quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Vale nega que vá comprar fatia da Samarco pertencente à BHP

Vale nega que vá comprar fatia da Samarco pertencente à BHP


A mineradora Vale afirmou que é “meramente especulativa” uma notícia publicada nesta semana de que a companhia iria comprar a fatia da Samarco que pertence à sua sócia na empresa, a BHP, segundo comunicado da companhia ao mercado nesta terça-feira. A informação sobre a possível transação foi publicada no blog do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no domingo. A Vale comentou a notícia após questionamento da B3.
Fonte: Reuters

Crusader vende jazida de Posse em MG

Crusader vende jazida de Posse em MG, agosto 3rd, 2017


A Crusader Resources Limited assinou acordo de venda condicional de 100% da mina de Posse de minério de ferro. A venda faz parte do plano estratégico da empresa de focar seus negócios nos ativos de ouro mais avançados. Com isto, a Crusader pretende tornar-se um produtor de ouro de nível médio como parte da fusão com a London AIM Listed Stratex International.
A mina de Posse e sua planta de processamento de um milhão de toneladas anuais serão transferidas para a Inter Invest BP S/A, que procura construir um negócio de minério de ferro e possui o capital para investir no desenvolvimento contínuo e extração do minério de itabitito presente em Posse. A gestão da mina passará para a Inter Invest nos próximos meses. A Crusader entende que a Inter Invest deseja manter os funcionários existentes no projeto Posse e continuar com os vários contratos ativos atuais. A Inter Invest aceitou a responsabilidade em tratar também as questões ambientais passadas e futuras.
Fonte: Brasil Mineral

Minério de ferro na China cai por temor de que recente alta não seja sustentável

Minério de ferro na China cai por temor de que recente alta não seja sustentável


Os futuros do minério de ferro na China caíram nesta quarta-feira, após três dias seguidos de alta que haviam levado os preços ao maior nível em mais de quatro meses, em meio a preocupações de que a recuperação, guiada pela recomposição de estoques, não seja sustentável. O minério de ferro para entrega em setembro na bolsa de Dalian fechou em queda de 1,1 por cento, a 567,50 iuanes (84 dólares) a tonelada. O contrato tocou 582 iuanes na terça-feira, maior nível desde 24 de março.
O contrato mais ativo do vergalhão de aço na bolsa de Xangai fechou em alta de 0,2 por cento, a 3.725 iuanes por tonelada, após tocar a máxima desde setembro de 2013, de 3.759 iuanes na terça-feira. Os produtores chineses de aço, maiores compradores globais de minério de ferro, têm aumentado os estoques da matéria prima conforme ampliam a produção antecipando uma melhora na demanda após o verão (no Hemisfério Norte).
sso impulsionou os preços do minério de ferro nesta semana, mas analistas do Barclays disseram que pode ser difícil manter esse ritmo e que uma queda para entre a metade e a faixa inferior da casa dos 50 dólares por tonelada no quarto trimestre “é cada vez mais provável”. ”Mesmo se assumirmos que as condições de demanda seguem como um suporte, nós vemos as perspectivas de preço ainda sob pressão baixista”, afirmaram em nota.
Fonte: Reuters

domingo, 30 de julho de 2017

PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS 1ª Parte: Dureza

PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS
1ª Parte: Dureza
Luiz Antônio Gomes da Silveira *


A propriedade física designada dureza é de fundamental importância em gemologia e em mineralogia.
Estas duas ciências empregam métodos de estudo semelhantes, no entanto, a abordagem do tema é bastante distinta.
O mineralogista pode riscar, pulverizar ou submeter a reações químicas os materiais a serem examinados, sem que se planteie qualquer problema.
O gemólogo, por lidar principalmente com exemplares lapidados, deve limitar-se a ensaios que utilizem instrumentos e técnicas específicas. Se estes não forem conclusivos, ao menos lhe permitem acumular informações que, acrescidas a outras, conduzem à identificação das gemas sem danificá-las. 
Por seu caráter destrutivo, o ensaio de determinação da dureza, frequentemente utilizado em mineralogia, raramente é executado em gemologia. Recomenda-se proceder a este teste apenas em exemplares gemológicos brutos e nos casos estritamente necessários.
Define-se dureza como a resistência ao risco ou à abrasão. Ela é uma propriedade vetorial, isto é, varia segundo a direção, e depende da natureza das ligações entre os átomos na estrutura cristalina. Não fosse esta uma propriedade vetorial e os diamantes não poderiam ser lapidados e polidos, pois não teriam direções cristalográficas de menor dureza que outras. 
Se, por um lado, a dureza relativa das gemas é poucas vezes determinada em laboratório, por outro, o conhecimento desta propriedade é de fundamental importância, por constatarmos que as gemas de maior dureza:
- têm maior durabilidade;
- adquirem melhor polimento e, consequentemente, maior brilho;
- não costumam apresentar arestas desgastadas.
A dureza é determinada por comparação com uma série que consiste de 10 minerais dispostos em ordem crescente e se conhece por escala de Mohs, em homenagem ao mineralogista alemão que a concebeu em 1822.

Fluorita policrômica
Mineral pertencente à escala de Mohs, de dureza 4
(Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
Escala de Dureza Relativa de Mohs
1. Talco
2. Gipsita
3. Calcita
4. Fluorita
5. Apatita
6. Feldspato Ortoclásio
7. Quartzo
8. Topázio
9. Coríndon
10. Diamante

Cada mineral desta série risca o anterior e deve ser riscado pelo seguinte. Por exemplo: o coríndon (dureza 9) risca o topázio (dureza 8) e é riscado com facilidade pelo diamante (dureza 10).
Apenas por comparação, é interessante sabermos que as unhas têm dureza 2 ½, o vidro comumente 5 a 5 ½ e uma lâmina de canivete geralmente 6.

Apatita com efeito olho-de-gato
Mineral pertencente à escala de Mohs, de dureza 5

(Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
Ao proceder a determinação, deve-se observar o seguinte: algumas vezes, quando um mineral é menos duro do que outro, porções do primeiro deixarão marcas sobre o segundo, que podem ser tomadas por engano como riscos. No entanto, elas podem ser removidas esfregando-se o local com o dedo umedecido, ao passo que um sulco será permanente.
É sempre aconselhável, quando se faz o ensaio de dureza, confirmá-lo invertendo-se a ordem do processo, isto é, não tentar sempre riscar o mineral A com o mineral B, mas também tentar riscar B com A.
Como a escala de Mohs é relativa, não tem valor quantitativo e, portanto, varia o intervalo de dureza absoluta entre os pares de minerais contíguos na escala. Por exemplo: a diferença de dureza entre o diamante e o coríndon é muitas vezes maior do que entre este e o topázio.

Topázio (variedade imperial)
Mineral pertencente à escala de Mohs, de dureza 8

(Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
Em vista disso, as gemas mais valorizadas, salvo algumas exceções, são aquelas cujas durezas são superiores a 7, que corresponde à dureza do quartzo. Gemas de durezas inferiores a esta podem até mesmo ter o seu polimento e brilhos alterados com o passar do tempo, pela ação da poeira, que contem grande quantidade de partículas de quartzo. Além disso, elas estão mais sujeitas ao risco das facetas e ao desgaste das arestas, pelo atrito com outros materiais devendo, portanto, ser manipuladas com cuidado.
Fontes:Anderson, B. W.: Gem Testing
Dana, J. D.: Manual de Mineralogia
Webster, R.: Gems. Their Sources, Descriptions and Identification

PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS 2ª Parte:


PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS
2ª Parte: Tenacidade, Clivagem, Fratura e Partição
Luiz Antônio Gomes da Silveira *


TENACIDADE
Define-se tenacidade como a resistência ao rompimento ou esmagamento, também conhecida como coesão. Tendemos a confundir esta propriedade com a dureza que, por sua vez, trata-se da resistência ao risco.
Enquanto a dureza relativa de um mineral é determinada numa série de 1 a 10, conhecida como Escala de Mohs, em termos de tenacidade geralmente apenas o designamos como frágil ou resistente.A durabilidade de uma gema depende destas duas propriedades, entre outros aspectos.Exemplificando, o diamante possui dureza extremamente elevada (nenhuma substância é capaz de riscá-lo), mas pode ser rompido ou esmagado por um golpe, pois sua tenacidade não é tão significativa.Por outro lado, o jade (*) apresenta dureza 6 a 7 (portanto, vários minerais podem riscá-lo), no entanto é muitíssimo resistente ao rompimento, pois sua estrutura granular ou fibrosa é extremamente coesa.

CLIVAGEM

Define-se clivagem como a tendência de certos minerais se partirem segundo planos de debilidade estrutural, denominados planos de clivagem, que são invariavelmente paralelos às faces reais ou possíveis do cristal.
Na descrição da clivagem, deve-se indicar sua qualidade e direção cristalográfica. A qualidade se expressa como perfeita, boa, regular, etc.

Topázio imperial, no qual se observa clivagem basal
Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira
Nem todas as gemas apresentam clivagem e somente poucas, comparativamente, a exibem em grau notável; nestes casos, ela serve como critério diagnóstico decisivo. Nas gemas brutas é fácil observá-la, porém, nas lapidadas, existe muito pouca ou nenhuma evidência desta propriedade.
Apresentam clivagem perfeita, entre outras, as seguintes gemas:
topázio (clivagem basal, em 1 direção)
calcita (clivagem romboédrica, em 3 direções)
diamante e fluorita (clivagem octaédrica, em 4 direções)
espodumênio (**) (clivagem prismática, em 2 direções).

FRATURA

Entende-se por fratura a maneira pela qual um mineral se rompe, quando isso não se produz ao longo de superfícies de debilidade estrutural.
Os seguintes termos usam-se comumente para designar os diferentes tipos de fratura: conchoidal (ou concóide), plana ou irregular. O primeiro tipo é, de longe, o mais frequente entre as gemas. Os vidros, sejam artificiais ou naturais, também apresentam fratura conchoidal, inclusive de forma mais evidente que a maioria das gemas.

Obsidiana (vidro natural), na qual se observa fratura conchoidal
Fotografia: Kevin Walsh
PARTIÇÃO
A partição consiste no desenvolvimento, em determinados minerais com maclas (***) ou sujeitos às tensões, de planos de menor resistência estrutural, ao longo dos quais podem romper-se.
Distingue-se da clivagem pelo fato de que, enquanto esta ocorre em todos os exemplares de um dado mineral, a partição pode ocorrer apenas naqueles maclados (geminados) ou submetidos a tensões.Um exemplo clássico em gemologia é a partição de forma romboédrica do coríndon (rubi e safira), por conta da eventual existência neste mineral das denominadas maclas polissintéticas, importantíssimas para sua identificação.
* Termo genérico utilizado para referir-se aos minerais jadeíta ou nefrita.
** Mineral cujas variedades kunzita (rósea), hiddenita (verde) e trifana (amarela) são designações mais familiares aos que lidam com gemas, sobretudo a primeira, que o da própria espécie.
*** Intercrescimento rotacional de dois ou mais cristais de uma mesma espécie mineral.
Fontes:Anderson, B. W.: Gem Testing
Dana, J. D.: Manual de Mineralogia
Webster, R.: Gems. Their Sources, Descriptions and Identification