sábado, 21 de abril de 2018

A LAPIDAÇÃO DO DIAMANTE


As primeiras evidências do conhecimento do diamante pelo homem remontam ao século IV antes de Cristo. Durante muito tempo, supôs-se que os diamantes possuíam poderes mágicos e, em razão disso, eram utilizados como talismãs. Acredita-se que seu uso como adorno, na forma natural de octaedro, iniciou-se apenas no século XI. A partir do início do século XIV, as tentativas de trabalhar-se o diamante tornaram-se mais eficazes. Na época, o que se fazia era um polimento bastante rudimentar das faces naturais das gemas. Constatou-se também que as extremidades pontudas dos octaedros poderiam ser desgastadas, fazendo com que fossem pouco a pouco rebaixadas. A superfície resultante, uma faceta, era então rusticamente polida, de forma que o diamante adquiria algum brilho.
Os locais por onde se difundiu a arte da lapidação de diamantes estão intimamente associados às rotas comerciais que ligavam Oriente e Ocidente. Sabe-se que no início do século XIV já havia lapidadores de diamantes estabelecidos em Veneza, muito possivelmente oriundos do Oriente, provavelmente da Índia. Mais tarde, o ofício difundiu-se pela Alemanha (Nuremberg), Bélgica (Bruges e Antuérpia), e outros países da Europa.
Foram criados os estilos de lapidação denominados “mesa” e “rosa”, que ainda possuíam um número reduzido de facetas, mas que já emprestavam mais brilho e vida aos diamantes. Mais tarde, foi introduzida a simetria das facetas e, em meados do século XVII, foi descoberta a possibilidade de serrar-se o diamante. É desta época o talhe conhecido como “Mazarin”. No final do mesmo século, deu-se o advento do corte “Peruzzi”, já com 58 facetas e forma aproximadamente quadrada. No século XIX, predominavam algumas variações do talhe Peruzzi e foram criados os estilos “Lisboa”, “Brasil”, “EuropéiaAntiga”.e “Old Mine”, que mais tarde evoluiriam até a lapidação “Brilhante”.

Este último estilo de lapidação foi desenvolvido especificamente para o diamante, embora eventualmente seja utilizado também em outras gemas. Por definição, toda lapidação “Brilhante” apresenta 57 facetas, sendo 33 na coroa (parte superior) e 24 no pavilhão (parte inferior).
Não há um único inventor desta talha, também conhecida como Amsterdam, cujo desenvolvimento levou muitos anos até alcançar seu estágio atual e definitivo, embora se atribua ao italiano VicenzoPeruzzi o início de sua invenção, por volta de l700.

Até o início do século XX, o conhecimentodos estilos e formas de lapidação era apenas empírico. Somente por volta de 1910, passaram a ser consideradas, por meio de cálculos teóricos, as características físicas e ópticas do diamante, assim determinando-se as proporções e a simetria que idealmente deveria ter a gema lapidada para que alcançasse o melhor efeito visual possível.
A forma redonda é a mais comum para a lapidação brilhante e foi desenvolvida com o intuito de maximizar a quantidade de luz que retorna à superfície após refletir-se nas facetas posteriores da gema.

O termo brilhante, sem qualquer descrição adicional, deve ser aplicado somente para diamantes redondos com lapidação brilhante. Além da forma redonda, clássica, o brilhante pode vir a ter, entre outras, as formas de gota (ou pera), navete (ou marquise), oval e coração.
Em peças de joalheria antigas são frequentes, além dos já citados cortes, o estilo 8/8 (ou simples) e o estilo 16/16 (ou suíço). Outras lapidações atuais relativamente comuns em diamantes são Princess, Esmeralda, Trilliant, Radiante e Asscher.
Fonte: DNPM

O comércio organizado de diamante


Na Índia, o conhecimento e o comércio organizado de diamante já existiam antes do contato com o europeu da Renascença. Tendo os gregos e o império romano chegado a essa região em período anterior, já se encontravam joias com diamantes nessas culturas.
Mais tarde, diamantes indianos foram trazidos à Europa por agentes de companhias comerciais, patrocinadas pelos respectivos estados nacionais como afirmação de soberania e poder econômico, entre elas as companhias das Índias Orientais inglesa, holandesa e francesa.
A descoberta de diamantes na região de Diamantina (MG), em meados de século XVIII, teve forte impacto no mercado pela quantidade que foi extraída em seguida. A regulamentação, baseada em controle estatal e trabalho escravo foi bem diferente do regime indiano.
O único alento para o escravo era achar uma pedra com mais de 12 quilates, a recompensa seria sua liberdade. Mesmo hoje com a mineração moderna, pedras desse porte são menos frequentes na região de Diamantina do que em outras localidades do país.
A coroa portuguesa nomeava concessionários, chamados de contratadores, que só poderiam vender ao estado trocando os diamantes por títulos em papel com valor equivalente em ouro. Como esses títulos tinham valor garantido pela coroa, eram aceitos por todos em qualquer lugar para a troca por mercadorias, propriedades e serviços. Essas “notas de diamante e ouro” são consideradas as primeiras cédulas brasileiras.
Naturalmente, onde há muita restrição nasce o mercado negro, existindo bastante mineração clandestina e contrabando nesse período.
Até o terceiro quarto do século XIX, o Brasil teve uma produção relevante, principalmente após 1832, com a liberação das áreas de extração e o fim do sistema de monopólio estatal, em crise profunda causada pela burocracia e corrupção e pelos desvios através do forte contrabando.
As descobertas na África afetaram a mineração brasileira no final do século XIX, pelo maior rendimento se suas jazidas que permitiram a queda dos preços no mercado mundial. O diamante na África logo é associado à DeBeers que, no entanto, nas últimas décadas do século XX viu dominuído seu poder e do controle sobre o mercado primário do diamante.
Na Austrália, a Argyle explora uma grande reserva desde a década de 80. Já no Canadá, foram descobertos diamantes de boa qualidade em Kimberlitos. O Canadá e a Austrália são o berço de muitas empresas que captaram recursos em bolsa para explorar diamantes no próprio país e principalmente mundo afora, inclusive no Brasil. Podemos também citar o israelense Lev Leviev e, posteriormente, os chineses.
Nos séculos XX e XXI, a tecnologia também foi foco para novos negócios eações no setor, tais como as tentativas de sintetizar diamantes e a criação de novas técnicas de lapidações.
Fonte: DNPM

A FAMOSA TURMALINA PARAÍBA

As turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas. A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha.
Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis turquesas, azuis “neon”, azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte do que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências.
Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de pedras preciosas de Tucson, no Estado do Arizona (EUA), teve início a escalada de preços desta gema. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo das mais de duas décadas que se seguiram, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais.
A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte. Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por terem sido oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha.
Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico.
Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos, através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF). No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo, em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.
Até o ano de 2001, o termo “Turmalina da Paraíba” referia-se à designação comercial das turmalinas da espécie elbaíta, de cores azuis, verdes ou violetas, que contivessem pelo menos 0,1% de CuO e proviessem unicamente do Brasil, precisamente dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Tudo começou a mudar quando, naquele ano, uma nova fonte de turmalinas cupríferas foi descoberta na Nigéria, na localidade de Ilorin (mina de Edeko), voltando a ocorrer quatro anos mais tarde, em meados de 2005, desta vez em Moçambique, na região de Alto Ligonha, a aproximadamente 100 km ao sudoeste da capital Nampula.
De modo geral, as elbaítas com cobre destes países africanos não possuem cores tão vívidas quanto às das brasileiras, embora os melhores exemplares da Nigéria e de Moçambique se assemelhem aos brasileiros.
O achado destes depósitos africanos ocasionou acalorados debates no mercado e entre laboratórios, uma vez que as gemas de cores azuis a verdes saturadas procedentes da Nigéria e de Moçambique não podem ser diferenciadas das produzidas no Brasil por meio de exames usuais e tampouco por análises químicas semi-quantitativas obtidas pela técnica denominada EDXRF.
Há alguns anos, felizmente, constatou-se ser possível determinar a origem das turmalinas destes 3 países por meio de dados geoquímicos quantitativos de elementos presentes como traços, obtidos por uma técnica analítica conhecida por LA-ICP-MS.
Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica.
Esta política é consistente com as normas da CIBJO, que consideram a turmalina da Paraíba uma variedade ou designação comercial, e a definem como dotada de cor azul a verde devida ao cobre, sem qualquer menção ao local de origem. 
Por outro lado, como essas turmalinas cupríferas são cotizadas não apenas de acordo com seu aspecto, mas também segundo sua procedência, tem-se estimulado a divulgação, apesar de opcional, de informações sobre sua origem nos documentos emitidos pelos laboratórios de gemologia, caso disponham dos recursos analíticos necessários.

Fonte: DNPM

Em busca da grafita

Em busca da grafita





Um dos minerais mais procurados do momento é a grafita. Esta variedade de carbono tem algumas características físico-químicas únicas que a tornam fundamentais na indústria.

O mercado está em polvorosa graças às expectativas de uma verdadeira revolução a ser causada pelas baterias de lítio a serem usadas na indústria automobilística, o que irá criar uma forte demanda de grafita.

A grafita é componente essencial dos ânodos destas baterias que consomem duas vezes mais grafita do que carbonato de lítio. Um carro elétrico tem, em média, 50Kg de grafita em suas baterias. 
O fato de que a China aumentou as taxas de exportação sobre a grafita torna o mercado ainda mais aquecido fazendo com que pequenas notícias de descobertas sejam superestimadas pelos investidores.

A última grande jogada do setor é o investimento de US$194 milhões em Balama, que será a maior mina de grafita do mundo. Balama é um jazimento contido em grafita-xistos, situado em Moçambique, de propriedade da australiana Syrah Resources.

Os estudos de viabilidade econômica de Balama (foto) mostram um projeto com uma capacidade de produção de 356.000t de concentrado de alto teor (95%) de grafita. A vida útil da mina será de 42 anos.


Fonte: CPRM.

Grafita o mineral do futuro

Grafita o mineral do futuro






A grafita, uma forma de carbono, é um mineral em alta. Os novos usos da grafita nas baterias de lítio, em celulares e computadores estão acelerando a busca dos jazimentos do mineral. O que se procura é qualidade, um concentrado de grafita com flocos de granulometria grosseira e alta pureza, que possa suprir uma indústria com faturamento de mais de 13 bilhões de dólares.  
O grande produtor de grafita a China, fechou várias minas e teve a sua produção reduzida em 20% para 700 mil de toneladas. O motivo das paralisações foi a contaminação ambiental feita pelos produtores chineses de Pindgu . O mesmo ocorreu na Mongólia em 2008. Os preços do mineral caíram nos últimos anos, mas são ainda atraentes em torno de US$1.300/t o que torna jazimentos de grafita de qualidade em excelentes alvos para mineradores.
Mais de 200 empresas de mineração estão engajadas na prospecção de grafita no mundo e o resultado desse esforço já começa a aparecer. Em Moçambique a australiana Triton Minerals descobriu um depósito que pode ser o quarto maior do mundo, de 5,7 milhões de toneladas de grafita contida: o Cobra Plains. A região de Balama tem vários prospectos de grafita sendo pesquisados.
No Brasil a produção de grafita já é a segunda do mundo atrás, apenas, da China, atingindo 96.000t. Essa grafita é derivada das minas de 3 produtores principais. O consumo brasileiro foi de 32,5 mil toneladas ano passado.

Fonte: CPRM