sexta-feira, 7 de julho de 2017

Rodrigo Maia afirma lealdade a Temer, mas já discute governo e quer retomar reformas

Rodrigo Maia afirma lealdade a Temer, mas já discute governo e quer retomar reformas

sexta-feira, 7 de julho de 2017 19:08 BRT
 


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Temer ao lado de Maia durante cerimônia em Brasília
 7/6/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
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Por Ricardo Brito BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira "lealdade" ao presidente Michel Temer, mas já discute as bases do que seria um governo comandado por ele, em caso de afastamento do peemedebista. Em conversas e declarações, Maia tem dito que manteria a equipe econômica e tentaria retomar a agenda de reformas, paralisada em meados de maio, quando a delação de executivos da JBS atingiu Temer e o levou a ser investigado e recentemente denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva. Nesta manhã, Maia telefonou para o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Após consultar pessoas em suas bases eleitorais, o parlamentar havia mandado uma mensagem para Maia a fim de saber se ele iria manter a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Segundo Goergen, Maia ligou-lhe e, embora tenha deixado claro na conversa que não é presidente da República e não trabalha para sê-lo, afirmou que não faria mudanças nessa área caso assumisse. "É importante sim que o presidente da Câmara dê essa sinalização, porque como a saída do Temer é um fato que pode ser real não podemos ficar na especulação do que pensa o sucessor", disse Goergen à Reuters. O deputado gaúcho ainda não decidiu se vai votar a favor de autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a denúncia contra Temer. Também pela manhã, o presidente da Câmara usou uma rede social para defender "muita tranquilidade e prudência" no momento e o avanço na agenda de reformas no país. "Precisamos ter muita tranquilidade e prudência neste momento. Em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise", disse, no Twitter. Maia disse que a agenda de votações da Câmara tem de ser retomada "o mais rápido possível". "Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos previdência, tributária e mudanças na legislação de segurança pública", afirmou Maia. Embora venha sempre pregando uma atuação de magistrado no caso da denúncia de Temer, o presidente da Câmara tem se movimentado nos bastidores como fiador da agenda reformista. Temer será afastado se a Câmara autorizar a análise do STF e os ministros do Supremo aceitarem a acusação criminal contra ele por corrupção passiva. A avaliação de aliados é que Maia também teria mais força política para tocar, por exemplo, uma reforma da Previdência do que Temer no momento em que a principal pauta do atual governo é sobreviver politicamente. Essa percepção viria ancorada diante do fato de ele estar recebendo apoios públicos de importantes lideranças partidárias nos últimos dias. Nesta sexta, o ex-líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (AL) afirmou à Reuters que o governo Temer tem uma rejeição "quase universal" e que Maia é a saída constitucional para buscar sair da crise política. "O governo tem uma rejeição quase que universal. A sociedade quer se ver livre do governo de qualquer forma, por isso nós não podemos deixar de olhar a saída constitucional. Rodrigo Maia, ele é a saída constitucional e nada mais recomendável olhar para ela", afirmou Renan. Na véspera, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o deputado tem todas as condições para levar o país a uma mínima estabilidade até 2018 e afirmou --sem citar o governo Temer-- que o Brasil está chegando a uma ingovernabilidade. Nesta sexta, o primeiro vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que se pode estar diante do início do fim do governo Temer, que não tem nenhum apoio popular e que Maia é a solução prevista na Constituição. SEM CONSPIRAÇÃO Lideranças do DEM têm ecoado que o partido não vai "conspirar" para derrubar o governo. Um dos vice-líderes do DEM na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), disse que o partido continua a apoiar a gestão Temer. Mas ressaltou que, se eventualmente houver uma gestão Maia, interina, a tendência seria sim de manter a equipe econômica e buscar a retomada das votações. "Todo mundo na expectativa que não haja mudança na forma de atuação", disse Aleluia, um dos mais experientes deputados do partido. O presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN), também destacou que a posição de Rodrigo Maia é de "absoluta lealdade" com o governo, mas observou que o deputado "acompanha a situação". "Ele vai agir de acordo com as obrigações do cargo que ocupa, não vai cometer deslealdade com ninguém, nem sair do que prevê a Constituição e o regimento interno da Câmara", disse o presidente do partido, que destacou que não há qualquer reunião da Executiva da legenda para decidir uma posição a respeito do governo Temer. Em Hamburgo, onde está participando da cúpula do G20, Temer disse acreditar "plenamente" na lealdade de Maia. "Ele só me dá provas de lealdade o tempo todo", disse o presidente. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), minimizou esses movimentos em relação ao presidente da Câmara, a quem atribui a aliados dele. "O Rodrigo tem sido correto, leal e claro que às vezes o entorno fica na torcida", afirmou ele, ao destacar que não vê nenhuma conspiração por parte do deputado do DEM. Rossi rebateu as alegações de que o governo estaria se enfraquecendo, e disse que, ao contrário, fortaleceu-se nos dois últimos dias com as articulações políticas em busca de votos para barrar na Câmara a autorização ao STF para julgar Temer tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quanto no plenário da Câmara. Destacou ainda que, após derrotar no voto a acusação, o governo vai reforçar os esforços para buscar a retomada do emprego e a agenda de reformas. A oposição, minoritária na Câmara, votará a favor do julgamento de Temer pelo STF. Contudo, o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), disse que isso não significa automaticamente que haverá apoio a Maia, uma vez que ele defende a mesma agenda reformista. "Temer não pode continuar no governo com esse tipo de denúncia contra ele, mas nós não temos nenhum compromisso de apoiar o governo do Maia", disse o petista.

A criação da televisão foi algo extremamente demorado

A criação da televisão foi algo extremamente demorado. Antigamente, transmitir uma imagem era um sacrifício enorme, então imagine transmitir um vídeo, era quase impossível.
Somente por volta de 1923, Vladimir Zworykin, um russo que vivia no E.U.A, criou o tubo iconoscópico, que é a base da televisão. Mas apenas em 1928 foi realizada a primeira transmissão de TV, feita por Ernst F. W. Alexanderson, que trabalhava para a GE. Essa televisão ainda era muito rudimentar, sendo mais parecida com um rádio que mostrava imagens embaçadas.
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Somente em 1930 a televisão surgiu para valer, mas só era possível assistir a transmissões em 22 salas públicas na Alemanha.
Depois da 2ª grande guerra a TV se popularizou, graças a queda dos preços e do aumento da renda em geral
Em 1954 foi criada a TV à cores. Poucos anos depois, em 1962, as primeiras transmissões via satélite de um continente para o outro, tornaram a TV o principal meio de comunicação do mundo..
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História da TV brasileira:


quinta-feira, 6 de julho de 2017

JOIA É UM BEM SUPÉRFLUO?

Colar de Jade
JOIA É UM BEM SUPÉRFLUO?
     Muita gente provavelmente responderia à pergunta acima de modo afirmativo. Afinal, ninguém morre por não ter numa joia ou por perder uma joia que tinha. Mas, analisando o caso mais profundamente, vê-seque a resposta não é tão simples assim.
A criação de uma joia envolve, em termos bem resumidos, o trabalho do designer que a desenha no papel, do profissional que executa aquele projeto e por fim do joalheiro que vai vender a joia pronta.
Se ela inclui uma pedra preciosa, o que é normal, deve-se considerar o trabalho do garimpeiro que extraiu a pedra e as despesas que ele teve com equipamento e material de consumo. Se a gema foi produzida por uma empresa, há, além dessas despesas, também gastos com mão de obra, salários, impostos, taxas, etc.
Mas, a pedra preciosa não vai diretamente da mina ou garimpo para as mãos de quem cria ou produz a joia. Ela precisa ser lapidada. E, com o trabalho do lapidador, vêm também custos de material de consumo, equipamento, impostos, talvez aluguel, etc.
Além da lapidação, muitas gemas passam por processos de tratamento para melhorar ou modificar alguma propriedade física (geralmente a cor). E isso requer mais tecnologia, mão de obra, equipamento, material de consumo, impostos, etc.
O joalheiro que vai vender a joia pronta terá também suas despesas com impostos, salários dos vendedores, manutenção do espaço físico da loja, propaganda, etc. Se for um profissional consciente e realmente preocupado com a qualidade do produto que vende, talvez contrate um gemólogo para assegurar-se de que a pedra que está vendendo é realmente o que o fornecedor de gemas lhe disse ser.
Este gemólogo, por sua vez, não nasceu sabendo Gemologia; ele fez pelo menos um curso em alguma escola ou com algum gemólogo experiente.
Se eu fosse economista, provavelmente veria várias outras ramificações dessa cadeia produtiva, mas acho que isso é suficiente para mostrar o quanto de conhecimento, trabalho, material e outras despesas há por trás da beleza de uma joia. Ou seja, o quanto de renda e absorção de mão de obra ela proporciona.

Pense nisso quando olhar uma joia numa vitrine. Pense nisso quando o preço da joia lhe parecer muito alto. E pense nisso também quando ganhar uma joia de presente.
Fonte: Percio M. Branco

A ESMERALDA E NÓS

A ESMERALDA E NÓS
As fraturas da esmeralda surgem durante sua formação. Por mais numerosas que sejam, não impedem que ela seja lapidada e, assim, brilhe com todo o seu esplendor.

       
Foto encontrada na internet,
sem autoria.

     A vida também nos causa fraturas, ferimentos. Mas, se soubermos conviver com isso, eles cicatrizarão e não impedirão que também sejamos lapidados e assim mostremos todo nosso brilho.

OUTRO ÍCONE DA JOALHERIA BRASILEIRA


OUTRO ÍCONE DA JOALHERIA BRASILEIRA

     Quando terminei de escrever sobre Jules Sauer, me dei conta de que precisava falar também sobre outro ícone da joalheria brasileira, Hans Stern. Ele foi o fundador da H. Stern, uma rede de 280 joalherias espalhadas por 32 países e que emprega quase 3.000 pessoas.
A vida de Hans Stern assemelhou-se em muitos aspectos à vida de Jules Sauer.  Ambos vieram da Europa para o Brasil muito jovens (Hans com 17 anos, Sauer com 18), no início da II Guerra Mundial. Eram de origem judia, ambos começaram a vida profissional aqui em atividade não ligada diretamente às pedras preciosas (Sauer deu aulas de francês e Stern começou trabalhando como datilógrafo) e, o mais importante de tudo, os dois deram enorme impulso ao conhecimento e consumo de pedras preciosas brasileiras, numa época em que elas eram consideradas gemas de segunda categoria.
O primeiro emprego de Hans Stern foi numa empresa que lapidava e importava predras preciosas (chamada Cristab). Ele logo se encantou com a beleza daquela mercadoria e começou a viajar por todo o país, inclusive a cavalo, conhecendo garimpeiros e comprando gemas diversas.
Em 1945, fundou no Rio de Janeiro, uma pequena loja: era o início da H. Stern, que desde o início teve este nome.


Brincos Harmony, criados para a H. Sten pela estilista
Diane von Furstenberg, com rubi, rubelita, berilo, citrino, 
quartzo rosa e diamante.


Hans não se conformava com o fato de classificarem nossas gemas como pedras semipreciosas, e ficou famosa uma frase sua: Não existe pedra semipreciosa, como não existe mulher semigrávida. De fato, embora a denominação pedra preciosa seja correta, o mesmo não se dá com pedra semipreciosa, por várias razões. A principal é que nunca houve consenso sobre quais pedras seriam consideradas preciosas. Normalmente, eram assim classificados o rubi, a safira, a esmeralda e o diamante. Alguns autores, porém, incluíam também a opala preciosa e o crisoberilo, por exemplo. E outros, a pérola. Além disso, a distinção era inútil e, para o Brasil, muito prejudicial.
Vários autores e gemólogos de renome têm a mesma opinião: Robert Webster, Walter Schumann, Joel Arem, Erich Merget e, é claro, nosso tão estimado Jules Sauer.
O preço não é critério válido para a separação: esmeralda, rubi, safira e diamante são usualmente gemas caras, mas a turmalina Paraíba tem preço médio maior que o do rubi e o da safira e a alexandrita e a opala-negra têm preço médio igual ao da esmeralda, por exemplo.
Coerente com esses posicionamentos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda evitar sempre o uso da palavra semipreciosa, substituindo-a por preciosa, salvo exigência comercial ou legal (NBR 10.630).   
Assim como devemos a Jules Sauer o reconhecimento internacional da esmeralda brasileira, devemos a Hans Stern essa atitude importante na valorização das nossas gemas.


                     Anel Sunrise, em ouro, ametista e um 
                     pequeno diamante na lateral da peça. 

Considerar pedra preciosa gemas como água-marinha, turmalinas e topázio imperial não foi difícil. Mas, considerar assim gemas relativamente baratas como ametista, citrino e ágata foi resultado do empenho de gemólogos como os citados.  Hans Stern, entretanto, foi bem além.
     Eu achava – e acredito que outros gemólogos experientes também - que incluir o quartzo incolor (cristal de rocha) entre as pedras preciosas era o que hoje se chama de forçar a barra. Afinal o
quartzo é a espécie mineral mais comum do planeta, e o cristal de rocha é a mais comum de suas muitas variedades. Então, lapidar e colocar cristal de rocha em uma joia era algo difícil de conceber.  Pois a H. Stern fez não uma joia, mas toda uma coleção com cristal de rocha!  Com uma inteligente campanha de marketing, apresentaram a coleção como joias leves, adequadas à estação (era verão).  Para mim então ficou consagrado definitivamente que qualquer mineral com beleza suficiente para justificar sua lapidação podia ser chamado de pedra preciosa.  E assim deve ser: há gemas caras e baratas, como há calçados, roupas, bebidas, etc. de preços bem variados.

                      Gargantilha Nature, com turmalina verde e diamante.

            Por fim outro reconhecimento que devemos e Jules Sauer e a Hans Stern. Ambos souberam transmitir aos filhos o amor pelas empresas que criaram, e são eles que hoje dão continuidade às notáveis obras de seus pais.  Nos anos 90, Hans convidou dois de seus filhos a participar da direção da empresa, mas continuou indo lá, todas as manhãs, dirigindo ele mesmo seu Fusca e sem seguranças.
Raramente dava entrevistas e não gostava de posar para fotografias. Ele nasceu quase cego e só começou a enxergar com o olho direito aos dois anos de idade. Gostava de ler, ouvir música clássica e tocar órgão.
Hans Stern colecionava selos e, é claro, pedras preciosas, e deixou uma grande coleção de turmalinas, sua pedra preferida.
A exemplo de Jules Sauer – as coincidências parecem não ter fim... – criou um museu na sede de sua empresa, em Ipanema, no Rio, onde são exibidas mais de mil turmalinas lapidadas.
Stern nasceu em Essen, na Alemanha, e faleceu no Rio de janeiro, em 2007, no mês em que completou 85 anos.

PARA MAIS INFORMAÇÕES:
http://www.nytimes.com/2007/10/29/world/americas/29stern.html
http://hstern.com.br/institucional/sobre-hstern
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Stern
https://en.wikipedia.org/wiki/H.Stern