terça-feira, 27 de março de 2018

A irradiação de pedras preciosas e semipreciosas

A irradiação de pedras preciosas e semipreciosas





O Tapajós possui topázio, quartzo, morions, ametista e principalmente diamante.
A exposição de partes destas pedras a irradiação levantou o preço das mesmas.
A exposição de uma gema aos efeitos de uma radiação altera a sua cor. Há várias fontes de radiação usadas para esse fim.
O uso de raios X exige equipamento que é de fácil obtenção, mas proporciona baixa uniformidade de cor, pouca penetração na gema e, por isso, não é um processo comercialmente viável. Safiras incolores ou amarelo-claras, sob ação de raios X ficam amarelas, semelhantes a topázios.

A radiação mais usada são os raios gama. Eles têm boa penetração na gema, dão cor com boa uniformidade e não deixam resíduo radioativo. A estabilidade da cor final depende da gema tratada.
A irradiação por nêutrons penetra mais que as anteriores, dá colorido mais intenso, mas deixa a gema radioativa. Desse modo, é preciso esperar que essa radioatividade se dissipe para poder comercializar o produto. Diamantes assim tratados ficam verdes e, se a irradiação for seguida de tratamento, adquirem cor amarelo-canário. Tanto esta cor quanto o verde não podem ser distinguidos a olho nu das mesmas cores de origem natural.
Por fim, há os aceleradores de partículas, mas estes penetram menos que a radiação gama e são pouco usados.
O quartzo incolor, submetido à radiação gama, pode adquirir várias cores, inclusive duas cores na mesma gema. Atualmente há uma grande produção de pedras preciosas tratadas dessa maneira, cujas cores recebem nomes comerciais como whisky, cognac, champagne e green gold. O mesmo tipo de quartzo, procedente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do Uruguai, pode ser transformado em prasiolita, a variedade que obtida por tratamento térmico de ametistas, mas só das procedentes de Montezuma (MG) e Four Peaks (EUA). 

Ametista que perdeu a cor por exposição prolongada ao Sol pode tê-la de volta por ação de raios X.
Topázio incolor, por efeito da radiação gama, pode ficar amarelo e se, após isso, sofrer tratamento térmico, passará à cor azul. O volume de topázio azul assim obtido é de várias toneladas por ano. 
A transformação acontece no Centro de desenvolvimento Nuclear de Minas Gerais. A técnica foi descoberta na Alemanha, na década de 40, e aprimorada no Brasil. Cristais claros, sem cor, ganham tons de que vão do amarelo ao azul.
O primeiro passo é selecionar o cristal certo. Nem todos mudam de tonalidade. Mas o Brasil desenvolveu a tecnologia mais avançada do mundo para avaliar a composição química dos minerais e assim saber se a pedra vai ou não ganhar cor. Aí entra o poder da energia nuclear.
Para mudar de cor, os cristais ficam expostos à radiação de três dias a dois meses. Os cientistas explicam que o processo não deixa nos minerais nenhum resquício de radioatividade. O que muda mesmo é o valor da pedra.
Como em toda tecnologia, há também pessoas que se aproveitam por vender gato por lebre;
No caso do diamante, o valor esta na sua peculiaridade natural, uma cor especial e rara pode fazer subir o preço do diamante de maneira astronômica, e se a cor for criada de maneira artificial com irradiação, vira uma enganação e isto obrigou os especialistas a estudarem maneiras de detectar tais aplicações de irradiações que desvirtuam a natureza do diamante original.Usam um aparelho óptico que cria no olho uma sensação de guarda chuva dentro do diamante. O diamante neste caso é verdadeiro, mas a cor não. Em anexo diamantes verdes irradiado.


Fonte: Jornal do Ouro

segunda-feira, 26 de março de 2018

Descoberto o mineral mais complexo da Terra

Descoberto o mineral mais complexo da Terra


Descoberto o mineral mais complexo da Terra
A ewingita, com a cor amarelada típica dos compostos à base de urânio. [Imagem: Pavel Skacha]
Mineral mais complexo

Um mineral à base de urânio, chamado ewingita, é quase duas vezes mais complexo do que o mineral mais complexo que se conhecia até agora.

A complexidade estrutural dos minerais é medida por bits por unidade de célula. A média dos minerais conhecidos é de 228 bits.

"Minerais na faixa dos 1.000 bits são considerados muito complexos, mas apenas cerca de 2,5 por cento dos minerais conhecidos recebem essa designação. Em comparação, a ewingita mede 12.684,86 bits por unidade de célula, essencialmente dobrando a régua de medição que os mineralogistas usam atualmente," disse o professor Peter Burns, da Universidade de Notre Dame, nos EUA.

A ewingita foi descoberta na parede úmida de uma mina na República Tcheca, na mesma região onde o minério de urânio foi extraído para os estudos pioneiros de radioatividade feitos por Marie Curie, há um século. Os estudos de Marie Curie resultaram nas descobertas dos elementos polônio e rádio.

Influência humana nos minerais

Curiosamente, os geólogos acreditam que a ewingita provavelmente só tenha crescido como um mineral de pleno direito ao longo das últimas décadas, depois que os humanos começaram a interagir com a mina e expuseram o material ao ar.

Para confirmar essa hipótese, a equipe do professor Burns está tentando recriar a complexa ewingita em laboratório para entender melhor as condições que levaram à sua formação e confirmar a participação humana no nascimento do mineral mais complexo que se conhece.

Além disso, a equipe está trabalhando para reunir todos os dados existentes sobre os minerais à base de urânio para ver se existem variações entre os minerais que possam ou não ter sido afetados pela ação humana.

A ewingita, cuja fórmula química é Mg8Ca8(UO2)24(CO3)30O4(OH)12(H2O)138, foi batizada em homenagem a Rodney C. Ewing, geólogo da Universidade de Stanford, por suas contribuições para os campos da mineralogia e da ciência nuclear.

Fonte:  Inovação Tecnológica

LEMBRANCINHAS PROIBIDAS

LEMBRANCINHAS PROIBIDAS


                    Para  um geólogo, coletar uma amostra de rocha ou mineral numa estrada ou outro lugar em zona rural é algo extremamente rotineiro. Se ele estiver trabalhando em mapeamento geológico, fará isso muitas vezes em um só dia.
              Se para fazer isso for necessário entrar numa propriedade privada, é claro que antes de começar o trabalho ele pedirá permissão ao proprietário ou a quem ele delegar esse poder. Andará pela propriedade até encontrar alguém a quem posso explicar o que está fazendo e o que deseja.
              O mesmo se pode dizer de um colecionador de minerais, com a diferença de não ser ele talvez tão bem recebido quanto um profissional que está a serviço. Numa pedreira em atividade, normalmente qualquer pessoa é autorizada a entrar, olhar o local e pegar amostras, respeitadas as normas de segurança, como ficar longe de máquinas em operação.
              Isso vale para o Brasil, pelo menos. Já trabalhei em vários estados e só uma vez não consegui permissão para entrar numa propriedade. Foi em Santa Catarina, onde o dono do imóvel não aceitou nenhuma justificativa para permitir que eu e outro geólogo entrássemos. Apresentamos documento de identidade funcional; mostramos que trabalhávamos para uma empresa do Ministério de Minas e Energia; explicamos que fazíamos pesquisa e não fiscalização; mostramos documento do Departamento Nacional de Produção Mineral explicando o que estávamos fazendo e pedindo a cooperação dos proprietários; explicamos que ia ser uma visita rápida. Nada disso adiantou.  O proprietário (dono de uma casa noturna em Florianópolis) foi inflexível e nos deixou com uma certeza: alguma coisa ele tinha escondida lá.
              Estou falando tudo isso porque muitos turistas gostam de trazer pedrinhas, conchas ou areia como lembranças de viagem dos lugares por onde passam.  No Brasil, como eu disse, nada impede que isso seja feito.  Mas, e em outros países?  Aí pode ser diferente.
O Havaí, um arquipélago que está lá no meio do Oceano Pacífico, é um estado dos Estados Unidos. Vigoram lá, portanto, as leis desse país. Mas, há um detalhe: os havaianos têm uma ligação muito forte com a natureza e não gostam que se tire dela o que quer que seja, minerais, rochas, areia, concha, plantas, etc. Se for material vulcânico, mais ainda: Pele é a deusa dos vulcões na mitologia havaiana, e pegar material vulcânico a desagrada, dizem eles.
Em alguns pontos do Havaí, a proibição não é apenas por uma questão de tradição ou religião, é proibição legal mesmo.  A incrível praia de Papakolea (ou Green Sand Beach), na Ilha Grande (Big Island) tem uma areia de cor verde que é única. E o mais incrível é a razão disso: ao contrário de praticamente a totalidade das areias, que são formadas de grãos de quartzo, a areia de Papakolea é formada por olivina, um outro mineral. E a rocha que existe ali, um basalto olivínico, mostra cristais de olivina de até 1,5 cm pelo menos.
Essa raridade geológica é, compreensivelmente, protegida por lei, até porque, além de ter uma areia raríssima, a praia é muito pequena, com menos de 100  m de extensão. Quando se chega junto ao mar, logo se vê uma placa dizendo que é proibido por lei retirar areia daquele local. Claro que um punhadinho de areia não vai fazer falta; mas se isso for permitido certamente alguém irá tirar muito mais e, quem sabe, vender a preciosa areia.



 Na Turquia, uma pedra absolutamente comum na bagagem de um viajante pode criar um problema sério. Um mineral ou rocha pode não ter valor por sua composição, mas sim por sua antiguidade. O país possui leis rigorosas que protegem seus bens culturais e aí se incluem as pedras, pois é possível que se trate de uma relíquia antiga. Se for comprovado que ela é, de fato, uma antiguidade, o turista poderá pegar até dez anos de prisão. É preciso lembrar, pois, que um material pode ter um pequeno valor geológico, mas um grande valor arqueológico.
No Egito, três turistas alemães foram condenados a cinco anos de prisão por haverem retirado pedras da pirâmide de Quéops. Pegar areia, não é proibido, mas é preciso lembrar que ela pode conter corais fósseis, e isso não pode sair do país.
Na Islândia, a coleta de minerais é estritamente proibida.
As areias são muito lembradas por[ turistas porque são fáceis de transportar e permitem montar interessantes coleções com material procedente de muitos lugares, acondicionados em pequenos vidros.  Mas, é bom se informar se essa coleta pode ser feita. Na Itália, por exemplo, isso é estritamente proibido. Na ilha da Sardenha, mais especificamente, a multa pode chegar a 11 mil euros.
Tenerife, a maior ilha do arquipélago das Canárias é território espanhol. Ali, como nas Filipinas, antes de embarcar é bom ver se não há areia no sapato. Nas Filipinas, se considerarem que o turista está levando areia escondida ele pode ser punido com três meses de prisão.
Não conheço nenhuma lei proibindo trazer minerais de países sul-americanos ou dos Estados Unidos (exceto, já disse, o Havaí). Mas, é bom lembrar que a rodocrosita (primeira foto abaixo) é a pedra nacional da Argentina e o lápis-lazúli (segunda foto), a pedra nacional do Chile. Peças trabalhadas desse minerais são muito valorizadas nos respectivos países e vendidas a preços bastante altos. O mesmo ocorre com as esmeraldas (última foto) da Colômbia.  Nesses casos, uma ou duas amostras talvez não criem problemas, mas quantidades que possam ser consideradas volume comercial poderão ser encaradas como contrabando. 





6 mil anos de história: Veja a relação da esmeralda com as diferentes culturas

6 mil anos de história: Veja a relação da esmeralda com as diferentes culturas

Esta bela pedra verde tem sido um objeto de desejo há muitos séculos, e como a maioria das pedras preciosas, a história da esmeralda está cheia de fatos interessantes e misticismos, fazendo que ela se torne ainda mais fascinante e desejada. Mas como essa relação entre a esmeralda e o homem começou, e como ela se manifestou nas diferentes culturas?

O início da relação entre a humanidade e a esmeralda

Esmeralda
A esmeralda é uma pedra que gera fascínio em muitas culturas há mais de seis mil anos, e é uma das quatro preciosas pedras reconhecidas, juntamente com o rubi, o diamante e a safira.
De acordo com a mitologia indiana, o nome esmeralda foi primeiro traduzido do sânscrito como "marakata", que significa "o verde que cresce nas coisas". O nome que conhecemos agora veio de uma antiga palavra persa, traduzida para o latim como "smaragdus", que significa “verde”.
As esmeraldas mais antigas têm cerca de 2,97 bilhões de anos, e os registros mostram que a pedra já era conhecida e vendida em mercados na Babilônia em 4000 AC. É uma pedra que fez parte de diversas culturas em todo mundo, foi adorada pelos Incas e mencionada em escritos bíblicos sobre o apocalipse.
Sabe-se que a esmeralda era a joia favorita de Cleópatra, e a mina dessa pedra no Alto Egito, redescoberta há centenas de anos, foi uma das primeiras ocorrências da esmeralda na história humana. As esmeraldas também adornavam as joias da coroa russa, e em algumas lendas do rei Arthur, o Santo Graal é descrito como sendo formado a partir de uma esmeralda.
A referência mais antiga às esmeraldas na literatura ocidental vem de Aristóteles. Ele foi um grande fã dessa pedra preciosa e escreveu que possuir uma esmeralda melhora o discurso durante os negócios, auxilia na vitória, ajuda a resolver problemas, dá conforto e acalma a visão.

Os poderes e significado da esmeralda, de acordo com diferentes culturas

Cleopatra
Muitas culturas ao longo do tempo acreditavam que a esmeralda era uma pedra extremamente poderosa, de diferentes maneiras.
Os antigos egípcios acreditavam que o esmeralda representava fertilidade e renascimento. Para os romanos, a esmeralda era relacionada com Vênus, a deusa do amor, e acreditavam que ela poderia proteger os casais da infidelidade: se o coração dos amantes fosse leal, a gema iria brilhar em uma cor verde vibrante, mas se não o fossem, a pedra teria uma cor menos vívida. Ela também era associada ao crescimento e à primavera.
Além disso, o imperador Nero supostamente assistia as lutas de gladiadores através de uma grande esmeralda transparente, pois achava que a cor lhe acalmava. Já na Grécia, nos anos 800 a 250 AC, essa pedra era relacionada a Hermes, o mensageiro dos deuses, e ela era conhecida como a pedra da verdade e da eloquência.
Os astecas, que viveram entre os séculos XIV e XVI, chamavam a esmeralda de Pedra da Terra, e ela também era associada à fertilidade, sendo encontrada em estátuas que a celebravam.
Nos tempos medievais, os cristãos relacionavam a bela esmeralda a Lúcifer, o demônio. Para eles, essa pedra estava presente em sua coroa, e apesar de se tratar de uma pedra do diabo, ela não era vista de forma negativa, pois acreditava-se que ela ajudava as pessoas a se manterem sinceros e bem comportados.
Uma vez que houve registros sobre as esmeraldas, apareceram também evidências de seus poderes de cura, principalmente sobre a visão. Os sumérios disseram que, se uma esmeralda fosse usada em um anel no menor dedo da mão esquerda, curaria a inflamação dos olhos. Durante a época de Hipócrates, as esmeraldas eram esmagadas em pó fino e transformadas em uma loção para os olhos.

Onde as esmeraldas podem ser encontradas

Trapiche
Trapiche: um tipo raro de esmeralda encontrado apenas na Colômbia
Apesar de existirem registros mais antigos do comércio dessa pedra, as primeiras minas de esmeraldas conhecidas estavam no sul do Egito e datam de antes de 2000 AC.
Essa gema pode ser encontrada em todo o mundo, porém algumas das melhores pedras de hoje são da Colômbia, que produz mais de metade de todas as esmeraldas no mundo. Alguns dos outros países onde podemos encontrá-la incluem os EUA, Brasil, Afeganistão, Espanha, África do Sul, Suíça, Camboja e China.
Nos tempos antigos, muitas gemas eram chamadas de esmeraldas apenas porque eram verdes. Hoje existem cerca de seis ou sete tipos de pedras, classificadas como diferentes tipos de esmeraldas, porém, uma esmeralda verdadeira é chamada simplesmente de esmeralda, sem nenhum nome complementar.

Um fascínio que se mantém até hoje

Esmeralda
Esmeralda colombiana
Cor, clareza, corte e quilates são quatro fatores utilizados para determinar o valor de uma esmeralda, sendo que o mais importante destes quatro é a cor. As esmeraldas valiosas e de alta qualidade são muito transparentes, e a melhor cor é a verde vívida ou verde azulado, com saturação uniforme e sem zoneamento de cores. 
A diminuição das inclusões resulta em mais transparência e, portanto, o preço das esmeraldas aumenta com a diminuição da inclusão. Porém, a maioria das esmeraldas tem algum tipo de imperfeição, e as esmeraldas sem essas inclusões são muito raras.
Em vez do termo imperfeição, os distribuidores gostam de se referir às inclusões das esmeraldas como um "jardim" interno, e muitos até mesmo as usam como um dos fatores para identificar se uma esmeralda é verdadeira ou não.
E a raridade dessa moeda também é um fator importante. Existem menos esmeraldas no mundo do que há diamantes, por isso as esmeraldas de alta qualidade podem valer mais do que diamantes por quilate.
Fonte: Geologo.com

Turmalinas da Paraíba - A pedra brasileira!

Turmalinas da Paraíba - A pedra brasileira!

Turmalina
As Turmalinas são comuns em várias cores no Brasil! Mas as Turmalinas da Paraíba são as únicas pedras com uma tonalidade turquesa brilhante, graças ao seu teor de cobre.
Essas pedras raras foram descobertas em 1987 pelo minero Heitor Dimas Barbosa, que tinha sido conduzido pela crença de que algo especial estava escondido nas colinas da Paraíba.
Heitor estava certo! Depois de anos de escavações sem resultados, ele finalmente descobriu uma Turmalina de um azul néon incomparável.
A pedra é extremamente rara (apenas uma pedra é minada por cada 10.000 diamantes encontrados), então tornou-se intensamente procurada.
Em 2003, foram encontradas Turmalinas de cor turquesa em minas na Nigéria e em Moçambique, embora alguns digam que não são tão surpreendentes quanto a Turmalina da Paraíba.
Fonte: CPRM