sábado, 21 de abril de 2018

Ibovespa fecha em queda com exterior desfavorável, mas sobe na semana

Ibovespa fecha em queda com exterior desfavorável, mas sobe na semana

Por Paula Arend Laier
(Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou em queda nesta sexta-feira, em pregão marcado por um giro financeiro mais fraco, com o viés negativo de Wall Street endossando alguma realização de lucros e notícias corporativas também no radar dos investidores.
O Ibovespa caiu 0,32 por cento, a 85.550 pontos, com o volume na sessão totalizando apenas 8,72 bilhões de reais, contra uma média de 10,7 bilhões de reais em abril e de 11,2 bilhões de reais em 2018.
Na semana, contudo, o índice de referência do mercado acionário brasileiro avançou 1,44 por cento.
O resultado semanal foi ajudado principalmente pelo desempenho da última quarta-feira, quando o indicador subiu 2 por cento, em sessão que teve o vencimento de opções sobre o Ibovespa e o índice futuro e entrada líquida de 1,6 bilhão de reais em capital externo. [L1N1RX14A]
Na visão do chefe da mesa de renda variável da CM Capital Markets, Fabio Carvalho, precisa haver um fato novo para que o mercado possa se alavancar, uma vez que as ações brasileiras não estão baratas. “A bolsa não está nenhuma barganha.”
Em Wall Street, as bolsas fecharam em queda, com as ações da Apple liderando um declínio no setor de tecnologia, em meio a temores acerca de fraca demanda por iPhone e do efeito da alta nos rendimentos de títulos dos Estados Unidos sobre o mercado acionário norte-americano.

DESTAQUES

- HYPERA PHARMA caiu 6,41 por cento, após reportagem no site do jornal O Estado de S.Paulo, dizendo que a Polícia Federal investiga se o delator Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais da farmacêutica, omitiu informações em seu acordo de delação premiada para proteger o maior acionista e o presidente da empresa.
- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON recuaram 4,24 e 4,14 por cento, após volatilidade no começo da sessão, com agentes financeiros analisando notícia de que o presidente Michel Temer assinou na quinta-feira um aguardado decreto sobre a privatização da estatal.
- USIMINAS PNA cedeu 1,75 por cento, em dia negativo para o setor siderúrgico como um todo, embora o balanço do primeiro trimestre tenha sido considerado positivo por analistas, com Ebitda ajustado de 641 milhões de reais nos três primeiros meses de 2018, crescimento de 20 por cento sobre o desempenho de um ano antes.
- BRASKEM PNA caiu 2 por cento, também na ponta negativa do Ibovespa, tendo no radar reportagem do jornal Valor Econômico de que os controladores da petroquímica Petrobras e Odebrecht chegaram a um impasse quanto à sua reorganização societária.
- BRADESCO PN perdeu 1,41 por cento, pesando sobre o índice em razão do peso do papel em sua composição. Ainda no setor bancário, ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,22 por cento, adicionando pressão sobre o indicador.
- PETROBRAS PN subiu 0,72 por cento e PETROBRAS ON avançou 0,25 por cento, apesar do comportamento misto do petróleo no exterior.
- VALE ON recuou 0,42 por cento, em linha com a queda do minério de ferro na China.
- BRF ON fechou em alta de 4,96 por cento, tendo no radar acordo dos sócios Previ, Petros, Tarpon e o empresário Abilio Diniz sobre eleição do conselho de administração da companhia, prevista para 26 de abril.
- EMBRAER ON avançou 3,21 por cento, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira, citando fontes próximas das tratativas, de que as negociações entre o governo federal e a Boeing para a criação de uma joint-venture com a fabricante brasileira estão “muito avançadas”
- NATURA ON subiu 2,54 por cento, depois que a fabricante de cosméticos divulgou previsão de Ebitda de pelo menos 3,1 bilhões de reais em 2022 e receita líquida consolidada de ao menos 17,2 bilhões de reais.
Fonte:Reuters

Exploração de diamantes no Brasil

KIMBERLITO COM DIAMANTE- RO
Como anda a exploração de diamantes no Brasil? O Brasil é um país de dimensões continentais e de imensa riqueza tanto em superfície quanto em grandes profundidades. As reservas de minério de ferro de qualidade tornam o país o segundo maior exportador do mundo, atrás da Austrália e seguido por Rússia e China. Dentre as gemas preciosas, destacam-se os diamantes, cristal de alto valor agregado no mercado mundial de grande interesse de companhias multinacionais em explorar nossas terras à procura de minas ou jazidas de diamantes.

É a ficção imitando a realidade, lembrando do caso da Serra dos Carajás, no Pará, em que reuniram-se milhares de pessoas em busca do sonho de se tornarem ricos às custas de muito sofrimento, solidão, doenças, violência, tudo em nome da fama e da riqueza.

Segredos que valem ouro

O número de locais com diamantes no Brasil não é divulgado com precisão, mas sabe-se que há reservas gigantescas de diamantes no país, principalmente nos estados de Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.
Dizem os especialistas que, em reservas indígenas, preservadas por leis da Constituição Brasileira e pela Fundação Nacional do Índio (Funai), há enormes jazidas, mas não estão autorizadas para exploração de diamantes. Não é de hoje que o país sofre com a exploração das suas terras em todos os sentidos, minerais, agrícolas, fauna e flora, desde os tempos do Império. Não se tem a conta de quantos bilhões de dólares já se perderam ao longo dos anos com o envio de pedras preciosas para o exterior.
Para se ter uma idéia das riquezas ocultas no solo brasileiro, em 2014, foi divulgado na internet, em sites especializados, que a exploração de diamantes em terras indígenas do Parque Aripuanã e de Serra Morena, em Rondônia e Mato Grosso, respectivamente, pode render algo em torno de 40 bilhões de dólares por ano, caso seja regulamentada, já que o garimpo em terras indígenas é proibido e, além do que, no Brasil, o que se observa é que, após a extração de minerais preciosos por garimpagem, é uma prática insustentável e que degrada completamente a região explorada, não há políticas de reflorestamento e de revitalização do solo e de programas que beneficiem as populações que vivem acerca da mesma.

Profissionais que brilham

As pesquisas e levantamentos sobre reservas diamantíferas estão a cargo de geólogos e outros especialistas do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), vinculado ao Ministério das Minas e Energia junto de empresas multinacionais, como a gigante multinacional De Beers, com sede na Àfrica do Sul. As descobertas levaram a aproximadamente 1.200 pontos de exploração de diamantes no Brasil, entretanto, sem haver informações precisas acerca da quantidade e qualidade dos diamantes.
De acordo com os geólogos envolvidos na pesquisa, atualmente, o país dispõe de reservas de diamantes industriais e de gemas, utilizados para fabrico de jóias. Em média, um diamante no garimpo pode ser comercializado por 2 milhões de reais em forma bruta, mas, depois de lapidada, chega a 20 milhões de reais.

Exploração de diamantes
Exploração de diamantes

Mas a procura por pedras preciosas começou bem antes disso, na era dos desbravamentos dos bandeirantes, no século 17 em diante, tendo as primeiras descobertas no estado das Minas Gerais. O cuidado das reservas e de sua exploração era por conta da chamada Intendência das Minas, quer estava obviamente subordinada à metrópole – já que o Brasil era uma colônia – portuguesa. Como nos dias de hoje, a corrupção e o contrabando das riquezas nacionais eram comuns. Para coibir essas manobras, a Corte Portuguesa criou um núcleo de fiscalização de nome Casa de Fundição ao mesmo tempo em que deixava a extração aos cuidados de “contratadores”.
Ainda que houvesse extração e exportação de ouro e diamante para Lisboa, muitas benfeitorias à época puderam ser vistas com o passar dos anos, mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais.

Como funciona uma exploração de diamantes

A exploração de diamantes em uma jazida descoberta não é diferente no Brasil ou na África do Sul. Geralmente, existem máquinas gigantes que operam escavando altas profundidades – já que as pedras costumam estar localizadas a centenas de metros abaixo da superfície – com a ajuda de explosivos, alta tecnologia e garimpeiros em busca das pedras preciosas. Daí, elas são separadas do cascalho e identificadas por um sistema de raio-X. As minas então são criadas sobre região com alta concentração de kimberlito, rocha formada pelo resfriamento do magma vulcânico. Durante a exploração nas minas, as rochas são pulverizadas como cascalhos por meio de explosões em áreas profundas da mina.
Águas de rios e lençóis freáticos transportam pedras que se concentram em áreas superficiais e por isso são “peneirados” pelos mineradores. Da separação por tamanho, as pedras seguem para flotação. Entra em cena uma máquina de triagem em forma de raio-X que funciona para separar o que é diamante e o que não é, passando em seguida a uma apuração manual de cada pedra.
Muita gente ouve diamante como uma jóia preciosa, é verdade, mas a parte menos valiosa, que não é denominada gema, é destinada à indústria para a fabricação de peças de corte, discos, brocas, serras, bisturis, equipamentos cirúrgicos em geral e termômetros de precisão.
Imagem: Ayswaryak
Fonte: CPRM

A classificação de diamantes

Os diamantes lapidados são internacionalmente classificados considerando-se conjuntamente os fatores cor, pureza, peso e lapidação, que correspondem aos 4 “Cs” do inglês: color, clarity, carat (quilate, a unidade de peso dos diamantes) e cut, respectivamente.

Estes parâmetros de graduação refletem, entre outros aspectos, a raridade de certas características, além das preferências dos consumidores averiguadas durante centenas de anos pelos negociantes, mas não estão necessariamente relacionados a beleza.

A classificação de cor dos diamantes lapidados está baseada no grau de saturação da cor amarela e é realizada por comparação com padrões de cor de diamantessob iluminação artificial padronizada.

A pureza de um diamante, por sua vez, é determinada empregando-se, por convenção, uma lupa que aumente em dez vezesseu tamanho, sob iluminação adequada, classificando-o em um dos 11 graus existentes, cada qual com sua própria terminologia e significado.

A qualidade de sua lapidação é determinada considerando-se conjuntamente as proporções, a simetria e o polimento da pedra.



Fonte: DNPM