja, à retirada de partículas da sua superfície.
O diamante risca o vidro, portanto, é mais duro que o vidro. Esta escala foi criada em 1812 pelo mineralogista alemão Friedrich Vilar Mohs com dez minerais de diferentes durezas existentes na crosta terrestre.
Atribuiu valores de 1 a 10. O valor de dureza 1 foi dado ao material menos duro da escala, que é o talco, e o valor 10 dado ao diamante que é a substância mais dura conhecida na natureza.
Esta escala não corresponde à dureza absoluta de um material. Por exemplo, o diamante tem dureza absoluta 1.500 vezes superior à do talco. Entre 1 e 9, a dureza aumenta de modo mais ou menos uniforme, mas de 9 para 10 há uma diferenças muito acentuada, pois o diamante é muito mais duro que o coríndon (ou seja, que o rubi e a safira)
DurezaMineralFórmula químicaDureza absolutaImagem
1Talco (pode ser arranhado facilmente com a unha)Mg3Si4O10(OH)21Talc block.jpg
2Gipsita (ou gesso) (pode ser arranhado com unha com um pouco mais de dificuldade)CaSO4·2H2O3Gypse Arignac.jpg
3Calcita (pode ser arranhado com uma moeda de cobre)CaCO39Calcite-sample2.jpg
4Fluorita (pode ser arranhada com uma faca de cozinha)CaF221Fluorite with Iron Pyrite.jpg
5Apatita (pode ser arranhada dificilmente com uma faca de cozinha)Ca5(PO4)3(OH-,Cl-,F-)48Apatite crystals.jpg
6Feldspato / ortoclásio (pode ser arranhado com uma liga de aço)KAlSi3O872OrthoclaseBresil.jpg
7Quartzo (capaz de arranhar o vidro. Ex.: ametista)SiO2100Quartz Brésil.jpg
8Topázio (capaz de arranhar o quartzo)Al2SiO4(OH-,F-)2200Topaz cut.jpg
9Corindon (capaz de arranhar o topázio. Exs.: safira e rubi)Al2O3400Cut Ruby.jpg
10Diamante (mineral mais duro que existe, pode arranhar qualquer outro e é arranhado apenas por outro diamante)