domingo, 29 de abril de 2018

GEMAS

GEMAS

Pedras preciosas são minerais com atributos especiais, tais como beleza, durabilidade e raridade, que permitem sua utilização como adorno pessoal ou para fins de ornamentação. Algumas poucas pedras preciosas não são minerais e sim rochas, agregados a uma ou mais espécies minerais, como é o caso, por exemplo, do lápis-lazúli.

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O termo gema é mais amplo e incorpora, além das pedras preciosas, as gemas orgânicas, aquelas formadas com a participação de seres vivos, tais como a pérola, o coral, o âmbar e o marfim.
É cada vez menos frequente a distinção entre pedras preciosas e semipreciosas. Esta antiga terminologia, hoje em desuso, era utilizada para distinguir o diamante, o rubi, a safira e a esmeralda, ditas preciosas, das demais gemas, ditas semipreciosas. Esta diferenciação perde o sentido na medida em que diversas pedras ditas semipreciosas, como a alexandrita e a turmalina Paraíba, podem, em determinadas circunstâncias, alcançar valores superiores aos das ditas preciosas. A tendência atual é designá-las todas como gemas, embora quando se trate de exemplares de melhor qualidade o custo unitário por quilate das ditas preciosas tenda a ser mais alto que o das demais.
Cada gema é única. Sua qualidade e encanto dependem de diversos fatores, dentre os quais os mais importantes são a cor (ou a total ausência dela no caso dos diamantes), a pureza, o tamanho e a lapidação. Esta última depende não apenas do corte escolhido, mas também da qualidade das proporções, da simetria e do polimento.
Além das gemas naturais e orgânicas, existe uma gama inumerável de materiais utilizados para substituí-las, entre os quais as gemas sintéticas (que apresentam composição química, propriedades físicas e estrutura cristalina idênticasàs das naturais que procuram substituir), as gemas reconstituídas (formadas pela aglomeração de materiais pré-existentes), as imitações (que se assemelham no aspecto, mas carecem das propriedades, da composição e da estrutura das que imitam) e as gemas compostas (formadas por duas ou mais partes unidas por cimentação).
Muitas gemas são, desde os mais remotos tempos, submetidas a tratamentos para melhorar seu aspecto e agregar-lhes valor, entre os quais os mais difundidos são o tratamento térmico, a irradiação, o tingimento e a impregnação com óleos e resinas. Existem normas estabelecidas por entidades do setor de gemas e joias que determinam os tipos de tratamentos que devem ser obrigatoriamente revelados ao público consumidor.

TURQUESA

O termo turquesa, empregado desde a mais remota Antiguidade, tem origem incerta. Uma versão sustenta que deriva do francês arcaico “tourques”, que significa “pedra da Turquia”, não por proceder deste país, mas pelo fato de que as pedras provenientes da Península do Sinai chegavam à Europa através dele. Outra versão dá conta de que o termo referia-se a algo estranho ou distante, como tudo que se associava ao Oriente.
Esta pedra preciosa deve sua beleza à extraordinária cor azul celeste. Há relatos de sua aplicação como pedra ornamental desde aproximadamente 3.000 a.C. e, possivelmente, antes da Primeira Dinastia do Antigo Egito. Era também muito apreciada pelas antigas civilizações astecas do México e da América Central. A principal fonte histórica de turquesa é o Irã, que segue tendo grande relevância no fornecimento mundial.
O certo é que os turcos estavam familiarizados com esta gema, especialmente com exemplares oriundos da antiga Pérsia, o atual Irã.
Em termos de composição química, a turquesa consiste de um fosfato hidratado de alumínio e cobre, cuja exuberante cor deve-se a este último elemento. Geralmente, parte do alumínio é substituída por ferro. À medida que isto ocorre, o material tende a uma tonalidade verde azulada, que geralmente possui menor aceitação comercial.
A turquesa é opaca a semi-translúcida e ocorre principalmente em rochas sedimentares, na forma massiva compacta, no Irã (minas de Nishapur, na Província de Khorassan), México, China, Peru e EUA (sudoeste do país, nos Estados do Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Califórnia).
No Brasil, até onde sabemos, houve ocorrências sem produção significativa no Estado da Bahia, na região de Casa Nova, hoje encoberta pelas águas da barragem de Sobradinho; e em Minas Gerais, na localidade de Conselheiro Mata.

Sua alta porosidade permite a impregnação com ceras, resinas, plásticos ou outras substâncias, com o objetivo de estabilizar a cor e manter o polimento.Vários tipos de turquesa reconstituída são produzidos a partir de turquesa natural de baixa qualidade, muito clara e pouco dura, e dela se diferenciam pelas ausências da típica textura superficial, bem como pela menor densidade e maior porosidade.
A turquesa é mais comumente lapidada em cabochões de diversas formas, além de contas, sendo também utilizada em esculturas e outros objetos de adorno.

AMETISTA E CITRINO

A ametista, de vívida e exuberante cor roxa, é a mais apreciada variedade da numerosa e diversificada família dos quartzos, que se constituem de óxido de silício (SiO2). Seu nome deriva do gregoamethystos, significando “a que não ilude”, uma vez que os antigos acreditavam que esta gema tinha a propriedade de prevenir a embriaguez.
Outrora considerada uma pedra exclusiva da nobreza e do clero, tornou-se mais popular com o passar do tempo, sendo hoje considerada a mais tradicional pedra preciosa de cor roxa.

A variedade amarela do quartzo é denominada citrino, cujo nome deriva do latim “citrus”, significando limão, em alusão a sua cor. Há, ainda, uma variedade que apresenta simultaneamente as cores roxa da ametista e amarela do citrino e denomina-se ametrino. Ela provém unicamente da localidade de Anahí, Bolívia, próximo à fronteira brasileira.
Os principais países produtores de ametista são Uruguai, Brasil (Rio Grande do Sul, Pará, Bahia e Minas Gerais), Zâmbia, Madagascar e Tanzânia. O Brasil é o mais importante produtor de citrino.

O principal tratamento realizado em ametistas é o térmico, que consiste em convertê-las em citrinos a aproximadamente 450oC. A cor amarela dos citrinos pode ser intensificada e convertida a alaranjada, marrom ou avermelhada, mediante aquecimento a temperaturas entre 500 e 575oC. O tratamento é estável.
A ametista e o citrino são obtidos por síntese desde os anos 50 do século passado e são vistos com frequência no mercado brasileiro de gemas sintéticas. Sua distinção dos equivalentes naturais muitas vezes requer exames não estritamente gemológicos e de custo elevado.



JADE

Jade é um termo genérico utilizado para designar duas espécies minerais, a jadeíta e a nefrita. Geralmente, estes minerais ocorrem na forma opaca, embora eventualmente haja exemplares translúcidos.
Empregado pelos chineses há milhares de anos, o jade tem importância cultural, reputação e apreciação quase inescrutáveis no Oriente. Todo o material utilizado pelos chineses na forma de entalhes até o século XIII trata-se de nefrita, sendo que a jadeíta, oriunda da antiga Birmânia, passou a ter aplicação apenas mais tarde, principalmente a partir do século XVIII.
Na América Central, a jadeíta já era utilizada pela Civilização pré-colombiana Maia e pelos povos Olmecas que habitavam a planície costeira do Golfo do México, uma vez que uma de suas principais fontes, histórica e atual, é a Guatemala.

Embora a cor verde seja a mais característica e valorizada na jadeíta, esta ocorre numa ampla gama de matizes, entre eles branco, lavanda, preto, alaranjado e castanho, geralmente mosqueados. Possui brilho reluzente a oleoso.
A nefrita apresenta uma estrutura fibrosa e possui quase sempre a cor verde-espinafre, embora possa ocorrer também nos matizes branco, preto e amarelado.

A jadeíta de melhor qualidade é comercialmente denominada “imperial”; vai de translúcida a semi-transparente, e possui uma cor verde esmeralda vívida e brilhante. Este material é considerado o padrão de excelência a partir do qual são classificados todos os demais jades, incluindo a nefrita
Fonte: CPRM

As pérolas

As pérolas estão presentes com destaque em muitas culturas desde os mais remotos tempos da Humanidade, por seu fascínio e características únicas. Muito contribuiu para esta longínqua admiração o fato de que estas gemas são utilizadas em seu estado natural, não necessitando que o homem as aprimore para revelar sua beleza. Por esta razão, são simbolicamente consideradas um presente da Natureza.
A pérola é uma formação natural segregada acidentalmente por um molusco, sem o auxílio ou qualquer intervenção humana. A pérola se forma pela deposição de uma substância denominada nácar em volta de um agente irritante (um grão de areia ou um parasita, por ex.) que penetra no interior do corpo do animal.
Elas ocorrem nas cores branca, creme, negra, cinza, bronze, prateada, rosa, azul, verde e amarela.
As antigas culturas do Oriente Médio, Índia e Pacífico Sul parecem ter sido as que primeiro admiraram e utilizaram as pérolas como adorno, provavelmente devido à proximidade com as principais fontes históricas desta gema, o Golfo Pérsico, o Estreito de Manaar – localizado entre Índia e Sri Lanka – e as Ilhas da Polinésia Francesa.
O Golfo Pérsico e, sobretudo, a costa de Bahrain, foi a principal fonte de pérolas durante mais de 2.200 anos, de aproximadamente300 A.C. até meados do século XX.
O advento das técnicas de cultivo de pérolas ocorreu em um momento crítico de indisponibilidade de pérolas naturais e, com o passar dos anos e seu aprimoramento, a oferta de cultivadas sobrepôs-se largamente à de naturais, alterando para sempre o mercado de pérolas.
As pérolas cultivadas, tal como são conhecidas hoje, entraram no mercado em 1921 pelas mãos dos japoneses, embora já fossem produzidas havia mais de vinte anos. As cultivadas respondem, atualmente, por aproximadamente 95% do comércio mundial de pérolas e procedem principalmente do Japão e da China. A diferença em relação às naturais reside no fato de que nas cultivadas o processo de formação é induzido pelo homem.
As pérolas naturais são, hoje em dia, possivelmente mais raras que em qualquer outro período da história, causando a valorização dos itens de muito boa qualidade, adquiridos praticamente apenas por colecionadores ou especialistas, bem como por cidadãos de culturas que conferem especial valor às pérolas naturais, como é o caso daqueles de diversas nações árabes. As pérolas naturais são bastante raras atualmente, representando uma diminuta parcela do comércio mundial desta gema.
Os principais critérios de avaliação de pérolas são tamanho, forma, cor, brilho, estado da superfície e espessura da camada de nácar.
As perolas são cultivadas em várias partes do mundo, fazendo com que exista uma enorme variedade disponível à joalheria. As mais tradicionais, as “Akoya”, vêm das águas salgadas do Japão e da China, e sua dimensão pode variar de 1 a 9 milímetros.
Dos mares do sul (Austrália, Filipinas, Indonésia), vêm as valiosas “South Sea”, que podem atingir até 20 cm de diâmetro. Essas mesmas pérolas quando de cor negra são denominadas “Tahiti”.
Já as pérolas “Mabe” (ou Barrocas), são cultivadas também na China e no Japão, em ostras específicas, e derivam de formatos já pré-definidos no processo de introdução, podendo ser oval, gota, coração ou esférico.
De menor valor no mercado, as pérolas de água doce (pérolas de arroz), chamadas “Freshwater”, podem apresentar grande variação de formato e cores, enquanto as pérolas “Biwa” (cultivadas no lago de mesmo nome na China), apresentam formato ligeiramente achatado e intensa cor branca.

O BRILHO
O brilho da pérola, também designado “oriente”, é o efeito de um polimento único, causado pela reflexão da luz nas camadas de nácar q a formam.Quanto mais espesso o nácar, maior o oriente e o valor da pérola.O oriente também pode apresentar tons sutis de azul, verde, rosa e amarelo.
A COR
A cor de uma pérola varia de acordo com a presença de minerais e proteínas presentes na água e com a cor da madrepérola(concha mãe), e também com a temperatura e posição em que ela se acomoda na concha. Podem ocorrer variações entre branca(mais valiosa) amarela, rosa, cinza, bronze, roxa e preta.

Madre-pérola


É a parte interna resplandecente das conchas de certas ostras e moluscos, utilizada como núcleo de pérolas cultivadas ou para produzir objetos decorativos.