sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Minério de ferro avança na China e tem 9ª semana seguida de alta

Minério de ferro avança na China e tem 9ª semana seguida de alta


Os futuros de minério de ferro na China fecharam em leve alta nesta sexta-feira na China, na nona semana consecutiva de ganhos, ainda sustentados pela demanda firme por aço no maior mercado mundial para o produto. O impulso à infraestrutura na China, dado por projetos de parceria público-privada (PPP), elevou a demanda por aço no país neste ano, engordando as margens para os fabricantes de aço de construção.
O contrato mais ativo do minério de ferro na bolsa de Dalian subiu 0,3 por cento, para 585,50 iuanes (88 dólares) por tonelada. A máxima foi de 601 iuanes durante o pregão. Na semana, a alta foi de 5 por cento. Paralelamente, o contrato mais negociado do vergalhão de aço na bolsa de Xangai avançou 2,7 por cento, para 3.930 iuanes por tonelada. A commodity subiu pela quarta semana nas últimas cinco.
Fonte: Reuters

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Governo decide extinguir Reserva Nacional do Cobre e Associados

Governo decide extinguir Reserva Nacional do Cobre e Associados


Governo Federal publicou nesta quarta-feira (23) no Diário Oficial da União (DOU) o decreto que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área com mais de 4 milhões de hectares, que fica na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará.Com a revogação da reserva, criada na época da ditadura militar, em 1984, a área que tem alto potencial para exploração de ouro poderá ser concedida para a exploração mineral.
Do total de hectares, cerca de 2,3 milhões ficam em território amapaense, em áreas dos municípios de Laranjal do Jari, Pedra Branca, Mazagão e Porto Grande.A proposta de extinção da Renca está sendo discutida desde o início do ano e faz parte do novo pacote de medidas do Governo Federal para ampliação do setor mineral do país. Além de ouro, a reserva tem áreas para exploração de outros minerais, como ferro, manganês e tântalo.
No decreto assinado pelo presidente Michel Temer é destacado que a abertura da área vai respeitar as normas de preservação ambiental: “A extinção de que trata o art. 1º não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”, diz texto da publicação.
A abertura da Renca é vista com preocupação por ambientalistas em função da grande presença de reservas naturais e tribos indígenas na área. A Organização Não-Governamental WWF Brasil divulgou relatório no fim de julho onde apontou que atualmente 69% de toda a área da Renca está bloqueada para receber qualquer estudo visando a atividade. O alerta apontado pela WWF diz que a reserva engloba territórios de 9 áreas protegidas, sendo no Amapá: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Estação Ecológica do Jari, Reserva Extrativista do Rio Cajari, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, além do território indígena do povo Wajãpi.
Progresso econômico na Amazônia
Em entrevista à Rede Amazônica após o lançamento da proposta, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Amapá explicou que nenhuma das áreas preservadas está incluída no pacote de concessões minerais e que todo o processo está sendo acompanhado por órgãos ambientais do estado do Amapá, que darão o aval para a concessão das regiões.
O DNPM completa ainda que a atividade de estudo e extração pode resultar em aumento de arrecadação dos municípios, reduzindo a dependência de recursos federais, além da geração de empregos diretos e indiretos com a exploração de metais nas cidades atingidas.
Pedidos de exploração
A Renca foi criada pelos militares que projetavam a exploração estatal de cobre na região, o que não aconteceu nos anos posteriores e impediu a atuação de mineradoras.
Dados de 2010, do Diagnóstico do Setor Mineral, produzido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) juntamente com órgãos estaduais de meio ambiente apontam que existem 250 processos para atividades minerais no território da Renca, cerca de 20% deles anteriores à criação da reserva.
O Governo Federal ainda não divulgou as regras para concessão das áreas liberadas.
Fonte: Correio do Estado

Vale lança último vídeo da série sobre a descoberta de Carajás

Vale lança último vídeo da série sobre a descoberta de Carajás


A Vale lança nesta segunda-feira (21/8) o último documentário da série “Carajás 50 anos”, sobre a descoberta e início da produção mineral na região. O episódio de encerramento mostra como a mina de Carajás ajudou a conservar parte da mata nativa do Sudeste do Pará e, ao mesmo tempo, impulsionou o desenvolvimento econômico e social da região.
A série
Para comemorar os 50 anos da descoberta de Carajás, a Vale foi atrás dos personagens que participaram ativamente desse marco histórico da mineração: geólogos, engenheiros, pesquisadores e moradores da região. Eles contaram como foi a saga em busca do minério de Carajás, os desafios enfrentados na época e os avanços no setor e o desenvolvimento da região em meio século.
O resultado pode ser conferido em uma série especial de três episódios que relembram os 50 anos de Carajás: “A descoberta”, “A pesquisa” e “O Legado”. Os vídeos estão disponíveis na página do V.Doc no vale.com e no youtube.com/vale.
Fonte: Vale

Como Avaliar uma Pedra Preciosa Lapidada

Como Avaliar uma Pedra Preciosa Lapidada

Pércio de Moraes Branco



O consumidor que pretende comprar uma pedra preciosa e não tem conhecimento especializado avalia a qualidade da gema com base em critérios puramente pessoais, sendo seu gosto o que atribui valor ao produto.
Além disso, se for um consumidor sem conhecimentos de gemologia, ele avaliará a gema com base principalmente em cor, brilho e tamanho. O que não está errado, mas deixará de considerar aspectos igualmente importantes, como a qualidade da lapidação.
Como se trata de um comprador individual, essa avaliação poderá implicar perda ou prejuízo apenas para si próprio. Mas, quando se trata de comprar para uma empresa ou quando se faz necessária uma avaliação profissional, como no caso de uma ação judicial, a avaliação não pode ser assim subjetiva. Ela deve basear-se em critérios objetivos e quantificáveis. Mas como se faz isso?
São quatro os fatores a considerar na avaliação de uma pedra preciosa lapidada: cor, pureza, qualidade da lapidação e do acabamento e peso. Como se verá, esses fatores não têm o mesmo grau de importância.


Peso
O peso das gemas lapidadas é expresso sempre em quilates (símbolo ct). Um quilate corresponde a 200 miligramas, ou seja, um grama equivale a cinco quilates (1 g = 5 ct).


Cor
Normalmente a cor é o fator mais importante, representando 50% do valor da gema. Para determiná-la levam-se em conta três aspectos: o matiz, que é a cor propriamente dita ou uma combinação de cores (ex.: amarelo, amarelo-esverdeado, verde-azulado etc.); o tom(ou tonalidade), que é descrito em termos de claro ou escuro; e a saturação, que é a pureza ou intensidade do matiz e que varia de vívida a sem vida.


Pureza
Descreve a quantidade e o tamanho das inclusões existentes na gema, entendendo-se por inclusão corpos estranhos ou qualquer outra imperfeição que afete a transparência e a beleza da pedra. A pureza responde por 30% do valor da gema lapidada. Essa característica é avaliada usando-se lupa de 10 aumentos; o que não é visto com essa ampliação considera-se inexistente.
Nesse aspecto é preciso lembrar que há gemas que praticamente sempre têm inclusões, como a esmeralda e a rubelita. Outras – como topázio, água-marinha, ametista e turmalina verde – podem ser facilmente encontradas sem essas imperfeições. Rubi, safira, granada e alexandrita situam-se numa posição intermediária nesse aspecto. Portanto, a presença de inclusões numa ametista ou numa água-marinha é muito mais grave do que numa esmeralda.
As gemas são classificadas em cinco categorias com relação à pureza: SI (sem inclusões), IL (inclusões leves), IM (inclusões moderadas), IA (inclusões acentuadas) e IE (inclusões excessivas). Não se deve esperar ver no mercado ametistas ou águas-marinhas com qualidade IE, tampouco esmeraldas com pureza SI.


Lapidação e Acabamento
A qualidade da lapidação e do acabamento é o fator de menor peso na avaliação da gema, representando 20% da nota final. Nesse item, devem-se observar vários aspectos:
a) Proporções: altura da gema (não pode ser muito alta nem baixa demais em relação à largura), tamanho da mesa (a faceta maior e mais importante), boa proporção entre comprimento e largura etc.
b) Acabamento: características da superfície da gema, como marcas deixadas pelo polimento.
c) Simetria: forma, posição e arranjo das facetas.
Cada um dos três fatores – cor, pureza e lapidação/acabamento – recebe uma nota que vai de 1 a 10. Exemplos:
- Uma gema de matriz puro e uniforme com brilho intenso recebe nota entre 8 e 10 com relação à cor. Mas se ela tiver muita saturação (quase preta) ou, ao contrário, pouquíssima saturação (quase incolor), terá nota entre 1 e 4.
- Uma gema daquelas que são facilmente encontradas sem inclusões visíveis a olho nu terá uma nota entre 8 e 10 para pureza, se examinada com lupa de 10 aumentos e mostrar inclusões pouco visíveis ou ausentes. Mas se tiver inclusões visíveis a olho nu cai para uma nota entre 1 e 4.
- A pedra preciosa com lapidação bem feita, mostrando boas proporções, simetria perfeita, bom polimento e facetas bem colocadas terá nota de 8 a 10 com relação à lapidação. Mas se mostrar grandes variações de simetria e for mal proporcionada e mal polida sua nota cai para 1 a 4.
Notas entre 8 e 10 para um determinado parâmetro classificam a gema como excelente ou extra; notas entre 6 e 8 caracterizam a gema como boa ou de primeira. Se a nota cair no intervalo de 4 a 6 ela será média ou de segunda; e se tiver nota apenas entre 1 e 4 será fraca ou de terceira.


Cálculo da Nota Final
Obtidas as notas para cor, pureza e lapidação/acabamento, pode-se calcular a nota final da gema. Ela será a média ponderada das três notas, levando-se em conta a importância de cada um dos três parâmetros.
Vamos supor que uma gema alcançou nota 6 na cor, 9 na pureza e 7 na lapidação. A média será:
6 x 50% = 3,0 (cor)
9 x 30% = 2,7 (pureza)
7 x 20% = 1,4 (lapidação)
Total = 7,1

A qualidade da gema como um todo terá então nota 7,1, sendo a gema da categoria boa ou de primeira. Com isso, podemos determinar seu preço usando as tabelas de preços publicadas regularmente pelo Convênio DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral)/IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos).
Nessas tabelas, procura-se na coluna à esquerda a faixa de peso da gema, e dali para a direita busca-se a coluna correspondente à sua categoria (no caso, boa). No encontro da linha referente ao peso com a coluna referente à qualidade está o preço, dado em dólares por quilate.
A tabela abaixo mostra os preços do citrino, uma das gemas mais baratas. Supondo-se que a gema do nosso exemplo (qualidade boa) tenha 9 quilates, pela tabela pode-se ver que seu preço está entre 1,5 e 5 dólares por quilate, ou seja, ela vale entre 13,50 e 45 dólares.

Se em vez de citrino fosse uma turmalina paraíba azul néon, uma das gemas mais caras que existem, a tabela mostraria um preço incomparavelmente maior: 9.500 a 20.000 dólares por quilate. Como a gema do nosso exemplo tem 9 ct, ela valeria no mínimo 85.500 dólares (provavelmente bem mais, já que está quase no topo da faixa de peso).



Fonte: DNPM

PLEOCROÍSMO 1ª parte

PLEOCROÍSMO
1ª parte



O termo pleocroísmo deriva das palavras gregas “pleion” e “chros” que significam, respectivamente, mais e cor. Define-se esta importante propriedade óptica como a variação das cores ou tons de determinadas gemas segundo a direção de observação, devido à absorção seletiva da luz em diferentes direções cristalográficas.
Apenas as gemas birrefringentes podem apresentar pleocroísmo e este pode ser observado somente em exemplares transparentes, translúcidos e, em raras vezes, nas bordas translúcidas de espécimes opacos.As gemas pleocróicas que exibem duas cores são ditas dicróicas (minerais que cristalizam nos sistemas trigonal, tetragonal e hexagonal), enquanto as que mostram três são denominadas tricróicas (minerais que cristalizam nos sistemas ortorrômbico, monoclínico e triclínico).
Este fenômeno normalmente não é detectado a olho nú, a não ser que as gemas sejam intensamente pleocróicas; neste caso, ao girar-se o exemplar em várias direções, consegue-se ver as diferentes cores ou tons.

Dicroísmo detectado a olho nú em turmalina - (Fotos: Terri Weimer)
O mero fato de detectar-se o pleocroísmo em uma gema assegura ao observador que se trata de uma gema birrefringente e, portanto, não de um vidro ou de um mineral do sistema cúbico.
A observação desta propriedade tem grande valia na identificação de gemas, principalmente por poder ser detectada em exemplares brutos ou lapidados, soltos ou cravados.
Costumam apresentar pleocroísmo forte ou acentuado, entre outras, as seguintes gemas:
- Turmalina: dois tons do matiz fundamental.
- Kunzita: rosa, lilás e incolor.
- Iolita (designação gemológica do mineral cordierita, também conhecida como safira d´água): azul, violeta e amarelo amarronzado.
- Tanzanita (designação gemológica da variedade azul-violácea do mineral zoisita): azul escuro, violeta e amarela esverdeada.
Pleocroísmo detectado a olho nú em tanzanita (42,32 ct)
(Fotos: John Betts)
- Andaluzita: verde-oliva, marrom avermelhada e amarela.
- Alexandrita: verde, púrpura e alaranjada.
- Esmeralda: verde amarelada e verde azulada.
- Água-marinha: azul de tonalidade mais intensa que a do exemplar e quase incolor.
- Rubi: vermelha amarelada clara e vermelha-carmim escura.
- Safira: dois tons da cor fundamental.

Exemplos práticos nos quais a averiguação do pleocroísmo é de grande utilidade são, entre outros, a distinção do rubi (dicróico) dos minerais do grupo das granadas (não apresentam pleocroísmo, por cristalizarem no sistema cúbico), e a separação da água-marinha (dicróica) de alguns de seus substitutos azuis, tais como espinélio sintético (cristaliza no sistema cúbico, ainda que costume exibir birrefringência anômala) e vidro artificial (amorfo).
O pleocroísmo tem importância não apenas no diagnóstico das gemas, mas também no que se refere à sua lapidação, com o intuito de evitar matizes menos atraentes ou tons que sejam muito escuros ou muito claros.
Assim sendo, o lapidário, de modo empírico, sabe como orientar uma gema bruta durante o processo de lapidação, levando em conta esta propriedade, de modo a posicionar a faceta principal (mesa) na direção mais adequada, seja para alcançar uma tonalidade mais intensa (ex: água-marinha) ou mais clara (ex: turmalinas ou safiras de tons muito escuros).
É importante salientar que a ausência de dicroísmo detectável não significa que a gema tenha refração simples, assim como o fato dela apresentar pleocroísmo intenso não guardar relação direta com a magnitude de sua birrefringência.
Fontes:
Anderson, B. W.: Gem Testing