sexta-feira, 7 de julho de 2017

A criação da televisão foi algo extremamente demorado

A criação da televisão foi algo extremamente demorado. Antigamente, transmitir uma imagem era um sacrifício enorme, então imagine transmitir um vídeo, era quase impossível.
Somente por volta de 1923, Vladimir Zworykin, um russo que vivia no E.U.A, criou o tubo iconoscópico, que é a base da televisão. Mas apenas em 1928 foi realizada a primeira transmissão de TV, feita por Ernst F. W. Alexanderson, que trabalhava para a GE. Essa televisão ainda era muito rudimentar, sendo mais parecida com um rádio que mostrava imagens embaçadas.
old_tv

Somente em 1930 a televisão surgiu para valer, mas só era possível assistir a transmissões em 22 salas públicas na Alemanha.
Depois da 2ª grande guerra a TV se popularizou, graças a queda dos preços e do aumento da renda em geral
Em 1954 foi criada a TV à cores. Poucos anos depois, em 1962, as primeiras transmissões via satélite de um continente para o outro, tornaram a TV o principal meio de comunicação do mundo..
old_tv (1)



História da TV brasileira:


quinta-feira, 6 de julho de 2017

JOIA É UM BEM SUPÉRFLUO?

Colar de Jade
JOIA É UM BEM SUPÉRFLUO?
     Muita gente provavelmente responderia à pergunta acima de modo afirmativo. Afinal, ninguém morre por não ter numa joia ou por perder uma joia que tinha. Mas, analisando o caso mais profundamente, vê-seque a resposta não é tão simples assim.
A criação de uma joia envolve, em termos bem resumidos, o trabalho do designer que a desenha no papel, do profissional que executa aquele projeto e por fim do joalheiro que vai vender a joia pronta.
Se ela inclui uma pedra preciosa, o que é normal, deve-se considerar o trabalho do garimpeiro que extraiu a pedra e as despesas que ele teve com equipamento e material de consumo. Se a gema foi produzida por uma empresa, há, além dessas despesas, também gastos com mão de obra, salários, impostos, taxas, etc.
Mas, a pedra preciosa não vai diretamente da mina ou garimpo para as mãos de quem cria ou produz a joia. Ela precisa ser lapidada. E, com o trabalho do lapidador, vêm também custos de material de consumo, equipamento, impostos, talvez aluguel, etc.
Além da lapidação, muitas gemas passam por processos de tratamento para melhorar ou modificar alguma propriedade física (geralmente a cor). E isso requer mais tecnologia, mão de obra, equipamento, material de consumo, impostos, etc.
O joalheiro que vai vender a joia pronta terá também suas despesas com impostos, salários dos vendedores, manutenção do espaço físico da loja, propaganda, etc. Se for um profissional consciente e realmente preocupado com a qualidade do produto que vende, talvez contrate um gemólogo para assegurar-se de que a pedra que está vendendo é realmente o que o fornecedor de gemas lhe disse ser.
Este gemólogo, por sua vez, não nasceu sabendo Gemologia; ele fez pelo menos um curso em alguma escola ou com algum gemólogo experiente.
Se eu fosse economista, provavelmente veria várias outras ramificações dessa cadeia produtiva, mas acho que isso é suficiente para mostrar o quanto de conhecimento, trabalho, material e outras despesas há por trás da beleza de uma joia. Ou seja, o quanto de renda e absorção de mão de obra ela proporciona.

Pense nisso quando olhar uma joia numa vitrine. Pense nisso quando o preço da joia lhe parecer muito alto. E pense nisso também quando ganhar uma joia de presente.
Fonte: Percio M. Branco

A ESMERALDA E NÓS

A ESMERALDA E NÓS
As fraturas da esmeralda surgem durante sua formação. Por mais numerosas que sejam, não impedem que ela seja lapidada e, assim, brilhe com todo o seu esplendor.

       
Foto encontrada na internet,
sem autoria.

     A vida também nos causa fraturas, ferimentos. Mas, se soubermos conviver com isso, eles cicatrizarão e não impedirão que também sejamos lapidados e assim mostremos todo nosso brilho.

OUTRO ÍCONE DA JOALHERIA BRASILEIRA


OUTRO ÍCONE DA JOALHERIA BRASILEIRA

     Quando terminei de escrever sobre Jules Sauer, me dei conta de que precisava falar também sobre outro ícone da joalheria brasileira, Hans Stern. Ele foi o fundador da H. Stern, uma rede de 280 joalherias espalhadas por 32 países e que emprega quase 3.000 pessoas.
A vida de Hans Stern assemelhou-se em muitos aspectos à vida de Jules Sauer.  Ambos vieram da Europa para o Brasil muito jovens (Hans com 17 anos, Sauer com 18), no início da II Guerra Mundial. Eram de origem judia, ambos começaram a vida profissional aqui em atividade não ligada diretamente às pedras preciosas (Sauer deu aulas de francês e Stern começou trabalhando como datilógrafo) e, o mais importante de tudo, os dois deram enorme impulso ao conhecimento e consumo de pedras preciosas brasileiras, numa época em que elas eram consideradas gemas de segunda categoria.
O primeiro emprego de Hans Stern foi numa empresa que lapidava e importava predras preciosas (chamada Cristab). Ele logo se encantou com a beleza daquela mercadoria e começou a viajar por todo o país, inclusive a cavalo, conhecendo garimpeiros e comprando gemas diversas.
Em 1945, fundou no Rio de Janeiro, uma pequena loja: era o início da H. Stern, que desde o início teve este nome.


Brincos Harmony, criados para a H. Sten pela estilista
Diane von Furstenberg, com rubi, rubelita, berilo, citrino, 
quartzo rosa e diamante.


Hans não se conformava com o fato de classificarem nossas gemas como pedras semipreciosas, e ficou famosa uma frase sua: Não existe pedra semipreciosa, como não existe mulher semigrávida. De fato, embora a denominação pedra preciosa seja correta, o mesmo não se dá com pedra semipreciosa, por várias razões. A principal é que nunca houve consenso sobre quais pedras seriam consideradas preciosas. Normalmente, eram assim classificados o rubi, a safira, a esmeralda e o diamante. Alguns autores, porém, incluíam também a opala preciosa e o crisoberilo, por exemplo. E outros, a pérola. Além disso, a distinção era inútil e, para o Brasil, muito prejudicial.
Vários autores e gemólogos de renome têm a mesma opinião: Robert Webster, Walter Schumann, Joel Arem, Erich Merget e, é claro, nosso tão estimado Jules Sauer.
O preço não é critério válido para a separação: esmeralda, rubi, safira e diamante são usualmente gemas caras, mas a turmalina Paraíba tem preço médio maior que o do rubi e o da safira e a alexandrita e a opala-negra têm preço médio igual ao da esmeralda, por exemplo.
Coerente com esses posicionamentos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda evitar sempre o uso da palavra semipreciosa, substituindo-a por preciosa, salvo exigência comercial ou legal (NBR 10.630).   
Assim como devemos a Jules Sauer o reconhecimento internacional da esmeralda brasileira, devemos a Hans Stern essa atitude importante na valorização das nossas gemas.


                     Anel Sunrise, em ouro, ametista e um 
                     pequeno diamante na lateral da peça. 

Considerar pedra preciosa gemas como água-marinha, turmalinas e topázio imperial não foi difícil. Mas, considerar assim gemas relativamente baratas como ametista, citrino e ágata foi resultado do empenho de gemólogos como os citados.  Hans Stern, entretanto, foi bem além.
     Eu achava – e acredito que outros gemólogos experientes também - que incluir o quartzo incolor (cristal de rocha) entre as pedras preciosas era o que hoje se chama de forçar a barra. Afinal o
quartzo é a espécie mineral mais comum do planeta, e o cristal de rocha é a mais comum de suas muitas variedades. Então, lapidar e colocar cristal de rocha em uma joia era algo difícil de conceber.  Pois a H. Stern fez não uma joia, mas toda uma coleção com cristal de rocha!  Com uma inteligente campanha de marketing, apresentaram a coleção como joias leves, adequadas à estação (era verão).  Para mim então ficou consagrado definitivamente que qualquer mineral com beleza suficiente para justificar sua lapidação podia ser chamado de pedra preciosa.  E assim deve ser: há gemas caras e baratas, como há calçados, roupas, bebidas, etc. de preços bem variados.

                      Gargantilha Nature, com turmalina verde e diamante.

            Por fim outro reconhecimento que devemos e Jules Sauer e a Hans Stern. Ambos souberam transmitir aos filhos o amor pelas empresas que criaram, e são eles que hoje dão continuidade às notáveis obras de seus pais.  Nos anos 90, Hans convidou dois de seus filhos a participar da direção da empresa, mas continuou indo lá, todas as manhãs, dirigindo ele mesmo seu Fusca e sem seguranças.
Raramente dava entrevistas e não gostava de posar para fotografias. Ele nasceu quase cego e só começou a enxergar com o olho direito aos dois anos de idade. Gostava de ler, ouvir música clássica e tocar órgão.
Hans Stern colecionava selos e, é claro, pedras preciosas, e deixou uma grande coleção de turmalinas, sua pedra preferida.
A exemplo de Jules Sauer – as coincidências parecem não ter fim... – criou um museu na sede de sua empresa, em Ipanema, no Rio, onde são exibidas mais de mil turmalinas lapidadas.
Stern nasceu em Essen, na Alemanha, e faleceu no Rio de janeiro, em 2007, no mês em que completou 85 anos.

PARA MAIS INFORMAÇÕES:
http://www.nytimes.com/2007/10/29/world/americas/29stern.html
http://hstern.com.br/institucional/sobre-hstern
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Stern
https://en.wikipedia.org/wiki/H.Stern

DESTAQUES DA EXPOSOL 2017

DESTAQUES DA EXPOSOL 2017

            O município de Soledade (RS) realiza, todos os anos, no início de maio, a Exposol – Feira Internacional de Joias, Gemas e Minerais.  Segundo seus organizadores, é a maior feira do gênero na América Latina.
Teófilo Otoni (MG) realiza feira semelhante, a FIPP – Feira Internacional de Pedras Preciosas, no mês de agosto (a próxima será de 16 a 20 daquele mês) e, segundo os mineiros é a maior feira de joias, gemas e minerais do Cone Sul, destacando que o evento se realiza na fonte, ou seja, na própria região produtora do material exposto.
Pouco importa saber qual das duas feiras é a maior, pois ambas são muito importantes e atraem expositores de vários países. E é normal que sejam os dois maiores eventos desse setor já que Minas Gerais e o Rio Grande do Sul são os principais produtores de gemas do Brasil, destacando-se Minas Gerais pela grande variedade das pedras preciosas e o Rio Grande do Sul, pelo grande volume comercializado, embora este estado produza basicamente apenas ágata, ametista e citrino.


Participaram da Exposol 2017  65 expositores, 31 de Soledade, dezesseis de outros municípios gaúchos, dezesseis de Minas Gerais e dois do Peru.
Os expositores trouxeram, como sempre, lindas peças de minerais brutos, gemas, joias, bijuterias e objetos decorativos feitos com minerais e rochas. Meu interesse maior sempre é pelos minerais no estado bruto, mas é impossível deixar de admirar os outros produtos, comercialmente mais importantes por terem maior valor agregado.
Apesar da crise financeira da qual só agora o país está saindo, os organizadores da Exposol mostraram-se muito satisfeitos com os resultados do evento, tanto em número de visitantes quanto no volume de negócios realizados.
Vejam a seguir algumas das peças em exposição que mais me chamaram a atenção.



 O quadro acima foi feito com chapas polidas de ágata e tem iluminação na parte posterior É produzido pela RDF Pedras, mede aproximadamente 25 x 50 cm. Estava à venda por 400,00.
Sou bastante exigente com relação a animais feitos com pedras, mas esta peça linda mostra uma drusa de cristal de rocha em cristais pequenos e, sobre ela, beija-flores feitos com diversos minerais.  É um produto da Style Art, mede 35 x 35 cm e estava à venda por R$ 1.800,00. 



 Falando ainda sobre objetos decorativos, gostei muito da luminária abaixo, da Brazil Plus (Soledade). Ela é foi feita com chapas de 10 cm x 10 cm de aragonita bandada, de cores marrom-clara e bege. A peça mede 30 cm x 30 cm x 120 cm e custa R$ 3.720,00


  
A mesma Brazil Plus exibiu também esta mesa, feita com rocha (provavelmente calcário), rica em fósseis de cafalópodes. A mesa tem forma poliédrica, com 14 lados, mede cerca de um metro e foi importada do Marrocos. Preço: R$ 5.950,00.



A Lodi Pedras Preciosas, da família Lodi, uma das maiores empresa do ramo em Soledade, dividiu-se em duas que vieram se somar a outras três, criadas por descendentes dos primeiros empresários da família. Assim, existem hoje e estavam presentes na Exposol, a HL Minerais, a Dijhal Gemas, a MR Lodi Stone, a MV Lodi Pedras e a V. Lodi Cristais.
A HL Minerais exibiu um fantástico lote de ágatas de cores naturais, com cerca de 1,20 m de comprimento, procedentes de um garimpo daquela região.  O lote compreende cinco peças. O preço de cada uma é US$ 10.000 e inclui o suporte metálico giratório em que a peça é exibida, mas, a empresa só estava aceitando propostas de compra do lote todo.



 A Collection of Stones, de Corinto (MG), pôs à venda o curioso quartzo véu de noiva (foto abaixo). São cristais de quartzo incolor de 10-12 cm, revestidos por microcristais brancos do mesmo mineral. 



 A mesma empresa estava vendendo as drusas de ametista abaixo, medindo 30 a 40 cm. A cor da gema não é muito boa, mas as peças se destacam pelo tamanho dos cristais, por volta de 8 cm. 



A Bagatini Pedras, de Soledade, expôs uma boa coleção de minerais e rochas, mas ela não estava à venda. É uma iniciativa merecedora de elogios exibir materiais apenas pelo seu valor didático, sem fins lucrativos. Todas as peças da coleção estavam devidamente identificadas, mas mostrei a eles que nove delas continham erros na grafia do nome, tipo raulita, em vez de howlita; rodocrozita (em vez de rodocrosita), crisopásio (em vez de crisoprásio), etc.
A foto abaixo mostra um grande bloco de sodalita e a coleção de minerais e rochas ao fundo.
           


           Geodos de ametista, é claro estão sempre presentes, grandes e belos.



           Do mesmo  modo, sempre presentes estão os geodos de citrino. Os três da foto abaixo, da HL Minerais,  são, na verdade, uma peça única.




        Uma peça bem original é este globo terrestre, em que os países são representados por diferentes minerais.


      Uma informação importante mas que nem sempre os  comerciantes de gemas e minerais para coleção sabem dar é o local de onde eles foram extraídos.  Quando perguntei isso na Exposol, sempre me responderam, mas em mais de uma oportunidade senti insegurança do expositor ao dar a informação.  Isso acontece muito também no setor de rochas ornamentais. É muito comum, aqui em Porto Alegre, por exemplo, citarem o estado do Espírito Santo como origem de muitos mármores e granitos, simplesmente porque é lá que eles os compram. Cachoeiro do Itapemirim (ES) é importante centro de beneficiamento e venda dessas rochas, mas muitas delas, embora ali industrializadas, provêm de outros municípios e estados.
            Isso, porém, não tira o brilho do belo evento que é a Exposol. Visitá-la é sempre uma grande oportunidade de se maravilhar com as lindas peças lá expostas, sem pagar nada, e tendo à disposição dezenas de estandes para fazer compras.

            Em 2018, de 3 a 6 de maio, lá estaremos de novo. 
Fonte:Percio M. Branco