quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Projeto ‘Locomotiva Verde’ garante reflorestamento de áreas degradadas em Juruti

Projeto ‘Locomotiva Verde’ garante reflorestamento de áreas degradadas em Juruti


oradora da comunidade Galileia, região de Juruti Velho há 40 anos, somente agora dona Eliana Sousa de Sousa, mãe de nove filhos, começa a realizar um dos maiores sonhos da vida dela, que era ver seu terreno reflorestado e livre das manchas abertas pelo desmatamento feito ao longo das décadas pelos próprios comunitários para o plantio de mandioca.
Ela é uma das participantes do projeto Locomotiva Verde, desenvolvido pela Alcoa, que possui atividades de mineração em Juruti, numa parceria com o Instituto Vitória Régia, com o plantio de 10 mil mudas de espécies florestais nativas da região amazônica. Neste ano, a quantidade de mudas plantadas será de 30 mil o que faz dona Eliana comemorar. “Não estou fazendo esse plantio para mim, mas penso no futuro e sei que meus filhos e netos vão colher os frutos dessas árvores”, disse.
O projeto, apoiado pela Alcoa Foundation em parceria com o American Forest, foi iniciado em março de 2016, com o plantio de 10 mil mudas de árvores em seis hectares na comunidade Galileia, beneficiando 40 pessoas.
Ao longo de 20 anos, essas mudas irão compensar 1.600 toneladas de CO2 emitidas pela locomotiva que é responsável pelo transporte de bauxita entre a mina e o porto para o embarque do minério. Na segunda fase do projeto, a área plantada vai atingir mais 18 hectares, com 30 mil mudas plantadas, em cinco comunidades de Juruti Velho, o que permitirá compensar mais 4.800 toneladas de CO2.
“Estamos na fase de planejamento e escolha das espécies, que têm que ser também de interesse da comunidade para que ela se beneficie dessas árvores quando estiverem grandes, seja extraindo o fruto ou alguma essência, sem as derrubar”, explica uma das responsáveis pelo projeto, a engenheira florestal Susiele Tavares, acrescentando que cada produtor faz o seu próprio levantamento das espécies a serem plantadas.
O coordenador do projeto, engenheiro de Produção da Alcoa Juruti, Kaio Coutinho, explica que o objetivo é compensar todas as emissões de CO2 nas operações da empresa em Juruti. Segundo ele, com um total de área plantada para 24 hectares, e 40 mil árvores, a empresa estará compensando as emissões de CO2 da locomotiva dos primeiros quatro anos de operação, ou seja, 2009 até 2012. “O objetivo é superar as emissões da locomotiva e depois partir para outras áreas de operação como britagem, planta de lavagem, captação e porto, tornando a unidade Alcoa Juruti 100% neutra em emissões de CO2 e, quem sabe, expandir para outras unidades da Alcoa no mundo”, disse.
Essa ideia é compartilhada pelo presidente da Alcoa Brasil, Otavio Carvalheira. Segundo ele, esse é o tipo de projeto que precisa ser replicado milhares de vezes, pois é um exemplo de parceria com a comunidade para realizar a neutralização de emissões de carbono.
O diretor do Instituto Vitória Régia, Alex Santos, considera essa parceria com a Alcoa extremamente importante, por envolver ações de sustentabilidade e preservação da natureza.
Fonte: G1

Setor carbonífero espera agilidade com nova Agência Nacional de Mineração

Setor carbonífero espera agilidade com nova Agência Nacional de Mineração


A criação da Agência Nacional de Mineração é observada com positivismo no Sul de Santa Catarina, principalmente, para o setor de extração do carvão. “Para efeito do carvão, o que muda é a burocracia. A nova agência vai dar mais agilidade”, elogia o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Luiz Zancan. Segundo ele, a modernização já havia sido realizada em outras áreas, por exemplo, na energia elétrica. “Só faltava a mineração”, completa.
A ANM substitui o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) na regulação e fiscalização do setor. Pela Constituição, a atividade é autorizada sob o regime de concessão pública. Em contrapartida, as empresas exploradoras têm de pagar compensação. Além da criação da agência, em julho o governo editou medidas provisórias que também alteram a cobrança da compensação. Em 2016, a arrecadação totalizou R$ 1,6 bilhão.
Até então, o cálculo do valor devido era feito com base no faturamento líquido da empresa. Com a mudança, a cobrança terá como base a receita bruta da venda do minério, agregando os custos com transporte e seguro. A expectativa é ampliar a arrecadação do governo em quase 80%, nos próximos sete anos, com a elevação de 4% para 6% a participação do setor de mineração no Produto Interno Bruto.
Fonte: Canal Içara

   

Ouro fecha no maior nível desde setembro com dólar mais fraco

Ouro fecha no maior nível desde setembro com dólar mais fraco


O contrato futuro de ouro fechou em alta nesta terça-feira, 2, atingindo o maior nível desde setembro, em meio a uma contínua desvalorização do dólar.  Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de ouro para fevereiro avançou 0,52%, a US$ 1.316,10 por onça-troy. Após ter tido o melhor desempenho anual desde 2010 no ano passado, o ouro ampliou os ganhos vistos nos últimos dias. Das 13 últimas sessões, os preços do metal precioso fecharam em alta em 12, estando no nível mais alto desde setembro.
A queda do dólar foi o principal fator impulsionador do ouro nesta terça-feira. Com a moeda americana mais fraca, os preços de produtos denominados em dólar, como o ouro, ficam mais baratos para investidores que operam em outras divisas. O índice do dólar (DXY), que mede o dólar em uma cesta com outras seis moedas principais, recuou pelo sexto dia consecutivo.
Os investidores também monitoraram relatos da mídia japonesa de que a Coreia do Norte estaria preparando outro teste de míssil balístico intercontinental. Riscos geopolíticos tendem a impulsionar os preços do metal precioso, já que o ouro é visto como um ativo mais seguro.
Fonte: Dow Jones Newswires

A foto do menino negro que fala de como vemos um menino negro 

A foto do menino negro que fala de como vemos um menino negro

Um menino observa os fogos na virada de ano novo em Copacabana.© Fornecido por El Pais Brasil Um menino observa os fogos na virada de ano novo em Copacabana.
Um menino negro, na beira do mar, admira de olho grande e boca aberta os fogos da virada do ano na praia de Copacabana. Está aparentemente sozinho, veste uma bermuda molhada, com os pulsos entrelaçados na altura do umbigo, enquanto em outro plano, na areia, a massa vestida de branco comemora a entrada de 2018. Alguns dão as costas ao menino, ao mar e aos fogos para tirar suas selfies, e outros comemoram absortos o espetáculo. A imagem em preto e branco, tirada pelo fotógrafo Lucas Landau para agência Reuters, está tomando as redes sociais de milhares de brasileiros com infinidade de legendas diferentes. A fotografia fala de um menino negro de nove anos numa praia durante uma festa, mas, vista a repercussão, fala também de como a interpretamos.
Os primeiros compartilhamentos da foto, que originalmente foi enviada em cores à agência, viram nela da “invisibilidade do nosso cotidiano” à “imagem da exclusão social”. Muitos enxergaram um menino perdido, pobre, assustado, sendo ignorado pela massa branca. Viu-se até a imagem das “consequências do golpe” e foi um “soco no estômago” de outros tantos. “Essa é a nossa humanidade hipócrita”, “que essa imagem sirva de reflexão para o que podemos ser em 2018: mais sensíveis, mais tolerantes, mais inclusivos”, “de um lado o encanto. Do outro a indiferença”, legendavam os internautas. Houve também quem, fugindo da interpretação racial, viu a autenticidade de uma criança curtindo o espetáculo enquanto os adultos davam as costas à pirotecnia para tirar seu melhor autorretrato. E também quem aproveitou a imagem e criou memes exaltando pautas da esquerda.
Enquanto a foto viralizava, ativistas do movimento negro lançavam uma outra questão: enxergaríamos essa foto da mesma maneira se o protagonista fosse um menino branco e loiro?
“O problema não é a foto, é a interpretação dela, do seu contexto. As pessoas que olham aquela foto estão pré-condicionadas a entender que a imagem de uma pessoa negra é associada a pobreza e abandono, quando na verdade é só uma criança negra na praia. Essa precondição é racismo estrutural, que vem da má educação do povo brasileiro sobre ele mesmo”, lamenta o escritor Anderson França.
França vê nesta foto o "fetichismo do preto, assim como há fetichismo pelo nazismo, fetichismo pelo oprimido assim como há fetiche pelo opressor". “Usamos o discurso incoerente de que estamos preocupados com a dor dele, mas na verdade nós sentimos prazer. Por isso nós escrevemos embaixo da foto textos enormes elucubrando sobre o abandono daquele menor, quem possivelmente seria o pai ou a mãe, por que ele fugiu, por que ele passa fome... Nós fetichizamos o sujeito. E ainda há quem queira um souvenir: comprar a foto. Mas não estão comprando a foto, estão comprando o que pensam sobre a foto”.
A foto original enviada por Lucas Landau à agência Reuters.© Fornecido por El Pais Brasil A foto original enviada por Lucas Landau à agência Reuters. Sob o apelo “Parem com os estereótipos de crianças negras”, Mayara Assunção, do Coletivo Kianda, um grupo de mulheres negras que discute maternidade, arte, educação e cultura, escrevia: “Eu vejo uma criança que parou para olhar a queima de fogos no meio de uma festa. Sinceramente, nós temos que parar de achar que todo menino negro e sem camisa está abandonado, triste, sozinho, infeliz e contrastando com a felicidade dos outros. Temos que parar de achar que todo menino sozinho é criança que vive em situação de rua. Temos que parar de achar um monte de coisas. Inclusive, que é legal expor nossas crianças para a branquitude começar o ano com pena e compaixão de nós. Ah, por favor né, a gente tem essa mania horrível de reforçar os estereótipos de nossas crianças: ‘Que pena!’, ‘É o retrato do Brasil!’, ‘Imagem muito impactante, reforça as desigualdades do país’. Parem! Vocês nem sabem quem é aquele menino. E vocês não querem saber também. Para 2018, menos estereótipos para crianças negras por favor.”
Suzane Jardim, educadora e historiadora e cuja reflexão sobre a repercussão da imagem foi compartilhada mais de mil vezes, sustenta que “a questão é perceber como o corpo negro deixa de ser dotado de individualidade para se tornar um símbolo que dialoga com a culpa de pessoas que o percebem como inferior na primeira olhada”. E alerta: “Não há na imagem qualquer indicação de status social, precariedade ou abandono. Há uma criança sem camisa no mar observando fogos de artifícios maravilhada em uma imagem que de fato é bela, mas nada diz sobre questões sóciopolíticas”. Para Jardim “dar a essa imagem esse caráter de 'retrato da desigualdade' é presumir pela corporeidade do sujeito (no caso criança, negra, sem camisa) que ali há precariedade e sofrimento, o que só pode acontecer em uma sociedade que liga a negritude a esses elementos”.
O fotografo, que preferiu não ampliar o debate com a reportagem até encontrar a família da criança, não sabe o nome do menino. Nem se estava sozinho. Nem se era do Rio. Nem se mora num condomínio de luxo ou numa favela. "Eu estava a trabalho fotografando as pessoas assistindo aos fogos em Copacabana. Ele estava lá, como outras pessoas, encantado. Perguntei a idade (9) e o nome, mas não ouvi por causa do barulho. Como ele estava dentro do mar (que estava gelado), acabou ficando distante das pessoas. Não sei se estava sozinho ou com a família”, disse Landau em seu perfil de Facebook. A fotografia, como completou Landau, abre margem para várias interpretações. “Todas legítimas, ao meu ver. Existe uma verdade, mas nem eu sei qual é”. O fotógrafo foi criticado por expor a criança sem o consentimento dos pais e oferecer seu e-mail a quem se interessou em comprar a fotografia. Landau nega: “Nada foi comercializado por mim, e nem será, sem a autorização da criança e dos responsáveis”.

Pessoas virando as costas para a pobreza ou apenas uma criança?

A complexidade do debate que uma única foto alimentou se explica pela situação atual do país, segundo o psicanalista Tales Ab’Saber, autor do livro Lulismo, Carisma Pop e Cultura Anticrítica. “A foto tem uma vida própria. O movimento negro se inquieta com o clichê e a redução do papel do negro e a esquerda branca –e negra– vê nessa imagem o risco da cisão social brasileira, num tempo em que isso está de volta na pauta política. Vê pessoas festejando a vida e virando as costas para a pobreza, para nossa realidade”, explica Ab’Saber. “São duas correntes progressistas diferentes olhando em níveis diferentes, e a imagem fala das duas. As duas questões importam, não são excludentes”.
O fotógrafo e jornalista Fernando Costa Netto, proprietário da Doc Galeria de fotojornalismo e fotografia documental, enxerga o poder da imagem, “a fotografia com capacidade para mudar a vida de uma pessoa”. “É a fotografia derrubando presidentes, denunciando superlotação em hospitais, documentando as barbaridades das guerras ou mostrando o que a gente já sabe, o abismo entre os de branco e o pequeno sem camisa nessa foto do Lucas. Mesmo que a foto aponte outra coisa quando encontrarem o menino, o Brasil está muito bem espelhado pela foto em Copacabana”, avalia Netto. “Nós estamos aqui discutindo a força e o papel da fotografia, preconceito, o réveillon no Rio, a estética, a emoção, o documento, questionando... A fotografia está cumprindo o papel”.

Fonte: MSN

Nova técnica revela textos ocultos nas múmias egípcias 

Nova técnica revela textos ocultos nas múmias egípcias

múmias egípcias: Luzes de diferentes frequências podem revelar o que estava escondido no gesso que une os caixões das múmias© BBC Luzes de diferentes frequências podem revelar o que estava escondido no gesso que une os caixões das múmias
Pesquisadores em Londres desenvolveram uma técnica para conseguir mostrar o que está escrito nos papiros usados para "encapsular" as famosas múmias egípcias.
Os invólucros decorados onde o corpo envolto em faixas era colocado antes de ser posto na tumba eram feitos de pedaços de papiro, material que também era utilizado pelos egípcios para listas de compras e declarações fiscais, por exemplo.
Essa tecnologia está permitindo aos historiadores ter uma nova ideia sobre como era a vida no Antigo Egito.
Os hieróglifos encontrados nas paredes das tumbas dos faraós contam as histórias dos ricos e poderosos. Eram um dos tipos de "propaganda" adotados naquele tempo.
Mas essa nova técnica dá aos egiptólogos acesso à real história do Antigo Egito, ou seja, do dia a dia das pessoas que viviam ali, de acordo com o pesquisador Adam Gibson, da University College London, que liderou o projeto.
"Os restos de papiro não utilizados acabavam servindo para fazer objetos de prestígio, que foram preservados por 2 mil anos", afirma.
"Essas máscaras são uma das melhores bibliotecas que temos de resíduos de papiro que seriam jogados fora. Elas incluem informações sobre essas pessoas, sobre a rotina delas."

O poder da luz

Os pedaços de papiro decifrados têm mais de 2 mil anos.
A escrita neles muitas vezes acabou obscurecida pelo gesso que une esses invólucros e as múmias. Mas pesquisadores conseguem ver por baixo desse material escaneando o gesso com diferentes tipos de luz, o que faz com que a tinta da escrita fique mais brilhante e sobressaia.
Múmias egípcias: Hieróglifos em tumbas contam as histórias dos ricos e poderosos; nova técnica revela mais sobre a vida cotidiana© BBC Hieróglifos em tumbas contam as histórias dos ricos e poderosos; nova técnica revela mais sobre a vida cotidiana
Um dos primeiros experimentos bem-sucedidos dessa nova técnica foi feito em um caixão de uma múmia que era mantido em um museu no castelo de Chiddingstne, no condado britânico de Kent.
Os pesquisadores descobriram escritos na placa que não eram visíveis a olho nu. O escaneamento revelou um nome - "Irethorru" -, que era comum no Egito (como um João ou Pedro daqueles tempos) e significa "o olho de Hórus está contra meus inimigos".
Até agora, a única forma de descobrir o que estava escrito nesses papiros era destruir os caixões - o que deixava os egiptólogos diante do dilema entre explorar o material em busca de novas descobertas ou destruir algo valioso para a história.
Mas com a nova técnica de escaneamento, é possível deixar os caixões intactos e, ainda assim, ler os papiros que os envolvem.
De acordo com Kathryn Piquette, também da University College London, egiptólogos como ela agora tem o melhor dos dois mundos.
"Eu ficava horrorizada quando via esses objetos preciosos serem destruídos para termos acesso ao texto. É um crime. São recursos finitos, e agora temos a tecnologia certa para fazer os dois: preservar os objetos e olhar dentro deles para entender a forma como os egípcios viviam por meio de provas documentadas - e as coisas que eles escreviam e que eram importantes para eles."
Escritas reveladas por técnica de escaneamento: Uma das revelações descobertas foi o nome da múmia: 'Irethorru', que significa 'o olho de Horus está contra meus inimigos'© BBC Uma das revelações descobertas foi o nome da múmia: 'Irethorru', que significa 'o olho de Horus está contra meus inimigos'
Múmia egípcia: Múmia misteriosa do castelo de Chiddingstone© BBC Múmia misteriosa do castelo de Chiddingstone 

Fonte: BBC