domingo, 21 de maio de 2017

Garimpo de ouro ilegal é descoberto no Rio Itapemirim em Jerônimo Monteiro

Garimpo de ouro ilegal é descoberto no Rio Itapemirim em Jerônimo Monteiro

Quatro pessoas que trabalhavam na extração fugiram ao perceber a chegada da Polícia Ambiental ao local. A ação caracteriza dois crimes, com pena de detenção e multa






A balsa equipamentos típicos para a utilização em extração de ouro foi localizada no rio Itapemirim, no interior de Jerônimo Monteiro
A balsa equipamentos típicos para a utilização em extração de ouro foi localizada no rio Itapemirim, no interior de Jerônimo Monteiro
Foto: ​Divulgação/PMA
Na última quinta-feira (4), policiais da 4ª Companhia da Polícia Militar Ambiental, flagraram uma extração irregular de ouro no leito do rio Itapemirim, na localidade de Santa Maria do Norte, em Jerônimo Monteiro. Quatro pessoas que estavam acampadas e trabalhavam no local fugiram com a chegada dos militares. Eles não foram localizados.
Segundo a Polícia Ambiental, foi preciso vários incursões em matas e plantações nas margens do rio, até que a balsa com equipamentos típicos para a utilização em extração de ouro fossem localizada. Foram apreendidos diversos materiais, como motor para sucção da areia do leito do rio, mangotes, compressor, cinto de mergulho e diversos outros equipamentos necessários para a mineração.
De acordo com o capitão Reinaldo Faria, que comandou a ação, a ação ocorreu após denúncias anônimas. “Há fortes indícios da lavra de ouro na região, haja vista a existência de equipamentos destinados especificamente para essa atividade, como uma bateia, recipiente que serve para a separação do ouro dos demais minerais”, explica.
Todos os materiais apreendidos foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (5), já que, além do crime ambiental, existe o crime de usurpação de bem da União, que consiste na mineração sem autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral. A pena prevista para os crimes é de detenção e multa.

Raimundo da Silva Cruz, de Garimpeiro a assessor parlamentar

Raimundo da Silva Cruz, de Garimpeiro a assessor parlamentar

Quinta-feira, 18, recebi na redação, a visita do seu Raimundo da Silva Cruz mais conhecido como Sardinha.

              


Raimundo da Silva Cruz
Quinta-feira, 18, recebi na redação, a visita do seu Raimundo da Silva Cruz mais conhecido como Sardinha. “Vim aqui contar minha história, pois me considero um dos que junto com o Teixeirão ajudou construir esse Estado”. Sardinha estava acompanhado do seu fiel amigo Pedro. “Pedro é como chamo esse meu amigo, pois desde quando nos encontramos há pouco tempo, vimos que tínhamos algo em comum, trabalhar em prol da população dos bairros da periferia”. A conversa fluiu e ficamos sabendo das proezas do seu Raimundo no Exército, nos garimpos de cassiterita e de ouro e principalmente o Raimundo político que foi candidato por duas vezes a deputado estadual e uma a vereador. “No tempo do Índio do PSB levei dois ônibus lotados de gente para votar em mim na convenção e o Índio disse que só tive 50 votos sendo que cada ônibus tinha 80 eleitores” .
Essa e outras histórias, em especial a da abertura da galeria da avenida Jorge Teixeira você vai conhecer na entrevista que segue.
Zk – Qual seu nome completo?
Sardinha – Sou Raimundo da Silva Cruz nascido no lugar chamado Carapanatuba no Amazonas, vim para Rondônia em 1971 com 20 anos de idade, para servir o Exército no 5º BEC. Nasci no dia 26 de outubro de 1951.
Zk – Depois que deu baixa foi fazer o que?
Sardinha – Acontece que não vim pra cá apenas pra servir o Exército, vim pra deixar uma história em Rondônia. Essa história construí junto com o coronel Jorge Teixeira. Na realidade, cumpri minha obrigação cívica durante um ano e quando dei baixa, continuei trabalhando no 5º BEC só que pelo DNER, onde fiquei durante cinco anos trabalhando. Acontece que naquela época, quando o trabalhador completava 5 anos de trabalho, o DNER rescindia o contrato. Com o dinheiro da indenização 93 Mil Cruzeiros, montei uma empresa a “Conservadora Cruz”.
Zk – Quais as obras que sua empresa fez para o governo do Estado?
Sardinha – Ajudamos a construir a Esplanada das Secretarias. Nas proximidades da Esplanada montei um restaurante num local chamado “Taboquinha” e passamos a atender os funcionários das secretarias. Outra obra que ajudamos a construir foi a Galeria da Jorge Teixeira que à época chamava avenida Kennedy. Ali trabalhamos com a lama no pescoço. Um dia o Teixeirão chegou pra mim e disse: “Admiro você porque você é um guerreiro, um soldado que nunca deixou falha no seu trabalho, nós precisamos de gente como você”.
Zk – Como surgiu esse apelido de Sardinha?
Sardinha – Eu tinha um bar cujo nome fantasia era Bar Sardinha. Quando comprei o ponto esse nome já existia pintado na parede e eu resolvi deixar lá e os fregueses passaram a dizer, “Vamos almoçar lá no Sardinha” e o apelido pegou.
Zk – Além da galeria, quais outras obras sua empresa fez?
Sardinha – Foram muitas obras. Prédios, drenagem, saneamento básico, serviço de escoamento de água do Bate Estaca até o 5º BEC tudo com aqueles tubos grossos de ferro e selado com chumbo. Ajudamos a abrir a avenida Norte Sul hoje Rogério Weber e colocamos um bueiro de chapa de aço lá. Trabalhamos em algumas pontes de concreto.
…Um grama, um grama e meia e era o seguinte, tinha mulher que era exigente, “Não vou dar minha prexeca por meia grama de ouro”. Naquele tempo existia as boates que funcionavam em dragas no meio do rio e o negócio era chic.
Zk – Antes da empresa de serviço?
Sardinha – Além do restaurante montei um comércio ali perto do Aragão, aliás, o Aragão era nosso parceiro. Por ali também tinha o Casarão do Forró do Paulo onde no final do mês, quando saía o dinheiro do governo a gente ia se divertir, era muito bom!
Zk – E hoje?
Sardinha – Hoje estou como assessor do vereador Maurício Carvalho. Meu trabalho é verificar as necessidades da população nos bairros e levar as reivindicações pro vereador sou o diretor-fiscal do gabinete dele. Aceitei essa função porque a população sempre vem me procurar para resolver os problemas de seus bairros, isso porque presido uma entidade filantrópica, a Sociedade Beneficente de Idoso, Família e Crianças Carentes do Estado de Rondônia. Também tenho uma escola e uma creche, todas documentadas, porém, essas entidades estão paradas por falta de recursos para mantê-las. Aliás, esse foi um dos motivos de ter vindo procurar vocês aqui do Diário da Amazônia, quem sabe, alguma autoridade se sensibilize e nos ajude a colocar pra funcionar essas entidades.
Zk – Por falar nisso, você também foi garimpeiro?
Sardinha – Trabalhei em garimpo de ouro, diamante, cassiterita, topázio. Trabalhei na Mineração Massangana, Ceriumbrás, Macisa, no Embaúba, Tamborete, Prainha e em Jaru. Certa vez, nosso grupo que era formado por oito homens, tirou Uma Tonelada e Meia de Cassiterita.
Zk – Qual o garimpo mais difícil, o de ouro ou o de cassiterita?
Sardinha – Sem sombra de dúvida é o da cassiterita. O ouro é mais fácil de trabalhar, você monta a balsa ou a draga e vai trabalhar mais na peneira e na bateia, já a cassiterita é mais pesada é na picareta braba mesmo. O ouro, monta um motorzinho já coloca as empanadas na caixa, vem descendo o ouro coloca o azougue e é só colher o metal. Na época que trabalhei no garimpo “Jenipapo” em Jaru com o Biraci, tínhamos seis motores trabalhando e a cada despescada a gente tirava até cinco quilos de ouro. No rio Madeira trabalhamos com balsa, aí era mergulhando.
Zk – Você sabe quem descobriu o ouro no Madeira?
Sardinha – Foi dois irmãos, eles moravam perto do colégio Padre Chiquinho no Areal. Eles descobriram ouro no Madeira e começaram a trabalhar e estavam crescendo muito em seus negócios e o pessoal começou a desconfiar. Um curioso, sempre tem um curioso achou de segui-los à noite e descobriu que eles estavam tirando ouro dentro do rio Madeira. Contavam que só de uma despescada eles tiram seis quilos de ouro. Pra despistar eles montaram um Mercadinho e mesmo assim descobriram e foi então que surgiram as chamadas fofocas do garimpo de ouro do Madeira.
Zk – A gente ouvia muita história sobre morte de garimpeiros mergulhadores no Madeira, que tinham suas mangueiras cortadas. Como era isso?
Sardinha – Quanto mais morria gente mais ouro aparecia. Muitas mortes foram por perversidade mesmo, ali eu vi nego matar o outro só de sacanagem. Vi dois irmãos que vieram do Maranhão, os caras chegaram todo sujo de poeira e dois peões estavam terminando de montar uma balsa e estavam precisando de mergulhador e os dois maranhenses foram trabalhar com eles. Passaram seis horas debaixo d’água e quando vieram despescar conseguiram 4 quilos de ouro, receberam a porcentagem de 10% cada. Um guardou a parte e o outro foi pra bagaceira com a mulherada, depois voltou pra mergulhar de novo, um cara de outra balsa com inveja, cortou a mangueira dele. O irmão pegou o ouro que sobrou e voltou pro Maranhão.
Zk – No garimpo do Madeira você chegou a despescar quantos gramas de ouro?
Sardinha – O garimpo do Madeira era diferente, a gente trabalhava em equipe e eu trabalhava mais na despescagem e cheguei a ganhar até 150 gramas. O interessante era quando alguém conseguia uma boa quantidade de ouro, aí todo mundo com suas dragas encostavam, era aquela muvuca de draga e formava-se o que se chama de FOFOCA.
Zk – É verdade que as prostitutas só aceitavam ouro como pagamento?
Sardinha – Era sim. Um grama, um grama e meia e era o seguinte, tinha mulher que era exigente, “Não vou dar minha prexeca por meia grama de ouro”. Naquele tempo existia as boates que funcionavam em dragas no meio do rio e o negócio era chic. O garimpo é o seguinte: É mais pro ruim do que pro bom, tem nego que só vai pra “tirar” o couro do outro.
Zk – Vamos mudar de assunto. Como foi que você se transformou em político, candidato a deputado e vereador?
Sardinha – Minha primeira candidatura foi a deputado estadual, na época que o José de Abreu Bianco foi governador de Rondônia, tive 400 votos. No tempo do governo Cassol saímos também para deputado estadual e a terceira eleição foi quando o Roberto Sobrinho ganhou a prefeitura, saímos para vereador tive 121 votos. Ingressei na política pelo Partido PSB no tempo do Ernandes Índio. Aqui tem uma história: Me candidatei à convenção para vereador e o Índio me sacaneou. No dia da convenção levei dois ônibus cheios de gente e na hora da apuração dos votos, para saber quais seriam os candidatos do partido, ele disse que não dava para apurar os votos naquele dia, porque estava muito tarde. “Vamos guardar as urnas no Comando Geral e amanhã a gente apura”. No outro dia, não me avisaram a hora da apuração e quando cheguei ao partido, disseram que eu não havia alcançado o coeficiente necessário para ser candidato. Levei 80 pessoas em cada ônibus o que daria 160 votos e me apresentaram um resultado a meu favor, de apenas 50 votos. Tive certeza que garfaram meus votos.
Zk – Para encerrar?
Sardinha – Hoje desempenho meu trabalho em benefício do meu Estado. Não sou filho de Rondônia, mas me considero rondoniense porque ajudei a criar esse Estado. No próximo domingo, dia 28, pretendo inaugurar o escritório da minha empresa no bairro Lagoinha 2. Nossa especialidade é drenagem e construção de galerias. Contato 9 9381-8585 Construtora Cruz.

sábado, 20 de maio de 2017

A surpreendente cidade australiana onde os habitantes vivem embaixo da terra

A surpreendente cidade australiana onde os habitantes vivem embaixo da terra

Coober Pedy é uma pequena cidade cheia de minas na Austrália. Ela é conhecida como a capital mundial da opala, uma pedra preciosa muito usada por reis na antiguidade. Os antigos acreditavam que uma pessoa poderia ficar invisível se enrolasse uma opala em folha de louro fresco e a portasse junto de si para onde fosse.
Hoje, a região carrega mais do que apenas a lenda dessa pedra misteriosa. Cerca de 3 mil pessoas moram em Coober Pedy. É uma cidade com uma particularidade: é praticamente subterrânea, e quem vive ali precisa se adaptar a essas características. O que sobressai nessa paisagem plana e indiferente são algumas chaminés que brotam da terra no meio do caminho.
São poços de ventilação para a maioria das casas que, na verdade, estão embaixo da terra. São as chamadas “dugouts”, covas escavadas para os moradores escaparem do calor sufocante do deserto. Tudo em Coober Pedy é subterrâneo: não só as casas, como também as lojas, os hotéis, os bares, galerias de arte e até as igrejas.
O interior delas é fresco e agradável – imagino que isso seja um incentivo para as pessoas a irem à missa. ”Com certeza”, me diz o padre. “Essa é a ideia. No deserto, tudo é muito extremo: ou muito frio, ou muito quente. Por isso, se proteger debaixo da terra ajuda a amenizar um pouco as temperaturas. Assim a vida fica suportável e a igreja se torna um bom refúgio.”

A tentação de se mudar para Coober Pedy, obviamente, não é o clima. O que atrai as pessoas é o sonho de enriquecer encontrando a opala, cuja gema pode valer milhares de dólares.
O local foi descoberto em 1915 por um jovem de 14 anos chamado William Hutchison. Ele havia viajado para o meio do nada no Sul da Austrália com seu pai e seus dois sócios em busca de ouro – que não tinham encontrado.
No dia 1º de fevereiro, William deveria ter ficado no acampamento para cuidar das coisas, mas desobedeceu as ordens de seu pai, saiu para procurar água e se perdeu.

uando escureceu e o menino ainda não havia aparecido, os adultos começaram a se preocupar. Mas, pouco depois, ele chegou com um sorriso de orelha a orelha e uma bolsa cheia de opalas.
Claro que tudo isso foi apenas um acaso. Mas William também descobriu lá o que havia ido buscar: água doce, coisa igualmente rara de se encontrar naquela região.

Um mar que já não existe

As opalas preciosas da Austrália são resultados de condições muito especiais que datam de mais de 100 milhões de anos atrás, quando o grande mar da Eromanga, que até então cobria o centro da Austrália, começou a secar.
Fluidos muito ácidos se dissolveram em areia de sílica rica em quartzo e em seguida se transformaram em opalas preciosas.

Essas circunstâncias são muito específicas e pouco comuns. A outra origem das opalas – mais comum – é a vulcânica.
Mas encontra-las não é fácil. Por isso, seu valor segue provocando a mesma “febre” que contagia milhares de pessoas desde 1915.
E foi essa febre que manteve Sandy Williams na indústria por 20 anos, até ela se dar por vencida e aceitar um emprego fixo como guia turística local.
“Nunca dá para saber o valor que tem a opala quando você a desenterra. Ela sempre parece maior, melhor, mais brilhante embaixo da terra, mas na superfície você não a vê da mesma forma que da primeira vez”, diz.
“A imaginação e as expectativas acabam influenciando o que se enxerga na mina de opala.”

Mas que tipo de pessoa é mais comum aqui, eu pergunto. “Provavelmente é o mais romântico e aventureiro. Essa é a última fronteira. Um lugar onde você pode trabalhar para você mesmo, pode trabalhar o quanto que quiser – e encontrar um milhão de dólares. Já morei lá antes e pretendo voltar um dia.”
“Mas no fim a pobreza me mandou de volta ao papel de funcionária em vez de patroa.”

Esperança

A atividade de mineiração nos campos de opala é evidente – é possível ver pequenos montes de areia e buracos que se estendem até o horizonte.
Essas minas seguem se multiplicando diariamente com as escavações de mineiros como Teles, um chef aposentado que está dedicando seu tempo à busca do tesouro.
Ele não revela seu nome completo – os mineradores aqui são discretos -, mas se oferece para me levar a explorar sua mina.
“Comecei nesta mina há cerca de 5 ou 6 semanas, mas tive problemas com a pá. Ela falha de vez em quando”, conta ele, frustrado.
“Quando me aposentei, passei a ficar em casa. Até que pensei: ‘Chega! Vou para a mineração algumas horas por semana’. Sou diabético, e isso é um exercício muito bom.”
“Sou chef e administrei o hotel Opal por alguns anos para pagar as contas. Tenho nove filhos e paguei colégio e faculdade para eles. Agora todos trabalham e assim eu posso relaxar.”

Para relaxar

Teles começou a se dedicar a mineração há 26 anos.

“Cheguei tarde a esse negócio da opala. Os melhores lugares para explorar já estavam tomados e só sobraram esses mais afastados, na periferia. Realmente, não há nenhuma chance de encontrar algo que te dê muito dinheiro, a não ser que você tenha muita sorte.”
A mina em que ele está trabalhando não é nova. Muitos mineradores já escavaram ali, o que também aumenta os riscos no local.
“O que eu faço é trazer o túnel para cima e fazer uma cúpula, para que toda a pressão fique para os lados. Quando um coelho faz sua toca, é sempre em forma de arco. A natureza tem sua sabedoria e, se você a imita, não deve ter problemas.”
Mas Teles já passou por apuros, quase soterrado em sua própria mina. Da última vez, foi sua pá mecânica que o salvou. O fato de estar escavando a terra sozinho é algo que torna sua tarefa ainda mais arriscada.
“Eu tenho 72 anos de idade. Se algo acontecer…tudo bem. Um dia todo mundo vai morrer, e eu prefiro morrer enterrado aqui a morrer no deserto”, afirma.
É uma deixa para uma reflexão mais profunda, quase filosófica, sobre viver e sonhar.
“Esse corpo que tenho está em agonia. Sempre depois de trabalhar, os ossos e os músculos doem. Mas fazemos isso porque nos fascina”, admite.
“Quem sabe eu possa me tornar uma opala daqui 50 milhões de anos…”
Fonte: BBC

Mineração: O que seria de nós sem ela?

Mineração: O que seria de nós sem ela?

A atividade de mineração tem sido quase sempre motivo de polêmica e discussões entre os diversos segmentos da sociedade. Não faltam palavrões e palavras de ordem contra a atividade, muitas vezes, sem ao menos conhecê-la no seu íntimo. Em todos os locais onde se discute o assunto, ela é, sem sombra de dúvida, a que mais causa debates e, porque não dizer, às vezes discussões tão inflamadas que quase chegam ao auge do contato físico.
Mas, você leitor, que resolveu parar por uns instantes para ler esta coluna, imagine que a mineração não seja tão vilã como parece, senão vejamos: dê uma olhada à sua volta e observe tudo o que o cerca, começando pela sua casa: os tijolos, as telhas e a argamassa que sua casa foi construída (argila, calcáreo e cimento); a cor de suas paredes não passa de um composto de bens minerais e tem o titânio como pigmento da tinta; o piso do seu apartamento é um derivado da sílica e o seu esmalte depende do bismuto; a fiação elétrica é feita de cobre recoberta de plástico emborrachado (petróleo); a lâmpada por sua vez, depende da sílica e do alumínio e o seu filamento do tungstênio; da mesma forma, os encanamentos e o seu gostoso chuveiro elétrico; os canos são ora de plástico, ora de ferro fundido e o chuveiro com ferro, alumínio, cobre, etc. é que proporciona aquela aguinha quente.
Acho que a maioria de vocês já começou a ficar preocupada no sentido de achar alguma coisa que não dependa da Mineração, porque sei que começaram a ver que também dependem dela os pregos, os parafusos, o seu som, sua calculadora, a caneta, as tomadas, as chaves das portas, as cadeiras, o microfone, os seus óculos, os tacos de golfe e até, ou principalmente, o seu carro... ah!...o carro, tinha esquecido dele. Não passa de um amontoado de ferro (aço), alumínio, cobre, chumbo e plástico e, portanto, também depende em 100% da mineração.
Vamos falar sobre a medicina e a odontologia. Como seriam as cirurgias sem aquela parafernália de faquinhas, bisturis, tesourinhas e broquinhas de dentista, etc., fabricadas com aço? E os aparelhos de Ultrassonografia, de Raio X, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Mamografia, etc.? E os remédios? São todos fabricados com os produtos da mineração, escondidos atrás daqueles nomes mais incomuns que continuamente nos deparamos nas caixinhas e não nos atentamos. Pois saibam que todos os remédios, sem exceção, são dependentes da mineração e não existiriam se não fossem os elementos Potássio, o Fósforo, o Magnésio, o Cobre, o Zinco, o Boro, o Manganês, o Sódio, o Bário, etc.
Mas vamos mudar de assunto e falar de beleza. Ah! isso interessa mais. A mineração proporciona também prazeres e alegrias, como por exemplo, a vaidade das mulheres pelos produtos de beleza e maquiagem, as pedras preciosas e diamantes, e o ego dos homens através das joias de ouro, prata, platina, o que inclui desde as bijuterias até os relógios Rolex.
Cansei de beleza e gostaria de falar de comida. E aquela gostosa feijoada que saboreamos normalmente aos sábados, feita com partes do porco (pé, rabo, pele, orelha, etc.), cozidos numa grande panela de ferro ou de barro (argila). E aquelas panelas de alumínio, de aço inox, ou aquelas revestidas de titânio, fáceis de limpar para não estragar o esmalte das unhas das nossas mulheres? É, caros leitores, ficaríamos por certo, um bom tempo aqui escrevendo sobre os utensílios advindos da mineração, mas o espaço é curto.  
Amigos, esqueci de um detalhe: as estradas estariam em melhores condições se todos os proprietários de veículos pagassem o seu IPVA em dia, andassem obedecendo os limites de velocidade, não ultrapassassem a faixa amarela, porém nem todos pagam e nem todos obedecem. Mas, espere aí... o que isto tem a ver com a mineração? Ainda tem as multas !! Por falar nisso, sem a mineração, o que seria da indústria das multas? Não iriam existir os radares, os pardais e as barreiras eletrônicas, pois desde os postes de concreto até as lentes das câmeras fotográficas, tudo depende da mineração (assim não tem graça!!!).
Depois desta pequena explanação e deixar de enumerar outros tantos produtos advindos da mineração, agora você mesmo vai poder olhar em volta e ver tudo com mais clareza. Isto, e tudo mais acima exposto, não pode ser mais ignorado pelos governantes nem pelas comunidades, pois a geração de divisas do país vem do subsolo, que é nosso. Não dependemos de mais ninguém, pois “a raiz da independência está no subsolo”. Um dos segredos da autossuficiência de vários produtos está na mineração e por isso ela precisa ser valorizada e o seu profissional também.

Mineração indica início de retomada na Bahia


Mineração indica início de retomada na Bahia

A mineração, um dos setores de maior potencial da economia baiana, dá sinais de retomada. Os obstáculos ainda são grandes, especialmente para os projetos de produção de minério de ferro, por causa das incertezas no mercado externo e das deficiências logísticas. Ainda assim, as perspectivas são positivas por causa da queda dos estoques internacionais e da recuperação dos preços das commodities. Mas se com o ferro as notícias se resumem a perspectivas, o que se verifica em outros segmentos são informações de crescimento na produção. A Mirabela Mineração, que paralisou as atividades no ano passado, já comunicou à Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico (SDE) que pretende retomar as atividades. Outra empresa que enfrentava dificuldades e encontrou o caminho da recuperação é a Caraíba Metais. Recentemente adquirida por um grupo canadense, a empresa procurou o governo não só para informar o retorno às atividades na mina de Jaguarari, mas também para anunciar que vai abrir uma nova, cujo potencial, segundo afirma  o superintendente da SDE Reinaldo Sampaio, é maior que o da atual. Os valores desse investimento, disse Sampaio, não foram informados. As páginas de boas notícias se completam, ainda, com o aumento nas exportações de diamante – produzidos pela Lipari no município de Nordestina -, da reabertura da produção de ouro - pela Yamana Gold em Santa Luz - e de urânio em Caetité, e o recorde de produção da mina de vanádio em Maracás. 
 
Líder do ranking
 
Em 2016, a Bahia também liderou o ranking nacional em número de requerimentos para pesquisa de bens minerais, com 2.761 processos protocolizados, ficando à frente de Minas Gerais (2.245) e Goiás (1.172). O destaque é o aumento no número de pedidos de pesquisas para o zinco, mineral que teve seu preço acrescido em 66% no ano passado e que está com a demanda aquecida. Para não desperdiçar oportunidades e transformar o potencial em realidade, o governo estadual começou, neste mês, rodadas de conversas com o setor privado para identificar melhorias necessárias ao ambiente de negócios para o setor. A ideia, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico Jaques Wagner, é a de construir uma política estadual para o setor. “A mineração exerce importante papel no desenvolvimento econômico e social, já que o subsolo do semiárido, região mais carente do estado, tem se evidenciado como uma região geológica de grande valor”, disse. * Flávio Oliveira/ Correio da Bahia
 
Fonte: Giro em Piaui