quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Brasil tem tudo para se dar bem com a nova China, diz economista


Brasil tem tudo para se dar bem com a nova China, diz economista

Ao longo dos últimos 15 anos, a economista Helen Qiao fez carreira em bancos de investimento em Hong Kong, acompanhando o mercado chinês. Hoje, ela lidera uma equipe de 12 analistas no banco americano Bank of America Merrill Lynch e é responsável pelos relatórios sobre a China. Numa passagem por São Paulo, ela falou a EXAME sobre a nova fase da economia chinesa e os impactos para o Brasil.
A China é vista como a fábrica do mundo. Isso vai mudar?
Sim. Existem duas tendências importantes na China. A primeira é que a economia está cada vez mais baseada no setor de serviços. Esse setor está crescendo num ritmo mais rápido do que o industrial, e isso já vem ocorrendo há vários anos. A segunda tendência é que a indústria chinesa se atualizou. O tipo de produto que a China exporta é cada vez mais sofisticado.
Qual é a fatia desses produtos sofisticados?
Máquinas e equipamentos já são a categoria de maior participação na indústria, incluindo as exportações. A China não é mais um país que exporta brinquedos, guarda-chuvas, vestuário, sapatos etc. Essa não é mais a China de hoje. A nova China produz computadores, celulares, máquinas. Estamos vendo uma transição. A China está deixando que os outros países emergentes fabriquem os produtos de baixo valor que ela fazia. A China, em si, está buscando o próximo degrau na cadeia de valor global.
Qual é o impacto dessa transição para os demais países?
Haverá vencedores e perdedores. A China vai se tornar cada vez mais um competidor à altura de Coreia do Sul, Taiwan e Japão, países que serviram de modelo para ela. A China possivelmente assumirá o lugar deles. Os países desenvolvidos vão se sentir mais ameaçados pela China do que os emergentes.
De que lado o Brasil está?
O Brasil está muito bem posicionado para se beneficiar dessa transição. O Brasil tem uma economia que é igualmente influenciada pelo aumento do consumo interno chinês e pelo investimento em infraestrutura. A China vai precisar importar mais produtos do que o Brasil fornece.
Que tipo de produto?
Aqueles ligados à agricultura, como grãos de soja. A China ainda importa mais soja dos Estados Unidos do que do Brasil, mas há potencial para inverter essa situação. Também vemos potencial para um aumento na exportação de aves e carne bovina para a China. Água potável e área cultivável são recursos escassos por lá. E esse é o tipo de recurso em que o Brasil é rico. Basicamente, a China está importando luz solar, água potável e terra cultivável ao importar produtos do campo.
Há espaço para o Brasil exportar produtos industriais à China?
Não muito. A China é muito dominante nessa área. Mas provavelmente investidores chineses virão ao Brasil para começar a exportar manufaturados do Brasil, seja para países da América do Sul, seja para a América do Norte.
A economia brasileira se beneficiou do crescimento chinês na década de 2000 e no início de 2010. Isso voltará a acontecer?
Sim. Se olharmos para os preços de commodities, já estamos vivendo outro boom agora. Mas há uma diferença desta vez. A China está dando ênfase à proteção ambiental. O governo está pressionando as empresas para se tornarem mais limpas. Como isso influencia o Brasil? Há um aumento da demanda por matérias-primas de qualidade superior e menos poluentes, como minério de ferro. Brasil e Austrália levam vantagem nisso.
Fonte: Exame

Mais de 1000 mineiros ficam presos em mina na África do Sul

Mais de 1000 mineiros ficam presos em mina na África do Sul

Após uma forte chuva, mais de 1000 mineiros que trabalham na extração de ouro ficaram presos na mina Beatrix, na África do Sul. A empresa responsável pela mina, Sibanye-Stillwater, afirmou à Reuters que os seus funcionários não estão em perigo.
O porta-voz, James Wellsted, declarou que os mineiros estão recebendo água e comida. O fornecimento de energia está sendo restabelecido, mas ainda é insuficiente para trazê-los à superfície.
Fonte: G1

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

ArcelorMittal vê demanda global de aço crescendo até 2,5% 2018, com destaque para Brasil


ArcelorMittal vê demanda global de aço crescendo até 2,5% 2018, com destaque para Brasil

A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, previu nesta quarta-feira que o mercado global para o aço vai crescer entre 1,5 e 2,5 por cento em 2018, com expansão em todas as regiões, exceto a China. O consumo aparente de aço, que exclui o impacto de alterações nos estoques, deve crescer principalmente no Brasil, com expectativa de expansão entre 6,5 a 7,5 por cento.
A empresa disse que a demanda chinesa deve variar este ano entre queda de 0,5 por cento e crescimento de 0,5 por cento. A demanda nos Estados Unidos deve crescer entre 1,5 e 2,5 por cento e na União Europeia a expansão projetada é de 1 a 2 por cento.
Fonte: Reuters

Vale prevê reduzir a 70% a participação do minério de ferro em resultados, diz CEO


Vale prevê reduzir a 70% a participação do minério de ferro em resultados, diz CEO

A mineradora Vale VALE3.SA> prevê que a participação do minério de ferro no resultado da empresa cairá para 70 por cento em dois anos, ante 90 por cento atualmente, em meio a um processo de diversificação liderado pela atual gestão, afirmou nesta terça-feira o presidente da gigante brasileira, Fabio Schvartsman.
O executivo, que falou durante um evento em São Paulo, disse que os metais básicos serão parte fundamental da estratégia da empresa em busca da diversificação.
“A expectativa da Vale é que o minério de ferro, em que pese que seus resultados melhorarão de agora em diante, representará apenas 70 por cento do resultado da Vale em até dois anos, ou seja, começa a ser uma empresa com cara de diversificada mesmo”, disse o Schvartsman, em uma conferência do Credit Suisse.
O executivo, que saiu sem dar entrevistas, não ofereceu mais detalhes sobre qual seria a estratégia.
O presidente da maior produtora de minério de ferro do mundo, em sua fala ao público do evento, mostrou satisfação com os resultados dos ativos de cobre, mas reiterou sua intenção de avançar no negócio de níquel.
“Nossos ativos de cobre vão muito bem, obrigado, também produzem resultado muito grande… se trata basicamente de arrumar a operação de níquel”, disse Schvartsman, durante sua apresentação.
Sem entrar em detalhes, o executivo afirmou que a empresa contratou um banco para buscar investidores para seu projeto de níquel na ilha do Pacífico Sul Vale Nova Caledonia (VNC). Segundo ele, se uma solução não for encontrada, o ativo poderá ser interrompido.
Schvartsman também disse que um aumento recente nos preços do níquel deve gerar um fluxo de caixa adicional de 750 milhões de dólares e que a empresa espera alcançar seu objetivo de dívida líquida de 10 bilhões de dólares em meados do ano, antes do que a empresa esperava anteriormente.
DEMANDA
Schvartsman destacou que os esforços chineses contínuos para reduzir a poluição aumentarão a demanda pelo minério de ferro de alta qualidade da mineradora brasileira. “Não consigo imaginar a China voltando atrás nos controles de poluição que ela está tentando fazer… eles farão o possível e o impossível para dominar a poluição, o que garante essa demanda pelo minério de ferro”, disse Schvartsman.
A agressiva campanha da China para reduzir a poluição, pressionando as usinas siderúrgicas poluentes, alimentou a necessidade de minério de ferro de alta qualidade para aumentar a produtividade e limitar as emissões, abrindo a porta para os fornecedores de minério de melhor qualidade para o maior comprador do mundo.
Além disso, o executivo ressaltou que a empresa está começando a mapear oportunidades de redução de custos das minas e que ele estima que os cortes de custos poderão superar os 6 por cento, mas não entrou em detalhes.
Fonte: Reuters

Rali da bolsa brasileira pode estar só no começo, diz gestor da Franklin Templeton

Rali da bolsa brasileira pode estar só no começo, diz gestor da Franklin Templeton


  30/01/2018 


A forte alta da bolsa neste início de ano reflete a melhora esperada para a economia brasileira e, no curto prazo, enquanto as coisas continuarem se ajustando, o mercado tende a continuar em alta, afirma Frederico Sampaio, diretor de renda variável da gestora americana Franklin Templeton. “Os fundamentos estão falando mais alto e o país está colocando as coisas em seu devido lugar, por isso a bolsa deve continuar em alta”, diz.
Segundo ele, o risco para esse cenário é que a eleição presidencial traga alguma surpresa negativa para os ajustes da economia. “Se for eleito alguém contrário às reformas, como a da Previdência, ou ao ajuste fiscal, a bolsa pode interromper sua trajetória”, explica. Mesmo assim, ele não vê uma queda muito forte. “Se for eleito um candidato contra as reformas, a bolsa vai sofrer, mas não volta para os níveis pré-impeachment da Dilma”, avalia.
Sampaio chama a atenção para o fato que há muito ruído e especulação em torno das eleições. E lembra que mesmo o PT, partido do ex-presidente Lula, tentou fazer uma reforma da Previdência. “Não colocaria o Lula como um candidato contra as reformas”, diz, apostando no bom-senso do ex-presidente.
Sem Lula na disputa, porém, a expectativa é que os candidatos mais extremistas percam força na disputa presidencial, caso de Jair Bolsonaro, visto como o anti-Lula. E isso pode tornar mais fácil a eleição de um candidato de centro. “A eleição fica menos polarizada, sem os extremos políticos, e isso vai ser bom para o crescimento do país e para a bolsa”, afirma o gestor.
Para Sampaio, a bolsa brasileira ainda tem muito para subir se o cenário de um candidato reformista, e com algum apoio no Congresso, se confirmar. “Há um rali de longo prazo começando, e a bolsa pode ter um período longo de alta”, afirma.
Ele justifica essa expectativa pela melhora em várias frentes. A primeira é na expansão dos múltiplos das empresas, a partir do crescimento dos lucros com a retomada da economia. “Esperamos um crescimento de mais de 20% nos lucros este ano”, diz. Com isso, a bolsa já teria motivos para subir.
Além disso, a relação entre o preço das ações brasileiras e seu lucro, hoje de 13,5 vezes, sofreria um ajuste. “Países em que foram eleitos presidentes que levaram adiante as reformas econômicas, como México e Índia, saíram de P/L iguais aos do Brasil para 18 a 20 vezes”, diz. Ou seja, os preços subiram muito mais que os lucros. “Podemos sonhar portanto com um P/L de 16 a 17 vezes o lucro desde que o novo presidente seja responsável e enfrente os problemas”, diz.
Outro fator que justificará o aumento do preço das ações é o crescimento da economia brasileira. “Se fizermos as reformas, esse crescimento deve sair da casa de 2,5 ao ano para 4%, 4,5% ao ano nos próximos anos”, afirma Sampaio, citando o exemplo da Índia, que hoje cresce mais que a própria China.
Para o gestor, o mercado hoje está antecipando essas melhoras, como ocorreu no impeachment da presidente Dilma em 2016. “A economia foi um desastre naquele ano, mas a bolsa disparou com a expectativa de que as coisas iriam melhorar”, explica. “Podemos ter uma mudança de expectativa agora novamente”, diz.
Um ambiente benigno na parte fiscal também ajudaria o país a manter os juros baixos por mais tempo, o que também seria benéfico para o crescimento e para o lucro das empresas. “As companhias ainda estão ocupando capacidade ociosa, o que pode manter a inflação sob controle e o juro baixo por mais tempo”, afirma.
Fonte:  Arena do Pavini