sexta-feira, 7 de julho de 2017

Protesto na BR-163 prejudica programação de embarques de grãos pelo Norte do Brasil

Protesto na BR-163 prejudica programação de embarques de grãos pelo Norte do Brasil

sexta-feira, 7 de julho de 2017 17:45 BRT
 

   
Por José Roberto Gomes SÃO PAULO (Reuters) - Produtores rurais, pecuaristas, madeireiros e comerciantes voltaram a bloquear nesta sexta-feira a rodovia BR-163 nas proximidades de Novo Progresso (PA), em um protesto que já dura quase uma semana na região e que reduziu em 75 por cento o fluxo de caminhões com grãos para o terminal fluvial de Miritituba, que integra a logística de exportação pelo Norte do Brasil. As manifestações são contra o veto do presidente Michel Temer à medida provisória 756, que alterava os limites da Floresta Nacional do Jamanxim, disse à Reuters o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Pará (Aprosoja-PA), Vanderlei Ataídes. O setor rural demanda o uso de parte da reserva ambiental para exploração comercial, como previa a MP. A BR-163 é uma importante ligação entre as áreas produtoras de grãos de Mato Grosso e os terminais fluviais do Arco Norte, mais nova rota de exportação de soja e milho do país, que tem ajudado a reduzir congestionamentos nos portos do Sul/Sudeste diante de safras recordes do país. "Os embarques já estão ocorrendo a 25 por cento do que poderiam ser... Em mais quatro ou cinco dias, teremos dificuldades para embarcar (por Miritituba, devido à falta do produto)", afirmou à Reuters o gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral. Amaral explicou que o terminal passou a receber cerca de 6 mil toneladas de grãos por dia, ante 25 mil toneladas por dia esperadas para este mês. A partir de Miritituba, barcaças carregadas navegam pelos rios da Amazônia até os portos do Arco Norte, como Barcarena e Santarém, a partir dos quais partem os navios para outros países. "A programação de julho já está comprometida", ressaltou Amaral. Segundo ele, o transporte de milho, cuja safra está em pico de colheita no Mato Grosso, é o mais afetado, mas também há prejuízos para carregamentos de soja. Caso ocorram cancelamentos de embarques, o prejuízo total na operação de escoamento poderia chegar a 400 mil dólares por dia, calculou. Conforme Ataídes, da Aprosoja, a BR-163 foi "totalmente bloqueada" nesta sexta-feira. Ele disse ter recebido relatos de 30 quilômetros de filas de caminhões na região de Novo Progresso, no sudoeste do Pará. A Reuters tentou falar com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Pará para comentar o assunto, mas não foi possível contato telefônico. Contatada, a PRF em Brasília afirmou que apenas os policiais do Pará tinham informações. Segundo o dirigente da Aprosoja, a situação ficou mais tensa na noite de quinta-feira, após alguns manifestantes atearem fogo em uma carreta que transportava veículos do Ibama. Ataídes, que não presenciou o caso, disse não ter conhecimento sobre quem seria o responsável pelo incêndio. Oito caminhonetes novas foram destruídas, segundo o Ibama. Os veículos seriam entregues na gerência executiva do instituto em Santarém (PA) para equipar as bases da BR-163. Equipes da Polícia Federal (PF) e da PRF foram acionadas para apurar quem são os responsáveis pelo incêndio, segundo o Ibama. Em nota, a presidente do Ibama, Suely Araújo, determinou o bloqueio preventivo de todas as serrarias da região de Novo Progresso no sistema do Documento de Origem Florestal (DOF) após o "atentado". Ataídes, da Aprosoja-PA, acrescentou que há relatos de que as manifestações continuarão, digirindo-se para o município de Moraes Almeida (PA).

Dois diretores do BNDES pedem demissão

Dois diretores do BNDES pedem demissão

sexta-feira, 7 de julho de 2017 19:22 BRT
 


   

Homem caminha em frente a sede do BNDES no Rio de Janeiro 
11/1/2017 REUTERS/Nacho Doce
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Por Leonardo Goy BRASÍLIA (Reuters) - Os diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Vinicius Carrasco e Claudio Coutinho pediram demissão de seus cargos nesta sexta-feira, confirmou a instituição de fomento, por meio de sua assessoria de imprensa. Carrasco respondia pela área de Planejamento e Pesquisa do banco e Coutinho pelas áreas de Crédito e Financeira e Internacional. O BNDES não explicou o motivo dos pedidos de demissão. A saída de Carrasco e Coutinho ocorre na esteira da renúncia Maria Silvia Bastos Marques da presidência da instituição em maio, uma semana depois que delação de Joesley Batista, um dos controladores da JBS, mostrou o empresário reclamando ao presidente Michel Temer de entraves a seus interesses no BNDES e citando o nome de Maria Silvia. A saída da executiva ocorreu também poucos dias depois de ela ter anunciado a criação de uma comissão interna para avaliar operações do BNDES com a JBS. A presidência do BNDES foi assumida por Paulo Rabello de Castro, que afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada nesta sexta-feira que a nova taxa de juros do BNDES, TLP, criada durante o mandato de Maria Silvia, "pode prejudicar as empresas tomadoras de crédito na instituição ao reduzir a previsibilidade das condições dos financiamentos".

Brookfield amplia oferta pelo bloco de controle da Renova, dizem fontes

Brookfield amplia oferta pelo bloco de controle da Renova, dizem fontes

sexta-feira, 7 de julho de 2017 18:48 BRT
 


 

SÃO PAULO (Reuters) - A Brookfield Asset Management ampliou a oferta para aquisição do controle da Renova Energia, incluindo a fatia detida pela Cemig, maior acionista na empresa de energia renovável, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto nesta sexta-feira. Pelos termos da nova oferta, que foi melhorada e apresentada na segunda-feira, a Brookfield compraria a participação de 16 por cento que a Light SA tem na Renova pelo equivalente a 9 reais por Unit da empresa de renováveis, disseram as pessoas. A mesma oferta foi feita à elétrica mineira Cemig e à RR Participações SA, que dividem o bloco de controle com a Light, disseram as pessoas. A canadense Brookfield, que tem realizado grandes aquisições em infraestrutura e energia no Brasil ao longo do último ano, pagaria cerca de 810 milhões de reais pelo bloco de controle da Renova, além de injetar 800 milhões de reais em dinheiro novo na companhia, disse uma das fontes. A Cemig recusou-se a comentar, enquanto a Light disse que "conversas com potenciais interessados na Renova continuam", sem fazer comentários adicionais. Chamadas para um porta-voz da Brookfield em São Paulo não foram imediatamente respondidas, enquanto representantes da RR não puderam ser encontrados para comentar. As Units da Renova reverteram perdas após a notícia e subiam 2,5 por cento por volta das 16:50 desta sexta-feira. As Units subiram quase 30 por cento desde 2 de janeiro, quando a Reuters deu a primeira notícia de que a empresa poderia ser vendida. O interesse na Renova aparece em um momento em que investidores estrangeiros veem o setor de energias renováveis do Brasil como mais resistente à maior crise do país. Para a Cemig, sair da Renova permitiria acelerar esforços para refinanciar quase 5 bilhões em dívidas com vencimento neste ano. ACORDO FINAL Membros do Conselho de Administração da Cemig, que possui 44 por cento das ações com direito a voto na Renova, devem formalizar seu apoio à nova proposta da Brookfield na próxima quarta-feira, disse uma das fontes. Um acordo entre Brookfield, Renova e o bloco de controle pode ser assinado a partir de 14 de julho, disse uma das pessoas, que pediu anonimato porque as negociações continuam privadas. A compra de todo o bloco de controle daria à Brookfield 82,2 por cento das ações ordinárias da Renova. Uma das fontes disse que a Renova melhorou sua oferta devido a uma proposta rival da OakTree Capital Management, que propôs refinanciar dívidas e injetar dinheiro novo na empresa de renováveis, conforme publicou a Reuters em 5 de julho. Em uma oferta de 9 reais por ação, a Brookfield pagaria um prêmio de 28 por cento por Unit da Renova, com base no fechamento de 30 de junho. Cada Unit representa uma ação ordinária e duas preferenciais. A proposta da Brookfield também daria tratamento igual aos acionistas minoritários, que poderão exercer o direito de "tag along", disseram as fontes. A Renova, que foi fundada em 2001, têm sofrido com uma crise de liquidez desde o fracasso de uma parceria com a norte-americana SunEdison no final de 2015. A elétrica dos EUA injetaria dinheiro na companhia, mas desistiu do negocio após sua matriz entrar com pedido de proteção contra credores. (Por Guillermo Parra-Bernal e Luciano Costa)

Após apertos de mão e concerto, G20 busca consenso difícil

Após apertos de mão e concerto, G20 busca consenso difícil

sexta-feira, 7 de julho de 2017 20:44 BRT
 

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Líderes do G20 durante encontro em Hamburgo
07/07/2017 REUTERS/Axel Schmidt
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HAMBURGO (Reuters) - Líderes das principais economias do mundo se encontrarão para forjar um consenso sobre as mudanças climáticas no sábado após prepararem suas equipes para trabalharem até a noite para chegar aos acordos que evitaram no primeiro dia de sua cúpula. A alemã Angela Merkel levou os líderes a um concerto da Filarmônica de Hamburgo na noite desta sexta-feira, onde eles ouviam Beethoven enquanto seus auxiliares começaram um árduo trabalho que deve durar toda a noite, com o objetivo de diminuir as diferenças com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os líderes do G20 tinham dificuldade na busca por consenso sobre as políticas climáticas e comerciais, apesar de um apelo de Merkel para que os outros líderes se comprometessem nas conversas que opuseram Trump contra virtualmente todos os outros países no clube das maiores economias do mundo. "Os xerpas têm muito trabalho pela frente esta noite", disse ela, referindo-se ao dossiê comercial. "Eu espero que eles possam nos levar a um bom resultado esta noite. Mas aqui as discussões são muito difíceis, eu não quero falar em torno disso". Assim como resolver as diferenças sobre comércio e mudanças climáticas, Merkel deve liderar as discussões sobre migração no sábado - questões que se tornaram mais contenciosas desde que Trump assumiu a Casa Branca há meio ano, prometendo uma abordagem de "América em Primeiro Lugar". No mês passado, ele retirou os EUA de um importante acordo internacional que visava combater as mudanças climáticas. E está ameaçando adotar medidas punitivas no setor siderúrgico que atingiriam China, Alemanha, Canadá e vários outros países. Os enviados têm trabalhado há semanas para conciliar as diferenças e fontes europeias dizem que eles propuseram uma nova linguagem à questão do clima na quinta-feira, que será submetida à aprovação dos líderes. O último esboço de comunicado se mantém fiel ao discurso de que o acordo de Paris é "irreversível", mas retira a referência de uma versão anterior à uma "abordagem global", que alguns países sentiram que poderia sugerir a existência de uma via paralela ao acordo de Paris. Ele também inclui um novo parágrafo que diz que os Estados Unidos "trabalharão de perto com outros parceiros para facilitar seu acesso e uso de combustíveis fósseis de maneira mais limpa e eficiente". Enquanto os líderes se reuniam na sexta-feira, a polícia disse que estava enviando reforços de outras partes da Alemanha para lidar com os milhares de manifestantes contra o capitalismo que estavam ateando fogo em carros, latas de lixo e pallets de madeira, uma violência que o ministro do Interior de Hamburgo considerou "assustadora". A polícia disse que 196 policiais foram feridos, 83 manifestantes foram temporariamente detidos e outros 19 presos. (Por Paul Carrel e Thomas Escritt)

Rodrigo Maia afirma lealdade a Temer, mas já discute governo e quer retomar reformas

Rodrigo Maia afirma lealdade a Temer, mas já discute governo e quer retomar reformas

sexta-feira, 7 de julho de 2017 19:08 BRT
 


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Temer ao lado de Maia durante cerimônia em Brasília
 7/6/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
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Por Ricardo Brito BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira "lealdade" ao presidente Michel Temer, mas já discute as bases do que seria um governo comandado por ele, em caso de afastamento do peemedebista. Em conversas e declarações, Maia tem dito que manteria a equipe econômica e tentaria retomar a agenda de reformas, paralisada em meados de maio, quando a delação de executivos da JBS atingiu Temer e o levou a ser investigado e recentemente denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva. Nesta manhã, Maia telefonou para o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Após consultar pessoas em suas bases eleitorais, o parlamentar havia mandado uma mensagem para Maia a fim de saber se ele iria manter a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Segundo Goergen, Maia ligou-lhe e, embora tenha deixado claro na conversa que não é presidente da República e não trabalha para sê-lo, afirmou que não faria mudanças nessa área caso assumisse. "É importante sim que o presidente da Câmara dê essa sinalização, porque como a saída do Temer é um fato que pode ser real não podemos ficar na especulação do que pensa o sucessor", disse Goergen à Reuters. O deputado gaúcho ainda não decidiu se vai votar a favor de autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a denúncia contra Temer. Também pela manhã, o presidente da Câmara usou uma rede social para defender "muita tranquilidade e prudência" no momento e o avanço na agenda de reformas no país. "Precisamos ter muita tranquilidade e prudência neste momento. Em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise", disse, no Twitter. Maia disse que a agenda de votações da Câmara tem de ser retomada "o mais rápido possível". "Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos previdência, tributária e mudanças na legislação de segurança pública", afirmou Maia. Embora venha sempre pregando uma atuação de magistrado no caso da denúncia de Temer, o presidente da Câmara tem se movimentado nos bastidores como fiador da agenda reformista. Temer será afastado se a Câmara autorizar a análise do STF e os ministros do Supremo aceitarem a acusação criminal contra ele por corrupção passiva. A avaliação de aliados é que Maia também teria mais força política para tocar, por exemplo, uma reforma da Previdência do que Temer no momento em que a principal pauta do atual governo é sobreviver politicamente. Essa percepção viria ancorada diante do fato de ele estar recebendo apoios públicos de importantes lideranças partidárias nos últimos dias. Nesta sexta, o ex-líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (AL) afirmou à Reuters que o governo Temer tem uma rejeição "quase universal" e que Maia é a saída constitucional para buscar sair da crise política. "O governo tem uma rejeição quase que universal. A sociedade quer se ver livre do governo de qualquer forma, por isso nós não podemos deixar de olhar a saída constitucional. Rodrigo Maia, ele é a saída constitucional e nada mais recomendável olhar para ela", afirmou Renan. Na véspera, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o deputado tem todas as condições para levar o país a uma mínima estabilidade até 2018 e afirmou --sem citar o governo Temer-- que o Brasil está chegando a uma ingovernabilidade. Nesta sexta, o primeiro vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que se pode estar diante do início do fim do governo Temer, que não tem nenhum apoio popular e que Maia é a solução prevista na Constituição. SEM CONSPIRAÇÃO Lideranças do DEM têm ecoado que o partido não vai "conspirar" para derrubar o governo. Um dos vice-líderes do DEM na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), disse que o partido continua a apoiar a gestão Temer. Mas ressaltou que, se eventualmente houver uma gestão Maia, interina, a tendência seria sim de manter a equipe econômica e buscar a retomada das votações. "Todo mundo na expectativa que não haja mudança na forma de atuação", disse Aleluia, um dos mais experientes deputados do partido. O presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN), também destacou que a posição de Rodrigo Maia é de "absoluta lealdade" com o governo, mas observou que o deputado "acompanha a situação". "Ele vai agir de acordo com as obrigações do cargo que ocupa, não vai cometer deslealdade com ninguém, nem sair do que prevê a Constituição e o regimento interno da Câmara", disse o presidente do partido, que destacou que não há qualquer reunião da Executiva da legenda para decidir uma posição a respeito do governo Temer. Em Hamburgo, onde está participando da cúpula do G20, Temer disse acreditar "plenamente" na lealdade de Maia. "Ele só me dá provas de lealdade o tempo todo", disse o presidente. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), minimizou esses movimentos em relação ao presidente da Câmara, a quem atribui a aliados dele. "O Rodrigo tem sido correto, leal e claro que às vezes o entorno fica na torcida", afirmou ele, ao destacar que não vê nenhuma conspiração por parte do deputado do DEM. Rossi rebateu as alegações de que o governo estaria se enfraquecendo, e disse que, ao contrário, fortaleceu-se nos dois últimos dias com as articulações políticas em busca de votos para barrar na Câmara a autorização ao STF para julgar Temer tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quanto no plenário da Câmara. Destacou ainda que, após derrotar no voto a acusação, o governo vai reforçar os esforços para buscar a retomada do emprego e a agenda de reformas. A oposição, minoritária na Câmara, votará a favor do julgamento de Temer pelo STF. Contudo, o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), disse que isso não significa automaticamente que haverá apoio a Maia, uma vez que ele defende a mesma agenda reformista. "Temer não pode continuar no governo com esse tipo de denúncia contra ele, mas nós não temos nenhum compromisso de apoiar o governo do Maia", disse o petista.